This is Tim Ferriss circa 1979 A.D. Age two. You can tell by the power squat, I was a very confident boy -- and not without reason. I had a very charming routine at the time, which was to wait until late in the evening when my parents were decompressing from a hard day's work, doing their crossword puzzles, watching television. I would run into the living room, jump up on the couch, rip the cushions off, throw them on the floor, scream at the top of my lungs and run out because I was the Incredible Hulk. (Laughter) Obviously, you see the resemblance. And this routine went on for some time.
Este é Tim Ferriss, por volta de 1979, com dois anos. Podemos ver, pela sua posição agachada, que eu era um rapaz muito confiante e com toda a razão. Eu tinha uma rotina encantadora, naquela época. Era esperar até o fim da tarde, quando os meus pais descontraíam ao fim de um dia de trabalho árduo, a fazer palavras cruzadas, a ver televisão, eu entrava na sala, saltava para o sofá, agarrava nas almofadas, atirava-as para o chão, gritava a plenos pulmões e saía a correr, porque eu era o incrível Hulk. (Risos) Obviamente, estão a ver a parecença. Esta rotina durou algum tempo.
When I was seven I went to summer camp. My parents found it necessary for peace of mind. And at noon each day the campers would go to a pond, where they had floating docks. You could jump off the end into the deep end. I was born premature. I was always very small. My left lung had collapsed when I was born. And I've always had buoyancy problems. So water was something that scared me to begin with. But I would go in on occasion. And on one particular day, the campers were jumping through inner tubes, They were diving through inner tubes. And I thought this would be great fun. So I dove through the inner tube, and the bully of the camp grabbed my ankles. And I tried to come up for air, and my lower back hit the bottom of the inner tube. And I went wild eyed and thought I was going to die. A camp counselor fortunately came over and separated us. From that point onward I was terrified of swimming. That is something that I did not get over. My inability to swim has been one of my greatest humiliations and embarrassments. That is when I realized that I was not the Incredible Hulk.
Quando eu tinha sete anos, fui para um acampamento de verão. Os meus pais acharam necessário, para tranquilidade do seu espírito. Todos os dias, ao meio-dia, os campistas iam para uma lagoa, onde havia pontões flutuantes. Podíamos saltar da borda deles, à vontade. Eu nasci prematuro. Fui sempre muito pequeno. O meu pulmão esquerdo entrou em colapso, quando nasci, e sempre tive problemas em boiar. Por isso, a água assustava-me, mas ia na mesma. Um certo dia, os campistas estavam a saltar através de câmaras de ar. Eu achei que devia ser muito divertido. Portanto, mergulhei pelo tudo dentro e o brutamontes do acampamento agarrou-me pelos tornozelos. Eu tentei vir ao de cima para respirar, mas bati com as costas de encontro à câmara de ar. Entrei em pânico e pensei que ia morrer. Felizmente, um vigia do acampamento viu e separou-nos. A partir daí, tinha terror de nadar. É uma coisa que eu nunca ultrapassei. A minha incapacidade de nadar tem sido uma das minhas maiores humilhações e embaraços. Foi quando percebi que não era o incrível Hulk.
But there is a happy ending to this story. At age 31 -- that's my age now -- in August I took two weeks to re-examine swimming, and question all the of the obvious aspects of swimming. And went from swimming one lap -- so 20 yards -- like a drowning monkey, at about 200 beats per minute heart rate -- I measured it -- to going to Montauk on Long Island, close to where I grew up, and jumping into the ocean and swimming one kilometer in open water, getting out and feeling better than when I went in. And I came out, in my Speedos, European style, feeling like the Incredible Hulk.
Mas há um fim feliz para esta história. Aos 31 anos — é agora a minha idade — em agosto, levei duas semanas a repensar a natação e a questionar todos os aspetos óbvios da natação. Comecei por nadar uma volta, ou seja, 20 metros, como um macaco a afogar-se, com uma pulsação de 200 por minuto, — eu medi-a — para ir para Montauk em Long Island, perto do local onde cresci, saltar para o oceano, nadar um quilómetro na água, sair de lá e sentir-me melhor do que quando lá entrei. E saí no meu Speedos, ao estilo europeu... (Risos) sentindo-me como o incrível Hulk.
And that's what I want everyone in here to feel like, the Incredible Hulk, at the end of this presentation. More specifically, I want you to feel like you're capable of becoming an excellent long-distance swimmer, a world-class language learner, and a tango champion. And I would like to share my art. If I have an art, it's deconstructing things that really scare the living hell out of me. So, moving onward.
É assim que eu quero que toda a gente se sinta, como o incrível Hulk, no fim desta palestra. Mais especificamente, quero que sintam que são capazes de se tornarem num excelente nadador de longa distância, num aprendiz de línguas de nível mundial, e num campeão do tango. Gostaria de partilhar a minha arte. Se é que tenho alguma arte, é desconstruir as coisas que me amedrontam mais. Adiante.
Swimming, first principles. First principles, this is very important. I find that the best results in life are often held back by false constructs and untested assumptions. And the turnaround in swimming came when a friend of mine said, "I will go a year without any stimulants" -- this is a six-double-espresso-per-day type of guy -- "if you can complete a one kilometer open water race." So the clock started ticking. I started seeking out triathletes because I found that lifelong swimmers often couldn't teach what they did. I tried kickboards. My feet would slice through the water like razors, I wouldn't even move. I would leave demoralized, staring at my feet. Hand paddles, everything. Even did lessons with Olympians -- nothing helped. And then Chris Sacca, who is now a dear friend mine, had completed an Iron Man with 103 degree temperature, said, "I have the answer to your prayers." And he introduced me to the work of a man named Terry Laughlin who is the founder of Total Immersion Swimming. That set me on the road to examining biomechanics.
Nadar. Os primeiros princípios. Os primeiros princípios são muito importantes. Penso que os melhores resultados na vida são sobretudo impedidos por falsas construções e premissas não testadas. A reviravolta na natação ocorreu quando um amigo meu disse: "Vou passar um ano sem estimulantes" — era um tipo que bebia seis cafés duplos por dia — "se conseguires completar um quilómetro na água". O relógio começou a contar. Comecei a procurar triatletas porque pensei que os nadadores não sabiam ensinar-me aquilo que faziam. Tentei pranchas. Os meus pés cortavam a água como lâminas, nem sequer me movia. Ficava desmoralizado, a olhar para os pés. Mãos, remos, tudo. Até dei lições com olímpicos — não serviu de nada. Depois, Chris Sacca, que é hoje um querido amigo meu, que completara um Homem de Ferro com 40º de temperatura, disse: "Tenho a resposta às tuas preces". E apresentou-me o trabalho de um homem chamado Terry Laughlin que é o fundador da Natação de Imersão Total. Isso colocou-me na via de examinar a biomecânica.
So here are the new rules of swimming, if any of you are afraid of swimming, or not good at it. The first is, forget about kicking. Very counterintuitive. So it turns out that propulsion isn't really the problem. Kicking harder doesn't solve the problem because the average swimmer only transfers about three percent of their energy expenditure into forward motion. The problem is hydrodynamics. So what you want to focus on instead is allowing your lower body to draft behind your upper body, much like a small car behind a big car on the highway. And you do that by maintaining a horizontal body position. The only way you can do that is to not swim on top of the water. The body is denser than water. 95 percent of it would be, at least, submerged naturally.
Estas são as novas regras da natação, se algum de vocês tem medo de nadar, ou não é lá muito bom. A primeira coisa a esquecer é bater com os pés. Muito contraditório. Acontece que a propulsão não é o problema. Bater com os pés mais depressa não resolve o problema porque o nadador médio só transfere cerca de 3% da energia que despende, para avançar. O problema é a hidrodinâmica. Por isso, temos que nos concentrar em deixar que a parte inferior do corpo siga atrás da parte superior, como um carro pequeno atrás dum grande, na autoestrada. Fazemos isso mantendo uma posição horizontal do corpo. A única forma de o fazer é não nadar à superfície da água. O corpo é mais denso do que a água. Pelo menos 95% dele, submerge naturalmente.
So you end up, number three, not swimming, in the case of freestyle, on your stomach, as many people think, reaching on top of the water. But actually rotating from streamlined right to streamlined left, maintaining that fuselage position as long as possible. So let's look at some examples. This is Terry. And you can see that he's extending his right arm below his head and far in front. And so his entire body really is underwater. The arm is extended below the head. The head is held in line with the spine, so that you use strategic water pressure to raise your legs up -- very important, especially for people with lower body fat. Here is an example of the stroke. So you don't kick. But you do use a small flick. You can see this is the left extension. Then you see his left leg. Small flick, and the only purpose of that is to rotate his hips so he can get to the opposite side. And the entry point for his right hand -- notice this, he's not reaching in front and catching the water. Rather, he is entering the water at a 45-degree angle with his forearm, and then propelling himself by streamlining -- very important. Incorrect, above, which is what almost every swimming coach will teach you. Not their fault, honestly. And I'll get to implicit versus explicit in a moment. Below is what most swimmers will find enables them to do what I did, which is going from 21 strokes per 20-yard length to 11 strokes in two workouts with no coach, no video monitoring. And now I love swimming. I can't wait to go swimming. I'll be doing a swimming lesson later, for myself, if anyone wants to join me.
Portanto, acabamos, número três, não a nadar sobre o estômago, no caso de estilo livre, como muitos pensam, para atingir a superfície da água mas fazendo rotações aerodinâmicas, para a direita e para a esquerda. mantendo a posição de fuselagem tanto tempo quanto possível. Vamos ver alguns exemplos. Este é Terry. Podem vê-lo a estender o braço direito por baixo da cabeça, para a frente. Todo o corpo está debaixo de água. O braço está alongado por baixo da cabeça. A cabeça está em linha com a coluna, por isso usamos a pressão estratégica da água para elevar as pernas — muito importante, sobretudo para pessoas com uma parte inferior gorda. Este é um exemplo da braçada. Não batemos com os pés. Mas usamos um pequeno impulso. Vemos que isto é a extensão esquerda. Depois vemos a perna esquerda. Um pequeno impulso, cujo único objetivo é rodar as ancas para passar para o lado oposto. O ponto de entrada para a mão direita — reparem bem — ele não está a avançar em frente e a apanhar a água. Está a entrar na água a um ângulo de 45 graus com o antebraço, para impulsionar todo o corpo — muito importante. Incorreto, ali em cima, embora ensinado por quase todos os treinadores. A culpa não é deles, honestamente, Daqui a pouco vou falar do implícito e do explícito. Em baixo está o que a maior parte dos nadadores descobrirá que os possibilita a fazer o que eu fiz, ou seja, passar de 21 braçadas em 20 metros para 11 braçadas em duas sessões, sem treinador, sem acompanhamento de vídeo. Agora, adoro a natação, não passo sem a natação. Vou fazer uma lição depois disto, se alguém quiser ir comigo.
Last thing, breathing. A problem a lot of us have, certainly, when you're swimming. In freestyle, easiest way to remedy this is to turn with body roll, and just to look at your recovery hand as it enters the water. And that will get you very far. That's it. That's really all you need to know.
A última coisa, a respiração. Um problema que muitos temos, quando nadamos. Em estilo livre, a melhor forma de remediar isso é rodar o corpo, ao virar e olhar para a mão de recuperação, quando ela entra na água. Isso levar-nos-á longe. É tudo. É tudo o que precisamos de saber.
Languages. Material versus method. I, like many people, came to the conclusion that I was terrible at languages. I suffered through Spanish for junior high, first year of high school, and the sum total of my knowledge was pretty much, "Donde esta el bano?" And I wouldn't even catch the response. A sad state of affairs. Then I transferred to a different school sophomore year, and I had a choice of other languages. Most of my friends were taking Japanese. So I thought why not punish myself? I'll do Japanese. Six months later I had the chance to go to Japan. My teachers assured me, they said, "Don't worry. You'll have Japanese language classes every day to help you cope. It will be an amazing experience." My first overseas experience in fact. So my parents encouraged me to do it. I left.
Línguas. Material frente ao método. Eu, tal como muita gente, cheguei à conclusão de que era uma nódoa em línguas. Sofri com o espanhol no liceu, no primeiro ano do liceu, A soma total do meu conhecimento foi praticamente só: "Donde esta el baño?" Nem sequer percebia a resposta, (Risos) Uma triste situação. Depois mudei para uma escola diferente, no segundo ano e pude escolher outra língua. Muitos dos meus amigos tinham japonês, por isso pensei: "Porque não castigar-me? Vou para o japonês". Seis meses depois, tive a hipótese de ir para o Japão. Os meus professores tranquilizaram-me: "Não te preocupes. Vais ter aulas de japonês todos os dias para te ajudar. "Vai ser uma experiência fantástica". Era a minha primeira experiência além-mar. Os meus pais encorajaram-me a ir e lá fui.
I arrived in Tokyo. Amazing. I couldn't believe I was on the other side of the world. I met my host family. Things went quite well I think, all things considered. My first evening, before my first day of school, I said to my mother, very politely, "Please wake me up at eight a.m." So, (Japanese) But I didn't say (Japanese). I said, (Japanese). Pretty close. But I said, "Please rape me at eight a.m." (Laughter) You've never seen a more confused Japanese woman. (Laughter)
Cheguei a Tóquio. Espantoso! Nem acreditava que estava do outro lado do mundo. Conheci a minha família de acolhimento. As coisas correram muito bem, considerando todas as coisas. Na primeira noite, antes do primeiro dia na escola, disse à minha mãe, muito delicadamente: "Por favor, acorde-me às oito da manhã". Assim: (em japonês) Mas, não disse (em japonês). Disse (em japonês). É muito parecido. Disse: "Por favor, viole-me às oito da manhã". (Risos) Nunca hão de ver uma japonesa mais confusa. (Risos)
I walked in to school. And a teacher came up to me and handed me a piece of paper. I couldn't read any of it -- hieroglyphics, it could have been -- because it was Kanji, Chinese characters adapted into the Japanese language. Asked him what this said. And he goes, "Ahh, okay okay, eehto, World History, ehh, Calculus, Traditional Japanese." And so on. And so it came to me in waves. There had been something lost in translation. The Japanese classes were not Japanese instruction classes, per se. They were the normal high school curriculum for Japanese students -- the other 4,999 students in the school, who were Japanese, besides the American. And that's pretty much my response. (Laughter)
Fui para a escola. Um professor veio ter comigo e deu-me uma folha de papel. Não consegui ler nada — podiam ser hieróglifos, porque era kanji, caracteres chineses adaptados à língua japonesa. Perguntei-lhe o que dizia ali e ele: "Ah, ok, ok. "Então... História Mundial... Cálculo... "Japonês Tradicional", etc. Assim, chegou até mim, em vagas. Perdera-se qualquer coisa na tradução. As aulas de japonês não eram aulas de ensino, propriamente ditas. Eram o programa normal de liceu para estudantes japoneses, para os outros 4999 estudantes da escola que eram japoneses, além do americano. Foi mais ou menos a resposta. (Risos)
And that set me on this panic driven search for the perfect language method. I tried everything. I went to Kinokuniya. I tried every possible book, every possible CD. Nothing worked until I found this. This is the Joyo Kanji. This is a Tablet rather, or a poster of the 1,945 common-use characters as determined by the Ministry of Education in 1981. Many of the publications in Japan limit themselves to these characters, to facilitate literacy -- some are required to. And this became my Holy Grail, my Rosetta Stone.
Isso levou-me à busca frenética do método de línguas perfeito. Tentei tudo. Fui a Kinokuniya. Experimentei todos os livros possíveis, todos os CDs possíveis. Nada funcionou até que encontrei isto. Isto é o Joyo Kanji. É uma tabela ou um póster dos 1945 caracteres mais usuais conforme estabelecido em 1981 pelo Ministério da Educação. Muitas das publicações no Japão limitam-se a estes caracteres, para facilitar a literacia — alguns deles são mesmo obrigados. Isto tornou-se o meu Santo Graal, a minha Pedra Rosetta.
As soon as I focused on this material, I took off. I ended up being able to read Asahi Shinbu, Asahi newspaper, about six months later -- so a total of 11 months later -- and went from Japanese I to Japanese VI. Ended up doing translation work at age 16 when I returned to the U.S., and have continued to apply this material over method approach to close to a dozen languages now. Someone who was terrible at languages, and at any given time, speak, read and write five or six. This brings us to the point, which is, it's oftentimes what you do, not how you do it, that is the determining factor. This is the difference between being effective -- doing the right things -- and being efficient -- doing things well whether or not they're important.
Logo que me concentrei neste material, levantei voo. Acabei por conseguir ler Asahi Shinbu, o jornal de Asahi, seis meses depois — portanto 11 meses depois — e passei de Japonês I para Japonês VI. Acabei por fazer traduções aos 16 anos quando voltei para os EUA e tenho continuado a aplicar esta abordagem este método a quase uma dúzia de línguas. Uma pessoa que era terrível em línguas e, a certa altura, fala, lê e escreve cinco ou seis. Isto traz-me à questão que é a seguinte: Muitas vezes, o fator determinante é o que fazemos e não como fazemos. É a diferença entre ser eficaz — fazer as coisas certas — e ser eficiente — fazer as coisas bem quer sejam importantes ou não.
You can also do this with grammar. I came up with these six sentences after much experimentation. Having a native speaker allow you to deconstruct their grammar, by translating these sentences into past, present, future, will show you subject, object, verb, placement of indirect, direct objects, gender and so forth. From that point, you can then, if you want to, acquire multiple languages, alternate them so there is no interference. We can talk about that if anyone in interested. And now I love languages.
Também podemos fazer isto com a gramática. Arranjei estas seis frases depois de muitas tentativas. Ter alguém da própria língua, ajuda-nos a desconstruir a gramática. Ao traduzir estas frases no passado, no presente e no futuro, conhecemos o sujeito, o verbo e o complemento, a colocação dos complementos indireto e direto, o género, A partir daí, se quisermos, podemos adquirir múltiplas línguas, alterná-las para não ter interferências. Podemos falar nisso, se houver alguém interessado. Agora, adoro línguas.
So ballroom dancing, implicit versus explicit -- very important. You might look at me and say, "That guy must be a ballroom dancer." But no, you'd be wrong because my body is very poorly designed for most things -- pretty well designed for lifting heavy rocks perhaps. I used to be much bigger, much more muscular. And so I ended up walking like this. I looked a lot like an orangutan, our close cousins, or the Incredible Hulk. Not very good for ballroom dancing.
O mesmo para a dança, o implícito frente ao explícito — muito importante. Podem olhar para mim e dizer: "Este tipo deve ser um dançarino". Mas não, estariam errados, porque o meu corpo está mal concebido para a maior parte das coisas, talvez mais bem concebido para levantar rochas pesadas. Costumava ser muito maior, muito mais musculoso. E acabei a andar assim. Parecia-me muito com um orangotango, o nosso primo, ou com o Incrível Hulk. Não era muito bom na dança.
I found myself in Argentina in 2005, decided to watch a tango class -- had no intention of participating. Went in, paid my ten pesos, walked up -- 10 women two guys, usually a good ratio. The instructor says, "You are participating." Immediately: death sweat. (Laughter) Fight-or-flight fear sweat, because I tried ballroom dancing in college -- stepped on the girl's foot with my heel. She screamed. I was so concerned with her perception of what I was doing, that it exploded in my face, never to return to the ballroom dancing club. She comes up, and this was her approach, the teacher. "Okay, come on, grab me." Gorgeous assistant instructor. She was very pissed off that I had pulled her from her advanced practice. So I did my best. I didn't know where to put my hands. And she pulled back, threw down her arms, put them on her hips, turned around and yelled across the room, "This guy is built like a god-damned mountain of muscle, and he's grabbing me like a fucking Frenchman," (Laughter) which I found encouraging. (Laughter) Everyone burst into laughter. I was humiliated. She came back. She goes, "Come on. I don't have all day." As someone who wrestled since age eight, I proceeded to crush her, "Of Mice and Men" style. And she looked up and said, "Now that's better." So I bought a month's worth of classes. (Laughter)
Encontrei-me na Argentina em 2005, decidido a assistir a uma aula de tango — não fazia tenção de participar. Entrei, paguei dez pesos, — 10 mulheres, dois homens, habitualmente uma boa proporção. O instrutor disse: "Você também participa". Imediatamente: densa transpiração, (Risos) Resistir ou fugir, porque eu tinha experimentado a dança na faculdade, tinha esmagado o pé duma rapariga, que se pôs a gritar. Eu estava tão preocupado que ela percebesse o que eu estava a fazer, que aquilo explodiu na minha cara. Nunca mais voltei ao clube de dança. A professora veio e teve esta abordagem: "Ok, vamos lá, agarre-me". Uma instrutora assistente deslumbrante. Ela estava chateada por eu a ter tirado da sua prática avançada. Por isso fiz o melhor que pude, mas não sabia onde colocar as mãos. Ela recuou, baixou os braços, pôs as mãos nas ancas, deu meia volta e gritou pela sala: "Este tipo parece uma danada montanha de músculos, "e está a agarrar-me como um francês possesso!"... (Risos) ...coisa que achei muito encorajador. (Risos) Toda a gente desatou a rir, e eu senti-me humilhado. Ela voltou-se e disse: "Vamos, não tenho o dia todo". Como uma pessoa que tinha feito luta livre desde os oito anos, comecei a esmagá-la, ao estilo Mice & Men. Ela olhou para cima e disse: "Agora está melhor". Então, comprei um mês de lições. (Risos)
And proceeded to look at -- I wanted to set competition so I'd have a deadline -- Parkinson's Law, the perceived complexity of a task will expand to fill the time you allot it. So I had a very short deadline for a competition. I got a female instructor first, to teach me the female role, the follow, because I wanted to understand the sensitivities and abilities that the follow needed to develop, so I wouldn't have a repeat of college. And then I took an inventory of the characteristics, along with her, of the of the capabilities and elements of different dancers who'd won championships. I interviewed these people because they all taught in Buenos Aires. I compared the two lists, and what you find is that there is explicitly, expertise they recommended, certain training methods. Then there were implicit commonalities that none of them seemed to be practicing. Now the protectionism of Argentine dance teachers aside, I found this very interesting. So I decided to focus on three of those commonalities. Long steps. So a lot of milongueros -- the tango dancers will use very short steps. I found that longer steps were much more elegant. So you can have -- and you can do it in a very small space in fact. Secondly, different types of pivots. Thirdly, variation in tempo. These seemed to be the three areas that I could exploit to compete if I wanted to comptete against people who'd been practicing for 20 to 30 years.
Queria entrar em competição, por isso estabeleci uma data, seguindo a Lei de Parkinson: "A perceção da complexidade duma tarefa "estender-se-á até preencher o tempo que lhe atribuíres". Eu tinha um prazo muito curto para uma competição. Primeiro, arranjei uma instrutora, para me ensinar o papel da mulher, que é guiada, porque eu queria perceber as sensibilidades e as capacidades de que a pessoa guiada precisava, para não fazer o mesmo que na faculdade. Depois, em conjunto com ela fiz um inventário das características, das capacidades e dos elementos de diferentes dançarinos que tinham ganho campeonatos. Entrevistei essas pessoas que ensinavam todas em Buenos Aires. Comparei as duas listas, e descobri que havia , explicitamente, uma experiência que eles recomendavam, determinados métodos de treino. Depois, havia semelhanças implícitas que nenhum deles parecia praticar. Pondo de lado o protecionismo dos professores de dança argentinos, achei aquilo muito interessante. Decidi concentrar-me em três dessas semelhanças. Passos longos. Muitos milongueros — os dançarinos de tango usam passos muito curtos. Achei que passos mais longos eram muito mais elegantes. Podemos fazê-lo, mesmo num espaço muito pequeno. Segundo, diferentes tipos de rotações. Terceiro, variação no ritmo. Estas pareciam ser as três áreas que eu podia explorar para competir. se quisesse competir com pessoas que já praticavam há 20 ou 30 anos.
That photo is of the semi-finals of the Buenos Aires championships, four months later. Then one month later, went to the world championships, made it to the semi-final. And then set a world record, following that, two weeks later. I want you to see part of what I practiced. I'm going to jump forward here. This is the instructor that Alicia and I chose for the male lead. His name is Gabriel Misse. One of the most elegant dancers of his generation, known for his long steps, and his tempo changes and his pivots. Alicia, in her own right, very famous. So I think you'll agree, they look quite good together. Now what I like about this video is it's actually a video of the first time they ever danced together because of his lead. He had a strong lead. He didn't lead with his chest, which requires you lean forward. I couldn't develop the attributes in my toes, the strength in my feet, to do that. So he uses a lead that focuses on his shoulder girdle and his arm. So he can lift the woman to break her, for example. That's just one benefit of that. So then we broke it down. This would be an example of one pivot. This is a back step pivot. There are many different types. I have hundreds of hours of footage -- all categorized, much like George Carlin categorized his comedy. So using my arch-nemesis, Spanish, no less, to learn tango.
Esta foto é das semifinais do campeonato de Buenos Aires, quatro meses depois. Um mês depois, cheguei à semifinal do campeonato do mundo. Na sequência disso, bati um recorde mundial, duas semanas depois. Quero que vejam uma parte do que pratiquei. Vou avançar um pouco. Este é o instrutor que Alicia e eu escolhemos para guia masculino. Chama-se Gabriel Misse. Um dos dançarinos mais elegantes da sua geração, conhecido pelos seus passos longos, pela mudança de ritmo, e pelas rotações. Alicia, por direito próprio, é muito conhecida. Penso que concordarão que fazem um par espantoso. O que eu gosto, neste vídeo, é que é um vídeo da primeira vez que eles dançaram juntos porque ele tem uma forma de guiar muito forte. Não guia com o peito, que exige que se incline para a frente. Eu não consegui desenvolver os atributos dos dedos dos pés. a força dos meus pés, para fazer aquilo. Ele usa uma forma de guiar que se concentra na omoplata e no braço. Pode levantar a mulher, por exemplo, para a dobrar. É uma das vantagens disso. Depois desmanchamos tudo. Isto é um exemplo duma rotação. Esta é uma rotação para trás. Há muitos tipos diferentes. Tenho centenas de horas de filmagens — todas classificadas, como George Carlin classificava a comédia. Usei o meu primeiro inimigo, o espanhol, para aprender o tango.
So fear is your friend. Fear is an indicator. Sometimes it shows you what you shouldn't do. More often than not it shows you exactly what you should do. And the best results that I've had in life, the most enjoyable times, have all been from asking a simple question: what's the worst that can happen? Especially with fears you gained when you were a child. Take the analytical frameworks, the capabilities you have, apply them to old fears. Apply them to very big dreams.
O medo é nosso amigo, O medo é um indicador. Por vezes, mostra-nos o que não devemos fazer. Mas sobretudo, mostra-nos exatamente o que devemos fazer. Os melhores resultados que tive na minha vida, os mais agradáveis, surgiram de fazer uma pergunta: "Qual é a pior coisa que pode acontecer?" Em especial, com medos que ganhamos quando somos crianças. Vejam os enquadramentos analíticos as capacidades que têm, apliquem-nas aos velhos medos. Apliquem-nas aos grandes sonhos.
And when I think of what I fear now, it's very simple. When I imagine my life, what my life would have been like without the educational opportunities that I had, it makes me wonder. I've spent the last two years trying to deconstruct the American public school system, to either fix it or replace it. And have done experiments with about 50,000 students thus far -- built, I'd say, about a half dozen schools, my readers, at this point. And if any of you are interested in that, I would love to speak with you. I know nothing. I'm a beginner. But I ask a lot of questions, and I would love your advice. Thank you very much. (Applause)
Quando penso em que é que hoje tenho medo, é muito simples. Quando imagino a minha vida, o que teria sido a minha vida sem as oportunidades de aprendizagem que eu tive, fico a pensar. Passei os últimos dois anos a tentar desconstruir o sistema de ensino público americano, para o reparar ou substituir. Tenho feito experiências com cerca de 50 000 estudantes, para criar, diria eu, cerca de meia dúzia de escolas, os meus leitores, neste momento. Se algum de vocês estiver interessado nisso gostaria de falar consigo. Eu não sei nada, sou um principiante. Mas faço muitas perguntas e adoraria os vossos conselhos. Muito obrigado. (Aplausos)