Just a moment ago, my daughter Rebecca texted me for good luck. Her text said, "Mom, you will rock." I love this. Getting that text was like getting a hug. And so there you have it. I embody the central paradox. I'm a woman who loves getting texts who's going to tell you that too many of them can be a problem.
Há momentos, a minha filha Rebecca mandou-me uma mensagem de boa sorte. A mensagem dizia: "Mãe, vais arrasar". Eu adoro isto. Receber aquela mensagem foi como receber um abraço. Então, a situação é esta. Eu personifico o paradoxo central. Sou uma mulher que adora receber mensagens mas que vos vai dizer que, em demasia, podem ser um problema.
Actually that reminder of my daughter brings me to the beginning of my story. 1996, when I gave my first TEDTalk, Rebecca was five years old and she was sitting right there in the front row. I had just written a book that celebrated our life on the internet and I was about to be on the cover of Wired magazine. In those heady days, we were experimenting with chat rooms and online virtual communities. We were exploring different aspects of ourselves. And then we unplugged. I was excited. And, as a psychologist, what excited me most was the idea that we would use what we learned in the virtual world about ourselves, about our identity, to live better lives in the real world.
Na verdade, esta recordação da minha filha leva-me ao princípio da minha história. Em 1996, quando fiz a minha primeira palestra no TED, a Rebecca tinha 5 anos e estava sentada mesmo ali na primeira fila. Eu tinha acabado de escrever um livro que celebrava a nossa vida na Internet e estava prestes a ser capa da revista Wired. Nesses dias de glória, estávamos a experimentar salas de diálogo e comunidades virtuais online. Estávamos a explorar os diferentes aspetos de nós próprios. E depois desligávamos. Eu estava empolgada. e, como psicóloga, o que mais me empolgou foi a ideia de que usaríamos o que aprendemos no mundo virtual sobre nós próprios, sobre a nossa identidade, para vivermos uma vida melhor no mundo real.
Now fast-forward to 2012. I'm back here on the TED stage again. My daughter's 20. She's a college student. She sleeps with her cellphone, so do I. And I've just written a new book, but this time it's not one that will get me on the cover of Wired magazine. So what happened? I'm still excited by technology, but I believe, and I'm here to make the case, that we're letting it take us places that we don't want to go.
Agora avancemos rapidamente para 2012. Estou novamente no palco do TED. A minha filha tem 20 anos. É uma estudante universitária. Dorme com o telemóvel, tal como eu. Acabei de escrever um novo livro, mas, desta vez, não é um livro que me irá pôr na capa da revista Wired. Então, o que aconteceu? Ainda estou empolgada pela tecnologia, mas acredito, — e estou aqui para defender a ideia — que estamos a deixá-la levar-nos para sítios para onde não queremos ir.
Over the past 15 years, I've studied technologies of mobile communication and I've interviewed hundreds and hundreds of people, young and old, about their plugged in lives. And what I've found is that our little devices, those little devices in our pockets, are so psychologically powerful that they don't only change what we do, they change who we are. Some of the things we do now with our devices are things that, only a few years ago, we would have found odd or disturbing, but they've quickly come to seem familiar, just how we do things.
Nos últimos 15 anos, tenho estudado tecnologias de comunicação móvel e tenho entrevistado centenas e centenas de pessoas, jovens e adultos, sobre as suas vidas online. Descobri que os nossos pequenos aparelhos, aqueles pequenos aparelhos nos nossos bolsos, são tão poderosos psicologicamente que não só mudam o que nós fazemos, mas mudam quem nós somos. Algumas das coisas que fazemos agora com os nossos aparelhos são coisas que, há apenas uns anos. acharíamos estranhas ou perturbadoras, mas que depressa se tornaram familiares, é apenas como fazemos as coisas.
So just to take some quick examples: People text or do email during corporate board meetings. They text and shop and go on Facebook during classes, during presentations, actually during all meetings. People talk to me about the important new skill of making eye contact while you're texting. (Laughter) People explain to me that it's hard, but that it can be done. Parents text and do email at breakfast and at dinner while their children complain about not having their parents' full attention. But then these same children deny each other their full attention. This is a recent shot of my daughter and her friends being together while not being together. And we even text at funerals. I study this. We remove ourselves from our grief or from our revery and we go into our phones.
Só para dar alguns exemplos rápidos: As pessoas mandam mensagens ou emails durante reuniões da direção da empresa. Mandam mensagens e fazem compras e vão ao Facebook durante as aulas, durante palestras, na verdade durante todas as reuniões. As pessoas falam-me sobre a nova capacidade importante de fazer contacto visual enquanto estamos a mandar mensagens. (Risos) As pessoas explicam-me que é difícil, mas pode ser feito. Os pais mandam mensagens e emails ao pequeno-almoço e ao jantar enquanto os filhos se queixam de não ter a atenção total dos pais. Mas depois estas mesmas crianças negam umas às outras a sua atenção total. Esta é uma foto recente da minha filha e das suas amigas juntas embora não estando juntas. Até mandamos mensagens durante funerais. Eu estudo isto. Nós alienámo-nos da nossa dor ou dos nossos devaneios e vamos para os nossos telefones.
Why does this matter? It matters to me because I think we're setting ourselves up for trouble -- trouble certainly in how we relate to each other, but also trouble in how we relate to ourselves and our capacity for self-reflection. We're getting used to a new way of being alone together. People want to be with each other, but also elsewhere -- connected to all the different places they want to be. People want to customize their lives. They want to go in and out of all the places they are because the thing that matters most to them is control over where they put their attention. So you want to go to that board meeting, but you only want to pay attention to the bits that interest you. And some people think that's a good thing. But you can end up hiding from each other, even as we're all constantly connected to each other.
Porque é que isto é importante? Para mim, é importante porque penso que estamos a preparar-nos para ter problemas, problemas certamente na forma como nos relacionamos uns com os outros, mas também problemas na forma como nos relacionamos com nós próprios e na nossa capacidade para a autorreflexão. Estamos a habituar-nos a uma nova forma de estarmos sozinhos e juntos. As pessoas querem estar umas com as outras, mas também noutro lado, ligadas a todos os diferentes sítios onde querem estar. As pessoas querem personalizar a sua vida. Querem entrar e sair de todos os sítios onde estão porque a coisa mais importante para a maior parte delas é controlar o foco da sua atenção. Então, vocês querem ir àquela reunião da direção mas só querem prestar atenção às partes que vos interessam. Algumas pessoas pensam que isso é uma coisa boa. Mas podem acabar por se esconderem uns dos outros mesmo que estejam constantemente ligadas umas às outras.
A 50-year-old business man lamented to me that he feels he doesn't have colleagues anymore at work. When he goes to work, he doesn't stop by to talk to anybody, he doesn't call. And he says he doesn't want to interrupt his colleagues because, he says, "They're too busy on their email." But then he stops himself and he says, "You know, I'm not telling you the truth. I'm the one who doesn't want to be interrupted. I think I should want to, but actually I'd rather just do things on my Blackberry."
Um homem de negócios de 50 anos queixou-se de que sente já não ter colegas no trabalho. Quando vai para o trabalho, não para, para falar com ninguém, não telefona. E diz que não quer interromper os seus colegas, porque: "Estão demasiado ocupados com os seus emails". mas depois ele interrompe-se a si mesmo e diz: "Sabe, não lhe estou a dizer a verdade. "Eu é que não quero ser interrompido. "Eu acho que devia querer, "mas, na realidade, preferia simplesmente fazer coisas no meu Blackberry".
Across the generations, I see that people can't get enough of each other, if and only if they can have each other at a distance, in amounts they can control. I call it the Goldilocks effect: not too close, not too far, just right. But what might feel just right for that middle-aged executive can be a problem for an adolescent who needs to develop face-to-face relationships. An 18-year-old boy who uses texting for almost everything says to me wistfully, "Someday, someday, but certainly not now, I'd like to learn how to have a conversation."
Ao longo das gerações, vejo que as pessoas não se fartam umas das outras, se e apenas se podem estar longe umas das outras, em quantidades que podem controlar. Chamo-lhe o efeito Goldilocks: não muito perto, não muito longe, a medida certa. Mas o que pode parecer a medida certa para aquele executivo de meia-idade pode ser um problema para um adolescente que precisa de desenvolver relações cara a cara. Um rapaz de 18 anos que usa mensagens para quase tudo diz-me melancolicamente: "Qualquer dia, qualquer dia, "mas certamente não agora, "gostaria de aprender a ter uma conversa".
When I ask people "What's wrong with having a conversation?" People say, "I'll tell you what's wrong with having a conversation. It takes place in real time and you can't control what you're going to say." So that's the bottom line. Texting, email, posting, all of these things let us present the self as we want to be. We get to edit, and that means we get to delete, and that means we get to retouch, the face, the voice, the flesh, the body -- not too little, not too much, just right.
Quando pergunto às pessoas "O que há de errado em ter uma conversa?" as pessoas dizem: "Eu digo-lhe o que está errado com ter uma conversa. "Passa-se em tempo real "e não pode controlar o que vai dizer". Então, esse é o ponto principal. Enviar mensagens, email, publicar, todas essas coisas permitem que nos apresentemos como queremos ser. Temos a possibilidade de editar, e isso significa que podemos apagar, e isso significa que podemos retocar, a face, a voz, a carne, o corpo, não de menos, não demais, na medida certa.
Human relationships are rich and they're messy and they're demanding. And we clean them up with technology. And when we do, one of the things that can happen is that we sacrifice conversation for mere connection. We short-change ourselves. And over time, we seem to forget this, or we seem to stop caring.
As relações humanas são ricas e são confusas e são exigentes. Quando as limpamos com tecnologia. quando o fazemos, uma das coisas que pode acontecer é sacrificarmos a conversa por uma simples ligação. Nós defraudamo-nos a nós próprios. E ao longo do tempo, parece que esquecemos isto, ou parece que deixamos de nos preocupar.
I was caught off guard when Stephen Colbert asked me a profound question, a profound question. He said, "Don't all those little tweets, don't all those little sips of online communication, add up to one big gulp of real conversation?" My answer was no, they don't add up. Connecting in sips may work for gathering discrete bits of information, they may work for saying, "I'm thinking about you," or even for saying, "I love you," -- I mean, look at how I felt when I got that text from my daughter -- but they don't really work for learning about each other, for really coming to know and understand each other. And we use conversations with each other to learn how to have conversations with ourselves. So a flight from conversation can really matter because it can compromise our capacity for self-reflection. For kids growing up, that skill is the bedrock of development.
Eu fui apanhada de surpresa quando Stephen Colbert me fez uma pergunta profunda, uma pergunta profunda. Ele disse: "Esses pequenos tweets todos "esses golinhos todos "de comunicação online, "não se somam num grande gole "de conversa real?" A minha resposta foi não, eles não se somam. Ligar-se aos bocadinhos pode resultar para recolher bocados discretos de informação, pode funcionar para dizer: "Estou a pensar em ti", ou até para dizer: "Amo-te", Vejam como me senti quando recebi aquela mensagem da minha filha. Mas não funcionam realmente para aprendemos uns com os outros, para nos conhecermos e percebermos uns aos outros. E nós usamos as conversas uns com os outros para aprender como ter conversas com nós mesmos. Então, uma fuga à conversa pode ser importante porque pode comprometer a nossa capacidade de autorreflexão. Para os miúdos em crescimento, essa capacidade é a base do desenvolvimento.
Over and over I hear, "I would rather text than talk." And what I'm seeing is that people get so used to being short-changed out of real conversation, so used to getting by with less, that they've become almost willing to dispense with people altogether. So for example, many people share with me this wish, that some day a more advanced version of Siri, the digital assistant on Apple's iPhone, will be more like a best friend, someone who will listen when others won't. I believe this wish reflects a painful truth that I've learned in the past 15 years. That feeling that no one is listening to me is very important in our relationships with technology. That's why it's so appealing to have a Facebook page or a Twitter feed -- so many automatic listeners. And the feeling that no one is listening to me make us want to spend time with machines that seem to care about us.
Oiço repetidamente, "Prefiro mandar mensagens do que falar". E o que estou a ver é que as pessoas habituam-se tanto a serem defraudadas de uma conversa real, tão habituadas a safar-se com menos, que se tornaram quase dispostas a dispensar totalmente as pessoas. Assim, por exemplo, muitas pessoas partilham comigo este desejo, de que algum dia uma versão mais avançada do Siri, o assistente digital no iPhone da Apple, será mais como um melhor amigo, alguém que vai ouvir quando os outros não o fazem. Eu acredito neste desejo reflete uma verdade cruel que aprendi nos últimos 15 anos. Aquela sensação de que ninguém está a ouvir-me é muito importante nas nossas relações com a tecnologia. É por isso que é tão apelativo ter uma página no Facebook ou um feed no Twitter, tantos ouvintes automáticos. A sensação de que ninguém está a ouvir-nos faz-nos querer gastar tempo com máquinas que parecem importar-se connosco.
We're developing robots, they call them sociable robots, that are specifically designed to be companions -- to the elderly, to our children, to us. Have we so lost confidence that we will be there for each other? During my research I worked in nursing homes, and I brought in these sociable robots that were designed to give the elderly the feeling that they were understood. And one day I came in and a woman who had lost a child was talking to a robot in the shape of a baby seal. It seemed to be looking in her eyes. It seemed to be following the conversation. It comforted her. And many people found this amazing.
Estamos a desenvolver robôs, chamamos-lhes robôs sociais, que são especificamente concebidos para serem companheiros para idosos, para as nossas crianças para nós. Será que perdemos a confiança de que estaremos lá uns para os outros? Durante a minha pesquisa trabalhei em lares, e introduzi estes robôs sociáveis que foram concebidos para dar aos idosos a sensação de que eram percebidos. Um dia entrei e uma mulher que tinha perdido uma criança estava a falar para um robô com a forma de uma foca bebé. Parecia estar a olhá-la nos olhos. Parecia estar a acompanhar a conversa. Isso confortou-a. Muita gente acha isto extraordinário.
But that woman was trying to make sense of her life with a machine that had no experience of the arc of a human life. That robot put on a great show. And we're vulnerable. People experience pretend empathy as though it were the real thing. So during that moment when that woman was experiencing that pretend empathy, I was thinking, "That robot can't empathize. It doesn't face death. It doesn't know life."
Mas aquela mulher estava a tentar dar um sentido à sua vida com uma máquina que nunca teve experiência da curva de uma vida humana. Aquele robô deu um grande espetáculo. E nós somos vulneráveis. As pessoas vivem a empatia simulada como se fosse a verdadeira. Assim, durante aquele momento quando aquela mulher estava a viver aquela empatia simulada, eu fiquei a pensar: "Aquele robô não pode sentir empatia. "Não enfrenta a morte. "Não conhece a vida".
And as that woman took comfort in her robot companion, I didn't find it amazing; I found it one of the most wrenching, complicated moments in my 15 years of work. But when I stepped back, I felt myself at the cold, hard center of a perfect storm. We expect more from technology and less from each other. And I ask myself, "Why have things come to this?"
E como aquela mulher encontrou conforto no seu companheiro robótico, não o achei extraordinário. Achei um dos momentos mais dolorosos e complicados nos meus 15 anos de trabalho. Mas quando dei um passo atrás, senti-me no centro frio e duro de uma tempestade perfeita. Nós esperamos mais da tecnologia e menos uns dos outros. E eu pergunto-me: "Como é que as coisas chegaram a este ponto?"
And I believe it's because technology appeals to us most where we are most vulnerable. And we are vulnerable. We're lonely, but we're afraid of intimacy. And so from social networks to sociable robots, we're designing technologies that will give us the illusion of companionship without the demands of friendship. We turn to technology to help us feel connected in ways we can comfortably control. But we're not so comfortable. We are not so much in control.
E acredito ser porque a tecnologia apela à maioria de nós onde somos mais vulneráveis. E nós somos vulneráveis. Sentimo-nos sós, mas temos medo da intimidade. Portanto, das redes sociais a robôs sociáveis, estamos a conceber tecnologias que nos darão a ilusão de companheirismo sem as exigências de uma amizade. Recorremos à tecnologia para nos ajudar a sentirmo-nos ligados de maneiras que podemos controlar facilmente. Mas não estamos tão confortáveis. Não estamos tão em controlo.
These days, those phones in our pockets are changing our minds and hearts because they offer us three gratifying fantasies. One, that we can put our attention wherever we want it to be; two, that we will always be heard; and three, that we will never have to be alone. And that third idea, that we will never have to be alone, is central to changing our psyches. Because the moment that people are alone, even for a few seconds, they become anxious, they panic, they fidget, they reach for a device. Just think of people at a checkout line or at a red light. Being alone feels like a problem that needs to be solved. And so people try to solve it by connecting. But here, connection is more like a symptom than a cure. It expresses, but it doesn't solve, an underlying problem. But more than a symptom, constant connection is changing the way people think of themselves. It's shaping a new way of being.
Hoje em dia, estes telefones nos nossos bolsos estão a mudar as nossas mentes e corações porque nos oferecem três fantasias gratificantes. Primeiro, que podemos colocar a nossa atenção onde quisermos que ela esteja. Segundo, que iremos ser sempre ouvidos. E terceiro, que nunca teremos de estar sozinhos. Esta terceira ideia, de que nunca teremos de estar sozinhos. é fulcral para mudar as nossas mentes. Porque a partir do momento em que as pessoas estão sozinhas, mesmo que por alguns segundos, elas ficam ansiosas, entram em pânico, ficam nervosas, agarram-se a um aparelho. Pensem nas pessoas numa fila de espera ou num semáforo vermelho. Estar sozinho parece ser um problema que necessita de ser resolvido. E então, as pessoas tentam-no resolver ao ligarem-se. Mas neste caso, a ligação é mais como um sintoma do que uma cura. Exprime mas não resolve, um problema de fundo. Mas mais que um sintoma, a ligação constante está a mudar a maneira como as pessoas pensam de si próprias. Está a modelar uma nova maneira de ser.
The best way to describe it is, I share therefore I am. We use technology to define ourselves by sharing our thoughts and feelings even as we're having them. So before it was: I have a feeling, I want to make a call. Now it's: I want to have a feeling, I need to send a text. The problem with this new regime of "I share therefore I am" is that, if we don't have connection, we don't feel like ourselves. We almost don't feel ourselves. So what do we do? We connect more and more. But in the process, we set ourselves up to be isolated.
A melhor maneira para o descrever é, "eu partilho, logo existo". Usamos a tecnologia para nos definirmos a nós mesmos partilhando os nossos pensamentos e sentimentos mesmo enquanto os estamos a ter. Então, antes era: "Eu tenho um sentimento, quero fazer uma chamada". Agora é: "Eu quero ter um sentimento, preciso de enviar uma mensagem". O problema com este novo regime de "eu partilho, logo existo" é que, se não tivermos uma ligação, não nos sentimos como nós próprios. Nós quase não nos sentimos a nós próprios. Então, o que fazemos? Ligamo-nos cada vez mais. Mas no processo, predispomo-nos a estar isolados.
How do you get from connection to isolation? You end up isolated if you don't cultivate the capacity for solitude, the ability to be separate, to gather yourself. Solitude is where you find yourself so that you can reach out to other people and form real attachments. When we don't have the capacity for solitude, we turn to other people in order to feel less anxious or in order to feel alive. When this happens, we're not able to appreciate who they are. It's as though we're using them as spare parts to support our fragile sense of self. We slip into thinking that always being connected is going to make us feel less alone. But we're at risk, because actually it's the opposite that's true. If we're not able to be alone, we're going to be more lonely. And if we don't teach our children to be alone, they're only going to know how to be lonely.
Como é que vamos da ligação ao isolamento? Acabamos isolados se não cultivarmos a capacidade para a solidão, a capacidade de ser separado, para se reunirem a si próprios. A solidão é onde nos encontramo a nós próprios de forma a alcançar as outras pessoas e formar ligações reais. Quando não temos a capacidade para a solidão, viramo-nos para as outras pessoas, de forma a sentirmo-nos menos ansiosos ou de forma a nos sentirmos vivos. Quando isto acontece, quando não somos capazes de apreciar quem eles são, é como se os estivéssemos a usar como peças sobresselentes para apoiar o nosso sentido frágil do ser. Caímos no pensamento de que, estarmos sempre ligados vai fazer-nos sentir menos sozinhos. Mas estamos em risco, porque, na realidade, o contrário é que é verdade. Se não somos capazes de estar sozinhos, vamos estar ainda mais solitários. E se não ensinarmos às nossas crianças a estarem sozinhas, elas só vão saber como estar solitárias.
When I spoke at TED in 1996, reporting on my studies of the early virtual communities, I said, "Those who make the most of their lives on the screen come to it in a spirit of self-reflection." And that's what I'm calling for here, now: reflection and, more than that, a conversation about where our current use of technology may be taking us, what it might be costing us. We're smitten with technology. And we're afraid, like young lovers, that too much talking might spoil the romance. But it's time to talk. We grew up with digital technology and so we see it as all grown up. But it's not, it's early days. There's plenty of time for us to reconsider how we use it, how we build it. I'm not suggesting that we turn away from our devices, just that we develop a more self-aware relationship with them, with each other and with ourselves.
Quando falei no TED em 1996, relatando os meus estudos das primeiras comunidades virtuais, eu disse: "Aqueles que passam a maior parte "da vida no ecrã "chegam a ela num espírito de autorreflexão". E é isso que estou a pedir aqui, agora: reflexão e, mais do que isso, uma conversa sobre onde é que o uso atual da tecnologia estará a levar-nos, o que nos poderá estar a custar. Estamos apaixonados pela tecnologia. E temos medo, como jovens apaixonados, de que demasiada conversa possa estragar o romance. Mas é tempo de falar. Nós crescemos com a tecnologia digital e assim vemo-la como desenvolvida. Mas não está, ainda é cedo. Há muito tempo para reconsiderarmos a forma de usá-la, como a construímos. Não estou a sugerir que desliguemos os nossos aparelhos, apenas que desenvolvamos uma relação mais autoconsciente com eles, uns com os outros e com nós próprios.
I see some first steps. Start thinking of solitude as a good thing. Make room for it. Find ways to demonstrate this as a value to your children. Create sacred spaces at home -- the kitchen, the dining room -- and reclaim them for conversation. Do the same thing at work. At work, we're so busy communicating that we often don't have time to think, we don't have time to talk, about the things that really matter. Change that. Most important, we all really need to listen to each other, including to the boring bits. Because it's when we stumble or hesitate or lose our words that we reveal ourselves to each other.
Vejo alguns primeiros passos. Comecem a pensar na solidão como uma coisa boa. Deem-lhe espaço. Encontrem maneiras de demonstrar isso enquanto um valor para os vossos filhos. Criem espaços sagrados em casa — a cozinha, a sala de jantar — e recuperem-nas para conversar. Façam a mesma coisa no trabalho. No trabalho, estamos tão ocupados a comunicar que, muitas das vezes, não temos tempo para pensar, não temos tempo para falar, sobre as coisas que realmente importam. Mudem isso. Acima de tudo, todos nós precisamos de nos ouvir uns aos outros, incluindo as partes aborrecidas. Porque é quando tropeçamos ou hesitamos ou perdemos as palavras que nos revelamos uns aos outros.
Technology is making a bid to redefine human connection -- how we care for each other, how we care for ourselves -- but it's also giving us the opportunity to affirm our values and our direction. I'm optimistic. We have everything we need to start. We have each other. And we have the greatest chance of success if we recognize our vulnerability. That we listen when technology says it will take something complicated and promises something simpler.
A tecnologia está a fazer uma proposta para redefinir a ligação humana — como nos preocupamos uns com os outros, como nos preocupamos com nós próprios — mas está também a dar-nos a oportunidade de afirmar os nosso valores e o nosso caminho. Eu sou otimista. Temos tudo o que precisamos para começar. Temo-nos uns aos outros. E temos a maior probabilidade de sucesso se reconhecermos a nossa vulnerabilidade. Que escutemos quando a tecnologia diz que pegará em algo complicado e promete algo mais simples.
So in my work, I hear that life is hard, relationships are filled with risk. And then there's technology -- simpler, hopeful, optimistic, ever-young. It's like calling in the cavalry. An ad campaign promises that online and with avatars, you can "Finally, love your friends love your body, love your life, online and with avatars." We're drawn to virtual romance, to computer games that seem like worlds, to the idea that robots, robots, will someday be our true companions. We spend an evening on the social network instead of going to the pub with friends.
Assim, no meu trabalho, oiço que a vida é difícil, as relações estão cheias de risco. E depois há a tecnologia, mais simples, esperançosa, otimista, sempre jovem. É como chamar a cavalaria. Uma campanha publicitária promete que online e com avatares, podem: "Finalmente, gostar dos vossos amigos gostar do vosso corpo, gostar da vossa vida, online e com avatares". Somos atraídos para um romance virtual, para jogos de computadores que se parecem com mundos, para a ideia que os robôs serão um dia os nossos verdadeiros companheiros. Passamos um serão na rede social em vez de ir a um bar com os amigos.
But our fantasies of substitution have cost us. Now we all need to focus on the many, many ways technology can lead us back to our real lives, our own bodies, our own communities, our own politics, our own planet. They need us. Let's talk about how we can use digital technology, the technology of our dreams, to make this life the life we can love.
Mas as nossas fantasias de substituição têm-nos custado. Agora todos temos de nos focar nas muitas, muitas maneiras em que a tecnologia nos pode fazer regressar à nossa vida real, ao nosso próprio corpo, às nossas próprias comunidades, às nossas próprias políticas, ao nosso próprio planeta. Eles precisam de nós. Vamos falar sobre como podemos usar a tecnologia digital, a tecnologia dos nossos sonhos, para fazer desta vida a vida que podemos amar.
Thank you.
Obrigada.
(Applause)
(Aplausos)