Now this is a very un-TED-like thing to do, but let's kick off the afternoon with a message from a mystery sponsor.
Isto é pouco característico do TED, mas vamos começar a tarde com uma mensagem de um patrocinador misterioso.
Anonymous: Dear Fox News, it has come to our unfortunate attention that both the name and nature of Anonymous has been ravaged. We are everyone. We are no one. We are anonymous. We are legion. We do not forgive. We do not forget. We are but the base of chaos.
Anónimo: Cara Fox News, infelizmente, tomámos, conhecimento de que o nome e a natureza do Anonymous foram devastados. Nós somos todos e não somos ninguém. Somos anónimos. Somos uma legião. Não perdoamos. Não esquecemos. Somos a base do caos.
Misha Glenny: Anonymous, ladies and gentlemen -- a sophisticated group of politically motivated hackers who have emerged in 2011. And they're pretty scary. You never know when they're going to attack next, who or what the consequences will be. But interestingly, they have a sense of humor. These guys hacked into Fox News' Twitter account to announce President Obama's assassination. Now you can imagine the panic that would have generated in the newsroom at Fox. "What do we do now? Put on a black armband, or crack open the champagne?" (Laughter) And of course, who could escape the irony of a member of Rupert Murdoch's News Corp. being a victim of hacking for a change.
Misha Glenny: "Anonymous", senhoras e senhores um grupo sofisticado de hackers motivados politicamente que surgiu em 2011. São muito assustadores. Nunca sabemos quando vão atacar, quem vão atacar, ou quais serão as consequências. Mas, curiosamente, eles têm um sentido de humor. Estes tipos entraram na conta do Twitter da Fox News para anunciar o assassínio do Presidente Obama. Agora podem imaginar o pânico que se deve ter gerado nos estúdios da Fox. "O que é que fazemos agora? Pomos uma braçadeira negra, ou abrimos o champanhe?" (Risos) E, claro, quem poderia escapar à ironia de um membro da empresa de Rupert Murdoch ser uma vítima de pirataria, para variar.
(Laughter)
(Risos)
(Applause)
(Aplausos)
Sometimes you turn on the news and you say, "Is there anyone left to hack?" Sony Playstation Network -- done, the government of Turkey -- tick, Britain's Serious Organized Crime Agency -- a breeze, the CIA -- falling off a log. In fact, a friend of mine from the security industry told me the other day that there are two types of companies in the world: those that know they've been hacked, and those that don't. I mean three companies providing cybersecurity services to the FBI have been hacked. Is nothing sacred anymore, for heaven's sake?
Por vezes vemos as notícias e pensamos: "Ainda haverá alguém para piratear?" A rede da Sony Playstation, já está. O governo da Turquia, já está. A Agência Britânica de Crime Organizado, facílimo. A CIA, canja. Um amigo meu da indústria da segurança disse-me no outro dia que há dois tipos de empresas no mundo: as que sabem que foram pirateadas e as que não sabem. (Risos) Quero dizer, três empresas que asseguravam serviços de cibersegurança ao FBI foram pirateadas.
Anyway, this mysterious group Anonymous -- and they would say this themselves -- they are providing a service by demonstrating how useless companies are at protecting our data. But there is also a very serious aspect to Anonymous -- they are ideologically driven. They claim that they are battling a dastardly conspiracy. They say that governments are trying to take over the Internet and control it, and that they, Anonymous, are the authentic voice of resistance -- be it against Middle Eastern dictatorships, against global media corporations, or against intelligence agencies, or whoever it is. And their politics are not entirely unattractive. Okay, they're a little inchoate. There's a strong whiff of half-baked anarchism about them. But one thing is true: we are at the beginning of a mighty struggle for control of the Internet. The Web links everything, and very soon it will mediate most human activity. Because the Internet has fashioned a new and complicated environment for an old-age dilemma that pits the demands of security with the desire for freedom.
Já não haverá nada a salvo, por amor de Deus? Continuando, este grupo misterioso "Anonymous" — como se intitulam — estão a prestar um serviço demonstrando como as empresas são inúteis a tentar proteger os nossos dados. Mas este é também um aspeto muito sério do Anonymous, eles são motivados ideologicamente. Argumentam que estão a combater uma terrível conspiração. Dizem que os governos estão a tentar dominar a Internet e controlá-la, e que eles, Anonymous, são a voz autêntica da resistência, seja contra as ditaduras do Médio Oriente, contra as empresas dos media globais, ou contra as agências de informações secretas, ou quem quer que seja. A política deles não é totalmente desinteressante. Tudo bem, eles são um pouco incipientes. Há um forte cheiro a anarquia incipiente neles. Mas uma coisa é certa. Nós estamos no começo de uma forte luta pelo controlo da Internet. A web interliga tudo, e, muito em breve, irá mediar a maior parte da atividade humana. Porque a Internet tem criado um novo e complicado ambiente para um dilema antigo que diz respeito à relação entre a necessidade de segurança e o desejo de liberdade.
Now this is a very complicated struggle. And unfortunately, for mortals like you and me, we probably can't understand it very well. Nonetheless, in an unexpected attack of hubris a couple of years ago, I decided I would try and do that. And I sort of get it. These were the various things that I was looking at as I was trying to understand it. But in order to try and explain the whole thing, I would need another 18 minutes or so to do it, so you're just going to have to take it on trust from me on this occasion, and let me assure you that all of these issues are involved in cybersecurity and control of the Internet one way or the other, but in a configuration that even Stephen Hawking would probably have difficulty trying to get his head around. So there you are. And as you see, in the middle, there is our old friend, the hacker. The hacker is absolutely central to many of the political, social and economic issues affecting the Net. And so I thought to myself, "Well, these are the guys who I want to talk to." And what do you know, nobody else does talk to the hackers. They're completely anonymous, as it were.
Esta é uma luta muito complicada. E, infelizmente, para meros mortais como vocês e eu, nós provavelmente não a conseguimos perceber muito bem. Todavia, num inesperado ataque de orgulho, há uns anos, decidi que ia tentar fazer isso. E pensei que tinha compreendido. Estas eram as várias coisas que procurava quando estava a tentar compreender isto. Mas para poder explicar tudo isto, precisava de outros 18 minutos para o fazer, por isso vão ter de confiar em mim desta vez, e deixar que vos assegure que todas estas questões estão relacionadas com a cibersegurança e o controlo da Internet de uma maneira ou de outra, mas numa configuração que até o Stephen Hawking teria provavelmente dificuldade em compreender. Por isso aqui têm. Como podem ver, no meio, está o nosso velho amigo, o Hacker. O hacker é absolutamente central para muitas das questões políticas, sociais e económicas que estão a afetar a Internet. Por isso, pensei para comigo mesmo: "Bem, estes são os rapazes com quem quero conversar." E sabem que mais? Ninguém fala com os hackers. Eles são completamente anónimos, por assim dizer.
So despite the fact that we are beginning to pour billions, hundreds of billions of dollars, into cybersecurity -- for the most extraordinary technical solutions -- no one wants to talk to these guys, the hackers, who are doing everything. Instead, we prefer these really dazzling technological solutions, which cost a huge amount of money. And so nothing is going into the hackers. Well, I say nothing, but actually there is one teeny weeny little research unit in Turin, Italy called the Hackers Profiling Project. And they are doing some fantastic research into the characteristics, into the abilities and the socialization of hackers. But because they're a U.N. operation, maybe that's why governments and corporations are not that interested in them. Because it's a U.N. operation, of course, it lacks funding. But I think they're doing very important work. Because where we have a surplus of technology in the cybersecurity industry, we have a definite lack of -- call me old-fashioned -- human intelligence.
Por isso, apesar do facto de estarmos a começar a gastar milhares de milhões, centenas de milhares de milhões de dólares em cibersegurança, para as mais extraordinárias soluções técnicas, ninguém quer falar com estes tipos, os hackers, que são quem está a fazer tudo. Em vez disso, preferimos fascinantes soluções tecnológicas, que custam enormes quantias de dinheiro. Por isso, nada está a ir para os hackers. Bem, eu digo "nada", mas, na verdade, há uma minúscula unidade de investigação em Turim, na Itália chamada "Projeto de Identificação de Hackers". Estão a fazer uma investigação fantástica sobre as características, as capacidades e sobre a socialização dos hackers. Mas como é uma operação da ONU, talvez seja por isso que os governos e as empresas não estão muito interessados neles. Como é uma operação da ONU, obviamente não têm financiamento suficiente. Mas eu creio que eles estão a fazer um trabalho muito importante. Porque onde temos um superavit de tecnologia na indústria da cibersegurança, temos definitivamente falta — chamem-me antiquado — de inteligência humana.
Now, so far I've mentioned the hackers Anonymous who are a politically motivated hacking group. Of course, the criminal justice system treats them as common old garden criminals. But interestingly, Anonymous does not make use of its hacked information for financial gain. But what about the real cybercriminals? Well real organized crime on the Internet goes back about 10 years when a group of gifted Ukrainian hackers developed a website, which led to the industrialization of cybercrime. Welcome to the now forgotten realm of CarderPlanet. This is how they were advertising themselves a decade ago on the Net. Now CarderPlanet was very interesting. Cybercriminals would go there to buy and sell stolen credit card details, to exchange information about new malware that was out there. And remember, this is a time when we're seeing for the first time so-called off-the-shelf malware. This is ready for use, out-of-the-box stuff, which you can deploy even if you're not a terribly sophisticated hacker.
Até agora mencionei os hackers Anonymous que são um grupo de hackers motivados politicamente. É claro que, o sistema de justiça criminal trata-os como banais criminosos de jardim. Mas, curiosamente, os Anonymous não fazem uso das informações que pirateiam para obterem ganhos financeiros. E os verdadeiros cibercriminosos? Bem, o verdadeiro crime organizado na Internet remonta há cerca de 10 anos quando um grupo de talentosos hackers ucranianos desenvolveu um website que levou à industrialização do cibercrime. Bem-vindos ao agora esquecido território do CarderPlanet! Era assim que eles se anunciavam há uma década, na Internet. O CarderPlanet era muito interessante. Os cibercriminosos iam lá para comprar e vender dados de cartões de crédito roubados, para trocar informações sobre novo malware que lá havia. Lembrem-se, isto era numa altura em que estávamos a ver pela primeira vez o chamado "malware pronto a usar". Pronto a usar, coisas "out-of-the-box", que podemos instalar mesmo se não formos hackers sofisticados.
And so CarderPlanet became a sort of supermarket for cybercriminals. And its creators were incredibly smart and entrepreneurial, because they were faced with one enormous challenge as cybercriminals. And that challenge is: How do you do business, how do you trust somebody on the Web who you want to do business with when you know that they're a criminal? (Laughter) It's axiomatic that they're dodgy, and they're going to want to try and rip you off. So the family, as the inner core of CarderPlanet was known, came up with this brilliant idea called the escrow system. They appointed an officer who would mediate between the vendor and the purchaser. The vendor, say, had stolen credit card details; the purchaser wanted to get a hold of them. The purchaser would send the administrative officer some dollars digitally, and the vendor would sell the stolen credit card details. And the officer would then verify if the stolen credit card worked. And if they did, he then passed on the money to the vendor and the stolen credit card details to the purchaser. And it was this which completely revolutionized cybercrime on the Web. And after that, it just went wild. We had a champagne decade for people who we know as Carders.
Por isso o CarderPlanet tornou-se numa espécie de supermercado para os cibercriminosos. Os seus criadores foram incrivelmente inteligentes e empreendedores, porque enfrentaram um enorme problema enquanto cibercriminosos. E esse problema é: Como é que se fazem negócios, como é que se confia em alguém na web com quem queremos fazer negócios quando sabemos que eles são criminosos? (Risos) É incontestável que eles são manhosos, e que vão querer tentar roubar-te. Por isso, a "família", como era conhecido o núcleo duro do CarderPlanet, chegou a esta brilhante ideia chamada "o sistema de garantias". Eles nomearam um agente que fazia de mediador entre o vendedor e o comprador. O vendedor, por exemplo, tinha dados de cartões de crédito roubados; o comprador queria ter-lhes acesso. O comprador enviava ao agente administrativo uns dólares eletronicamente, e o vendedor transmitia os dados dos cartões de crédito roubados. E o agente verificava então se o cartão de crédito roubado funcionava. Se funcionasse, passaria então o dinheiro para o vendedor e os detalhes do cartão de crédito roubado ao comprador. Foi isto que revolucionou completamente o cibercrime na web. Depois disso, foi a loucura. Tivemos a década do champagne para estas pessoas que conhecemos por "carders".
Now I spoke to one of these Carders who we'll call RedBrigade -- although that wasn't even his proper nickname -- but I promised I wouldn't reveal who he was. And he explained to me how in 2003 and 2004 he would go on sprees in New York, taking out $10,000 from an ATM here, $30,000 from an ATM there, using cloned credit cards. He was making, on average a week, $150,000 -- tax free of course. And he said that he had so much money stashed in his upper-East side apartment at one point that he just didn't know what to do with it and actually fell into a depression. But that's a slightly different story, which I won't go into now. Now the interesting thing about RedBrigade is that he wasn't an advanced hacker. He sort of understood the technology, and he realized that security was very important if you were going to be a Carder, but he didn't spend his days and nights bent over a computer, eating pizza, drinking coke and that sort of thing. He was out there on the town having a fab time enjoying the high life.
Eu falei com um destes carders a que vou chamar RedBrigade. embora esse não fosse a sua verdadeira alcunha, mas eu prometi que não revelaria quem ele é. Ele explicou-me como, em 2003 e em 2004, ia às compras em Nova Iorque, tirando 10 000 dólares de um multibanco num lado, 30 000 dólares de um multibanco no outro, usando cartões de crédito clonados. Ganhava, em média, por semana, 150 000 dólares! isentos de impostos, claro. Disse-me que tinha tanto dinheiro guardado no seu apartamento que, a certa altura, não sabia o que fazer com ele acabando por entrar em depressão. Mas essa é uma história um pouco diferente, que não vou abordar, por agora. O que é interessante acerca do RedBrigade é que ele não era um hacker profissional. Ele percebia a tecnologia, e compreendia que a segurança era muito importante se se quisesse ser um "carder", mas ele não passava os seus dias e noites debruçado sobre um computador, a comer pizza, a beber uma coca cola e esse tipo de coisas. Ele andava pela cidade divertindo-se na boa vida.
And this is because hackers are only one element in a cybercriminal enterprise. And often they're the most vulnerable element of all. And I want to explain this to you by introducing you to six characters who I met while I was doing this research. Dimitry Golubov, aka SCRIPT -- born in Odessa, Ukraine in 1982. Now he developed his social and moral compass on the Black Sea port during the 1990s. This was a sink-or-swim environment where involvement in criminal or corrupt activities was entirely necessary if you wanted to survive. As an accomplished computer user, what Dimitry did was to transfer the gangster capitalism of his hometown onto the Worldwide Web. And he did a great job in it. You have to understand though that from his ninth birthday, the only environment he knew was gangsterism. He knew no other way of making a living and making money.
E isto acontece porque os hackers são apenas um dos elementos numa empresa de cibercrime. Frequentemente, eles são o elemento mais vulnerável. Eu quero explicar-vos isto apresentando-vos seis indivíduos que eu conheci enquanto estava a investigar. Dimitry Golybov, também conhecido por SCRIPT, nascido em Odessa, Ucrânia, em 1982. Ele desenvolveu as suas orientações sociais e morais no porto do Mar Negro, durante a década de 90. Era um ambiente de "nada ou afogas-te" onde o envolvimento em atividades corruptas ou criminosas era inteiramente necessário se se quisesse sobreviver. Como era um talentoso utilizador informático, Dimitry transferiu o capitalismo gangster da sua terra natal para a Worlwide Web. E fez um excelente trabalho. Têm de perceber todavia que, desde o seu nono aniversário, o único ambiente que ele conhecia era o ambiente dos gangsters. Não conhecia outra forma de ganhar a vida e de ganhar dinheiro.
Then we have Renukanth Subramaniam, aka JiLsi -- founder of DarkMarket, born in Colombo, Sri Lanka. As an eight year-old, he and his parents fled the Sri Lankan capital because Singhalese mobs were roaming the city, looking for Tamils like Renu to murder. At 11, he was interrogated by the Sri Lankan military, accused of being a terrorist, and his parents sent him on his own to Britain as a refugee seeking political asylum. At 13, with only little English and being bullied at school, he escaped into a world of computers where he showed great technical ability, but he was soon being seduced by people on the Internet. He was convicted of mortgage and credit card fraud, and he will be released from Wormwood Scrubs jail in London in 2012.
Depois temos o Renukanth Subramaniam, também conhecido como JiLsi, fundador do DarkMarket, nascido em Colombo, no Sri Lanka. Quando tinha oito anos, ele e os pais fugiram da capital do Sri Lanka, porque as rebeliões cingalesas estavam a deambular pela cidade, procurando tâmiles como o Renu, para os assassinar. Aos 11 anos, foi interrogado por militares cingaleses, acusado de ser terrorista, e os pais enviaram-no sozinho para a Grã-Bretanha como um refugiado procurando asílo político. Aos 13 anos, com poucos conhecimentos de inglês e vítima de bullying na escola, refugiou-se no mundo dos computadores, onde demonstrou grande habilidade técnica, mas cedo se deixou seduzir por pessoas na Internet. Foi condenado por fraude de cartões de crédito e de hipotecas, e será libertado da prisão Wormwood Scrubs em Londres em 2012.
Matrix001, who was an administrator at DarkMarket. Born in Southern Germany to a stable and well-respected middle class family, his obsession with gaming as a teenager led him to hacking. And he was soon controlling huge servers around the world where he stored his games that he had cracked and pirated. His slide into criminality was incremental. And when he finally woke up to his situation and understood the implications, he was already in too deep.
Matrix001, que era um administrador no DarkMarket. Nascido no sul da Alemanha numa família estável e respeitada, de classe média, era, em jovem, viciado em jogos de computador o que o acabou por levar à pirataria, e cedo começou a controlar enormes servidores por todo o mundo onde armazenava os jogos que ia violando e pirateando. A sua entrada na criminalidade foi progressiva. Quando finalmente acordou para a situação e compreendeu as implicações, já estava demasiado envolvido.
Max Vision, aka ICEMAN -- mastermind of CardersMarket. Born in Meridian, Idaho. Max Vision was one of the best penetration testers working out of Santa Clara, California in the late 90s for private companies and voluntarily for the FBI. Now in the late 1990s, he discovered a vulnerability on all U.S. government networks, and he went in and patched it up -- because this included nuclear research facilities -- sparing the American government a huge security embarrassment. But also, because he was an inveterate hacker, he left a tiny digital wormhole through which he alone could crawl. But this was spotted by an eagle-eye investigator, and he was convicted. At his open prison, he came under the influence of financial fraudsters, and those financial fraudsters persuaded him to work for them on his release. And this man with a planetary-sized brain is now serving a 13-year sentence in California.
Max Vision, também conhecido por ICEMAN, o cérebro do cardersMarket. Nascido em Meridian, no estado de Idaho. Max Vision era um dos melhores "testadores de infiltração" a trabalhar em Santa Clara, na Califórnia nos finais dos anos 90 para empresas privadas e voluntariamente para o FBI. No final da década de 90, ele descobriu uma vulnerabilidade em todas as redes do governo americano, conseguiu entrar nelas e salvá-las — porque isto incluía unidades de investigação nuclear — livrando o governo americano de um enorme embaraço em matéria de segurança. Mas como ele era um hacker inveterado, deixava sempre um "buraquinho" digital pelo qual só ele conseguia entrar. Isso foi descoberto por um investigador de olho clínico, e ele foi condenado. Na prisão, foi influenciado por autores de fraudes financeiras, e esses indivíduos fraudulentos persuadiram-no a trabalhar para eles quando fosse libertado. Este homem, com um cérebro do tamanho do planeta, está agora a cumprir uma pena de 13 anos na Califórnia.
Adewale Taiwo, aka FreddyBB -- master bank account cracker from Abuja in Nigeria. He set up his prosaically entitled newsgroup, bankfrauds@yahoo.co.uk before arriving in Britain in 2005 to take a Masters in chemical engineering at Manchester University. He impressed in the private sector, developing chemical applications for the oil industry while simultaneously running a worldwide bank and credit card fraud operation that was worth millions until his arrest in 2008.
Adewale Taiwo, também conhecido por FeddyBB, um hacker especialista em contas bancárias natural de Abuja, na Nigéria. Instituiu o seu grupo de discussão, prosaicamente intitulado, bankfrauds@yahoo.co.uk... (Risos) .... antes de chegar à Grã-Bretanha em 2005. para tirar um mestrado em engenharia química na Universidade de Manchester. Causou sensação no setor privado, desenvolvendo aplicações químicas para a indústria de petróleo ao mesmo tempo que desencadeava uma operação de fraude bancária à escala mundial que lhe valeu milhões até à sua detenção em 2008.
And then finally, Cagatay Evyapan, aka Cha0 -- one of the most remarkable hackers ever, from Ankara in Turkey. He combined the tremendous skills of a geek with the suave social engineering skills of the master criminal. One of the smartest people I've ever met. He also had the most effective virtual private network security arrangement the police have ever encountered amongst global cybercriminals.
E, finalmente, Cagatay Evyapan, conhecido também por Cha0, um dos mais notáveis hackers de sempre, natural de Ancara, na Turquia. Aliava as aptidões extraordinárias de um geek com capacidades de engenharia social de um mestre do crime. Uma das pessoas mais inteligentes que eu já conheci. Ele também tinha a mais eficaz combinação de redes virtuais privadas de segurança que a polícia já alguma vez encontrara entre os cibercriminosos globais.
Now the important thing about all of these people is they share certain characteristics despite the fact that they come from very different environments. They are all people who learned their hacking skills in their early to mid-teens. They are all people who demonstrate advanced ability in maths and the sciences. Remember that, when they developed those hacking skills, their moral compass had not yet developed. And most of them, with the exception of SCRIPT and Cha0, they did not demonstrate any real social skills in the outside world -- only on the Web.
Agora a coisa mais importante sobre todas estas pessoas é que eles partilham determinadas características apesar de virem de ambientes muito diferentes. Todos eles desenvolveram as suas capacidades de pirataria na sua adolescência. Todos eles são pessoas que demonstram conhecimentos avançados em matemática e nas ciências. Lembrem-se que, quando eles desenvolveram essas capacidades, a sua consciência moral ainda não se tinha desenvolvido. A maior parte deles, com a exceção do SCRIPT e do Cha0, não demonstrou quaisquer capacidades sociais no mundo exterior, apenas na Web.
And the other thing is the high incidence of hackers like these who have characteristics which are consistent with Asperger's syndrome. Now I discussed this with Professor Simon Baron-Cohen who's the professor of developmental psychopathology at Cambridge. And he has done path-breaking work on autism and confirmed, also for the authorities here, that Gary McKinnon -- who is wanted by the United States for hacking into the Pentagon -- suffers from Asperger's and a secondary condition of depression. And Baron-Cohen explained that certain disabilities can manifest themselves in the hacking and computing world as tremendous skills, and that we should not be throwing in jail people who have such disabilities and skills because they have lost their way socially or been duped.
Outra coisa é a elevada incidência de hackers como estes que têm características que são consistentes com a síndrome de Asperger. Eu discuti isto com o Professor Simon Baron-Cohen que é professor de psicopatologia do desenvolvimento em Cambridge. Ele tem feito um trabalho pioneiro sobre o autismo e confirmou, também para as autoridades, que Gary McKinnon — que é procurado pelos EUA por ter pirateado o Pentágono — sofre de síndrome de Asperger e de efeitos secundários de depressão. Baron-Cohen explicou que certas incapacidades podem manifestar-se no mundo da informática e da pirataria como aptidões tremendas, e que não devíamos estar a mandar para a prisão pessoas que têm estas incapacidades e aptidões por se terem perdido do ponto de vista social ou porque foram um fracasso.
Now I think we're missing a trick here, because I don't think people like Max Vision should be in jail. And let me be blunt about this. In China, in Russia and in loads of other countries that are developing cyber-offensive capabilities, this is exactly what they are doing. They are recruiting hackers both before and after they become involved in criminal and industrial espionage activities -- are mobilizing them on behalf of the state. We need to engage and find ways of offering guidance to these young people, because they are a remarkable breed. And if we rely, as we do at the moment, solely on the criminal justice system and the threat of punitive sentences, we will be nurturing a monster we cannot tame.
Eu penso que nós estamos a falhar aqui, porque não acredito que pessoas como o Max Vision devam estar na prisão. E permitam-me que seja franco. Na China, na Rússia, e em muitos outros países que estão a desenvolver capacidades ciberofensivas, é precisamente isso que estão a fazer. Estão a recrutar hackers antes e depois de eles se terem envolvido em atividades criminosas e de espionagem industrial. Estão a mobilizá-los em nome do Estado. Precisamos de nos empenhar e encontrar formas de proporcionar orientação a estes jovens, porque eles são uma espécie extraordinária. Se nós confiarmos, como neste momento, simplesmente no sistema de justiça criminal e na ameaça de sentenças punitivas, estaremos a nutrir um monstro que não podermos domar.
Thank you very much for listening.
Obrigado pela vossa atenção.
(Applause)
(Aplausos)
Chris Anderson: So your idea worth spreading is hire hackers. How would someone get over that kind of fear that the hacker they hire might preserve that little teensy wormhole?
Chris Anderson: A ideia que você acha que vale a pena divulgar é: contratem hackers. Como é que alguém supera o medo de que o hacker que contratar possa preservar aquele pequenino "buraquinho" digital?
MG: I think to an extent, you have to understand that it's axiomatic among hackers that they do that. They're just relentless and obsessive about what they do. But all of the people who I've spoken to who have fallen foul of the law, they have all said, "Please, please give us a chance to work in the legitimate industry. We just never knew how to get there, what we were doing. We want to work with you."
MG: Eu acredito que, de certa forma, temos de compreender que é incontestável entre os hackers que eles fazem isso. Eles são simplesmente incansáveis e obsessivos naquilo que fazem. Mas todas as pessoas com que falei que tiveram problemas com a lei, todas elas disseram: "Por favor, por favor, deem-nos uma oportunidade "para trabalharmos legitimamente na indústria. "Nós não sabíamos como lá chegar, não sabíamos o que estávamos a fazer. "Nós queremos trabalhar convosco."
Chris Anderson: Okay, well that makes sense. Thanks a lot Misha.
CA: Ok, isso faz sentido. Muito obrigado Misha.
(Applause)
(Aplausos)