I am no designer, nope, no way. My dad was, which is kind of an interesting way to grow up. I had to figure out what it is my dad did and why it was important.
Não sou designer; não, de jeito nenhum. Meu pai era, o que tornou interessante minha infância. Tive de entender o que meu pai fazia e por que aquilo era importante.
Dad talked a lot about bad design when we were growing up, you know, "Bad design is just people not thinking, John," he would say whenever a kid would be injured by a rotary lawn mower or, say, a typewriter ribbon would get tangled or an eggbeater would get jammed in the kitchen.
Quando éramos pequenos, papai costumava falar muito sobre o mau design. “O mau design é simplesmente gente que não pensa, John”, dizia ele quando um garoto se machucava num cortador de grama ou quando a fita da máquina de escrever embolava, ou as hélices da batedeira de bolo ficavam atoladas.
You know, "Design -- bad design, there's just no excuse for it. It's letting stuff happen without thinking about it. Every object should be about something, John. It should imagine a user. It should cast that user in a story starring the user and the object.
“O mau design não tem desculpa. É deixar a coisa acontecer sem raciocinar sobre ela. Todo objeto deveria ser sobre algo, John. Deveria imaginar um usuário e colocar esse usuário numa história em que ele e o objeto fossem as estrelas”.
Good design," my dad said, "is about supplying intent." That's what he said.
“O bom design”, dizia meu pai, “tem a ver com imprimir intenção”. É o que ele dizia.
Dad helped design the control panels for the IBM 360 computer. That was a big deal; that was important. He worked for Kodak for a while; that was important. He designed chairs and desks and other office equipment for Steelcase; that was important. I knew design was important in my house because, for heaven's sake, it put food on our table, right?
Papai ajudou a projetar os painéis de controle do computador IBM 360. Foi algo importante. Trabalhou para a Kodak por um bom tempo. Projetou cadeiras, mesas e equipamentos de escritório para a Steelcase. que foi algo importante. Eu sabia que o design era importante lá em casa,
And design was in everything my dad did.
afinal era o que colocava comida em nossa mesa.
He had a Dixieland jazz band when we were growing up, and he would always cover Louis Armstrong tunes. And I would ask him every once in a while,
E o design estava em tudo o que meu pai fazia. Quando éramos garotos, ele tinha uma banda de jazz Dixieland, e sempre tocava músicas do Louis Armstrong. E de vez em quando eu perguntava a ele:
"Dad, do you want it to sound like the record?" We had lots of old jazz records lying around the house. And he said, "No, never, John, never. The song is just a given, that's how you have to think about it. You gotta make it your own. You gotta design it. Show everyone what you intend," is what he said. "Doing that, acting by design, is what we all should be doing. It's where we all belong."
“Pai, você quer que fique parecido com o disco?” Havia discos antigos de jazz espalhados pela casa, e ele: “Não, jamais, John, jamais. A música é só algo dado, e é assim que temos de considerá-la. Você tem de torná-la sua, tem de recriá-la, mostrar a todo mundo sua intenção”, é o que ele dizia. “Agir movidos pelo design é o que todos deveríamos estar fazendo. É o nosso lugar”.
All of us? Designers? Oh, oh, Dad. Oh, Dad.
Todos nós? Designers? Ai, pai, ai, pai.
The song is just a given. It's how you cover it that matters. Well, let's hold on to that thought for just a minute. It's kind of like this wheelchair I'm in, right? The original tune? It's a little scary.
A canção é só algo dado. O que importa é como você a recria. Bem, vamos deixar essa ideia um pouco de lado. É como esta cadeira de rodas em que estou, tá bem? A música original? É um pouco assustadora.
"Ooh, what happened to that dude? He can't walk. Anybody know the story? Anybody?"
"Puxa, o que aconteceu com esse cara? Ele não pode andar. Alguém sabe o que aconteceu com ele? Alguém aí sabe?”
I don't like to talk about this very much, but I'll tell you guys the story today. All right, exactly 36 years ago this week, that's right, I was in a poorly designed automobile that hit a poorly designed guardrail on a poorly designed road in Pennsylvania, and plummeted down a 200-foot embankment and killed two people in the car. But ever since then, the wheelchair has been a given in my life. My life, at the mercy of good design and bad design.
Não gosto muito de falar disso, mas hoje vou contar essa história. Bem, esta semana, há exatamente 36 anos, eu estava num automóvel mal projetado que bateu numa mureta de proteção mal projetada, numa estrada mal projetada na Pensilvânia, que despencou de 60 metros de altura e matou duas pessoas no carro. Assim, desde então, a cadeira de rodas tem sido algo dado na minha vida. Minha vida à mercê de um bom design e de um mau design.
Think about it. Now, in design terms, a wheelchair is a very difficult object. It mostly projects tragedy and fear and misfortune, and it projects that message, that story, so strongly that it almost blots out anything else.
Vejam: em termos de design, uma cadeira de rodas é um objeto muito difícil. Primeiramente, ela projeta tragédia, medo e infortúnio, e projeta aquela mensagem, aquela história, tão forte que quase estraga todo o resto.
I roll swiftly through an airport, right? And moms grab their kids out of the way and say, "Don't stare!" The poor kid, you know, has this terrified look on his face, God knows what they think. And for decades, I'm going, why does this happen? What can I do about it? How can I change this? I mean there must be something. So I would roll, I'd make no eye contact -- just kinda frown, right? Or I'd dress up really, really sharply or something. Or I'd make eye contact with everyone -- that was really creepy; that didn't work at all. (Laughter) You know anything, I'd try. I wouldn't shower for a week -- nothing worked.
Quando deslizo rapidamente por um aeroporto, as mães tiram os filhos do caminho dizendo: “Não encarem”. A pobre criança com aquele olhar de pavor no rosto, e pensando só Deus sabe o quê. E, por décadas, eu ficava pensando: “Por que isso acontece? O que posso fazer a respeito? Tem de haver algo”. Então deslizo, evito fazer contato visual, com a cara meio que fechada, certo? Ou me visto realmente muito bem, ou algo assim. Ou faço contato visual com todo mundo. Isso realmente causa arrepios. Não funciona de jeito nenhum. (Risos) Já tentei de tudo. Já deixei de tomar banho por uma semana. Nada funcionou.
Nothing whatsoever worked until a few years ago, my six-year-old daughters were looking at this wheelchair catalog that I had, and they said,
Nada funcionou até que, há alguns anos, minhas filhas de seis anos, folheando um catálogo de cadeira de rodas, disseram assim: “Pai, olha,
"Oh, Dad! Dad! Look, you gotta get these, these flashy wheels -- you gotta get 'em!"
você tem de ter uma dessas, com rodinhas que piscam, tem de ter!”
And I said, "Oh, girls, Dad is a very important journalist, that just wouldn't do at all."
E eu respondi: “Meninas, o papai é um jornalista muito importante; isso não vai dar certo nunca”.
And of course, they immediately concluded,
E, claro, elas imediatamente concluíram: “Que chato, pai.
"Oh, what a bummer, Dad. Journalists aren't allowed to have flashy wheels. I mean, how important could you be then?" they said.
Jornalistas não podem usar rodas cintilantes. Você é tão importante assim?“, elas perguntaram.
I went, "Wait a minute, all right, right -- I'll get the wheels." Purely out of protest,
Eu disse: “Tá bem, tá bem, vou comprar as rodas”.
I got the flashy wheels, and I installed them and -- check this out. Could I have my special light cue please? (Laughter) Look at that! Now ... look at, look at this! Look at this!
Puramente como protesto, comprei as rodas cintilantes, instalei e... vejam só - dá pra jogar uma iluminação especial aqui para mim, por favor? (Risos) Olhem só pra isto! Agora ... olhem, olhem só isso. Vejam só!
So what you are looking at here has completely changed my life, I mean totally changed my life. Instead of blank stares and awkwardness, now it is pointing and smiling!
(Aplausos) Isto que vocês estão vendo aqui mudou minha vida completamente, e quero dizer totalmente mesmo. Em vez de caras de paisagem e de constrangimento, agora é só gente apontando e sorrindo!
People going, "Awesome wheels, dude! Those are awesome! I mean, I want some of those wheels!" Little kids say, "Can I have a ride?" (Laughter)
Pessoas dizendo: “Que rodas incríveis, cara! Incríveis demais. Quero uma dessas também!”. Crianças pequenas ficam pedindo: “Posso dar uma voltinha?” (Risos)
And of course there's the occasional person -- usually a middle-aged male who will say, "Oh, those wheels are great! I guess they're for safety, right?" (Laughter) No! They're not for safety. No, no, no, no, no.
E, claro, ocasionalmente há uma pessoa - normalmente um homem de meia-idade - que diz: “Ah, essas rodas são ótimas. Imagino que sejam um item de segurança, certo?” (Risos) Não! Elas não são um item de segurança. Nananinanão.
What's the difference here, the wheelchair with no lights and the wheelchair with lights? The difference is intent. That's right, that's right; I'm no longer a victim. I chose to change the situation -- I'm the Commander of the Starship Wheelchair with the phaser wheels in the front. Right? Intent changes the picture completely. I choose to enhance this rolling experience with a simple design element. Acting with intent. It conveys authorship. It suggests that someone is driving. It's reassuring; people are drawn to it. Someone making the experience their own. Covering the tragic tune with something different, something radically different. People respond to that.
Qual é a diferença aqui: a cadeira de rodas sem luzinhas e a com luzinhas? A diferença é a intenção. Isso mesmo - não sou mais vítima. Eu escolhi mudar a situação: sou o Comandante da Nave Espacial Cadeira de Rodas com Rodas Fásicas na frente, né? A intenção muda o quadro completamente. com um simples elemento de design, escolho aperfeiçoar a experiência de rodar. Agir com intenção. Essas luzes transmitem autoria, sugerem que alguém está dirigindo. É reconfortante; atrai as pessoas. É alguém se apossando dessa experiência. recriando a música trágica com algo diferente, algo radicalmente diferente. As pessoas reagem a isso.
Now it seems simple, but actually I think in our society and culture in general, we have a huge problem with intent. Now go with me here. Look at this guy. You know who this is? It's Anders Breivik. Now, if he intended to kill in Olso, Norway last year, dozens and dozens of young people -- if he intended to do that, he's a vicious criminal. We punish him. Life in prison. Death penalty in the United States, not so much in Norway. But, if he instead acted out of a delusional fantasy, if he was motivated by some random mental illness, he's in a completely different category. We may put him away for life, but we watch him clinically. It's a completely different domain. As an intentional murderer, Anders Breivik is merely evil. But as a dysfunctional, as a dysfunctional murderer/psychotic, he's something much more complicated. He's the breath of some primitive, ancient chaos. He's the random state of nature we emerged from. He's something very, very different.
Bem, parece simples, mas acho que na nossa sociedade e na nossa cultura em geral temos um problema enorme com a intenção. Acompanhem meu raciocínio. Olhem este cara. Sabem quem é? Anders Breivik. Bem, se ele tinha a intenção de matar em Oslo, na Noruega, no ano passado, dezenas e dezenas de jovens, se ele tinha a intenção de fazer isso, ele é um criminoso perverso; nós o punimos com prisão perpétua, pena de morte nos EUA - não vão chegar a tanto na Noruega. Mas se, em vez disso, ele agiu movido por uma fantasia delirante, motivado por algum surto de alguma doença mental, se encaixa numa categoria completamente diferente - podemos prendê-lo pelo resto da vida, mas vamos observá-lo clinicamente. É um domínio completamente diferente. Como um assassino deliberado, Anders Breivik é simplesmente o mal. Mas, como um assassino psicótico disfuncional, ele é algo muito mais complicado. Ele é a expressão de um caos ancestral, primitivo. Ele é o estado aleatório da natureza do qual emergimos. Ele é algo muito, muito diferente.
It's as though intent is an essential component for humanity. It's what we're supposed to do somehow. We're supposed to act with intent. We're supposed to do things by design. Intent is a marker for civilization.
É como se a intenção fosse um componente essencial para a humanidade. É o que de algum modo temos de fazer. Temos de agir com intenção. Temos de fazer as coisas guiados pelo design. Intenção é um marco para a civilização.
Now here's an example a little closer to home: My family is all about intent. You can probably tell there are two sets of twins, the result of IVF technology, in vitro fertilization technology, due to some physical limitations I won't go into. Anyway, in vitro technology, IVF, is about as intentional as agriculture. Let me tell you, some of you may have the experience. In fact, the whole technology of sperm extraction for spinal cord-injured males was invented by a veterinarian. I met the dude. He's a great guy. He carried this big leather bag full of sperm probes for all of the animals that he'd worked with, all the different animals. Probes he designed, and in fact, he was really, really proud of these probes.
Eis um exemplo mais próximo de mim - minha família tem tudo a ver com intenção. Nesta foto, vocês provavelmente podem ver dois pares de gêmeos, o resultado da tecnologia FIV, da fertilização “in vitro”, usada devido a limitações físicas nas quais não vou entrar. De qualquer forma, a tecnologia "in vitro", FIV, é quase tão intencional quanto a agricultura. Talvez alguns aqui tenham tido essa experiência. Na verdade, toda a tecnologia de extração de sêmen em homens com lesão na espinha dorsal foi inventada por um veterinário. Eu conheci o cara; um ótimo sujeito, que costuma carregar uma bolsa grande de couro cheia de sondas para coleta de sêmen para todo tipo de animal com os quais trabalhava, os mais diferentes animais, sondas que projetou, e dos quais ele tinha muita orgulho.
He would say, "You're right between horse and squirrel, John." (Laughter) But anyway, so when my wife and I decided to upgrade our early middle age -- we had four kids, after all -- with a little different technology that I won't explain in too much detail here -- my urologist assured me I had nothing whatsoever to worry about.
Ele dizia: “John, você se encaixa entre os cavalos e os esquilos”. (Risos) Enfim, quando minha esposa e eu decidimos melhorar a qualidade da nossa meia-idade, afinal, já tínhamos quatro filhos, com uma tecnologia um pouquinho diferente - em cujos detalhes não pretendo entrar - meu urologista me garantiu que eu não tinha com o que me preocupar.
"No need for birth control, Doc, are you sure about that?"
“Não precisa de anticoncepcional, doutor, tem certeza?”
"John, John, I looked at your chart. From your sperm tests we can confidently say that you're basically a form of birth control."
“John, John, vi seu prontuário. Com base em seus espermogramas, podemos afirmar com toda certeza que você é basicamente uma forma de controle de natalidade”.
Well! (Laughter) What a liberating thought! Yes! And after a couple very liberating weekends, my wife and I, utilizing some cutting-edge erectile technology that is certainly worthy of a TEDTalk someday but I won't get into it now, we noticed some familiar, if unexpected, symptoms. I wasn't exactly a form of birth control. Look at that font there. My wife was so pissed.
Bem! (Risos) Que ideia mais libertadora! Beleza! E, após algumas semanas de fins de semana muito libertadores, minha esposa e eu, usando um tipo de tecnologia erétil de ponta, que certamente vale uma palestra do TED algum dia, mas sobre a qual não vou falar agora, notamos alguns sintomas familiares, porém inesperados. Eu não era exatamente uma forma de controle de natalidade. Vejam aquelas letras ali. Minha esposa ficou tão brava.
I mean, did a designer come up with that? No, I don't think a designer did come up with that. In fact, maybe that's the problem. And so, little Ajax was born. He's like our other children, but the experience is completely different. It's something like my accident, right? He came out of nowhere. But we all had to change, but not just react to the given; we bend to this new experience with intent. We're five now. Five. Facing the given with intent. Doing things by design. Hey, the name Ajax -- you can't get much more intentional than that, right? We're really hoping he thanks us for that later on. (Laughter)
Algum designer criou aquilo? Não acho que nenhum designer teve uma ideia dessas. De fato, talvez esse seja o problema. E então, o pequeno Ajax nasceu. Ele é como nossos outros filhos, mas a experiência é completamente diferente. É algo como o meu acidente, não é mesmo? Ele apareceu do nada. Mas todos nós tivemos de mudar, e não apenas reagir ao que nos foi dado. Nós nos curvamos a essa nova experiência com intenção. Nós somos cinco agora. Cinco. Encarando o dado com intenção. Fazendo coisas guiados pelo design. Ei, o nome Ajax - mais intencional impossível, não é mesmo? Nós realmente esperamos que um dia ele nos agradeça por isso. (Risos)
But I never became a designer. No, no, no, no. Never attempted. Never even close. I did love some great designs as I was growing up: The HP 35S calculator -- God, I loved that thing. Oh God, I wish I had one. Man, I love that thing. I could afford that. Other designs I really couldn't afford, like the 1974 911 Targa. In school, I studied nothing close to design or engineering; I studied useless things like the Classics, but there were some lessons even there -- this guy, Plato, it turns out he's a designer. He designed a state in "The Republic," a design never implemented. Listen to one of the design features of Plato's Government 4.0:
Mas nunca me tornei um designer. Nananinanão. Nunca tentei. Nem perto. Quando garoto, eu costumava adorar alguns designs excelentes: a calculadora HP 35S - como eu adorava; Deus, eu queria ter tido uma. Como adoro aquela coisa. Eu podia ter comprado uma. Outros designs, nunca pude adquirir, como o Porsche Targa 911, de 1974. Na escola, nunca estudei nada nem perto de design ou engenharia. Eu estudei coisas inúteis, como os clássicos, mas tirei algumas lições, mesmo daí - esse cara, Platão, ele é um designer. Ele projetou um país em “A república”, um projeto nunca implementado. Ouçam uma das características do projeto do Governo de Platão 4.0:
"The State in which the rulers are most reluctant to govern is always the best and most quietly governed, and the State in which they are most eager, the worst."
"A cidade onde os que devem mandar são os menos apressados na busca do poder é sempre a mais bem e sobriamente governada, e a cidade na qual eles estão mais ansiosos para governar, os piores".
Well, got that wrong, didn't we? But look at that statement; it's all about intent. That's what I love about it. But consider what Plato is doing here. What is he doing? It's a grand idea of design -- a huge idea of design, common to all of the voices of religion and philosophy that emerged in the Classical period. What was going on then? They were trying to answer the question of what would human beings do now that they were no longer simply trying to survive? As the human race emerged from a prehistoric chaos, a confrontation with random, brutal nature, they suddenly had a moment to think -- and there was a lot to think about. All of a sudden, human existence needed an intent. Human life needed a reason. Reality itself needed a designer. The given was replaced by various aspects of intent, by various designs, by various gods. Gods we're still fighting about. Oh yeah.
Bom, parece que entendemos tudo errado, não é mesmo? Vejam essa afirmação: é sobre intenção, e é isso que eu adoro nela. Mas pensem no que Platão está fazendo aqui. O que é? É uma grande ideia de design, uma enorme ideia de design, comum a todas as vozes da religião e da filosofia que emergiram no período clássico. O que estava acontecendo naquele período? Estavam tentando responder à pergunta: “o que os seres humanos fariam agora que não estavam mais tentando apenas sobreviver?” À medida que a a raça humana emergia de um caos pré-histórico, de um confronto com a natureza caótica e brutal, de repente tinha um momento pra pensar, e havia muito sobre o que pensar. De repente, a existência humana precisava de uma intenção. A vida humana precisava de uma razão. A realidade precisava de um designer. O que estava dado foi substituído por vários aspectos da intenção, por vários projetos, por vários deuses. Deuses por causa dos quais nós ainda estamos brigando. É verdade.
Today we don't confront the chaos of nature. Today it is the chaos of humanity's impact on the Earth itself that we confront. This young discipline called design, I think, is in fact the emerging ethos formulating and then answering a very new question: What shall we do now in the face of the chaos that we have created? What shall we do? How shall we inscribe intent on all the objects we create, on all the circumstances we create, on all the places we change? The consequences of a planet with 7 billion people and counting. That's the tune we're all covering today, all of us. And we can't just imitate the past. No. That won't do. That won't do at all.
Hoje nós não confrontamos o caos da natureza. Hoje confrontamos o caos do impacto da humanidade na Terra. Eu acho que essa jovem disciplina chamada design é de fato o ethos emergente formulando e depois respondendo a uma questão muito nova: o que fazer agora em face do caos que nós criamos? O que fazer? Como podemos imprimir intenção em todos os objetos que criamos, em todas as circunstâncias que criamos, em todos os lugares que mudamos? As consequências de um planeta com 7 bilhões de pessoas, que só aumenta. Essa é a toada que estamos recriando hoje, todos nós. E não podemos simplesmente imitar o passado. Não. Não vai funcionar. Não vai funcionar de jeito nenhum.
Here's my favorite design moment: In the city of Kinshasa in Zaire in the 1990s, I was working for ABC News, and I was reporting on the fall of Mobutu Sese Seko, the dictator, the brutal dictator in Zaire, who raped and pillaged that country. There was rioting in the middle of Kinshasa. The place was falling apart; it was a horrible, horrible place, and I needed to go and explore the center of Kinshasa to report on the rioting and the looting. People were carrying off vehicles, carrying off pieces of buildings. Soldiers were in the streets shooting at looters and herding some in mass arrests. In the middle of this chaos, I'm rolling around in a wheelchair, and I was completely invisible. Completely. I was in a wheelchair; I didn't look like a looter. I was in a wheelchair; I didn't look like a journalist, particularly, at least from their perspective. And I didn't look like a soldier, that's for sure. I was part of this sort of background noise of the misery of Zaire, completely invisible. And all of a sudden, from around a corner, comes this young man, paralyzed, just like me, in this metal and wood and leather pedal, three-wheel tricycle-wheelchair device, and he pedals up to me as fast as he can.
Eis aqui meu momento design favorito: na cidade de Kinshasa, no Zaire, na década de 90. Eu estava trabalhando numa reportagem para a ABC News sobre a queda de Mobutu Sese Seko, o ditador brutal do Zaire, que estuprou e pilhou o país. Havia uma rebelião no meio de Kinshasa. O lugar estava desmoronando; era um lugar horrível, horrível, e eu precisava ir lá e explorar o centro de Kinshasa pra fazer uma reportagem sobre o motim e o saque. As pessoas carregando veículos, pedaços de prédios. E os soldados nas ruas atirando em saqueadores e fazendo prisões em massa. No meio desse caos, lá estava eu numa cadeira de rodas, completamente invisível, completamente. Eu estava numa cadeira de rodas; eu não parecia um saqueador. Eu estava numa cadeira de rodas; não parecia um jornalista, pelo menos do ponto de vista deles. E eu não parecia um soldado; isso com certeza. Eu era parte desse pano de fundo da miséria do Zaire, completamente invisível. E, de repente, numa esquina, surge um jovem, paralítico, exatamente como eu, num triciclo-cadeira de rodas com um pedal de metal, madeira e couro, e vem pedalando até mim o mais rápido que pode.
He goes, "Hey, mister! Mister!"
Ele diz: “Ei, moço! Moço!”
And I looked at him -- he didn't know any other English than that, but we didn't need English, no, no, no, no, no. We sat there and compared wheels and tires and spokes and tubes. And I looked at his whacky pedal mechanism; he was full of pride over his design. I wish I could show you that contraption. His smile, our glow as we talked a universal language of design, invisible to the chaos around us. His machine: homemade, bolted, rusty, comical. My machine: American-made, confident, sleek. He was particularly proud of the comfortable seat, really comfortable seat he had made in his chariot and its beautiful fabric fringe around the edge. Oh, I wish I'd had those sparkly wheels back then to have shown him, man! He would have loved those! Oh yeah. He would have understood those; a chariot of pure intent -- think about it -- in a city out of control. Design blew it all away for a moment. We spoke for a few minutes and then each of us vanished back into the chaos. He went back to the streets of Kinshasa; I went to my hotel. And I think of him now, now ...
E eu olhei pra ele, ele não sabia mais nada em inglês, mas não precisamos do inglês Nananinanão. Nós nos sentamos lá e comparamos as rodas, os pneus, raios e tubos. E olhei pra sua geringonça maluca; e ele cheio de orgulho de seu design. Eu queria poder lhes mostrar aquela engenhoca. O sorriso dele, nosso brilho enquanto conversávamos numa língua universal do design, invisíveis ao caos ao nosso redor. Sua máquina: caseira, aparafusada, enferrujada, cômica. Minha máquina: feita nos EUA, robusta, lustrosa. Ele estava particularmente orgulhoso do assento confortável que ele tinha feito em sua “biga”. e sua linda franja de pano ao redor da borda. Ah, eu queria ter estas rodas faiscantes à época para mostrar a ele, cara! Ele teria adorado essas rodas, sem dúvida. Ele teria entendido aquelas rodas; uma biga de pura intenção - pensem nisso - numa cidade fora de controle. O design fez tudo desaparecer por um momento. Conversamos por poucos minutos e depois cada um sumiu de volta dentro do caos. Ele voltou para as ruas de Kinshasa; eu voltei para o meu hotel, e penso nele agora, agora...
And I pose this question. An object imbued with intent -- it has power, it's treasure, we're drawn to it. An object devoid of intent -- it's random, it's imitative, it repels us. It's like a piece of junk mail to be thrown away. This is what we must demand of our lives, of our objects, of our things, of our circumstances: living with intent. And I have to say that on that score, I have a very unfair advantage over all of you.
E coloco esta questão: um objeto imbuído de intenção tem poder; é um tesouro, ficamos atraídos por ele. Um objeto desprovido de intenção é aleatório, é imitação, ele nos repele; é como um folheto de propaganda para ser jogado fora. Isso é o que temos de exigir de nossas vidas. de nossos objetos, de nossas coisas, de nossas circunstâncias: viver com intenção. E eu tenho de dizer que, nesse aspecto, tenho uma vantagem bastante injusta sobre todos vocês.
And I want to explain it to you now because this is a very special day. Thirty-six years ago at nearly this moment, a 19-year-old boy awoke from a coma to ask a nurse a question, but the nurse was already there with an answer.
E eu quero explicar isso agora, porque este é um dia muito especial. Trinta e seis anos atrás, quase nesse mesmo horário, um rapaz de 19 anos acordou de um coma para fazer uma pergunta à enfermeira, mas a enfermeira já estava lá com a resposta:
"You've had a terrible accident, young man. You've broken your back. You'll never walk again."
“Você sofreu um terrível acidente, meu jovem. Você quebrou a coluna. Você nunca mais vai andar de novo."
I said, "I know all that -- what day is it?" You see, I knew that the car had gone over the guardrail on the 28th of February, and I knew that 1976 was a leap year.
Eu disse: “Isso eu já sei... que dia é hoje?” Vejam: eu sabia que o carro tinha voado sobre a mureta em 28 de fevereiro, e eu sabia que 1976 era uma ano bissexto.
"Nurse! Is this the 28th or the 29th?"
“Enfermeira, hoje é dia 28 ou 29?”
And she looked at me and said, "It's March 1st."
E ela olhou pra mim e disse: “Hoje é 1º de março”.
And I went, "Oh my God. I've got some catching up to do!" And from that moment, I knew the given was that accident; I had no option but to make up this new life without walking. Intent -- a life with intent -- lived by design, covering the original with something better. It's something for all of us to do or find a way to do in these times.
E eu falei: “Ai, meu Deus, eu tenho uma recuperação pela frente!” E, daquele momento em diante, eu sabia que o acidente era algo dado. Eu não tinha escolha, a não ser criar essa nova vida sem andar. Intenção - uma vida com intenção - vivida sob a égide do design, recriando o original com algo melhor. É algo para todo mundo fazer, ou achar um modo de fazer nestes tempos:
To get back to this, to get back to design, and as my daddy suggested a long time ago,
voltar a isso, voltar ao design. E, como o meu pai sugeriu muito tempo atrás,
"Make the song your own, John. Show everybody what you intend."
“Torne sua a canção, John, mostre a todos o que você pretende”.
Daddy, this one's for you. (Music)
Papai, esta é para você. (Música)
♫ Jo Jo was a man who thought he was a loner ♫ ♫ but he was another man. ♫ ♫ Jo Jo left his home in Tucson, Arizona to attend a California bash. ♫ ♫ Get back, get back, ♫ ♫ get back to where you once belonged. ♫ ♫ Get back, get back, ♫ ♫ get back to where you once belonged. ♫ (Applause)
♫ Jo Jo era um homem que se achava solitário Mas ele era um outro homem Jo Jo deixou sua casa em Tucson, Arizona, Pra ir a uma festança na Califórnia Volte, volte Volte para o seu lugar Volte, volte Volte Para o seu lugar ♫ (Aplausos)