I am no designer, nope, no way. My dad was, which is kind of an interesting way to grow up. I had to figure out what it is my dad did and why it was important.
Eu não sou "designer". Nem pensar! O meu pai era, e foi uma maneira interessante de crescer. Tive de descobrir o que o meu pai fazia e porque é que isso era importante.
Dad talked a lot about bad design when we were growing up, you know, "Bad design is just people not thinking, John," he would say whenever a kid would be injured by a rotary lawn mower or, say, a typewriter ribbon would get tangled or an eggbeater would get jammed in the kitchen.
O meu pai falava muito de mau "design", costumava dizer: "John, o mau 'design' acontece porque as pessoas não pensam "se uma criança se pode magoar num cortador de relva "ou se a fita da máquina de escrever fica emaranhada "ou se uma batedeira se avaria na cozinha.
You know, "Design -- bad design, there's just no excuse for it. It's letting stuff happen without thinking about it. Every object should be about something, John. It should imagine a user. It should cast that user in a story starring the user and the object.
"Não há desculpa para o mau 'design'. "É deixar que as coisas aconteçam sem pensar nelas. "Cada objecto deve ter a sua função, John. "Tem que pressupor um utilizador. "Deve pôr o utilizador numa história
Good design," my dad said, "is about supplying intent." That's what he said.
"em que o utilizador e o objecto sejam importantes. "O bom 'design' ", dizia o meu pai, "tem a ver com a intenção."
Dad helped design the control panels for the IBM 360 computer. That was a big deal; that was important. He worked for Kodak for a while; that was important. He designed chairs and desks and other office equipment for Steelcase; that was important. I knew design was important in my house because, for heaven's sake, it put food on our table, right?
Era o que ele dizia. O meu pai ajudou a desenhar os painéis de controlo do computador IBM 360. Era uma grande coisa; era importante. Trabalhou para a Kodak; era importante. Desenhou cadeiras, mesas e mais mobiliário para a Steelcase; era importante.
And design was in everything my dad did. He had a Dixieland jazz band when we were growing up, and he would always cover Louis Armstrong tunes. And I would ask him every once in a while,
Lá em casa o "design" era importante porque punha comida na nossa mesa. E havia "design" em tudo o que o meu pai fazia. Teve uma banda de jazz Dixieland quando eu era miúdo, e tocava sempre músicas de Louis Armstrong.
"Dad, do you want it to sound like the record?" We had lots of old jazz records lying around the house. And he said, "No, never, John, never. The song is just a given, that's how you have to think about it. You gotta make it your own. You gotta design it. Show everyone what you intend," is what he said. "Doing that, acting by design, is what we all should be doing. It's where we all belong."
Por vezes perguntava-lhe: "Pai, quer que o som seja igual ao disco?" Tínhamos muitos discos antigos, de jazz. E ele dizia: "Não, nunca John, nunca. "A música é um dado adquirido, é assim que deves pensar. "Tens de te apropriar dela. Tens de a conceber. "Mostrar a toda a gente o que pretendes," foi o que ele respondeu. "Fazer isso, conceber com um objetivo, é o que todos devíamos fazer.
All of us? Designers? Oh, oh, Dad. Oh, Dad.
"É onde todos pertencemos." Todos nós? "Designers"?
The song is just a given. It's how you cover it that matters. Well, let's hold on to that thought for just a minute. It's kind of like this wheelchair I'm in, right? The original tune? It's a little scary.
Oh, oh Pai. Oh, Pai. A canção é apenas um dado. O que interessa é como a tocamos. Vamos focar-nos nisso por um minuto. É como esta cadeira de rodas onde estou.
"Ooh, what happened to that dude? He can't walk. Anybody know the story? Anybody?"
A canção original? É um pouco assustadora. "Oh, o que aconteceu àquele tipo? "Ele não pode andar. Alguém sabe porquê?
I don't like to talk about this very much, but I'll tell you guys the story today. All right, exactly 36 years ago this week, that's right, I was in a poorly designed automobile that hit a poorly designed guardrail on a poorly designed road in Pennsylvania, and plummeted down a 200-foot embankment and killed two people in the car. But ever since then, the wheelchair has been a given in my life. My life, at the mercy of good design and bad design.
"Alguém?" Não gosto muito de falar sobre isso, mas hoje vou contar-vos essa história. Faz esta semana exactamente 36 anos, eu estava num carro mal concebido que embateu numa barreira de protecção mal concebida numa estrada mal concebida na Pensilvânia e caiu a pique num aterro com 60 metros. Matou duas pessoas no carro. Desde aí esta cadeira de rodas é um dado adquirido na minha vida.
Think about it. Now, in design terms, a wheelchair is a very difficult object. It mostly projects tragedy and fear and misfortune, and it projects that message, that story, so strongly that it almost blots out anything else.
A minha vida, à mercê do bom e do mau "design". Pensem nisso. Agora, em termos de "design", uma cadeira de rodas é um objecto difícil. Transmite principalmente tragédia, medo e desgraça, e transmite essa mensagem, essa história, tão fortemente
I roll swiftly through an airport, right? And moms grab their kids out of the way and say, "Don't stare!" The poor kid, you know, has this terrified look on his face, God knows what they think. And for decades, I'm going, why does this happen? What can I do about it? How can I change this? I mean there must be something. So I would roll, I'd make no eye contact -- just kinda frown, right? Or I'd dress up really, really sharply or something. Or I'd make eye contact with everyone -- that was really creepy; that didn't work at all. (Laughter) You know anything, I'd try. I wouldn't shower for a week -- nothing worked.
que quase apaga tudo o resto. Deslizo rapidamente num aeroporto, não é? As mães afastam os filhos do caminho e dizem: "Não fiquem a olhar!" A pobre criança, com um ar horrorizado, sabe Deus o que estará a pensar. E cá ando eu, há décadas. Porque é que isto acontece? O que posso fazer? Com posso mudar isto? Deve haver uma maneira. Eu passava, não olhava — de cara fechada. Ou vestia-me muito bem ou algo do género. Ou olhava para toda a gente — era mesmo assustador; não resultou. (Risos) Nada resultou. Não tomei banho durante uma semana. Nada funcionou.
Nothing whatsoever worked until a few years ago, my six-year-old daughters were looking at this wheelchair catalog that I had, and they said,
Nada funcionou, até há uns anos. As minhas filhas de seis anos viram
"Oh, Dad! Dad! Look, you gotta get these, these flashy wheels -- you gotta get 'em!"
o catálogo destas cadeiras de rodas e disseram:
And I said, "Oh, girls, Dad is a very important journalist, that just wouldn't do at all."
"Pai, Pai! Olha, tens que arranjar estas rodas cintilantes. Tens de tê-las!" Eu disse: "Meninas, o pai é um jornalista importante,
And of course, they immediately concluded,
"essas não servem, mesmo."
"Oh, what a bummer, Dad. Journalists aren't allowed to have flashy wheels. I mean, how important could you be then?" they said.
Claro que elas concluíram imediatamente: "Oh, que chatice, Pai. Os jornalistas não podem ter rodas cintilantes. "Como é que podias ser importante assim?"
I went, "Wait a minute, all right, right -- I'll get the wheels." Purely out of protest,
E eu: "Pronto, está bem, vou comprar, só como forma de protesto",
I got the flashy wheels, and I installed them and -- check this out. Could I have my special light cue please? (Laughter) Look at that! Now ... look at, look at this! Look at this!
Comprei as rodas cintilantes, instalei-as e reparem. Podem pôr a luz especial? (Risos) Vejam isto!
So what you are looking at here has completely changed my life, I mean totally changed my life. Instead of blank stares and awkwardness, now it is pointing and smiling!
Agora... olhem, olhem para isto! Olhem! O que estão aqui a ver mudou a minha vida completamente. Quer dizer, mudou totalmente a minha vida. Em vez de olhares fixos e desconforto,
People going, "Awesome wheels, dude! Those are awesome! I mean, I want some of those wheels!" Little kids say, "Can I have a ride?" (Laughter)
agora só apontam e sorriem! E dizem: "Que rodas incríveis! Incríveis! "Quero rodas dessas!" dizem os miúdos. "Posso dar uma voltinha?"
And of course there's the occasional person --
(Risos)
usually a middle-aged male who will say, "Oh, those wheels are great! I guess they're for safety, right?" (Laughter) No! They're not for safety. No, no, no, no, no.
Claro que há sempre uma pessoa, normalmente um homem de meia idade, que dirá: "Que rodas excelentes! "Deve ser por razões de segurança, não é?" (Risos) Não, não é por razões de segurança. Não, não, não, não.
What's the difference here, the wheelchair with no lights and the wheelchair with lights? The difference is intent. That's right, that's right; I'm no longer a victim. I chose to change the situation -- I'm the Commander of the Starship Wheelchair with the phaser wheels in the front. Right? Intent changes the picture completely. I choose to enhance this rolling experience with a simple design element. Acting with intent. It conveys authorship. It suggests that someone is driving. It's reassuring; people are drawn to it. Someone making the experience their own. Covering the tragic tune with something different, something radically different. People respond to that.
Qual é a diferença aqui, entre a cadeira de rodas sem luzes e a cadeira de rodas com luzes? A diferença é a intenção. É isso, Já não sou uma vítima. Escolhi mudar a situação. Sou o Comandante da Nave Cadeira com rodas laser. A intenção muda completamente a situação. Escolho melhorar esta experiência rolante com um simples elemento de "design". Agir com uma intenção demonstra autoria. Indica que há alguém no comando. É tranquilizador, atrai as pessoas. Alguém que assume a sua experiência. Que disfarça o tom trágico com algo diferente, algo radicalmente diferente. As pessoas reagem a isso.
Now it seems simple, but actually I think in our society and culture in general, we have a huge problem with intent. Now go with me here. Look at this guy. You know who this is? It's Anders Breivik. Now, if he intended to kill in Olso, Norway last year, dozens and dozens of young people -- if he intended to do that, he's a vicious criminal. We punish him. Life in prison. Death penalty in the United States, not so much in Norway. But, if he instead acted out of a delusional fantasy, if he was motivated by some random mental illness, he's in a completely different category. We may put him away for life, but we watch him clinically. It's a completely different domain. As an intentional murderer, Anders Breivik is merely evil. But as a dysfunctional, as a dysfunctional murderer/psychotic, he's something much more complicated. He's the breath of some primitive, ancient chaos. He's the random state of nature we emerged from. He's something very, very different.
Parece simples mas, na verdade, penso que, na nossa sociedade e cultura em geral, temos um grande problema com a intenção. Acompanhem-me agora. Vejam este tipo. Sabem quem é? É Anders Breivik. Se, no ano passado em Oslo, Noruega, a intenção foi matar dúzias e dúzias de jovens, se foi essa a sua intenção, ele é um assassino cruel e nós castigamo-lo. Prisão perpétua. Pena de morte nos EUA, não tanto na Noruega. Mas, se ele tiver agido devido a uma fantasia delirante, se o motivo foi uma qualquer doença mental, ele está numa categoria completamente diferente. Podemos prendê-lo para sempre, mas observamo-lo clinicamente. É um campo completamente diferente. Como assassino intencional, Anders Breivik é somente mau. Mas visto como disfuncional, como um assassino/psicótico disfuncional, é algo muito mais complicado. Ele é o sopro de um caos primitivo, antigo. Ele é o estado aleatório da natureza de onde surgimos. Ele é algo muito diferente.
It's as though intent is an essential component for humanity. It's what we're supposed to do somehow. We're supposed to act with intent. We're supposed to do things by design. Intent is a marker for civilization.
É como se a intenção fosse um componente essencial para a humanidade. É o que, de algum modo, é suposto fazer. É suposto agirmos com uma intenção. É suposto fazermos coisas com "design". A intenção é um marcador da civilização.
Now here's an example a little closer to home: My family is all about intent. You can probably tell there are two sets of twins, the result of IVF technology, in vitro fertilization technology, due to some physical limitations I won't go into. Anyway, in vitro technology, IVF, is about as intentional as agriculture. Let me tell you, some of you may have the experience. In fact, the whole technology of sperm extraction for spinal cord-injured males was invented by a veterinarian. I met the dude. He's a great guy. He carried this big leather bag full of sperm probes for all of the animals that he'd worked with, all the different animals. Probes he designed, and in fact, he was really, really proud of these probes.
Agora, um exemplo mais próximo de nós: A minha família tem tudo a ver com intenção. Pode-se dizer que há dois pares de gémeos, resultado da tecnologia FIV, "fertilização in vitro", devido a limitações físicas que não vou detalhar. De qualquer modo, a tecnologia FIV, é tão intencional como a agricultura. Alguns de vocês podem ter essa experiência. De facto, toda a técnica de extracção de esperma para homens com lesões medulares, foi inventada por um veterinário. Conheci-o. É um tipo incrível. Ele anda com uma grande bolsa de couro cheia de sondas de esperma, para todos os animais em que trabalhou, toda a espécie de animais. Sondas que ele concebeu, e tinha muito orgulho nessas sondas.
He would say, "You're right between horse and squirrel, John." (Laughter) But anyway, so when my wife and I decided to upgrade our early middle age -- we had four kids, after all -- with a little different technology that I won't explain in too much detail here -- my urologist assured me I had nothing whatsoever to worry about.
Ele dizia: "John, estás entre um cavalo e um esquilo". (Risos) De qualquer modo, quando eu e a minha mulher decidimos melhorar a nossa meia-idade — afinal tínhamos quatro filhos — através de uma técnica diferente, que não vou aqui explicar em detalhe, o meu urologista garantiu-me que não havia razões para me preocupar.
"No need for birth control, Doc, are you sure about that?"
"Nada de controlo de natalidade? De certeza, Doutor?"
"John, John, I looked at your chart. From your sperm tests we can confidently say that you're basically a form of birth control."
"John, John, eu vi a sua ficha. "Pelos testes de esperma podemos dizer, com confiança, "que você é um método de controlo de natalidade."
Well! (Laughter) What a liberating thought! Yes! And after a couple very liberating weekends, my wife and I, utilizing some cutting-edge erectile technology that is certainly worthy of a TEDTalk someday but I won't get into it now, we noticed some familiar, if unexpected, symptoms. I wasn't exactly a form of birth control. Look at that font there. My wife was so pissed.
(Risos) Que pensamento libertador! Sim! Após uns fins de semana libertadores, a minha mulher e eu, utilizando tecnologia eréctil de ponta, que será certamente digna um dia de uma palestra TED, mas de que não vou falar agora, observámos alguns sintomas familiares e inesperados. Eu não era própriamente um método de controlo de natalidade. Olhem para aquelas letras. A minha mulher ficou mesmo chateada.
I mean, did a designer come up with that? No, I don't think a designer did come up with that. In fact, maybe that's the problem. And so, little Ajax was born. He's like our other children, but the experience is completely different. It's something like my accident, right? He came out of nowhere. But we all had to change, but not just react to the given; we bend to this new experience with intent. We're five now. Five. Facing the given with intent. Doing things by design. Hey, the name Ajax -- you can't get much more intentional than that, right? We're really hoping he thanks us for that later on. (Laughter)
Terão sido feitas por um "designer"? Não, não me parece obra de um "designer". De facto, talvez seja esse o problema. E assim, nasceu o pequeno Ajax. É como os nossos outros filhos, mas a experiência é muito diferente. É como o meu acidente. Apareceu do nada. Mas todos tivemos de mudar, não apenas reagindo ao facto adquirido. Entregámo-nos a esta nova experiência com intenção. Agora somos cinco. Cinco. A encarar o facto com intenção. A fazer coisas com "design". O nome Ajax — não pode ser mais intencional do que isso, pois não? Esperamos mesmo que ele mais tarde nos agradeça. (Risos)
But I never became a designer. No, no, no, no. Never attempted. Never even close. I did love some great designs as I was growing up: The HP 35S calculator -- God, I loved that thing. Oh God, I wish I had one. Man, I love that thing. I could afford that. Other designs I really couldn't afford, like the 1974 911 Targa. In school, I studied nothing close to design or engineering; I studied useless things like the Classics, but there were some lessons even there -- this guy, Plato, it turns out he's a designer. He designed a state in "The Republic," a design never implemented. Listen to one of the design features of Plato's Government 4.0:
Mas nunca me tornei "designer". Não. Nunca tentei. Nem de perto. Adorei objetos de "design" fantásticos, na minha infância: A calculadora HP 35S. Adorava aquilo. Meu Deus, como gostava de ter uma! Adoro aquela coisa. Podia comprar uma. Havia outros objetos que eu não podia comprar, como o Targa 1974 911. Na escola, não estudei nada parecido com "design" ou engenharia. Só coisas inúteis, como os clássicos, mas até nisso houve ensinamentos. Este tipo, Platão, afinal é um "designer". Concebeu um estado, em "A República", um "design" nunca implementado. Oiçam uma característica do "design" de "O Governo" de Platão 4.0:
"The State in which the rulers are most reluctant to govern is always the best and most quietly governed, and the State in which they are most eager, the worst."
"O Estado onde os chefes menos anseiam governar "é sempre o melhor e mais calmamente governado, "e o Estado onde são mais ávidos, o pior."
Well, got that wrong, didn't we? But look at that statement; it's all about intent. That's what I love about it. But consider what Plato is doing here. What is he doing? It's a grand idea of design -- a huge idea of design, common to all of the voices of religion and philosophy that emerged in the Classical period. What was going on then? They were trying to answer the question of what would human beings do now that they were no longer simply trying to survive? As the human race emerged from a prehistoric chaos, a confrontation with random, brutal nature, they suddenly had a moment to think -- and there was a lot to think about. All of a sudden, human existence needed an intent. Human life needed a reason. Reality itself needed a designer. The given was replaced by various aspects of intent, by various designs, by various gods. Gods we're still fighting about. Oh yeah.
Bem, percebemos tudo mal, não foi? Reparem na afirmação; tem tudo a ver com a intenção. É por isso que a adoro. Tenham em conta o que Platão faz. O que é que ele está a fazer? É uma grande ideia de "design" — uma enorme ideia de "design", comum a todas as vozes da religião e da filosofia que surgiram no período Clássico. O que se passava então? Tentavam responder à questão: "O que fazem os seres humanos, "quando já não estão só a tentar sobreviver?" A raça humana, ao emergir de um caos pré-histórico, de um confronto com a natureza, aleatória e brutal, teve, de repente, um momento para pensar, e havia muito que pensar. De repente, a existência humana precisou de uma intenção. A vida humana precisava de uma razão. A própria realidade precisava de um "designer". O dado adquirido foi substituído por diversas questões de intenção, por diversos "designs", por diversos deuses.
Today we don't confront the chaos of nature. Today it is the chaos of humanity's impact on the Earth itself that we confront. This young discipline called design, I think, is in fact the emerging ethos formulating and then answering a very new question: What shall we do now in the face of the chaos that we have created? What shall we do? How shall we inscribe intent on all the objects we create, on all the circumstances we create, on all the places we change? The consequences of a planet with 7 billion people and counting. That's the tune we're all covering today, all of us. And we can't just imitate the past. No. That won't do. That won't do at all.
Deuses, pelos quais ainda lutamos. Já não nos confrontamos com o caos da natureza. Hoje, confrontamo-nos com o caos do impacto da humanidade na Terra. Penso que esta disciplina nova, chamada "design" é, de facto, o ethos emergente que formula e responde a uma nova questão: O que devemos fazer agora face ao caos que criámos? O que devemos fazer? Como registar a intenção em todos os objectos que criamos, em todas as situações que criamos, em todos os lugares que mudamos? As consequências de um planeta com 7 mil milhões de pessoas. Esta é a música que estamos todos a tocar. Não podemos imitar o passado. Não. Não resulta.
Here's my favorite design moment: In the city of Kinshasa in Zaire in the 1990s, I was working for ABC News, and I was reporting on the fall of Mobutu Sese Seko, the dictator, the brutal dictator in Zaire, who raped and pillaged that country. There was rioting in the middle of Kinshasa. The place was falling apart; it was a horrible, horrible place, and I needed to go and explore the center of Kinshasa to report on the rioting and the looting. People were carrying off vehicles, carrying off pieces of buildings. Soldiers were in the streets shooting at looters and herding some in mass arrests. In the middle of this chaos, I'm rolling around in a wheelchair, and I was completely invisible. Completely. I was in a wheelchair; I didn't look like a looter. I was in a wheelchair; I didn't look like a journalist, particularly, at least from their perspective. And I didn't look like a soldier, that's for sure. I was part of this sort of background noise of the misery of Zaire, completely invisible. And all of a sudden, from around a corner, comes this young man, paralyzed, just like me, in this metal and wood and leather pedal, three-wheel tricycle-wheelchair device, and he pedals up to me as fast as he can.
Não resulta, mesmo. Eis o meu momento favorito de "design". Na cidade de Kinshasa, no Zaire, nos anos 90, eu trabalhava para a ABC News, a fazer uma reportagem sobre a queda de Mobutu Sese Seko, o brutal ditador do Zaire, que violava e pilhava aquele país. Havia tumultos no meio de Kinshasa. Aquilo estava a destruir-se; era um sítio mesmo horrível. Eu tinha de ir ao centro de Kinshasa, para relatar os tumultos e os saques. As pessoas levavam veículos, levavam bocados de edifícios. Soldados nas ruas disparavam contra saqueadores e faziam prisões em massa. No meio deste caos, eu andava de cadeira de rodas, e era completamente invisível, completamente. Estava numa cadeira de rodas. Não parecia um saqueador. Estava numa cadeira de rodas; Não parecia jornalista. E não parecia um soldado, garantidamente. Fazia parte daquele barulho de fundo da miséria do Zaire, invisível. De repente, de uma esquina, aparece um jovem, paralítico, como eu, num aparelho de metal, madeira e couro com pedais, uma cadeira de rodas triciclo, avança para mim, o mais depressa possível e chama-me:
He goes, "Hey, mister! Mister!"
"Ei! Senhor! Senhor!"
And I looked at him -- he didn't know any other English than that, but we didn't need English, no, no, no, no, no. We sat there and compared wheels and tires and spokes and tubes. And I looked at his whacky pedal mechanism; he was full of pride over his design. I wish I could show you that contraption. His smile, our glow as we talked a universal language of design, invisible to the chaos around us. His machine: homemade, bolted, rusty, comical. My machine: American-made, confident, sleek. He was particularly proud of the comfortable seat, really comfortable seat he had made in his chariot and its beautiful fabric fringe around the edge. Oh, I wish I'd had those sparkly wheels back then to have shown him, man! He would have loved those! Oh yeah. He would have understood those; a chariot of pure intent -- think about it -- in a city out of control. Design blew it all away for a moment. We spoke for a few minutes and then each of us vanished back into the chaos. He went back to the streets of Kinshasa; I went to my hotel. And I think of him now, now ...
Eu olhei para ele, ele não sabia mais inglês que isso, mas não precisámos. Ficámos ali sentados e comparámos rodas, pneus e raios e tubos. Eu olhei para o louco mecanismo de pedais, ele tinha muito orgulho no seu "design". Gostava de poder mostrar-vos aquela engenhoca. O seu sorriso, o nosso brilho enquanto falávamos a linguagem universal do "design". Invisíveis ao caos à nossa volta, a máquina dele — artesanal, aparafusada, enferrujada, cómica — a minha máquina — americana, fiável, elegante. Ele tinha especial orgulho no assento, muito confortável, que tinha sido feito por ele e na bonita franja de tecido em redor. Desejava ter, nessa altura, as rodas cintilantes para lhe mostrar! Ele teria adorado. Ele teria compreendido. Uma carruagem de pura intenção — pensem nisso — numa cidade fora de controlo. O "design" apagou tudo por um momento. Falámos uns minutos e depois cada um desapareceu no caos. Ele voltou para as ruas de Kinshasa. Eu fui para o hotel. E agora penso nele, agora ...
And I pose this question. An object imbued with intent -- it has power, it's treasure, we're drawn to it. An object devoid of intent -- it's random, it's imitative, it repels us. It's like a piece of junk mail to be thrown away. This is what we must demand of our lives, of our objects, of our things, of our circumstances: living with intent. And I have to say that on that score, I have a very unfair advantage over all of you.
agora... E faço esta pergunta: Um objecto imbuído de intenção tem força, é um tesouro, somos atraídos por ele. Um objecto desprovido de intenção é aleatório, imitativo, repele-nos. É como lixo electrónico para deitar fora. É o que devemos exigir da nossa vida, dos nossos objectos, das nossas coisas, das nossas circunstâncias: viver com intenção. E devo dizer
And I want to explain it to you now because this is a very special day. Thirty-six years ago at nearly this moment, a 19-year-old boy awoke from a coma to ask a nurse a question, but the nurse was already there with an answer.
que, neste ponto, tenho uma vantagem injusta sobre vocês. Quero explicar-vos, agora, porque o dia de hoje é muito especial. Há 36 anos, por esta hora, um rapaz de 19 anos acordou do coma e perguntou uma coisa à enfermeira,
"You've had a terrible accident, young man. You've broken your back. You'll never walk again."
mas ela já estava ali com uma resposta. "Tiveste um acidente terrível. Fracturaste a coluna.
I said, "I know all that -- what day is it?" You see, I knew that the car had gone over the guardrail on the 28th of February, and I knew that 1976 was a leap year.
"Nunca vais voltar a andar." Eu disse: "Eu sei. Que dia é hoje?" Eu sabia que o carro se tinha despistado no dia 28 de Fevereiro,
"Nurse! Is this the 28th or the 29th?"
e sabia que 1976 era um ano bissexto.
And she looked at me and said, "It's March 1st."
"Enfermeira! Hoje é dia 28 ou 29?" Ela olhou-me e disse:
And I went, "Oh my God. I've got some catching up to do!" And from that moment, I knew the given was that accident; I had no option but to make up this new life without walking. Intent -- a life with intent -- lived by design, covering the original with something better. It's something for all of us to do or find a way to do in these times.
"É dia 1 de Março." E eu: "Oh meu Deus. "Tenho de me pôr em dia!" A partir desse momento soube que o dado adquirido era aquele acidente. Não tinha outra opção senão levar esta nova vida sem andar. Intenção — uma vida com intenção — vivida com o "design", a cobrir o original com algo melhor. É algo para todos nós fazermos ou arranjarmos maneira de fazer.
To get back to this, to get back to design, and as my daddy suggested a long time ago,
Para voltar a isto, para voltar ao "design", e, tal como o meu pai sugerira há muito tempo:
"Make the song your own, John. Show everybody what you intend."
"Tens de te apropriar da canção, John. "Mostrar a todos a tua intenção."
Daddy, this one's for you. (Music)
"Pai, "esta é para ti". (Música)
♫ Jo Jo was a man who thought he was a loner ♫ ♫ but he was another man. ♫ ♫ Jo Jo left his home in Tucson, Arizona to attend a California bash. ♫ ♫ Get back, get back, ♫ ♫ get back to where you once belonged. ♫ ♫ Get back, get back, ♫ ♫ get back to where you once belonged. ♫ (Applause)
♫ Jo Jo era um homem que pensava ser solitário ♫ mas era outro homem. ♫ Jo Jo saiu de Tucson, no Arizona para ir a uma festa na Califórnia." ♫ Volta, volta, ♫ volta para onde já pertenceste. ♫ Volta, volta, ♫ volta para onde já pertenceste. (Aplausos)