David Biello: It's now my great honor and privilege to introduce Dr. Georges Benjamin, who's the executive director of the American Public Health Association, who has a long and distinguished career, both as a medical professional and as a public health professional. Please give a warm welcome to Dr. Georges Benjamin.
David Biello: É uma grande honra e um privilégio apresentar o Dr. Georges Benjamin, diretor-executivo da Associação Americana de Saúde Pública, com uma carreira longa e distinta tanto como médico quanto profissional de saúde pública. Dê suas calorosas boas-vindas ao Dr. Georges Benjamin.
Georges Benjamin: Hey, David, how are you?
Georges Benjamin: Ei, David. Como vai você?
DB: I am good, how are you, Dr. Benjamin?
DB: Estou bem. E contigo, Dr. Benjamin?
GB: I'm here. (Laughs)
GB: Estou aqui.
DB: Hanging in there. Good.
(Risos)
GB: Hanging in.
DB: Aguentando firme. Bom.
GB: Sim.
DB: We know that the theme of the moment is reopening, I would say. We just heard one possibility for that, but obviously, a lot of countries have already reopened in one form or another, and I believe, as of today, all 50 states here in the US have reopened in one form or another. How do we do that smartly, how do we do that safely?
DB: Sabemos que o tema do momento é a reabertura. Acabamos de ouvir essa possibilidade, mas, obviamente, muitos países já iniciaram a reabertura de uma forma ou de outra e acredito, a partir e hoje, que todos os 50 estados aqui dos EUA reabriram de algum modo. Como fazer isso da forma mais inteligente e segura?
GB: Yeah, we really do need to reopen safely and carefully, and it means that we have not got to forget these public health measures that really brought down the curve to begin with. And that means thing such as covering up your nose and mouth when you cough or sneeze, wearing a mask, washing your hands, physically distancing yourself to the extent possible from others. Thinking about everything we do, you know, before we go to work in the morning, while we're at work. And being as careful as many of us have been in the last two months, as we go into the next three months, because this thing is not over.
GB: Realmente precisamos reabrir de modo mais cuidadoso, não podemos nos esquecer das medidas de saúde pública que permitiram achatar a curva. Ações como cobrir o nariz e a boca quando tossir ou espirrar, usar máscara, lavar as mãos, manter o distanciamento social na medida do possível. Refletir sobre tudo o que fazemos, antes de irmos trabalhar de manhã, ou enquanto estamos no trabalho. Sermos cuidadosos tanto quanto temos sido nos últimos dois meses, pelos próximos três meses, porque isso ainda não acabou.
DB: Right. There is the chance of more waves, as Uri [Alon] mentioned. It seems like it's kind of incumbent on all of us then to take public health as kind of a second job. Is that right?
DB: Certo. Existe a chance de mais ondas como Uri Aron mencionou. Então, cabe a todos nós encarar a saúde pública como uma espécie de segundo trabalho. Está correto?
GB: You know, I've been arguing a lot that now that everybody really knows what public health is, that everybody should always recognize that their second job is public health, whether you're picking up the garbage or working in a grocery store, or you are a bus driver, or you're, you know, like me, doing public health, a physician or a nurse, everybody needs to put the public health mantle into what they do each and every day.
GB: Tenho defendido bastante que agora todos, de fato, sabem o que é saúde pública, e que deveriam sempre reconhecê-la como um segundo trabalho, se trabalha como gari, num mercado ou como motorista de ônibus, ou ainda como eu, que trabalho na saúde pública, médico ou enfermeira, todos precisam vestir o manto da saúde pública no que fazem todos os dias.
DB: What do you think -- So we're all public health professionals now, what do you think the new normal we might expect, as countries reopen? What is that going to look like, or what do you hope that looks like, as a public health professional?
DB: Somos todos profissionais da saúde pública agora, você acha que esse é o novo normal que podemos esperar assim que os países reabrirem? De que forma você espera que seja como profissional da saúde pública?
GB: If I could wave a magic wand, I would clearly recognize that people are going to be doing a lot more of the public health things, in terms of handwashing and thinking about what they do around safety when they go out in public. You know, it was not too long ago when you got in your car and you didn't put your seat belt on. Today we do it, and we don't think anything about it. Most of us don't smoke, because we know that that's bad for us. Most of us look both ways before we cross a street. Most of us, you know, do things in our house, that are -- fix trip hazards. So as we go forward with this outbreak, I'm hoping that people will pay a lot more attention to things that can cause us to get an infection. So you know, cleaning things, disinfecting things. More importantly, not coming to work if you're sick. I'm hoping that employers will put in paid sick leave for everybody, so people can stay home. Yeah, it’s an additional cost, but I can tell you that we've now learned that the cost of not doing something like that is billions and billions and billions of dollars. Paid sick leave is pretty cheap when you do that.
GB: Se eu tivesse uma varinha mágica, veria claramente que as pessoas vão fazer muito mais pela saúde pública, em termos de lavar as mãos e refletir o que fazer quanto à proteção em locais públicos. Não muito tempo atrás, quando você estava no carro, não usava o cinto de segurança. Hoje, fazemos isso e nem questionamos. Muitos de nós não fuma, porque sabemos que nos causa mal. Muitos de nós olha para os dois lados antes de atravessar a rua. Muitos de nós conserta algo de casa evitando o risco de se ferir. Então, à medida que avançamos com este surto, espero que as pessoas prestem mais atenção ao que pode nos causar uma contaminação. Limpando e desinfetando as coisas. E mais importante, não irem trabalhar se estão doente. Espero que os empregadores deem licença médica remunerada a todos, para que possam ficar em casa. Sim, é um custo adicional, mas posso garantir que aprendemos que o custo de não fazer algo assim é de bilhões de dólares. É menos custoso quando pagamos a licença médica.
DB: Yeah, we are, I think, envious in the United States of all the countries that perhaps have a more all-encompassing health care system than we do. Would you agree that masks are kind of the symbol of adopting that "public health professional as a second job" mindset?
DB: Sim, acho que temos inveja nos Estados Unidos de todos os países que talvez tenham um sistema de saúde mais abrangente que o nosso. Você concordaria que as máscaras são uma espécie de símbolo da adesão à ideia do "profissional de saúde pública como segundo emprego"?
GB: Well, you know, it's funny. Our colleagues in Asia have had a mask -- wearing masks as a culture for many, many years. And you know, we've always kind of chuckled at that. When I went overseas, I would always kind of chuckle when I saw people wearing masks. And of course, when this first started, you know, we only promoted masks for people that were infected or of course, health care workers, who we thought were in a higher-risk environment. But I think that wearing masks is probably going to be part of our culture. We've already seen it probably will not be part of our beach culture, although it probably should be for now. But I do think that we're going to see more and more people wearing masks in a variety of settings. And I think that makes sense.
GB: Bem, isso é engraçado. Nossos colegas na Ásia adotaram a máscara e, culturalmente, as usam há muitos anos. E nós sempre rimos disso. Quando eu ia ao exterior, sempre zombava quando via pessoas usando máscara. Claro, quando isso começou, incentivamos o uso de máscaras a pessoas infectadas somente, ou aos profissionais da saúde, que pensávamos estarem em um ambiente de alto risco. Mas acho provável que o uso de máscara fará parte de nossa cultura. Já vimos que talvez não seja parte da nossa cultura de praia, embora deva ser por enquanto. Acho que veremos cada vez mais pessoas usando máscaras em diferentes cenários. E acredito que isso faça sentido.
DB: Yeah, wear your mask to show that you care about others. And that you have this, kind of, public health spirit. So speaking of Asia, who has done well? Looking around the world, you've been doing this for a while and communicated with your peers, who has done well and what can we learn from those good examples?
DB: Use a máscara para mostrar que se importa com os outros. Demonstre um espírito público de saúde. Falando da Ásia, quem tem feito isso bem? Olhando ao redor do mundo, e você tem visto isso há um tempo, dialogando com seus colegas, quem tem sido eficaz e o que podemos aprender desses bons exemplos?
GB: Yeah, South Korea in many ways is the role model. You know, China actually, at the end of the day, did reasonably well. But the secret to all of those countries that have had less morbidity and mortality than we have, is they did lots of testing very early on, they did contact tracing and isolation and quarantine, which by the way, is the bedrock of public health practice. They did it early, they did a lot of it, and by the way, even though they're reopening their society, and they're beginning to see episodic surges, they then go back to those basic public health practices of testing, isolation, contact tracing and transparency to the public when they can, because it's important for the public to understand how many cases there are, where the disease is, if you're going to get compliance from the public.
GB: A Coreia do Sul de muitos modos é o modelo. A China, no final das contas, saiu-se razoavelmente bem. O segredo de todos esses países, que tiveram menos morbidade e mortalidade do que temos, é que eles aplicaram muitos testes logo de início, com o rastreamento de contatos, isolamento e quarentena, que, a propósito, é o alicerce da prática de saúde pública. Fizeram desde o começo e de forma massiva. Aliás, apesar de estarem reabrindo a sociedade, começaram a identificar surtos esporádicos, então estão voltando às práticas básicas de saúde pública de teste, isolamento, rastreamento do contato e transparência ao público, pois é importante entender quantos casos existem, onde está a doença, se vão conseguir a aceitação do público.
DB: So testing, contact tracing and isolation. That doesn't seem like rocket science, to use that old cliché. Why has that been hard for some countries to implement? What's holding us back, is it electronic medical records, is it some fancy doodad, or is it just maybe overconfidence, based on maybe the public health successes of the last 100 years?
DB: Testes, isolamento e rastreamento de contato. Não é nenhum bicho de sete cabeças, para usar uma velha expressão. Por que tem sido difícil executar isso em alguns países? O que será que está nos impedindo: os registros médicos eletrônicos, algum tipo de dispositivo estranho, ou talvez apenas excesso de confiança, com base na saúde pública dos últimos 100 anos?
GB: You know, we are very much a pill society. We think there's a pill for everything. If we can't give you a pill for it, then we can give you surgery and fix it. You know, prevention works. And we have totally underinvested in prevention. We've totally underinvested in a strong, robust public health system. If you look at the fact that in the America today, you can very easily know what's coming off the shelf of a grocery store, Amazon knows everything there is to know about you, but your doctor does not have the same tools. At three o'clock in the morning, it's still very difficult to get a hold of your electrocardiogram, or your medical record, or your list of allergies if you can't tell the practitioner what you have. And we just haven't invested in robust systems. One of the interesting things about this outbreak is that it has created an environment in which we're now dependent on telemedicine, which has been around for several years, but we weren't quite into it. But now, it's probably going to be the new standard.
GB: Somos muito uma sociedade das pílulas. Achamos que existe uma pílula para tudo. Se não podemos receitar uma, fazemos uma cirurgia e está tudo resolvido. A prevenção funciona. Mas não temos investido em prevenção. E de modo algum investimos em um sistema público de saúde robusto. Se observarmos o fato de que hoje nos EUA pode-se facilmente saber o que está nas prateleiras de um mercado, que a Amazon sabe tudo sobre você, mas seu médico não tem as mesmas ferramentas. Às três horas da manhã, ainda é muito difícil obter seu eletrocardiograma, prontuário médico, ou sua lista de alergias se você não puder contar ao médico o que você tem. Nós simplesmente não investimos em sistemas robustos. Uma das coisas interessantes sobre o surto é que se tem criado um movimento ao qual agora dependemos da telemedicina, que existe há vários anos, mas não usávamos muito. Agora, esse será o novo padrão.
DB: But it also seems -- So, obviously, those countries with an incredibly robust health care system, like Taiwan, have done well, but it seems like even countries that perhaps would be considered to have a less robust health care system, like a Ghana in Africa, have actually done well. What has been the, I guess, the secret sauce for those kinds of countries?
DB: Parece-me óbvio que os países com um sistema de saúde incrível, como o Taiwan, tenham se saído bem, mas mesmo os países que talvez considerem ter um sistema de saúde fraco, como Gana na África, têm reagido bem. Qual tem sido a fórmula secreta para esses países?
GB: Yeah, it's still pretty early in some of their exposures, and hopefully, they might not have a wave that comes later, that's still a possibility, but at the end of the day, I think, to the extent you have done good, sound public health practices, all of the countries that have done well have implemented that. Now we're a big country, we're a complex country. And yes, we didn't get the testing right to begin with. But we should not repeat the mistakes that we had over the last three months, because we've still got several months to go. And now that we know what we did wrong, I'm encouraging us to do it right the next time.
GB: Ainda é muito cedo em alguns desses exemplos, espero que eles não tenham uma nova onda no futuro, isso ainda é uma possibilidade, mas, no final das contas, na medida em que se faz boas e sólidas práticas de saúde pública, todos os países bem-sucedidos implementaram isso. Porém, somos um país grande e complexo. E sim, nós não testamos corretamente no início. Mas não devemos repetir os erros que cometemos nos últimos três meses, porque ainda temos muitos meses pela frente. Agora que sabemos o que fizemos errado, estou incentivando a fazermos certo da próxima vez.
DB: That seems smart.
DB: Parece inteligente.
GB: And the next time is tomorrow.
GB: E a próxima vez é amanhã.
DB: That's right. It's already started. I mean, it almost seems to me, if I can use this metaphor, that some of these countries already had the, kind of, antibodies in their system, because they had experience with maybe Ebola or the first SARS. Is that the key, previous exposure to these kind of public health crises?
DB: Está certo. Isso já começou. Parece-me, se é que posso usar esta metáfora, que alguns desses países já tinham um tipo de anticorpos em seus sistemas, porque tiveram experiência, talvez, com o Ebola ou a primeira SARS. Contato prévio é a chave para esse tipo de crise de saúde pública?
GB: Well, this is a very different virus. And while there may be some early evidence that MERS and SARS one, we may have some early protection from that, there's some early, early studies looking at that, that's not the solution. The secret sauce here is good, solid public health practice. That's the secret sauce here. We should not be looking for anything, any mysticism, or anyone to come save us with a special pill. This is all about good, solid public health practice, because, by the way, look, this one was a bad one, but it's not the last one. And so we need to prepare for the next really big one. We think this one was bad, imagine what would have happened had Ebola been aerosolized, or MERS had been aerosolized. You know, pick a TV movie. Even though this was a bad one, we still dodged a really, really bad one this time.
GB: Bem, esse vírus é muito diferente. Embora exista alguma evidência inicial sobre MERS e a primeira SARS, podemos ter algum tipo de proteção prévia, há alguns estudos iniciais que analisam isso, essa não é a solução. A fórmula mágica aqui é uma boa e sólida prática de saúde pública. Esse é o segredo. Não deveríamos procurar uma resposta mística, ou alguém que viria nos salvar com uma pílula especial. Trata-se de boas e sólidas práticas de saúde pública, porque, além do mais, isso tem sido ruim, mas não será a última vez. Precisamos nos preparar para as próximas. Achamos que agora está péssimo, imagine o que teria acontecido se o Ebola ou o MERS tivesse se espalhado. Veja num filme de TV. Embora seja muito ruim, ainda assim nos esquivamos de algo muito pior dessa vez.
DB: Yeah, Middle East Respiratory Syndrome is no joke, and we should be thankful that it doesn't spread more easily, like SARS-CoV. Is this, though -- So all these diseases are zoonotic, that means they jumped to us from the animals that are out there. Obviously, humanity is kind of encroaching on nature in an ever more, kind of, urgent way, whether that's climate change or going into the forests, what have you. Is this just the new normal, like, we should expect pandemics every so often?
DB: A Síndrome Respiratória do Oriente Médio não é brincadeira, deveríamos agradecer por ela não se espalhar tão facilmente como a SARS-CoV. Isto é, todas estas doenças são zoonóticas, significa que foram transmitidas a partir de animais. Visivelmente, a humanidade invade a natureza de modo cada vez mais agressivo, seja pela mudança climática ou desmatamento, e muito mais. Seria esse apenas o novo normal, então devemos esperar pandemias de vez em quando?
GB: Well, they do come periodically, so this is not, you know, the first pandemic, right? We've had several, 100 years ago, the 1918 influenza, SARS was a significant infection, even though it didn't get this bad, SARS one. And we had the avian flu, which was a challenge, and the swine flu. We had Zika. So no, we've had several new disease outbreaks. These emerging diseases happen a lot, and in many ways, we've been fortunate that we have been able to identify them early and contain them. But we're now in an environment where people can, by the way, make some of these things up. Now, this one did not happen, as best we can tell, it's not man-made. It did not probably come out of a leak in the lab. But we know that, when I was in school, to grow a bug, you had to be pretty sophisticated. That's not the case today. And we need to protect ourselves from both naturally occurring infections and from those that are created by humans.
GB: Bem, elas aparecem periodicamente, essa não é a primeira pandemia, certo? Tivemos inúmeras, a gripe em 1918, 100 anos atrás, a primeira SARS foi uma infecção importante, embora não tenha sido tão lesiva. Tivemos a gripe aviária, que foi um desafio, e a gripe suína. Tivemos a Zika. Então não, temos tido vários novos surtos de doenças. Elas aparecem com frequência, e, de muitas maneiras, felizmente temos conseguido identificá-las e contê-las precocemente. Mas agora estamos em um ambiente em que as pessoas podem criar algumas dessas doenças. Isso não aconteceu, o melhor que podemos dizer é que não foi criada pelo homem. Provavelmente não vazou de um laboratório. Mas sabemos que, quando eu estava na faculdade, criar um vírus era algo bastante sofisticado. Não é esse o caso agora. Precisamos nos proteger tanto de infecções que ocorrem naturalmente como daquelas criadas por seres humanos.
DB: Plus we have other, kind of, threat multipliers, like climate change, that make pandemics like this that much worse.
DB: Além disso, temos outros tipos de multiplicadores de ameaças, como a mudança climática, que torna as pandemias muito piores.
GB: You know, I was saying climate change was the greatest threat human survival before this one. But this is rivaling climate change. But let me tell you, the big challenge we have now is that we have a pandemic, which we have still not contained, as we enter hurricane season, and we have climate change, which is exacerbating the ferocity of the hurricanes that we're having. So, you know, we're in for an interesting summer.
GB: Eu dizia que a mudança climática foi a maior ameaça à sobrevivência humana até agora. Mas a pandemia compete com ela. Nosso grande desafio agora é que temos uma pandemia, que ainda não controlamos, e quando iniciar o período dos furacões, teremos mudanças climáticas que irão acentuar a força deles. Estamos diante de um verão desafiador.
DB: And here's Chris with, I think, a question from our audience.
DB: E agora temos o Chris, com uma pergunta do público.
Chris Anderson: Many questions, actually. People are very interested in what you're saying, Georges. Here we go, here's the first one from Jim Young: "How do we deal with people who don't believe this is serious?"
Chris Anderson: Muitas perguntas, na verdade. As pessoas estão muito interessadas no que você está dizendo, Georges. A primeira pergunta é do Jim Young: "Como convencer as pessoas que não acreditam que isso seja grave?"
GB: You know, you just have to continue to communicate the truth to folks. One of the things about this particular disease is that it does not spare anyone. It does not recognize political parties, it does not recognize geography, and we had lots of people, particularly in rural communities, that were not seeing it, because it had not yet come to them, and they didn't believe it was real. And now many of those communities are being ravaged by this disease. And so we just have to -- You know, it's not appropriate to say "I told you so." It is appropriate to say, "Look, now that you see it, come on board and help us resolve these problems." But this is something that's going to be around for a while. And if it becomes endemic, meaning that it occurs all the time at some low level, everyone is going to have this experience.
GB: Temos realmente que continuar a dizer a verdade a essas pessoas. Uma característica dessa doença é que ela não poupa ninguém. Não reconhece partidos políticos, não distingue região... Tivemos muitas pessoas, sobretudo de comunidades rurais, que não enxergavam a pandemia, pois ainda não tinha chegado a elas, e não acreditavam que fosse real. Agora, muitas dessas comunidades estão sendo devastadas por essa doença. Não seria apropriado dizer: "Eu avisei". É melhor falar: "Vejam, agora que vocês sabem, juntem-se e nos ajudem a resolver esse problema". É algo que vai permanecer por um tempo. Caso se torne endêmico, significa que vai ocorrer o tempo todo em um nível baixo, todos terão essa experiência.
CA: Thank you. Here is one from Robert Perkowitz. "We seem to have been ignoring and underfunding public health, and we were unprepared for this virus." Look if the question is going to pop up there, I think it should, by some magic. "What should our priorities be now to prepare for the next public health crisis?"
CA: Obrigado. A pergunta agora é do Robert Perkowitz: "Parece que temos ignorado e sucateado a saúde pública, não estávamos preparados para esse vírus". A pergunta vai aparecer, deveria, por alguma mágica. "Quais deveriam ser nossas prioridades agora para nos prepararmos para a próxima crise de saúde pública?"
GB: Well, we now need to make sure that we've put in the funding, resources, training, staffing on the table. And by the way, our next public health crisis is not 10 years from now, it's not 20 years from now, it's the potential co-occurrence of influenza, which we know is going to happen this fall, because it comes every year, with either continued COVID or a spike in COVID. And we're going to have a disease process which presents very much the same, and we're going to have to differentiate COVID from influenza. Because we have a vaccine for influenza, we don't yet have a vaccine for COVID. We hope to have one in about a year. But that still remains to be seen.
GB: Precisamos garantir financiamento, recursos, treinamento e profissionais o suficiente. A propósito, nossa próxima crise de saúde pública não é daqui a 10, 20 anos. Há um retorno provável dessa gripe, que achamos possa acontecer neste outono, porque ela volta todo ano, com o prosseguimento ou um pico da COVID. Ocorrerá um crescimento da doença que se apresenta da mesma forma, e teremos que diferenciar a COVID da gripe. Porque nós temos uma vacina para a gripe, mas não temos ainda para a COVID. Esperamos obtê-la em mais ou menos um ano. Mas ainda precisa ser verificado.
DB: So get your flu shots.
DB: Tome a vacina contra a gripe.
CA: Yeah. Indeed, in fact, David Collins asked exactly that question. "What is the likelihood of a vaccine before the next wave?"
CA: Sim. Aliás, David Collins fez exatamente essa pergunta. "Qual é a probabilidade de uma vacina antes da próxima onda?"
GB: Well you know, the fastest vaccine that we've ever developed was measles, and that took four years. Now, a lot of things are different, right? We have started on a SARS-one vaccine. So it had gone to a lot of animal trials, it had gone to some very, very early human trials. As you know, we just got some announcement that at least it does seem to work in monkeys, in rhesus monkeys, and there's some evidence that at least it may be efficacious and safe in a very, very small number of people. When I say very, very small number of people, handful of people. So now it's got to go to phase two and phase three trials. So, yeah, [David] held up two hands, so yeah, yeah, it's a small number of people. What that tells you is either that those folks were very lucky, or it works. And we won't know until we put this into the arms of thousands of people.
GB: A vacina mais rápida desenvolvida foi contra o sarampo, e demorou quatro anos. Agora, há muitas diferenças, certo? Iniciamos uma vacina contra a SARS-1. Temos feito muitos testes em animais, e alguns ainda precoces em humanos. Como vocês sabem, recebemos um comunicado que parece ao menos funcionar em macacos rhesus, e há algumas evidências de que possa ser eficaz e seguro em um número muito pequeno de pessoas. Quando digo isso, me refiro a uma dúzia somente de pessoas. Agora os testes vão para a fase dois e três. Então, sim David, vamos torcer, é um pequeno número de pessoas. Ou elas tiveram muita sorte ou isso funciona. Não saberemos até a injetarmos em milhares de pessoas.
CA: Here's an important question from a TED Fellow. "How do we actually train people about what public health means? Especially in the context of folks who don't believe they have a responsibility to 'the public?'"
CA: Aqui uma questão importante de um bolsista TED. "Como ensinar as pessoas a importância da saúde pública? Especialmente no contexto daqueles que não acreditam ter responsabilidade sobre o que é 'público'?"
GB: Well, you know, I remind folks that when public health does its best job, nothing happens. And of course, when nothing happens, we don't get credit for it. So the reason that everyone in this country does not have to get up every morning and boil their own water is because of public health. The reason that, if you get into a car accident, you know, get into an automobile collision, and you wear your seat belt, and you have airbags, and you're not killed from that automobile collision, is because of public health. The reason that the air is safe to breathe, the food is safe to eat, is because of public health. The reason that your kids are not in clothing that ignites is because we have fire-retardant clothing. And that is a requirement. The reason that you don't trip walking down the stairs is because we've actually looked at how to build the stair so that people don't trip when they go up or down it. That's actually a public health intervention. So the built environment, medicines, all those kinds of things, vaccines, those are all public health, and that's why public health is there, and you may not believe that it's that important, but we couldn't live without it.
GB: Bem, lembro as pessoas que quando a saúde pública faz um ótimo trabalho, nada acontece. Claro, quando nada acontece, não damos o devido crédito. Portanto, as pessoas neste país não precisam se levantar todas as manhãs e ferver sua própria água por causa da saúde pública. O fato de você sofrer um acidente de carro, uma colisão de automóveis, e usar cinto de segurança e ter airbags, e não estar morto devido a esse acidente, é por causa da saúde pública. O fato de o ar ser saudável para respirar, a comida segura para comer, é graças à saúde pública. Suas crianças usam roupas que não inflamam porque temos roupas anti-inflamáveis. Isso é um requisito. Você não se acidenta ao descer as escadas porque sabemos como construí-las, para que as pessoas não tropecem ao subir ou descer. É uma intervenção da saúde pública. O ambiente construído, remédios, vacinas, tudo isso é proveniente de saúde pública. É por isso que ela existe, podem não acreditar que isso seja importante, mas não poderíamos viver sem ela.
CA: Maybe one day we can all envision a health care system in America that actually has some incentives that point towards public health. That would be very nice. David, I've got to just keep going with some of these questions, if it's OK, because they're pouring in. There's one here from Jacqueline Ashby. Important question for every parent. "What are your recommendations about sending children back to school?"
CA: Quem sabe um dia possamos vislumbrar um sistema de saúde nos EUA que tenha alguns incentivos voltados à saúde pública. Isso seria muito legal. David, preciso fazer algumas perguntas, se estiver tudo bem, porque estão surgindo mais. Há uma questão da Jacqueline Ashby. Pergunta importante para todos os pais. "Qual a sua recomendação ao retorno das crianças à escola?"
GB: Yeah, I'm struggling with this one, I've got three grandkids. And the good news is that my grandkids are more technically proficient than I am, and right now are getting their lessons remotely. I think it's going to be a challenge as we think about sending kids back to school. We're going to really need to know how infectious kids are and how well they do when they get infected. Now, right now, it seems, except for a very small number of children who get a very rare disease, that they tolerate this disease very well. But the central question is, how many of these germs will these kids bring back to you and to grandma and grandpa. So that's going to be important. And you know, trying to tell an eight-year-old not to interact with their friends, is a real challenge. By the way, trying to tell a 17-year-old not to interact with their friends is going to be a real challenge. So, we've got to properly educate these kids, we've got to figure out how we stagger their schedules. Uri's idea for the workforce might be an interesting concept for schools, because the idea is to try to decompress the number of kids in the classroom. By the way, if you get smaller class size, you get better education, anyway. So, we've got to have enough teachers, though. So that may be the rate limiting step.
GB: Tenho enfrentado isso, pois tenho três netos. A notícia boa é que meus netos são mais preparados do que eu e, no momento, estão tendo as lições escolares remotamente. Acho que será um desafio o retorno das crianças à escola. Na verdade, precisamos saber o quanto elas são infecciosas e como reagem quando são infectadas. Ao que parece, exceto por um número pequeno de crianças que sofrem de alguma doença rara, elas reagem muito bem a esta doença. Mas a questão central é: quantos desses germes elas vão trazer de volta para você e os avós delas. Isso será importante. Tente dizer a uma criança de oito anos para não interagir com os amiguinhos. É um enorme desafio. Aliás, dizer a um jovem de 17 anos para não interagir com os amigos será um grande desafio. Então, teremos que educar essas crianças, descobrir como intercalar os horários. A ideia de Uri para a jornada de trabalho pode ser um conceito interessante para as escolas, porque a ideia é tentar desafogar o número de crianças na sala de aula. Aliás, se as turmas forem menores, a educação será melhor. Para isso, temos que ter professores o suficiente. Poderia ser um modo de controle.
CA: Alright, last question here for now from [Steven] Petranek. Masks. Advice on masks -- I switched that off, here we go. Advice on masks seems to have shifted. "Would most Americans who live and work in cities be better off wearing masks to also help reduce the air pollution particles they encounter every day?"
CA: Certo. A última pergunta por enquanto é de Stephen Petranek. Agora uma informação sobre as máscaras. A orientação sobre o uso delas parece ter mudado. "Os americanos que vivem e trabalham nas cidades deveriam continuar a usar máscaras para se protegerem da poluição do ar que aspiram todos os dias?"
GB: It may help some, absolutely. But let me tell you what I would prefer we stopped doing: burning fossil fuels. And doing all those terrible things that we are doing to destroy our climate. You know, everyone's talking about the fact that we've had this amazing reduction in CO2 because we're not driving cars. I've got to tell you, that is the best evidence that climate change is man-made. All those climate change skeptics who don't think climate change is man-made, we have just had a worldwide demonstration on what people do to create climate change. And so what we need to do is stop and move to a green economy.
GB: Pode ajudar um pouco, com certeza. Mas seria melhor pararmos de poluir deixando de queimar combustível fóssil. E todos esses absurdos que continuamos a fazer, destruindo nosso clima. Todo mundo está falando que tivemos uma redução incrível de CO2 porque não estamos usando os carros. É a melhor evidência de que as mudanças climáticas são provocadas pelo homem. Aos céticos que não acreditam na interferência humana, acabamos de ter uma demonstração mundial sobre o que as pessoas fazem para criar mudanças climáticas. Portanto, precisamos parar e mudar para uma economia verde.
DB: Here, here.
DB: Escutem isso.
CA: Thank you so much for those, I'll dip back in at the end with maybe a couple more. Thank you for this.
CA: Muito obrigado pela explicação, voltarei no final com mais perguntas. Obrigado por tudo.
DB: So we're waving the flag for masks. But also, one of the things that has become clear from this is that COVID-19 is not the great leveler that maybe some had hoped it was. Some communities are experiencing much worse, significantly worse outcomes than others. Why is that?
DB: Estamos em campanha por máscaras. Mas algo que tem ficado claro é que a COVID-19 não é o grande nivelador que alguns talvez esperassem que fosse. Algumas comunidades apresentam resultados piores, muito piores do que outras. Por que isso?
GB: We're talking principally about the African American and Latino communities that seem to be disproportionately impacted if they get the disease. And it's because of exposure, primarily. Those populations have more public-facing jobs. So, you know, bus drivers, grocery clerks, working in long-term care facilities, nursing homes, in meatpacking facilities, chicken farms. So that's why they're much more -- going to be exposed to the disease. Susceptibility. Lots of chronic disease. So we know that particularly African Americans have disproportionate amounts of diabetes, heart disease, lung disease, and because of those chronic diseases, we found early on that that virus is more detrimental to those populations that have those diseases. And so that's the big issue here. That is what's causing those differentiations and it's really a challenge, because in many ways, those are many of the people that we have decided are essential employees and have to go to work.
GB: Estamos falando, sobretudo, de comunidades afro-americanas e latinas dos EUA, que parecem sofrer um impacto desproporcional ao pegarem a doença. Por causa da exposição, principalmente. Essas populações têm empregos de maior contato com o público. Motoristas de ônibus, balconistas de supermercado, trabalhando em casas de repouso, asilos, frigoríferos, granjas. Eles estão muito mais expostos à doença. Vulnerabilidade. Muitas doenças crônicas. Sabemos que em especial os afro-americanos apresentam uma grande desproporção nos casos de diabetes, doenças cardíacas, doenças pulmonares, e, por causa dessas doenças crônicas, descobrimos cedo que esse vírus é mais prejudicial às populações afetadas por elas. Esse é o grande problema aqui. É o que está causando estas diferenças e é realmente um desafio, pois muitas dessas pessoas trabalham no que chamamos de serviços essenciais, então elas precisam ir trabalhar.
DB: That's right. So what is, in your view, the public health intervention to protect these essential workers, if you have ideas on that front?
DB: Está certo. Então, na sua visão, qual seria a ação na saúde pública para proteger esses trabalhadores essenciais, se você tem alguma sugestão?
GB: I absolutely do. We started this by a testing strategy based on symptoms. And now that we have enough tests, we need to make sure that not only people get those tests for clinical reasons, and people who have symptoms, but also begin to prioritize people who are public-facing, who are essential workers. So, certainly people working in nursing homes, hospitals, etc., but bus drivers, security guards, grocery store clerks. They need to be tested, and they need to have testing with the periodicity that will secure them, their families, and give everyone the trust that they're not going to be infected and we're not going to infect them. People who work in meatpacking plants, as an example. And we've seen the real tragedy of what's going on in the meatpacking plants, because they are working in an environment where they're shoulder to shoulder. There are some other things they need to do in terms of figuring out how to give them physical distancing on the assembly line, that's going to be important. But again, Uri's idea is not a bad idea for this nation to consider, for many of those industries to think about.
GB: Eu certamente tenho. Começamos uma estratégia de teste baseada nos sintomas. Agora que temos testes o bastante, precisamos garantir que sejam testadas não apenas por razões clínicas, pessoas que tenham sintomas, mas comecem a priorizar aqueles que estão em contato direto com o público, os trabalhadores essenciais. Portanto, aqueles que trabalham em asilos, hospitais etc. Também os motoristas de ônibus, seguranças, balconistas de supermercado, precisam ser testados com frequência para garantir a eles e às famílias deles, toda a confiança de que não serão infectados e que não iremos infectá-los. As pessoas que trabalham em frigoríficos, por exemplo. Vimos a verdadeira tragédia nesses locais, porque as pessoas trabalham num ambiente lado a lado. Há outras coisas que precisam fazer, como criar um distanciamento social na linha de montagem, isso será importante. Mas, novamente, a ideia de Uri não é ruim para ser considerada por esta nação, para muitas dessas indústrias refletirem.
DB: Yeah, we have to make sure that these truly are folks who are treated as essential workers, not sacrificial workers, it seems to me. And obviously, this is not just confined to the US.
DB: Temos de garantir a essas pessoas que sejam tratadas como trabalhadores essenciais sem sacrificá-las. Evidentemente, isso não está limitado apenas aos EUA.
GB: Oh, absolutely. We're seeing these disparities not just in the United States, but in other countries as well. And they have a lot to do with race and class and the types of jobs that you do, the occupations that you do. And quite frankly, we should have thought about this when we saw the first data that showed that in China people with chronic diseases were much more at risk and had worse health outcomes. We would have sped up our actions right away, because, look, that's happened with every new disease that's come into the country.
GB: Certamente, não. Estamos vendo essas disparidades não apenas nos Estados Unidos, mas em outros países também. Isso tem a ver com raça e classe, e o tipo de trabalho, ocupação que você exerce. Sinceramente, deveríamos ter pensado nisso quando vimos as primeiras ocorrências mostradas na China, que pessoas com doenças crônicas tinham muito mais riscos e tiveram piores resultados de saúde. Teríamos acelerado nossas ações imediatamente, porque isso acontece com todas as novas doenças que chegam ao país.
DB: So it seems like a lot of this goes back to that potential -- it's not an oxymoron, public health is everybody's job, and we need to adopt that. What does, in your view, a robust public health infrastructure look like? What would that look like?
DB: Parece que muito disso remonta a esse potencial, não é um paradoxo, a saúde pública é um trabalho de todos, precisamos adotá-la. Na sua opinião, como é uma infraestrutura robusta de saúde pública? Como seria isso?
GB: Well, you know, anytime a new health threat enters our community, we ought to be able to rapidly identify it, contain it, and if we can mitigate it, for sure, and eliminate it if possible, and then put in all the protective measures that we had before. So that means having a well-staffed, well-trained governmental public health entity, just like we have for police, fire, EMS. It means that they've got to be well-paid, it means that they've got to be well-resourced. You know, we still have some of our contact tracers out there using pen and pads. And sending things to Excel Spreadsheets. No, we need the same kind of robust technology that the folks at, you know, any of the online retailers are using, whether it's Amazon, etc. We're still looking at data that's two years in the rear to make data-driven decisions. We need to be able to make immediate decisions. By the way, Taiwan, you mentioned them earlier, I remember being in Taiwan watching data come from infectious diseases, real time, from their electronic medical record system. So, you know, we can do this, the technology exists.
GB: Sempre que uma ameaça à saúde surge em nossa comunidade, devemos ser capazes de identificá-la rapidamente, contê-la, mitigá-la, claro, e eliminá-la, se possível. Em seguida, adotar todas as medidas de proteção novamente. Isso significa ter uma boa equipe, uma entidade governamental de saúde pública bem treinada, assim como temos para polícia, bombeiros, emergência. Então, eles precisam ser bem pagos, ter bons recursos. Alguns de nossos rastreadores de contato são feitos com papel e caneta ainda. E enviamos esses dados a planilhas do Excel. Não, precisamos do mesmo tipo de tecnologia robusta que qualquer varejista on-line utiliza, seja na Amazon etc. Tomamos decisões baseados em dados analisados de dois anos atrás. Precisamos ser capazes de tomar decisões imediatas. A propósito, em Taiwan, que você mencionou anteriormente, lembro-me, quando estive lá, de acompanhar os dados oriundos de doenças infecciosas em tempo real, a partir do sistema eletrônico de registros médicos deles. Logo, podemos fazer também, a tecnologia existe.
DB: Imagine that. Wow, real time health information, what a difference that would make. Do you think that technology can help us here, whether that's the Google-Apple collaboration or whatever else?
DB: Imagine. Uau, informações de saúde em tempo real, que diferença isso faria. Você acha que a tecnologia pode nos ajudar agora, seja pela colaboração da Google-Apple ou de alguma outra forma?
GB: Technology can help us, but it's not going to replace us. We're nowhere near where we can sit back and have our electronic avatar do our work for us. But the technology can outstrip our work. It can give us situational awareness. It can give us real time information. It allows us to send information from point A to point B for data analysis. It allows us to do second thinking, so we're doing all this modeling, it allows others to check our numbers right away. So it could speed up research. But we have to invest in it, and we have to continue it, because obsolescence is always the evil part of technology.
GB: A tecnologia pode nos ajudar, mas não vai nos substituir. Não estamos nem perto de apenas nos sentar e ter nosso avatar eletrônico para trabalhar por nós. Mas a tecnologia pode superar nosso trabalho. Pode nos dar a consciência situacional. Informação em tempo real. Ela nos permite enviar informações de um ponto A ao B, para análise de dados. Isso nos ajuda a pensar melhor, e estamos fazendo esta modelagem. Possibilitando que outras pessoas verifiquem nossos números imediatamente. Pode acelerar nossa pesquisa. Mas precisamos investir, continuamente, porque a limitação é sempre a parte cruel da tecnologia.
DB: And it looks like Chris is back with more questions.
DB: Acho que o Chris está de volta com mais perguntas.
CA: Yeah, I guess we're getting close to the end, but the questions keep coming in. There's one here from Neelay Bhatt. "What role do you see parks, trails and open space play in assisting larger public health goals?"
CA: Sim, acho que estamos perto do fim, mas as perguntas continuam a chegar. Há uma questão da Neelay Bhatt: "Qual o papel que você vê dos parques, trilhas e espaços abertos no auxílio a objetivos maiores de saúde pública?"
GB: You know, green space is absolutely essential, and the ability to get out and walk and exercise, having sidewalks, so that you can have communities that are walkable, bikeable and green for utilization of all ages, it's good for our mental health, it's good for our physical health. And I always tell folks, you know, it's a great place to go when someone's gotten on your last nerve.
GB: Espaços verdes são essenciais, a possibilidade de sair, caminhar e se exercitar, ter calçadas acessíveis para a comunidade, ciclovias arborizadas a todas as idades, É bom para a nossa saúde física e mental. Sempre digo às pessoas que é um ótimo lugar para ir quando se está irritado.
CA: Indeed. Here we have one anonymous question. Where possible don't go anonymous, because we're all friends here when all said and done. Probably someone ... Anyway. Let's see, but it's a good question. "There are many who are highly suspicious of what the real experts are saying. What have you found to be effective in helping the highly suspicious be less suspicious and more trusting?"
CA: Certamente. Temos aqui uma pergunta anônima. Sempre que possível, não fique anônimo, porque somos todos amigáveis, independentemente do que é dito. Vamos ver, mas é uma boa questão. "Muitos estão duvidando do que os especialistas estão dizendo. O que você acha eficaz para ajudá-los a duvidarem menos e confiarem mais?"
GB: Tell the truth. If you make a mistake, acknowledge it and correct it right away. Be consistent. And don't say stupid stuff. And far too often that happens. And you know, one of the interesting things, we've already been through this with the mask discussion. You know, traditional wisdom was that we only had people wear the mask if they were infectious, or you're in a health care environment where there was a high risk of getting the disease. And then we said, no, it's OK for everybody to wear a mask. And that's because we learned eventually, and became much more believable, in the science that we had asymptomatic spreading. But we did not communicate it very well. We said, oh, no, no, we're changing our minds, everybody can wear a mask, after telling people not to wear a mask. And then we didn't spend enough time explaining to people why. So we lost trust. So we need to do a better job of that. And then our leaders need to be very careful what they say when you have a bullhorn. And by the way, I've made mistakes, I've said things on TV that were just wrong, because I was wrong. And I've tried very hard to try to correct those as quickly as I can. All of us do that, but you have to be strong enough and have a strong enough personality to say when you're wrong and then correct it. Because at the end of the day, once you've lost trust, you've lost everything.
GB: Fale a verdade. Se você comete um erro, reconheça e corrija-o imediatamente. Seja consistente. Não diga coisas estúpidas. Isso acontece com frequência. Uma das coisas mais interessantes, é que já passamos por isso com a discussão da máscara. A sabedoria tradicional dizia que só usassem máscaras os infectados, ou num ambiente de cuidados com a saúde em que há alto risco de contrair a doença. Mas então dissemos: "Não, não há problema se todos usarem a máscara". Isso porque aprendemos posteriormente, e se tornou mais factível na ciência, que tínhamos uma propagação dos assintomáticos. Mas não divulgamos isso muito bem. Dissemos: "Não, mudamos de ideia, todos podem usar a máscara", após dizer às pessoas para não usarem. Nós não dedicamos tempo suficiente explicando às pessoas o porquê. Então, perdemos a confiança. Precisamos melhorar nosso trabalho. Nossos líderes precisam ter muito cuidado com o que dizem, pois são influentes. A propósito, eu cometi erros, disse na TV coisas que estavam erradas, porque eu estava errado. Com muito esforço tentei corrigir o mais rápido possível. Todos nós erramos, mas é preciso ser forte o bastante e ter personalidade para dizer quando está errado e corrigir-se. Porque, no final das contas, uma vez perdida a confiança, você perde tudo.
CA: Well if I might say so, just the way in which you're communicating right now, I mean, to me, that is a means of communication that engenders trust. I don't know what magic sauce you have going there, but it's very, very compelling listening to you. Thank you so much for this. David, do you have any other last cues?
CA: Bem, se assim posso dizer, o modo como está se comunicando agora, para mim, gera muita confiança. Eu não sei qual fórmula mágica você tem, mas é muito atrativo escutá-lo. Muito obrigado por tudo. David, você tem alguma última questão?
GB: I've made lots of mistakes.
GB: Tenho cometido muitos erros.
DB: Yeah, no, but it really has been a real pleasure to have you join us, and thank you for that. Just one final question if I may. You've been doing this for a while, what gives you hope looking forward?
DB: Realmente foi um imenso prazer ter você aqui conosco e obrigado por tudo. Apenas uma última pergunta, se eu puder. Você faz isso há muito tempo, o que lhe dá esperança para o futuro?
GB: You know, let me tell you something. The one thing that gives me hope is when I see people taking care of their friends and family members. I mean, drive-by birthday parties. I saw that on the news today. People who are calling their friends. I've heard from people that I haven't talked to in years, who are just calling me to say, "I haven't talked to you for a long time. Are you OK?" So do more of that. And the trust we've had in one another, and the love we've shown, it's just been absolutely amazing, so that gives me hope.
GB: Deixe-me dizer algo. A única coisa que me dá esperança é quando vejo as pessoas cuidando de seus amigos e familiares. Digo, festas de aniversário de passagem com o carro. Vi isso no noticiário hoje. Pessoas telefonando para seus amigos. Tive notícias de pessoas com quem não converso há anos, e me ligaram para dizer: "Não tenho falado contigo há muito tempo. Está tudo bem?" Portanto, façam mais isso. A confiança que temos tido um no outro, o amor que temos demonstrado, é simplesmente incrível, é isso que me dá esperança.
DB: Humanity for the win in the end.
DB: A humanidade vai vencer no final.
GB: Yeah.
GB: Sim.
DB: Well, thank you so much, Dr. Benjamin, for joining us and for sharing your wisdom.
DB: Muito obrigado, Dr. Benjamin, pela sua participação e por compartilhar sua sabedoria.
GB: Glad to be here.
GB: Fico feliz em estar aqui.
CA: Yes, thank you.
GB: You guys be safe. Your families be safe.
Estejam seguros vocês e seus familiares.
DB: Thank you, you too.
DB: Obrigado, você também.