I'm going to be talking about designing humor, which is sort of an interesting thing, but it goes to some of the discussions about constraints, and how in certain contexts, humor is right, and in other contexts it's wrong.
Vou falar sobre o desenho humorístico, que é uma coisa interessante, mas leva a discussões quanto às limitações e sobre como, em certos contextos, o humor está certo, e, noutros contextos, está errado.
Now, I'm from New York, so it's 100 percent satisfaction here. Actually, that's ridiculous, because when it comes to humor, 75 percent is really absolutely the best you can hope for. Nobody is ever satisfied 100 percent with humor except this woman.
Eu sou de Nova Iorque, portanto, a satisfação aqui está 100% garantida. (Risos) Na verdade, isso é ridículo porque, quando se trata de humor, o melhor que podemos esperar é 75%. Nunca ninguém fica 100% satisfeito com o humor exceto esta mulher.
(Video) Woman: (Laughs)
(Risos)
(Video) (Gargalhadas)
Bob Mankoff: That's my first wife. (Laughter) That part of the relationship went fine. (Laughter)
Esta é a minha primeira mulher. (Risos) Esta parte da relação correu bem. (Risos)
Now let's look at this cartoon. One of the things I'm pointing out is that cartoons appear within the context of The New Yorker magazine, that lovely Caslon type, and it seems like a fairly benign cartoon within this context. It's making a little bit fun of getting older, and, you know, people might like it.
Agora vamos olhar para este cartune. Uma das coisas que quero mostrar é que os desenhos humorísticos se inserem no contexto da revista The New Yorker, — essa simpática e tradicional revista — e este parece um cartune inofensivo dentro desse contexto. Troça um pouco da velhice, e as pessoas podem gostar,
But like I said, you cannot satisfy everyone. You couldn't satisfy this guy.
mas, como eu disse, não se pode agradar a todos. Não agradou a este sujeito.
"Another joke on old white males. Ha ha. The wit. It's nice, I'm sure to be young and rude, but some day you'll be old, unless you drop dead as I wish."
"Mais uma piada sobre brancos velhos. Ha! ha! Que espírituoso! "É giro, para si que é jovem e grosseiro, "mas um dia será velho, a menos que morra, como eu desejo."
(Laughter)
(Risos)
The New Yorker is rather a sensitive environment, very easy for people to get their nose out of joint. And one of the things that you realize is it's an unusual environment. Here I'm one person talking to you. You're all collective. You all hear each other laugh and know each other laugh. In The New Yorker, it goes out to a wide audience, and when you actually look at that, and nobody knows what anybody else is laughing at, and when you look at that the subjectivity involved in humor is really interesting.
A "The New Yorker" é um ambiente sensível, é muito fácil as pessoas torcerem o nariz. Uma das coisas que percebemos é o seu ambiente invulgar. Eu estou aqui a falar com vocês. Vocês são um grupo. Ouvem o riso uns dos outros e conhecem esse riso. Na "The New Yorker", sai para um grande público. Quando olhamos para isso, — e ninguém sabe do que é que os outros se estão a rir — e quando vemos a subjetividade envolvida no humor é realmente interessante.
Let's look at this cartoon.
Vamos ver agora este cartune.
"Discouraging data on the antidepressant."
"Dados desanimadores sobre antidepressivos."
(Laughter)
(Risos)
Indeed, it is discouraging. Now, you would think, well, look, most of you laughed at that. Right? You thought it was funny. In general, that seems like a funny cartoon, but let's look what online survey I did. Generally, about 85 percent of the people liked it. A hundred and nine voted it a 10, the highest. Ten voted it one. But look at the individual responses.
Realmente, é desanimador. Agora, podíamos dizer, quase todos vocês se riram com isto, não foi? Vocês acharam graça. Parece um cartune engraçado, mas vejamos a pesquisa "online" que eu fiz. Cerca de 85% das pessoas gostaram. Cento e nove deram 10, a nota mais alta. Dez deram a nota um. Vejam as reações individuais.
"I like animals!!!!!" Look how much they like them. (Laughter) "I don't want to hurt them. That doesn't seem very funny to me."
"Eu gosto de animais!!!!!" Vejam o quanto eles gostam. (Risos) "Não os quero magoar... Não acho graça nenhuma."
This person rated it a two. "I don't like to see animals suffer -- even in cartoons."
Essa pessoa deu nota dois. "Não gosto de ver animais a sofrer — nem mesmo em desenhos."
To people like this, I point out we use anesthetic ink.
(Risos)
Other people thought it was funny. That actually is the true nature of the distribution of humor when you don't have the contagion of humor.
A estas pessoas eu digo que usamos tinta anestésica. (Risos) Outras pessoas acharam engraçado. Esta é a verdadeira natureza da distribuição do humor quando não temos o contágio do humor.
Humor is a type of entertainment. All entertainment contains a little frisson of danger, something that might happen wrong, and yet we like it when there's protection. That's what a zoo is. It's danger. The tiger is there. The bars protect us. That's sort of fun, right? That's a bad zoo. (Laughter) It's a very politically correct zoo, but it's a bad zoo. But this is a worse one. (Laughter) So in dealing with humor in the context of The New Yorker, you have to see, where is that tiger going to be? Where is the danger going to exist? How are you going to manage it? My job is to look at 1,000 cartoons a week. But The New Yorker only can take 16 or 17 cartoons, and we have 1,000 cartoons. Of course, many, many cartoons must be rejected. Now, we could fit more cartoons in the magazine if we removed the articles. (Laughter) But I feel that would be a huge loss, one I could live with, but still huge.
O humor é um tipo de divertimento. Todo o divertimento contém uma leve sensação de perigo, algo que pode correr mal, mas gostamos, quando há proteção. Um jardim zoológico é isso. É perigo. O tigre está ali. As barras protegem-nos. É divertido, não é? Isto é um mau zoológico. (Risos) É um zoológico politicamente correto, mas é mau. Mas este é pior. (Risos) Para lidar com o humor no contexto da "The New Yorker", temos que ver onde é que o tigre vai estar. Onde vai existir o perigo? Como é que vocês vão geri-lo? O meu trabalho é ver 1000 cartunes por semana. Mas a "The New Yorker" só pode aceitar 16 ou 17 cartunes e nós temos 1000. Claro que muitos cartunes têm que ser rejeitados. Só podíamos encaixar mais cartunes na revista se retirássemos os artigos. (Risos) Mas sinto que seria uma grande perda, (Risos) uma perda com que eu podia conviver, mas mesmo assim grande.
Cartoonists come in through the magazine every week. The average cartoonist who stays with the magazine does 10 or 15 ideas every week. But they mostly are going to be rejected. That's the nature of any creative activity. Many of them fade away. Some of them stay.
Os cartunistas vêm à revista todas as semanas. O cartunista habitual que fica na revista produz 10 ou 15 ideias todas as semanas. Mas, na maioria, vão ser rejeitadas. É a natureza de qualquer atividade criativa. Muitos vão embora. Alguns deles ficam.
Matt Diffee is one of them. Here's one of his cartoons. (Laughter)
Matt Diffee é um deles. Este é um dos seus desenhos. (Risos)
Drew Dernavich. "Accounting night at the improv." "Now is the part of the show when we ask the audience to shout out some random numbers."
Drew Dernavich. "Noite da contabilidade improvisada." "Esta é a parte do espetáculo em que pedimos à plateia "para gritar números aleatórios."
Paul Noth. "He's all right. I just wish he were a little more pro-Israel." (Laughter)
Paul Noth. "Ele é porreiro. Eu só queria que ele fosse um pouco mais pró-Israel." (Risos)
Now I know all about rejection, because when I quit -- actually, I was booted out of -- psychology school and decided to become a cartoonist, a natural segue, from 1974 to 1977 I submitted 2,000 cartoons to The New Yorker, and got 2,000 cartoons rejected by The New Yorker. At a certain point, this rejection slip, in 1977 -- [We regret that we are unable to use the enclosed material. Thank you for giving us the opportunity to consider it.] — magically changed to this. [Hey! You sold one. No shit! You really sold a cartoon to the fucking New Yorker magazine.] (Laughter) Now of course that's not what happened, but that's the emotional truth. And of course, that is not New Yorker humor.
Eu sei tudo sobre rejeição, porque quando eu saí — na verdade fui expulso da faculdade de psicologia — e decidi ser um cartunista, um caminho natural, entre 1974 e 1977, enviei 2000 cartunes para a The New Yorker e a The New Yorker rejeitou-me 2000 cartunes. A certa altura, em 1977 este bilhete de rejeição [Lamentamos não poder usar... ] magicamente transformou-se neste. [Você vendeu um desenho. Verdade! [Vendeu um desenho para a revista The New Yorker.] (Risos) Claro que não foi isso o que aconteceu, mas a verdade emocional foi essa. (Risos)
What is New Yorker humor? Well, after 1977, I broke into The New Yorker and started selling cartoons. Finally, in 1980, I received the revered New Yorker contract, which I blurred out parts because it's none of your business.
E, claro, isso não é o humor da The New Yorker. Qual é o humor da The New Yorker? Depois de 1977, consegui entrar para a The New Yorker e comecei a vender cartunes. Finalmente, em 1980, recebi o venerado contrato com a The New Yorker, que eu risquei aqui, porque não é da vossa conta.
From 1980. "Dear Mr. Mankoff, confirming the agreement there of -- " blah blah blah blah -- blur -- "for any idea drawings."
(Risos) De 1980. "Caro Sr. Mankoff, confirmando o acordo "doravante — blá, blá, blá — riscado — "por qualquer desenho-ideia."
With respect to idea drawings, nowhere in the contract is the word "cartoon" mentioned. The word "idea drawings," and that's the sine qua non of New Yorker cartoons. So what is an idea drawing? An idea drawing is something that requires you to think. Now that's not a cartoon. It requires thinking on the part of the cartoonist and thinking on your part to make it into a cartoon. (Laughter)
A propósito de "desenho-ideia", em parte alguma no contrato aparece o termo "cartune". O termo "desenho-ideia" é uma condição "sine qua non" para os cartunes da The New Yorker. Mas o que é um desenho-ideia? Um desenho-ideia é uma coisa que nos obriga a pensar. Isto não é um desenho humorístico. Exige pensar por parte do cartunista e pela vossa parte para o transformar num desenho humorístico. (Risos)
Here are some, generally you get my cast of cartoon mind.
Este é o meu tipo de desenho humorístico.
"There is no justice in the world. There is some justice in the world. The world is just."
"Não há justiça no mundo" — "Há alguma justiça no mundo" — "O mundo é justo."
This is What Lemmings Believe.
"No que os lemingues acreditam."
(Laughter)
(Risos)
The New Yorker and I, when we made comments, the cartoon carries a certain ambiguity about what it actually is. What is it, the cartoon? Is it really about lemmings? No. It's about us. You know, it's my view basically about religion, that the real conflict and all the fights between religion is who has the best imaginary friend. (Laughter)
Quando eu e a The New Yorker fazemos comentários, o cartune tem uma certa ambiguidade sobre o que realmente é. O que é um desenho humorístico? É sobre lemingues? Não. É sobre nós. Esta é a minha visão, basicamente sobre a religião: O verdadeiro conflito e todas as lutas entre religiões é sobre quem tem o melhor amigo imaginário. (Risos)
And this is my most well-known cartoon. "No, Thursday's out. How about never — is never good for you?" It's been reprinted thousands of times, totally ripped off. It's even on thongs, but compressed to "How about never — is never good for you?"
E este é o meu cartune mais conhecido. "Não, quinta não posso. Que tal nunca? Nunca, está bom para si?" Foi reimpresso milhares de vezes, totalmente pirateado. Até aparece em biquinis, mas reduzido para: "Que tal nunca? Nunca, está bom para si?
Now these look like very different forms of humor but actually they bear a great similarity. In each instance, our expectations are defied. In each instance, the narrative gets switched. There's an incongruity and a contrast. In "No, Thursday's out. How about never — is never good for you?" what you have is the syntax of politeness and the message of being rude. That really is how humor works. It's a cognitive synergy where we mash up these two things which don't go together and temporarily in our minds exist. He is both being polite and rude. In here, you have the propriety of The New Yorker and the vulgarity of the language. Basically, that's the way humor works.
Estas parecem ser formas bem diferentes de humor mas, na verdade, têm uma grande semelhança. Em cada momento, as nossas expectativas são desafiadas. Em cada momento, a narrativa é trocada. Há uma incongruência e um contraste. Em: "Não, quinta não posso. Que tal nunca? Nunca, está bom para si?" o que temos é a síntaxe da boa educação e uma mensagem mal educada. É desta forma que o humor funciona. É uma sinergia cognitiva em que nós misturamos essas duas coisas que não jogam e só existe temporariamente na nossa cabeça. Ele está a ser educado e, ao mesmo tempo mal educado. Temos aqui o refinamento da The New Yorker e a vulgaridade da linguagem.
So I'm a humor analyst, you would say. Now E.B. White said, analyzing humor is like dissecting a frog. Nobody is much interested, and the frog dies. Well, I'm going to kill a few, but there won't be any genocide. But really, it makes me — Let's look at this picture. This is an interesting picture, The Laughing Audience. There are the people, fops up there, but everybody is laughing, everybody is laughing except one guy. This guy. Who is he? He's the critic. He's the critic of humor, and really I'm forced to be in that position, when I'm at The New Yorker, and that's the danger that I will become this guy.
Basicamente, é desta forma que o humor funciona. Eu sou um analista de humor, podemos dizer assim. E.B. White disse que analisar humor é como dissecar uma rã. Ninguém se interessa muito se a rã morre. Eu vou matar algumas, mas não será um genocídio. Mas, na verdade eu... Vamos observar esta imagem. É uma imagem interessante. O Riso da Audiência. O povo aqui, os fidalgos lá em cima. Estão todos a rir, estão todos a rir, exceto um tipo. Este aqui. Quem é ele? É o crítico. É o crítico do humor. E eu sou forçado a estar nessa posição, quando estou na The New Yorker e corro o perigo de me transformar nele. (Risos)
Now here's a little video made by Matt Diffee, sort of how they imagine if we really exaggerated that.
Aqui temos um pequeno vídeo feito por Matt Diffee, como eles nos imaginam, e se nós exagerarmos.
(Video) Bob Mankoff: "Oooh, no. Ehhh. Oooh. Hmm. Too funny. Normally I would but I'm in a pissy mood. I'll enjoy it on my own. Perhaps. No. Nah. No. Overdrawn. Underdrawn. Drawn just right, still not funny enough. No. No. For God's sake no, a thousand times no.
(Vídeo) Humm... não! Huuuumm... Engraçado demais. (Risos) Normalmente sim... mas estou de mau humor. Vou-me divertir sozinho. Talvez. Não. Ná. Não. Muito desenhado. Pouco desenhado. Desenho perfeito, mas não tem muita graça. Não. Não. Por amor de Deus, não. Mil vezes não.
(Music)
(Música)
No. No. No. No. No. [Four hours later] Hey, that's good, yeah, whatcha got there?
Não. Não. Não. Não. [Quatro horas depois] Não.
Office worker: Got a ham and swiss on rye?BM: No.
Ei, que bom, o que é que tem aí?
Office worker: Okay. Pastrami on sourdough?BM: No.
— Pão com presunto e queijo? — Não.
Office worker: Smoked turkey with bacon?BM: No.
— Ok. Bola de carne ? — Não.
Office worker: Falafel?BM: Let me look at it. Eh, no. Office worker: Grilled cheese?BM: No. Office worker: BLT?BM: No.
— Peru fumado com bacon? — Não. — Falafel? — Deixa-me ver. Hum... não. — Tosta de queijo? — Não.
Office worker: Black forest ham and mozzarella with apple mustard?BM: No.
— Bacon e tomate? — Não.
Office worker: Green bean salad?BM: No.
— Presunto, mozzarela e mostarda? — Não.
(Music)
— Salada de feijão verde? — Não. (Música)
No. No. Definitely no. [Several hours after lunch]
Não. Não. Definitivamente, não. [Horas depois do almoço]
(Siren)
Táxi!
No. Get out of here.
[Bandeirada] Não. Sai daqui.
(Laughter)
(Risos)
That's sort of an exaggeration of what I do.
Isto é um enorme exagero sobre o que eu faço.
Now, we do reject, many, many, many cartoons, so many that there are many books called "The Rejection Collection." "The Rejection Collection" is not quite New Yorker kind of humor. And you might notice the bum on the sidewalk here who is boozing and his ventriloquist dummy is puking. See, that's probably not going to be New Yorker humor. It's actually put together by Matt Diffee, one of our cartoonists.
(Risos) Mas rejeitamos muitos cartunes. São tantos que há diversos livros chamados "Coleção dos Rejeitados" A "Coleção dos Rejeitados" não é o tipo de humor da The New Yorker. Podem ver aqui o ventríloquo bêbado no passeio que está a beber enquanto o boneco vomita. Provavelmente não é o humor da The New Yorker.
So I'll give you some examples of rejection collection humor.
O livro é organizado por Matt Diffee, um dos nossos cartunistas. Vou dar-vos alguns exemplos do humor da "Coleção dos Rejeitados".
"I'm thinking about having a child."
"Estou a pensar em ter um bebé."
(Laughter)
(Risos)
There you have an interesting -- the guilty laugh, the laugh against your better judgment.
Temos aqui algo interessante, o riso da culpa, o riso de quem se ri sem vontade.
(Laughter)
(Risos)
"Ass-head. Please help."
"Cabeça de cu. Por favor, ajude-me".
(Laughter)
(Risos)
Now, in fact, within a context of this book, which says, "Cartoons you never saw and never will see in The New Yorker," this humor is perfect. I'm going to explain why. There's a concept about humor about it being a benign violation. In other words, for something to be funny, we've got to think it's both wrong and also okay at the same time. If we think it's completely wrong, we say, "That's not funny." And if it's completely okay, what's the joke? Okay? And so, this benign, that's true of "No, Thursday's out. How about never — is never good for you?" It's rude. The world really shouldn't be that way. Within that context, we feel it's okay. So within this context, "Asshead. Please help" is a benign violation.
No contexto deste livro, que diz: "Desenhos que nunca viram nem nunca verão na The New Yorker", é o humor perfeito. Vou explicar porquê. Existe uma ideia de que o humor é uma violação benigna. Por outras palavras, para algo ser engraçado, temos que pensar que é errado e certo, ao mesmo tempo. Se achamos que é só errado, diremos: "Isso não tem graça". Se estiver tudo bem, dizemos: "Qual é a piada?" Isso é verdade em: "Não, quinta-feira não posso. Que tal nunca? Nunca, está bom para si?" É rude. O mundo não devia ser assim. Mas, dentro deste contexto, parece-nos bem. Dentro desse contexto, "Cabeça de cu. Por favor, ajude-me"
Within the context of The New Yorker magazine ... "T-Cell Army: Can the body's immune response help treat cancer?" Oh, goodness. You're reading about this smart stuff, this intelligent dissection of the immune system. You glance over at this, and it says, "Asshead. Please help"? God. So there the violation is malign. It doesn't work. There is no such thing as funny in and of itself. Everything will be within the context and our expectations.
é uma violação benigna. Mas no contexto da revista The New Yorker... "Exército de células T. "O sistema imunitário do corpo pode ajudar a tratar o cancro?" (Risos) Oh, meu Deus! Estamos a ler este assunto inteligente, esta dissecação inteligente do sistema imunitário. Damos com os olhos neste boneco que diz: "Cabeça de cu. Por favor, ajude-me"? (Risos) Céus! Aqui a violação é maligna. Não funciona. Não existe nada engraçado por si só. Tudo está dentro do contexto e das nossas expetativas.
One way to look at it is this. It's sort of called a meta-motivational theory about how we look, a theory about motivation and the mood we're in and how the mood we're in determines the things we like or dislike. When we're in a playful mood, we want excitement. We want high arousal. We feel excited then. If we're in a purposeful mood, that makes us anxious. "The Rejection Collection" is absolutely in this field. You want to be stimulated. You want to be aroused. You want to be transgressed. It's like this, like an amusement park.
Uma forma de olhar é essa. Chamo-lhe teoria meta-motivacional sobre como parecemos. Uma teoria sobre motivação e estado de humor e como o nosso humor determina as coisas de que gostamos ou não gostamos. Quando estamos a divertir-nos, queremos excitação. Queremos muita excitação. Sentimo-nos empolgados. Se estamos num estado mais sério, ficamos ansiosos A "Coleção dos Rejeitados" está exatamente nesse campo. Queremos ser estimulados. Queremos sentir-nos empolgados. Queremos ser agredidos. É como um parque de diversões.
Voice: Here we go. (Screams)
(Vídeo) Voz: Cá vamos! (Gritos e risos)
He laughs. He is both in danger and safe, incredibly aroused. There's no joke. No joke needed. If you arouse people enough and get them stimulated enough, they will laugh at very, very little.
Ele está a rir. Ele está em perigo, mas em segurança. incrivelmente empolgado. Não há piadas. Não são precisas. Se excitarmos as pessoas e as estimularmos bastante,
This is another cartoon from "The Rejection Collection." "Too snug?" That's a cartoon about terrorism. The New Yorker occupies a very different space. It's a space that is playful in its own way, and also purposeful, and in that space, the cartoons are different.
elas vão rir com pouca coisa. Este é outro cartune da "Coleção dos Rejeitados" "Demasiado apertado?" É um desenho humorístico sobre o terrorismo. The New Yorker ocupa um espaço bem diferente. É um espaço que, à sua maneira, é divertido e, ao mesmo tempo, é sério. Nesse espaço, os desenhos são diferentes.
Now I'm going to show you cartoons The New Yorker did right after 9/11, a very, very sensitive area when humor could be used. How would The New Yorker attack it? It would not be with a guy with a bomb saying, "Too snug?" Or there was another cartoon I didn't show because actually I thought maybe people would be offended. The great Sam Gross cartoon, this happened after the Muhammad controversy where it's Muhammad in heaven, the suicide bomber is all in little pieces, and he's saying to the suicide bomber, "You'll get the virgins when we find your penis."
Vou mostrar desenhos que a The New Yorker usou, após 11 de setembro. Um período muito sensível para o humor. Como havia a revista de abordar o assunto? Não podia ser um tipo a perguntar se a bomba estava demasiado apertada. Ou outra caricatura que não mostrei porque achei que as pessoas podiam ficar ofendidas. O desenho humorístico do famoso Sam Gross. Isto aconteceu depois da controvérsia sobre Maomé em que vemos Maomé no céu, o terrorista suicida está feito em pedaços e Maomé está a dizer ao terrorista:
(Laughter)
"Terás as tuas virgens, quando encontrarmos o teu pénis." (Risos)
Better left undrawn.
É melhor não desenhar.
The first week we did no cartoons. That was a black hole for humor, and correctly so. It's not always appropriate every time. But the next week, this was the first cartoon.
Na primeira semana não publicámos cartunes. Foi um buraco negro para o humor, e foi correto. Nem sempre é apropriado. Mas na semana seguinte, o primeiro cartune foi este:
"I thought I'd never laugh again. Then I saw your jacket."
"Pensei que nunca voltaria a rir... até ver o seu casaco."
It basically was about, if we were alive, we were going to laugh. We were going to breathe. We were going to exist. Here's another one.
(Risos) Basicamente, é sobre estarmos vivos. Vamos rir, vamos respirar, vamos existir.
"I figure if I don't have that third martini, then the terrorists win."
Aqui temos outro. "Acho que, se não beber aquele terceiro martini, "os terroristas vão ganhar."
These cartoons are not about them. They're about us. The humor reflects back on us. The easiest thing to do with humor, and it's perfectly legitimate, is a friend makes fun of an enemy. It's called dispositional humor. It's 95 percent of the humor. It's not our humor.
(Risos) Estes desenhos não são sobre eles. São sobre nós. O humor reflete-se em nós. A coisa mais fácil de fazer com humor — e é perfeitamente legítimo — é um amigo fazer troça dum inimigo. Chama-se humor de disposição. É 95% do humor. Não é o nosso humor.
Here's another cartoon.
Aqui temos outro cartune.
"I wouldn't mind living in a fundamentalist Islamic state."
"Eu não me importaria de viver num estado islâmico fundamentalista."
(Laughter)
(Risos)
Humor does need a target. But interestingly, in The New Yorker, the target is us. The target is the readership and the people who do it. The humor is self-reflective and makes us think about our assumptions. Look at this cartoon by Roz Chast, the guy reading the obituary.
O humor precisa de um alvo. O interessante é que, na The New Yorker, o alvo somos nós. O alvo são os leitores e as pessoas que o fazem. O humor é uma auto-reflexão e faz-nos pensar nos nossos pressupostos. Vejam este desenho de Roz Chast, um tipo a ler o obituário.
"Two years younger than you, 12 years older than you, three years your junior, your age on the dot, exactly your age."
"Dois anos mais novo que tu, "Doze anos mais velho, três anos mais novo, a mesma idade que tu, "exatamente a tua idade."
That is a deeply profound cartoon. And so The New Yorker is also trying to, in some way, make cartoons say something besides funny and something about us. Here's another one.
Este desenho é muito profundo. The New Yorker também tenta, de certa forma, fazer com que os desenhos digam mais do que a piada e algo sobre nós. Aqui temos um outro.
"I started my vegetarianism for health reasons, Then it became a moral choice, and now it's just to annoy people."
"Eu comecei a ser vegetariana por razões de saúde, "Depois passou a ser uma escolha moral e agora é só para chatear as pessoas."
(Laughter)
(Risos)
"Excuse me — I think there's something wrong with this in a tiny way that no one other than me would ever be able to pinpoint."
"Desculpe. Acho que há aqui qualquer coisa errada, "mas é tão ínfima que mais ninguém, além de mim, "seria capaz de reparar."
So it focuses on our obsessions, our narcissism, our foils and our foibles, really not someone else's.
(Risos) Este foca as nossas obsessões, o nosso narcisismo, as nossas frustrações e fobias, e não as das outras pessoas.
The New Yorker demands some cognitive work on your part, and what it demands is what Arthur Koestler, who wrote "The Act of Creation" about the relationship between humor, art and science, is what's called bisociation. You have to bring together ideas from different frames of reference, and you have to do it quickly to understand the cartoon. If the different frames of reference don't come together in about .5 seconds, it's not funny, but I think they will for you here. Different frames of reference.
The New Yorker exige algum trabalho cognitivo da nossa parte. Isso exige aquilo a que Arthur Koestler — que escreveu "The Act of Creation" sobre a relação entre humor, arte e ciência — chama de bissociação. Temos que juntar ideias de diferentes sistemas de referência, e fazê-lo rapidamente para perceber o cartune. Se não encontrarmos os diferentes sistemas de referência em cerca de meio segundo, não tem piada, mas talvez tenha aqui para vocês. Diferentes sistemas de referência:
"You slept with her, didn't you?"
"Você dormiu com ela, não foi?"
(Laughter)
(Risos)
"Lassie! Get help!!"
"Lassie! Pede ajuda!!"
(Laughter)
(Risos)
It's called French Army Knife.
Um canivete francês.
(Laughter)
(Risos)
And this is Einstein in bed. "To you it was fast."
E este é Einstein na cama.
(Laughter)
"Para ti foi rápido." (Risos)
Now there are some cartoons that are puzzling. Like, this cartoon would puzzle many people. How many people know what this cartoon means? The dog is signaling he wants to go for a walk. This is the signal for a catcher to walk the dog. That's why we run a feature in the cartoon issue every year called "I Don't Get It: The New Yorker Cartoon I.Q. Test." (Laughter)
Agora, há alguns cartunes que são intrigantes. Como este cartune que deixa muita gente perplexa. Quantas pessoas percebem o significado deste desenho? O cão está a indicar que quer ir dar uma volta. É o sinal para o recetor fazer o batedor "dar a volta". É por isso que temos uma matéria especial todos os anos, chamada: "Não percebi: O Teste de Q.I. dos desenhos da The New Yorker". (Risos)
The other thing The New Yorker plays around with is incongruity, and incongruity, I've shown you, is sort of the basis of humor. Something that's completely normal or logical isn't going to be funny. But the way incongruity works is, observational humor is humor within the realm of reality.
Outra coisa com que a The New Yorker brinca, é a incongruência. A incongruência é uma espécie de base do humor. Uma coisa que é completamente normal ou lógica, não tem piada. Mas a incongruência funciona porque o"humor de observação" é o humor no terreno da realidade.
"My boss is always telling me what to do." Okay? That could happen. It's humor within the realm of reality.
"O meu chefe passa a vida a dizer-me o que fazer." Isso podia acontecer. É o humor no terreno da realidade.
Here, cowboy to a cow: "Very impressive. I'd like to find 5,000 more like you."
Aqui, o vaqueiro diz para a vaca: "Impressionante. Gostava de encontrar mais 5 mil como tu".
We understand that. It's absurd. But we're putting the two together.
Isso nós entendemos. É absurdo. Mas conseguimos juntar as coisas.
Here, in the nonsense range:
Aqui, na área do absurdo:
"Damn it, Hopkins, didn't you get yesterday's memo?"
"Bolas, Hopkins. Você não recebeu o memorando de ontem?
Now that's a little puzzling, right? It doesn't quite come together. In general, people who enjoy more nonsense, enjoy more abstract art, they tend to be liberal, less conservative, that type of stuff. But for us, and for me, helping design the humor, it doesn't make any sense to compare one to the other. It's sort of a smorgasbord that's made all interesting.
Este é um pouco estranho, certo? Não se encaixa bem. Em geral, as pessoas que gostam mais do absurdo, gostam mais de arte abstrata, tendem a ser liberais, menos conservadoras, e coisas assim. Mas para nós, e para mim, para ajudar a desenvolver o humor, não faz qualquer sentido comparar um com o outro. É essa variedade que torna tudo interessante.
So I want to sum all this up with a caption to a cartoon, and I think this sums up the whole thing, really, about The New Yorker cartoons.
Ora bem, quero resumir tudo isto mostrando a legenda de um desenho, [Pare e pense] e acho que, realmente, resume tudo
"It sort of makes you stop and think, doesn't it."
sobre os desenhos da The New Yorker.
(Laughter)
"Isto obriga-nos a parar e a pensar, não é?" (Risos)
And now, when you look at New Yorker cartoons, I'd like you to stop and think a little bit more about them.
E agora, quando virem os cartunes da The New Yorker, eu queria que vocês parassem e refletissem mais sobre eles.
Thank you.
Obrigado.
(Applause) Thank you. (Applause)
(Aplausos) Obrigado.