I want to talk to you today about prosperity, about our hopes for a shared and lasting prosperity. And not just us, but the two billion people worldwide who are still chronically undernourished. And hope actually is at the heart of this. In fact, the Latin word for hope is at the heart of the word prosperity. "Pro-speras," "speras," hope -- in accordance with our hopes and expectations. The irony is, though, that we have cashed-out prosperity almost literally in terms of money and economic growth. And we've grown our economies so much that we now stand in a real danger of undermining hope -- running down resources, cutting down rainforests, spilling oil into the Gulf of Mexico, changing the climate -- and the only thing that has actually remotely slowed down the relentless rise of carbon emissions over the last two to three decades is recession. And recession, of course, isn't exactly a recipe for hope either, as we're busy finding out. So we're caught in a kind of trap. It's a dilemma, a dilemma of growth. We can't live with it; we can't live without it. Trash the system or crash the planet -- it's a tough choice; it isn't much of a choice. And our best avenue of escape from this actually is a kind of blind faith in our own cleverness and technology and efficiency and doing things more efficiently. Now I haven't got anything against efficiency. And I think we are a clever species sometimes. But I think we should also just check the numbers, take a reality check here.
Hoje, eu quero falar com vocês sobre prosperidade, sobre as nossas esperanças de uma prosperidade compartilhada e duradoura. E não só nós, mas as duas bilhões de pessoas mundo afora que ainda estão cronicamente desnutridas. E esperança está, aliás, no centro disso. Na verdade, a palavra em Latim para 'esperança' está na raiz da palavra para prosperidade. "Pro-speras," "speras," esperança - de acordo com as nossas esperanças e expectativas. A ironia é que, no entanto, nós vendemos a prosperidade quase literalmente em termos de dinheiro e crescimento econômico. E desenvolvemos nossas economias de tal forma que agora estamos em perigo iminente de minar nossas esperanças - esgotando recursos, derrubando florestas, derramando óleo no Golfo do México mudando o clima - e a única coisa que tem, de fato, remotamente reduzido o inexorável aumento das emissões de carbono nas últimas duas ou três décadas é a recessão. E recessão, claro, não é exatamente uma receita para esperança também, como estamos descobrindo. Então estamos presos numa espécia de armadilha. É um dilema, um dilema de crescimento. Não podemos viver com ele; não podemos viver sem ele. Entulhando o sistema ou destruindo o planeta. É uma escolha difícil. Não é exatamente uma escolha. E a nossa melhor rota de fuga disso é, na verdade, uma espécia de fé cega na nossa própria inteligência e tecnologia e eficiência e fazer coisas de forma mais eficiente. Agora, eu não tenho nada contra eficiência. E acho que somos uma espécie inteligente, às vezes. Mas eu acho que devemos também verificar os números, tomar uma dose de realidade.
So I want you to imagine a world, in 2050, of around nine billion people, all aspiring to Western incomes, Western lifestyles. And I want to ask the question -- and we'll give them that two percent hike in income, in salary each year as well, because we believe in growth. And I want to ask the question: how far and how fast would be have to move? How clever would we have to be? How much technology would we need in this world to deliver our carbon targets? And here in my chart -- on the left-hand side is where we are now. This is the carbon intensity of economic growth in the economy at the moment. It's around about 770 grams of carbon. In the world I describe to you, we have to be right over here at the right-hand side at six grams of carbon. It's a 130-fold improvement, and that is 10 times further and faster than anything we've ever achieved in industrial history. Maybe we can do it, maybe it's possible -- who knows? Maybe we can even go further and get an economy that pulls carbon out of the atmosphere, which is what we're going to need to be doing by the end of the century. But shouldn't we just check first that the economic system that we have is remotely capable of delivering this kind of improvement?
Então eu quero que vocês imagem um mundo, em 2050, com cerca de nove bilhões de pessoas, todas querendo rendas ocidentais, estilos de vida ocidentais, E eu quero fazer a pergunta - e lhes daremos um aumento da renda em dois porcento, no salário a cada ano também, porque acreditamos no crescimento. E quero fazer a pergunta: quanto e com que rapidez teríamos que nos mexer? O quão inteligente teríamos que ser? Quanta tecnologia nós precisaríamos nesse mundo para alcançar nossos objetivos em termos de emissão de carbono? E aqui no meu gráfico. Do lado esquerdo é onde estamos agora. Esta é a intensidade de carbono do crescimento econômico na economia neste momento. Está em cerca de 770 gramas de carbono. No mundo que descrevi a vocês, nós teríamos que estar aqui do lado direito a seis gramas de carbono. É uma melhoria de 130 vezes. e isto é 10 vezes mais distante e mais rápida que qualquer coisa que jamais atingimos na história industrial. Talvez nós consigamos fazer isso, talvez seja possível - quem sabe? Talvez possamos até mesmo ir além e conseguir uma economia que retire carbono da atmosfera, o que é o que teremos ter que fazer até o final do século. Mas não deveríamos ver primeiro se o sistema econômico que temos é remotamente capaz de atingir este tipo de melhoria?
So I want to just spend a couple of minutes on system dynamics. It's a bit complex, and I apologize for that. What I'll try and do, is I'll try and paraphrase it is sort of human terms. So it looks a little bit like this. Firms produce goods for households -- that's us -- and provide us with incomes, and that's even better, because we can spend those incomes on more goods and services. That's called the circular flow of the economy. It looks harmless enough. I just want to highlight one key feature of this system, which is the role of investment. Now investment constitutes only about a fifth of the national income in most modern economies, but it plays an absolutely vital role. And what it does essentially is to stimulate further consumption growth. It does this in a couple of ways -- chasing productivity, which drives down prices and encourages us to buy more stuff. But I want to concentrate on the role of investment in seeking out novelty, the production and consumption of novelty. Joseph Schumpeter called this "the process of creative destruction." It's a process of the production and reproduction of novelty, continually chasing expanding consumer markets, consumer goods, new consumer goods.
Então eu quero falar por dois minutos sobre dinâmica de sistemas. É um pouco complexo, e eu me desculpo por isso. O que tentarei fazer é parafrasear. em termos humanos. Então se parece um pouco com isso. As empresas produzem mercadorias para os lares - este somos nós - e nos fornece uma renda, e isso é melhor ainda, porque podemos gastar essa renda em mais produtos e serviços. Isto é chamado o fluxo circular da economia. Parece inofensivo o suficiente. Mas eu quero enfatizar um aspecto chave desse sistema, que é o papel do investimento. O investimento consiste em apenas um quinto da renda nacional na maioria das economias modernas, mas tem um papel crucial. E o que ele faz essencialmente é estimular ainda mais o crescimento do consumo. E faz isso de duas maneiras - forçando produtividade, o que derruba os preços e nos motiva a comprar mais coisas. Mas eu quero focar no papel do investimento na busca da novidade, a produção e consumo da novidade. Joseph Schumpeter chamou isso de "o processo de destruição criativa." É um processo de produção e reprodução da novidade, continuamente forçando a expansão de mercados de consumo, bens de consumo, bens de consumo novos.
And this, this is where it gets interesting, because it turns out that human beings have something of an appetite for novelty. We love new stuff -- new material stuff for sure -- but also new ideas, new adventures, new experiences. But the materiality matters too, because in every society that anthropologists have looked at, material stuff operates as a kind of language -- a language of goods, a symbolic language that we use to tell each other stories -- stories, for example, about how important we are. Status-driven, conspicuous consumption thrives from the language of novelty. And here, all of a sudden, we have a system that is locking economic structure with social logic -- the economic institutions, and who we are as people, locked together to drive an engine of growth. And this engine is not just economic value; it is pulling material resources relentlessly through the system, driven by our own insatiable appetites, driven in fact by a sense of anxiety. Adam Smith, 200 years ago, spoke about our desire for a life without shame. A life without shame: in his day, what that meant was a linen shirt, and today, well, you still need the shirt, but you need the hybrid car, the HDTV, two holidays a year in the sun, the netbook and iPad, the list goes on -- an almost inexhaustible supply of goods, driven by this anxiety. And even if we don't want them, we need to buy them, because, if we don't buy them, the system crashes. And to stop it crashing over the last two to three decades, we've expanded the money supply, expanded credit and debt, so that people can keep buying stuff. And of course, that expansion was deeply implicated in the crisis.
E é aqui que fica interessante, porque acontece que os seres humanos tem certo apetite por novidades. Adoramos coisas novas -- coisas materiais novas com certeza -- mas também novas ideias, novas aventuras, novas experiências. Mas a materialidade importa também. Porque, em cada sociedade observada por antropólogos, coisas materiais operam como uma espécia de linguagem, uma linguagem de bens, uma linguagem simbólica que usamos para nos contarmos histórias -- histórias, por exemplo, sobre o quão importante nós somos. Consumo conspícuo, guiado pelo status prospera da linguagem da novidade. E aqui, de repente, nós temos um sistema que está ligando a estrutura econômica com lógica social -- as instituições econômicas, e quem somos enquanto pessoas, interligados para guiar o motor do crescimento. E este motor não é apenas valor econômico; está retirando recursos materiais incansavelmente através do sistema, guiado pelos nossos próprios apetites insaciáveis, guiados na verdade por um sentimento de ansiedade. Adam Smith, 200 anos atrás, falou sobre o nosso desejo por uma vida sem desonra. Uma vida sem desonra: na sua época, isso queria dizer camisas de linho, e hoje, bem, hoje você ainda precisa da camisa, mas você precisa do carro híbrido, da TV HD, duas férias por ano no sol, o netbook e o iPad, a lista continua -- uma oferta quase inexaurível de bens, guiada por esta ansiedade. E mesmo se não os queremos, precisamos comprá-los, porque, se não comprá-los, o sistema quebra. E para evitar que quebre ao longo das últimas duas a três décadas, estendemos a oferta de dinheiro, ampliamos crédito e débito, para que as pessoas pudessem continuar comprando mais coisas. E claro, esta expansão estava profundamente implicada na crise.
But this -- I just want to show you some data here. This is what it looks like, essentially, this credit and debt system, just for the U.K. This was the last 15 years before the crash, and you can see there, consumer debt rose dramatically. It was above the GDP for three years in a row just before the crisis. And in the mean time, personal savings absolutely plummeted. The savings ratio, net savings, were below zero in the middle of 2008, just before the crash. This is people expanding debt, drawing down their savings, just to stay in the game. This is a strange, rather perverse, story, just to put it in very simple terms. It's a story about us, people, being persuaded to spend money we don't have on things we don't need to create impressions that won't last on people we don't care about.
Mas isso -- eu só quero mostrar uns dados aqui. Parece assim, basicamente, este sistema de crédito e débito, só no Reino Unido. Estes foram os 15 anos antes da quebra. E vocês podem ver ali, o débito do consumidor cresceu dramaticamente. Esteve acima do PIB por três anos consecutivos pouco antes da crise. Enquanto isso, as poupanças simplesmente despencaram. A relação de economias, economias líquidas, estiveram abaixo de zero na metade de 2008, pouco antes da quebra. Isto são as pessoas estendendo débitos, sugando suas economias, só para continuar no jogo. Isto é uma história estranha, talvez perversa, só para colocar em termos simples. É uma história sobre nós, pessoas, sendo persuadidos a gastar dinheiro que não temos com coisas que não precisamos para criar impressões que não durarão em pessoas com as quais não nos importamos.
(Laughter)
(risos)
(Applause)
(aplausos)
But before we consign ourselves to despair, maybe we should just go back and say, "Did we get this right? Is this really how people are? Is this really how economies behave?" And almost straightaway we actually run up against a couple of anomalies. The first one is in the crisis itself. In the crisis, in the recession, what do people want to do? They want to hunker down, they want to look to the future. They want to spend less and save more. But saving is exactly the wrong thing to do from the system point of view. Keynes called this the "paradox of thrift" -- saving slows down recovery. And politicians call on us continually to draw down more debt, to draw down our own savings even further, just so that we can get the show back on the road, so we can keep this growth-based economy going. It's an anomaly, it's a place where the system actually is at odds with who we are as people.
Mas antes de nos entregarmos ao desespero, talvez deveríamos voltar atrás e dizer, "Acertamos? É assim que as pessoas são? É assim mesmo que os economistas se comportam? E quase imediatamente nós encontramos duas anomalias. A primeira é a crise em si. Durante a crise, na recessão, o que as pessoas querem fazer? Eles querem se proteger. Eles querem olhar para o futuro. Eles querem gastar menos e poupar mais. Mas poupar é exatamente a coisa errada a fazer do ponto de vista do sistema. Keynes chamou isso de "paradoxo da poupança" -- poupar desacelera a recuperação. E os políticos ficam nos chamando para nos endividarmos, para gastar nossas próprias economias ainda mais, só para que o show continue, para que possamos manter essa economia baseada no crescimento. É uma anomalia, é um lugar onde o sistema na verdade está em desacordo com quem nós somos enquanto pessoas.
Here's another one -- completely different one: Why is it that we don't do the blindingly obvious things we should do to combat climate change, very, very simple things like buying energy-efficient appliances, putting in efficient lights, turning the lights off occasionally, insulating our homes? These things save carbon, they save energy, they save us money. So is it that, though they make perfect economic sense, we don't do them? Well, I had my own personal insight into this a few years ago. It was a Sunday evening, Sunday afternoon, and it was just after -- actually, to be honest, too long after -- we had moved into a new house. And I had finally got around to doing some draft stripping, installing insulation around the windows and doors to keep out the drafts. And my, then, five year-old daughter was helping me in the way that five year-olds do. And we'd been doing this for a while, when she turned to me very solemnly and said, "Will this really keep out the giraffes?" (Laughter) "Here they are, the giraffes." You can hear the five-year-old mind working. These ones, interestingly, are 400 miles north of here outside Barrow-in-Furness in Cumbria. Goodness knows what they make of the Lake District weather. But actually that childish misrepresentation stuck with me, because it suddenly became clear to me why we don't do the blindingly obvious things. We're too busy keeping out the giraffes -- putting the kids on the bus in the morning, getting ourselves to work on time, surviving email overload and shop floor politics, foraging for groceries, throwing together meals, escaping for a couple of precious hours in the evening into prime-time TV or TED online, getting from one end of the day to the other, keeping out the giraffes.
Aqui está outra anomalia -- completamente diferente: Por que é que não fazemos as coisas que tão obviamente teríamos que fazer para combater as mudanças climáticas, coisas muito, muito simples como comprar aparelhos eficientes em seu consumo de energia, instalando luzes eficientes, desligando as luzes ocasionalmente, isolando termicamente as nossas casas? Estas coisas pode economizar carbono, elas economizam energia, nos poupam dinheiro. Então quer dizer que, embora faça todo sentido financeiro, nós não fazemos essas coisas? Bem, eu tive minha própria realização quanto a isso alguns anos atrás. Era um domingo à noite, domingo à tarde, e era pouco depois -- na verdade, pra ser sincero, muito depois -- de nos mudarmos para uma nova casa. E eu finalmente decidi cobrir as frestas, instalar o isolamento ao redor das janelas e portas para evitar correntes de ar. E a minha filha, então com cinco anos estava me ajudando da maneira que crianças com cinco anos ajudam. E estávamos fazendo isso por um tempo, quando ela virou pra mim muito séria e disse, "Isto vai mesmo afastar as girafas?" (risos) "Aqui estão, as girafas." Dá pra ouvir o cérebro de uma criança de cinco anos trabalhando. Estas, interessantemente, estão a 640 norte daqui nos arredores de Barrow-in-Furness na Cúmbria. Sabe-se lá o que eles acham do clima no Distrito de Lake. Mas na verdade essa ideia deturpada mexeu comigo, porque de repente ficou claro pra mim porquê não fazemos as coisas mais óbvias. Nós estamos muito ocupados evitando que as girafas entrem -- colocando as crianças no ônibus de manhã, chegando no trabalho em tempo, sobrevivendo a sobrecarga de emails e a política no ambiente de trabalho, forrageando por comida no mercado, montando refeições, escapando por duas preciosas horas no final do dia para dentro da televisão ou para o TED online, indo de um final do dia para o outro, deixando as girafas pra fora.
(Laughter)
(risos)
What is the objective? "What is the objective of the consumer?" Mary Douglas asked in an essay on poverty written 35 years ago. "It is," she said, "to help create the social world and find a credible place in it." That is a deeply humanizing vision of our lives, and it's a completely different vision than the one that lies at the heart of this economic model. So who are we? Who are these people? Are we these novelty-seeking, hedonistic, selfish individuals? Or might we actually occasionally be something like the selfless altruist depicted in Rembrandt's lovely, lovely sketch here? Well psychology actually says there is a tension -- a tension between self-regarding behaviors and other regarding behaviors. And these tensions have deep evolutionary roots, so selfish behavior is adaptive in certain circumstances -- fight or flight.
Qual o objetivo? "Qual o objetivo do consumidor?" Mary Douglas perguntou em um texto sobre pobreza escrito 35 anos atrás. "É," ela disse, "ajudar a criar o mundo social e a encontrar um lugar digno de confiança para ele." Isto é uma visão profundamente humanística das nossas vidas, e é uma visão completamente diferente daquela que está no centro do modelo econômico. Então quem somos nós? Quem são essas pessoas? Seríamos nós estes indivíduos que buscam novidades, hedonistas, egoístas? Ou seríamos, na verdade, ocasionalmente algo como o altruísta descrito neste lindo, lindo desenho de Rembrandt? Bom, a Psicologia na verdade diz que existe uma tensão, uma tensão entre comportamentos egoístas e comportamentos com o próximo em mente. E estas tensões têm raízes evolutivas profundas. Então o comportamento egoísta é adaptativo em certas circunstâncias -- luta ou fuga.
But other regarding behaviors are essential to our evolution as social beings. And perhaps even more interesting from our point of view, another tension between novelty-seeking behaviors and tradition or conservation. Novelty is adaptive when things are changing and you need to adapt yourself. Tradition is essential to lay down the stability to raise families and form cohesive social groups. So here, all of a sudden, we're looking at a map of the human heart. And it reveals to us, suddenly, the crux of the matter. What we've done is we've created economies. We've created systems, which systematically privilege, encourage, one narrow quadrant of the human soul and left the others unregarded. And in the same token, the solution becomes clear, because this isn't, therefore, about changing human nature. It isn't, in fact, about curtailing possibilities. It is about opening up. It is about allowing ourselves the freedom to become fully human, recognizing the depth and the breadth of the human psyche and building institutions to protect Rembrandt's fragile altruist within.
Mas os comportamentos com o próximo em mente são essenciais para a nossa evolução enquanto seres sociais. E talvez um ponto de vista ainda mais interessante, outra tensão entre comportamentos que buscam novidades e tradição ou conservação. Inovação é adaptativa quando as coisas estão mudando© e você precisa adaptar-se. O tradicionalismo é essencial para criar estabilidade para construir uma família e formar grupos sociais coesos. Então aqui, de repente, estamos olhando para um mapa do coração humano. E ele nos revela, repentinamente, o ponto crucial da questão. O que fizemos foi construir economias. Criamos sistemas, que sistematicamente privilegiam, incentivam, um quadrante da alma humana e ignora as demais. E da mesma forma, a solução torna-se evidente, porque isto não diz respeito, portanto, à uma mudança da natureza humana. Não é, na verdade, uma limitação das possibilidades. É abertura. É nos permitir a liberdade de tornarmo-nos completamente humanos, reconhecendo as falhas e capacidades da psique humana e construindo instituições que protegem o frágil altruísmo de Rembrandt embutido em nós.
What does all this mean for economics? What would economies look like if we took that vision of human nature at their heart and stretched them along these orthogonal dimensions of the human psyche? Well, it might look a little bit like the 4,000 community-interest companies that have sprung up in the U.K. over the last five years and a similar rise in B corporations in the United States, enterprises that have ecological and social goals written into their constitution at their heart -- companies, in fact, like this one, Ecosia. And I just want to, very quickly, show you this. Ecosia is an Internet search engine. Internet search engines work by drawing revenues from sponsored links that appear when you do a search. And Ecosia works in pretty much the same way. So we can do that here -- we can just put in a little search term. There you go, Oxford, that's where we are. See what comes up. The difference with Ecosia though is that, in Ecosia's case, it draws the revenues in the same way, but it allocates 80 percent of those revenues to a rainforest protection project in the Amazon. And we're going to do it. We're just going to click on Naturejobs.uk. In case anyone out there is looking for a job in a recession, that's the page to go to. And what happened then was the sponsor gave revenues to Ecosia, and Ecosia is giving 80 percent of those revenues to a rainforest protection project. It's taking profits from one place and allocating them into the protection of ecological resources.
O que tudo isso quer dizer para a economia? Como seriam as economias se usássemos esta visão da natureza humana no seu centro e as esticássemos ao longo dessas dimensões ortogonais da psique humana Bem, poderia parecer um pouco com as 4.000 empresas de interesse comunitário que surgiram no Reino Unido ao longo dos últimos cinco anos e um aumento semelhante nos Estados Unidos com empresas com Certificado B, empresas que têm objetivos ecológicos e sociais escritos em sua constituição no seu coração, empresas, por exemplo, como esta, Ecosia. E eu quero, rapidamente, mostrar isso a vocês. Ecosia é uma ferramenta de busca na internet. Ferramentas de busca na internet funcionam ao atraírem receitas vindas de links patrocinados que aparecem quando você faz uma busca. E a Ecosia funciona mais ou menos da mesma forma. Então podemos fazer isso aqui. Podemos colocar um termo para busca. Pronto, Oxford, é onde estamos. Veja o que aparece. A diferença com Ecosia, no entanto é que, no caso da Ecosia, ela atrai rendas da mesma forma, mas aloca 80 por cento desta receita para um projeto de proteção da floresta Amazônica. E vamos protegê-la. Vamos clicar sobre Naturejobs.uk. Caso alguém aí esteja procurando por emprego durante uma recessão, esta é a página para visitar. E o que acontece é que o patrocinador gera receita para Ecosia, e Ecosia está dando 80 por cento destas receitas para um projeto de proteção florestal. Está pegando lucros de um lugar e alocando-os na proteção de recursos ecológicos.
It's a different kind of enterprise for a new economy. It's a form, if you like, of ecological altruism -- perhaps something along those lines. Maybe it's that. Whatever it is, whatever this new economy is, what we need the economy to do, in fact, is to put investment back into the heart of the model, to re-conceive investment. Only now, investment isn't going to be about the relentless and mindless pursuit of consumption growth. Investment has to be a different beast. Investment has to be, in the new economy, protecting and nurturing the ecological assets on which our future depends. It has to be about transition. It has to be investing in low-carbon technologies and infrastructures. We have to invest, in fact, in the idea of a meaningful prosperity, providing capabilities for people to flourish.
É um tipo de empresa diferente para uma nova economia. É uma forma, como queira, de altruísmo ecológico -- talvez algo nessa linha. Talvez seja isso. O que quer que seja, o que esse nova economia for, o que precisamos que essa economia faça, na verdade, é investir de volta no centro do modelo, para re-conceber o investimento. Só que agora, investimento não será relacionado com a implacável e descuidada busca do crescimento do consumo. O investimento tem que ser um animal diferente. Investimento tem que ser, na nova economia, proteção e cuidado com os ativos ecológicos dos quais o nosso futuro depende. Tem que tratar da transição. Tem que tratar de investir em tecnologias e infraestrutura de baixa emissão de carbono. Temos que investir, na verdade, na ideia de uma prosperidade significativa, fornecendo capacidades para que as pessoas prosperem.
And of course, this task has material dimensions. It would be nonsense to talk about people flourishing if they didn't have food, clothing and shelter. But it's also clear that prosperity goes beyond this. It has social and psychological aims -- family, friendship, commitments, society, participating in the life of that society. And this too requires investment, investment -- for example, in places -- places where we can connect, places where we can participate, shared spaces, concert halls, gardens, public parks, libraries, museums, quiet centers, places of joy and celebration, places of tranquility and contemplation, sites for the "cultivation of a common citizenship," in Michael Sandel's lovely phrase. An investment -- investment, after all, is just such a basic economic concept -- is nothing more nor less than a relationship between the present and the future, a shared present and a common future. And we need that relationship to reflect, to reclaim hope.
E claro, essa tarefa tem dimensões materiais. Não faria sentido falar na prosperidade das pessoas se eles não tivessem alimento, roupas e abrigo. Mas também fica claro que a prosperidade vai além disso. Existem objetivos sociais e psicológicos -- família, amizades, compromissos, sociedade, participar na vida daquela sociedade. E isto também requer investimento, investimento, por exemplo, em lugares. Lugares onde podemos nos conectar, lugares onde podemos participar, espaços compartilhados, salas de concertos, jardins, parques públicos, bibliotecas, museus, centros silenciosos, lugares de alegria e celebração, lugares de tranquilidade e contemplação, espaços para o "cultivo de uma cidadania comum" na linda frase de Michael Sandel. Um investimento -- investimento, afinal, é só um conceito econômico básico -- não é mais nem menos que a relação entre o presente e o futuro, um presente compartilhado e um futuro comum. E precisamos que essa relação reflita, recupere a esperança.
So let me come back, with this sense of hope, to the two billion people still trying to live each day on less than the price of a skinny latte from the cafe next door. What can we offer those people? It's clear that we have a responsibility to help lift them out of poverty. It's clear that we have a responsibility to make room for growth where growth really matters in those poorest nations. And it's also clear that we will never achieve that unless we're capable of redefining a meaningful sense of prosperity in the richer nations, a prosperity that is more meaningful and less materialistic than the growth-based model. So this is not just a Western post-materialist fantasy. In fact, an African philosopher wrote to me, when "Prosperity Without Growth" was published, pointing out the similarities between this view of prosperity and the traditional African concept of ubuntu. Ubuntu says, "I am because we are." Prosperity is a shared endeavor. Its roots are long and deep -- its foundations, I've tried to show, exist already, inside each of us. So this is not about standing in the way of development. It's not about overthrowing capitalism. It's not about trying to change human nature. What we're doing here is we're taking a few simple steps towards an economics fit for purpose. And at the heart of that economics, we're placing a more credible, more robust, and more realistic vision of what it means to be human.
Então deixa eu voltar, com este senso de esperança, às duas bilhões de pessoas ainda tentando sobreviver a cada dia com menos do que o preço de um café da lanchonete aqui do lado. O que podemos oferecer a essas pessoas? É evidente que temos uma responsabilidade em ajudar a tirá-los da pobreza. É evidente que temos uma responsabilidade em arrumar espaço para o crescimento onde o crescimento realmente importa nestas nações mais pobres. E também é claro que nunca atingiremos isso a não ser que sejamos capaz de redefinir um significativo senso de prosperidade nas nações ricas, uma prosperidade que tem mais sentido e menos materialista que o modelo baseado no crescimento. Então isso não é uma fantasia ocidental pós-materialista. Na verdade, um filósofo africano me escreveu, quando "Prosperidade Sem Crescimento" foi publicado, apontando as semelhanças entre a sua visão de prosperidade e o conceito tradicional africano do ubuntu. Ubuntu diz, "Eu sou porque nós somos." Prosperidade é um esforço compartilhado. Suas raízes são longas e profundas. Suas fundações, eu procurei mostrar, já existem, dentro de cada um de nós. Então isso não está relacionado com a prevenção do desenvolvimento. Não está relacionado com o fim do capitalismo. Não está relacionado com tentar mudar a natureza humana. O que estamos fazendo aqui é que estamos tomando alguns simples passos rumo a uma economia feita com uma finalidade. E no centro dessa economia, estamos colocando uma visão mais credível, mais robusta, e mais realista do que significa ser humano.
Thank you very much.
Muito obrigado.
(Applause)
(aplausos)
Chris Anderson: While they're taking the podium away, just a quick question. First of all, economists aren't supposed to be inspiring, so you may need to work on the tone a little. (Laughter) Can you picture the politicians ever buying into this? I mean, can you picture a politician standing up in Britain and saying, "GDP fell two percent this year. Good news! We're actually all happier, and a country's more beautiful, and our lives are better."
Chris Anderson: Enquanto estamos retirando o púlpito, só uma pergunta rápida. Primeiramente, economistas não deveriam ser inspiradores, então você talvez precise trabalhar no tom um pouco. (risos) Você imagina os políticas um dia acreditarem nisso? Quer dizer, você consegue visualizar um político levantando no Reino Unido e dizendo, "O PIB caiu dois porcento este ano. Ótimas notícias! Estamos de fato mais felizes, o país está mais bonito, e nossas vidas estão melhores."
Tim Jackson: Well that's clearly not what you're doing. You're not making news out of things falling down. You're making news out of the things that tell you that we're flourishing. Can I picture politicians doing it? Actually, I already am seeing a little bit of it. When we first started this kind of work, politicians would stand up, treasury spokesmen would stand up, and accuse us of wanting to go back and live in caves. And actually in the period through which we've been working over the last 18 years -- partly because of the financial crisis and a little bit of humility in the profession of economics -- actually people are engaging in this issue in all sorts of countries around the world.
Tim Jackson: Bom, claramente não é isso que você está fazendo. Você não está criando notícias das coisas caindo. Você está fazendo notícias das coisas que te dizem que você está prosperando. Se eu consigo imaginar um político fazendo isso? Na verdade, eu já estou vendo um pouco disso. Quando eu comecei a fazer este tipo de trabalho, políticos se levantaram, porta-vozes de tesoureiros se levantaram, e nos acusaram de querer voltar a viver em cavernas. E no período no qual estamos trabalhando ao longo dos últimos 18 anos -- parcialmente devido à crise financeira e um pouco da humildade na profissão das Ciências Econômicas -- as pessoas estão se envolvendo com esse assunto em todos os tipos de países pelo mundo.
CA: But is it mainly politicians who are going to have to get their act together, or is it going to be more just civil society and companies?
CA: Mas são principalmente os políticos que vão ter que se mexer, ou é mais a sociedade e as empresas?
TJ: It has to be companies. It has to be civil society. But it has to have political leadership. This is a kind of agenda, which actually politicians themselves are kind of caught in that dilemma, because they're hooked on the growth model themselves. But actually opening up the space to think about different ways of governing, different kinds of politics, and creating the space for civil society and businesses to operate differently -- absolutely vital.
TJ: Tem que ser as empresas. Tem que ser a sociedade civil. Mas deve existir liderança política. É um tipo de agenda, na qual os próprios políticos estão presos em um dilema, porque eles estão viciados nos modelos de crescimento. Mas ao abrir espaço para pensar sobre diferentes maneiras de governas, um tipo de política diferente, e criando espaço para as empresas e a sociedade civil operarem de modo diferente -- absolutamente vital.
CA: And if someone could convince you that we actually can make the -- what was it? -- the 130-fold improvement in efficiency, of reduction of carbon footprint, would you then actually like that picture of economic growth into more knowledge-based goods?
CA: E se alguém pudessem convencê-lo de que poderíamos fazer -- como era mesmo? -- a melhora da eficiência em 130 vezes, na redução da emissão de carbono, você então gostaria dessa imagem do crescimento econômico em produtos baseados no conhecimento?
TJ: I would still want to know that you could do that and get below zero by the end of the century, in terms of taking carbon out of the atmosphere, and solve the problem of biodiversity and reduce the impact on land use and do something about the erosion of topsoils and the quality of water. If you can convince me we can do all that, then, yes, I would take the two percent.
TJ: Eu ainda gostaria de saber que eu poderia fazer isso e conseguir chegar abaixo de zero até o final do século, em termos de retirar o carbono da atmosfera, e resolver o problema da biodiversidade e reduzir o impacto do uso da terra e fazer alguma coisa sobre a erosão do solo e da qualidade da água. Se você consegue me convencer que podemos fazer tudo isso, então, sim, eu pegaria os dois porcento.
CA: Tim, thank you for a very important talk. Thank you.
CA: Tim, muito obrigado por essa palestra muito importante. Obrigado.
(Applause)
(aplauso)