Like every passionate software engineer out there, I closely follow technology companies in Silicon Valley, pretty much the same way soccer fans follow their teams in Europe. I read articles on tech blogs and listen to podcasts on my phone. But after I finish the article, lock my phone and unplug the headphones, I'm back in sub-Saharan Africa, where the landscape is not quite the same. We have long and frequent power outages, low penetration of computers, slow internet connections and a lot of patients visiting understaffed hospitals.
Como todo engenheiro de software apaixonado, acompanho de perto as empresas de tecnologia do Vale do Silício, da mesma forma que fãs de futebol acompanham seus times na Europa. (Risos) Leio artigos em blogues de tecnologia e ouço "podcasts" no meu celular. Depois que termino de ler o artigo, que desligo o celular e desplugo os fones de ouvido, estou na África Subsaariana, onde a paisagem não é exatamente a mesma. Temos longos e frequentes cortes de energia, baixos níveis de informatização, conexão lenta de internet e diversos pacientes dependendo de hospitais com pouco pessoal.
Since the HIV epidemic, hospitals have been struggling to manage regular HIV treatment records for increasing volumes of patients. For such environments, importing technology systems developed elsewhere has not worked, but in 2006, I joined Baobab Health, a team that uses locally based engineers to develop suitable interventions that are addressing health care challenges in Malawi.
Desde a epidemia de HIV, os hospitais têm dificuldades pra manter registros regulares dos tratamentos de HIV devido ao número crescente de pacientes. Em ambientes assim, a importação de sistemas tecnológicos criados em outros lugares não deu certo. Mas, em 2006, me juntei à Baobab Health, uma equipe que conta com a ajuda de engenheiros locais para desenvolver soluções viáveis para desafios na área de saúde no Maláui.
We designed an electronic health record system that is used by health care workers while seeing patients. And in the process we realized that we not only had to design the software, we had to implement the infrastructure as well. We don't have enough medical staff to comprehensively examine every patient, so we embedded clinical guidelines within the software to guide nurses and clerks who assist with handling some of the workload.
Desenvolvemos um sistema eletrônico de registro de saúde utilizado por profissionais da área quando atendem pacientes. No processo, percebemos que tínhamos não só que desenvolver o software, mas também implementar a infraestrutura. Não temos muitos profissionais de saúde para examinar todos os pacientes, então incluímos orientações clínicas no software para auxiliar enfermeiros e atendentes que ajudam no dia a dia com a carga de trabalho.
Everyone has a birthday, but not everyone knows their birthday, so we wrote algorithms to handle estimated birthdates as complete dates. How do we follow up patients living in slums with no street and house numbers? We used landmarks to approximate their physical addresses.
Todos têm uma data de nascimento, mas nem todos sabem a data exata. Então, criamos algoritmos para ler datas de nascimento aproximadas como datas válidas. Como acompanhar pacientes que vivem em favelas, sem nome de rua nem número de casa? Usamos pontos de referência para termos os endereços aproximados.
Malawi had no IDs to uniquely identify patients, so we had to implement unique patient IDs to link patient records across clinics. The IDs are printed as barcodes on labels that are stuck on personal health booklets kept by each patient. With this barcoded ID, a simple scan with a barcode reader quickly pulls up the patient's records. No need to rewrite their personal details on paper registers at every visit. And suddenly, queues became shorter. This meant patients, typically mothers with little children on their backs, had to spend less time waiting to be assisted. And if they lose their booklets, their records can still be pulled by searching with their names.
O Maláui não tinha um sistema de identificação de pacientes. Então, tivemos que criar identificações individuais pra correlacionar registros de pacientes entre os diversos hospitais. As identificações são impressas com código de barras em etiquetas que ficam presas nas cadernetas de saúde de cada paciente. Com essa identificação, um simples leitor de código de barras rapidamente mostra os registros do paciente. Não é preciso reescrever detalhes pessoais em papel a cada visita do paciente. De repente as filas ficaram menores. Os pacientes, geralmente mães com filhos pequenos no colo, começaram a passar menos tempo esperando pra serem atendidos. E, se elas perderem suas cadernetas, seus registros podem ser recuperados buscando por seus nomes.
Now, the way we pronounce and spell names varies tremendously. We freely mix R's and L's, English and vernacular versions of their names. Even soundex, a standard method for grouping words by how similar they sound, was not good enough. So we had to modify it to help us link and match existing records.
Bem, a forma como pronunciamos e escrevemos nomes varia demais. Misturamos muito o R e o L, as versões vernácula e em inglês dos nomes. Até o soundex, um método comum de agrupamento de palavras pela semelhança de suas pronúncias, não foi suficiente. Tivemos que modificá-lo para conseguirmos conectar e combinar registros já existentes.
Before the iPhone, software engineers developed for personal computers, but from our experience, we knew our power system is not reliable enough for personal computers. So we repurposed touch screen point-of-sale terminals that are meant for retail shops to become clinical workstations. At the time, we imported internet appliances called i-Openers that were manufactured during the dot-com era by a failed US company. We modified their screens to add touch sensors and their power system to run from rechargeable batteries.
Antes do iPhone, engenheiros de software desenvolviam para PC, mas, pela nossa experiência, sabíamos que nossa rede de energia não era confiável para PCs. Então, aproveitamos terminais com telas sensíveis ao toque de lojas de departamentos e os utilizamos como estações de trabalho em hospitais. Na época, importamos aplicativos de internet chamados i-Openers desenvolvidos durante a era "pontocom" por uma empresa americana falida. Modificamos suas telas, adicionando sensores de toque, e fizemos seus sistemas rodarem com baterias recarregáveis.
When we started, we didn't find a reliable network to transmit data, especially from rural hospitals. So we built our own towers, created a wireless network and linked clinics in Lilongwe, Malawi's capital.
Quando começamos, não tínhamos uma rede confiável para transmissão de dados, principalmente de hospitais do interior. Então, criamos nossas próprias torres, criamos uma rede sem fio e interligamos hospitais em Lilongwe, a capital do Maláui.
(Applause)
(Aplausos)
With a team of engineers working within a hospital campus, we observed health care workers use the system and iteratively build an information system that is now managing HIV records in all major public hospitals in Malawi. These are hospitals serving over 2,000 HIV patients, each clinic. Now, health care workers who used to spend days to tally and prepare quarterly reports are producing the same reports within minutes, and health care experts from all over the world are now coming to Malawi to learn how we did it.
Com uma equipe de engenheiros trabalhando num campus hospitalar, observamos profissionais de saúde utilizarem o sistema e repetidas vezes criarem um sistema de informação que agora controla os registros de HIV em todos os grandes hospitais públicos do Maláui. São hospitais que atendem mais de 2 mil pacientes com HIV, cada. Agora, os profissionais de saúde que levavam dias para computar e preparar relatórios trimestrais estão produzindo os mesmos relatórios em minutos, e especialistas em saúde do mundo inteiro têm visitado o Maláui para entender como fizemos isso.
(Applause)
(Aplausos)
It is inspiring and fun to follow technology trends across the globe, but to make them work in low-resourced environments like public hospitals in sub-Saharan Africa, we have had to become jacks-of-all-trades and build whole systems, including the infrastructure, from the ground up.
É inspirador e divertido seguir as tendências tecnológicas mundiais, mas, para fazê-las funcionar em ambientes carentes de recursos como hospitais públicos da África Subsaariana, tivemos que nos tornar paus para toda obra e criar sistemas inteiros, inclusive a infraestrutura, do zero.
Thank you.
Obrigado.
(Applause)
(Aplausos) (Vivas)