I teach chemistry.
Eu ensino química.
(Explosion)
(Explosão)
All right, all right. So more than just explosions, chemistry is everywhere. Have you ever found yourself at a restaurant spacing out just doing this over and over? Some people nodding yes. Recently, I showed this to my students, and I just asked them to try and explain why it happened. The questions and conversations that followed were fascinating. Check out this video that Maddie from my period three class sent me that evening.
Está tudo bem, está tudo bem. Mais do que apenas em explosões, a química está por todo lado. Alguma vez se viram num restaurante, completamente distraídos a fazer isto, uma e outra vez? Algumas pessoas estão a acenar que sim. Recentemente, mostrei isto aos meus alunos, e pedi-lhes para me tentarem explicar o porquê de isto acontecer. As questões e as conversas que se seguiram foram fascinantes. Vejam este vídeo que a Maddie, uma aluna minha, me mandou naquela noite.
(Clang) (Laughs)
(Estrondo) (Risos)
Now obviously, as Maddie's chemistry teacher, I love that she went home and continued to geek out about this kind of ridiculous demonstration that we did in class. But what fascinated me more is that Maddie's curiosity took her to a new level. If you look inside that beaker, you might see a candle. Maddie's using temperature to extend this phenomenon to a new scenario.
Agora, obviamente, como professor de química da Maddie, adorei o facto de ela ter ido para casa a pensar no assunto sobre este tipo de demonstrações ridículas que fizemos na aula. Mas o que me deixou mais fascinado foi que a curiosidade da Maddie a levou para outro nível. Se olharem para dentro daquela proveta, vocês podem ver uma vela. A Maddie está a usar a temperatura para enquadrar este fenómeno num novo cenário.
You know, questions and curiosity like Maddie's are magnets that draw us towards our teachers, and they transcend all technology or buzzwords in education. But if we place these technologies before student inquiry, we can be robbing ourselves of our greatest tool as teachers: our students' questions. For example, flipping a boring lecture from the classroom to the screen of a mobile device might save instructional time, but if it is the focus of our students' experience, it's the same dehumanizing chatter just wrapped up in fancy clothing. But if instead we have the guts to confuse our students, perplex them, and evoke real questions, through those questions, we as teachers have information that we can use to tailor robust and informed methods of blended instruction.
Sabem, as questões e a curiosidade como a da Maddie são os ímanes que nos atraem aos nossos professores, e eles transcendem toda a tecnologia e todos os chavões sobre educação. Mas se colocarmos a tecnologia à frente da curiosidade dos estudantes, podemos estar a privar-nos da nossa melhor ferramenta como professores: as perguntas dos nossos alunos. Por exemplo, transferir uma aula aborrecida da sala de aula para o ecrã de um dispositivo móvel pode poupar tempo de aula, mas se for o foco da experiência dos nossos alunos, é a mesma conversa desumanizante, apenas com outro aspeto. Mas, se em vez disso, tivermos a coragem de confundir os nossos alunos, de deixá-los perplexos, e de suscitar verdadeiras questões, através destas questões, nós, como professores, temos informação que podemos usar para fortalecer e desenvolver métodos mistos de ensino.
So, 21st-century lingo jargon mumbo jumbo aside, the truth is, I've been teaching for 13 years now, and it took a life-threatening situation to snap me out of 10 years of pseudo-teaching and help me realize that student questions are the seeds of real learning, not some scripted curriculum that gave them tidbits of random information.
Portanto, deixando de lado o paleio do século XXI, a verdade é que dou aulas há já 13 anos, e foi preciso uma situação de risco de vida para me arrancar de 10 anos a pseudo-ensinar e para me ajudar a perceber que as perguntas dos alunos são as sementes da verdadeira educação, não um currículo que lhes dê amostras de informação aleatória.
In May of 2010, at 35 years old, with a two-year-old at home and my second child on the way, I was diagnosed with a large aneurysm at the base of my thoracic aorta. This led to open-heart surgery. This is the actual real email from my doctor right there. Now, when I got this, I was -- press Caps Lock -- absolutely freaked out, okay? But I found surprising moments of comfort in the confidence that my surgeon embodied. Where did this guy get this confidence, the audacity of it?
Em maio de 2010, com 35 anos de idade, com uma criança de dois anos em casa e uma segunda a caminho, foi-me diagnosticado um grande aneurisma na base da aorta torácica. Isto fez com que fosse operado ao coração. Este é o email do meu médico. Quanto recebi isto — podem carregar no <i>Caps Lock</i> — passei-me completamente, ok? Mas senti-me surpreendentemente confortado na confiança que o meu cirurgião evidenciava. Onde é que este homem ia buscar tanta confiança, audácia?
So when I asked him, he told me three things. He said first, his curiosity drove him to ask hard questions about the procedure, about what worked and what didn't work. Second, he embraced, and didn't fear, the messy process of trial and error, the inevitable process of trial and error. And third, through intense reflection, he gathered the information that he needed to design and revise the procedure, and then, with a steady hand, he saved my life.
Quando lhe perguntei, ele disse-me que eram três coisas. Primeiro, a sua curiosidade levou-o a fazer as perguntas difíceis antes do procedimento, sobre o que funcionava ou não. Em segundo lugar, ele aceitou, e deixou de ter medo, do confuso processo de tentativa e erro, o inevitável processo de tentativa e erro. E em terceiro lugar, depois de intensa introspeção, ele recolheu a informação de que precisava para delinear e rever o procedimento, e então, com uma mão firme, salvou a minha vida.
Now I absorbed a lot from these words of wisdom, and before I went back into the classroom that fall, I wrote down three rules of my own that I bring to my lesson planning still today. Rule number one: Curiosity comes first. Questions can be windows to great instruction, but not the other way around. Rule number two: Embrace the mess. We're all teachers. We know learning is ugly. And just because the scientific method is allocated to page five of section 1.2 of chapter one of the one that we all skip, okay, trial and error can still be an informal part of what we do every single day at Sacred Heart Cathedral in room 206. And rule number three: Practice reflection. What we do is important. It deserves our care, but it also deserves our revision. Can we be the surgeons of our classrooms? As if what we are doing one day will save lives. Our students our worth it. And each case is different.
Eu aprendi muito com estas sábias palavras, e depois, quando voltei à sala de aulas no outono, escrevi as minhas próprias três regras que sigo ainda hoje quando planifico as aulas. Primeira regra: a curiosidade vem em primeiro lugar. As perguntas são as janelas para uma boa educação, e não ao contrário. Segunda regra: Aceitem a confusão. Todos somos professores. Sabemos que aprender é desagradável. E isso é porque o método científico está colocado na página cinco da secção 1.2 do capítulo 1 daquele que todos passamos à frente, ok, a tentativa e erro pode continuar a ser uma parte informal do que fazemos todos os dias na Catedral do Sagrado Coração na sala 206. E a terceira regra: Reflitam. O que fazemos é importante. Merece o nosso cuidado, mas também merece a nossa revisão. Podemos ser os cirurgiões das nossas salas de aula? Como se o que fazemos venha um dia a salvar vidas. Os nossos alunos merecem-no. E cada caso é diferente.
(Explosion)
(Explosão)
All right. Sorry. The chemistry teacher in me just needed to get that out of my system before we move on.
Certo. Desculpem. O professor de química dentro de mim precisava mesmo de tirar isto do sistema antes de continuar.
So these are my daughters. On the right we have little Emmalou -- Southern family. And, on the left, Riley. Now Riley's going to be a big girl in a couple weeks here. She's going to be four years old, and anyone who knows a four-year-old knows that they love to ask, "Why?" Yeah. Why. I could teach this kid anything because she is curious about everything. We all were at that age. But the challenge is really for Riley's future teachers, the ones she has yet to meet. How will they grow this curiosity?
Estas são as minhas filhas. Na direita temos a pequena Emmalou — somos uma família do sul. E, à esquerda, a Riley. Ora, a Riley vai ser grande daqui a umas semanas. Vai fazer quatro anos, e toda a gente sabe que quando se tem quatro anos adoramos perguntar: "Porquê?" Sim. Porquê. Eu podia-lhe ensinar tudo porque ela é curiosa sobre tudo. Todos éramos naquela idade. Mas o desafio é para os futuros professores da Riley, os que ela ainda não conhece. Como vão eles usar esta curiosidade?
You see, I would argue that Riley is a metaphor for all kids, and I think dropping out of school comes in many different forms -- to the senior who's checked out before the year's even begun or that empty desk in the back of an urban middle school's classroom. But if we as educators leave behind this simple role as disseminators of content and embrace a new paradigm as cultivators of curiosity and inquiry, we just might bring a little bit more meaning to their school day, and spark their imagination.
Sabem, posso dizer que a Riley é uma metáfora para todos os miúdos, e penso que desistir da escola pode acontecer de várias formas — desde o sénior que desiste antes do início das aulas ou aquela mesa vazia ao fundo da sala de aulas de uma turma do terceiro ciclo. Mas se nós, como educadores, deixarmos para trás o simples papel de divulgadores de conteúdo e abraçarmos um novo paradigma como cultivadores da curiosidade e da investigação, pode ser que possamos trazer um pouco mais de significado ao dia deles e despertar a sua imaginação.
Thank you very much.
Muito obrigado.
(Applause)
(Aplausos)