What does it mean to be normal? And what does it mean to be sick? I've asked myself this question from the time I was about seven, when I was diagnosed with Tourette syndrome. Tourette's is a neurological disorder characterized by stereotyped movements I perform against my will, called tics. Now, tics are technically involuntary, in the sense that they occur without any conscious attention or intention on my part.
O que significa ser normal? E o que significa ser doente? Faço esta pergunta desde os meus sete anos, quando me diagnosticaram com a Síndrome de Tourette. Esta síndrome é uma desordem neurológica caracterizada por movimentos repetitivos realizados involuntariamente: os tiques. Os tiques são tecnicamente involuntários, dado que ocorrem sem qualquer consciência aparente ou intenção da minha parte.
But there's a funny thing about how I experience tics. They feel more unvoluntary than involuntary, because I still feel like it's me moving my shoulder, not some external force. Also, I get this uncomfortable sensation, called premonitory urge, right before tics happen, and particularly when I'm trying to resist them. Now, I imagine most of you out there understand what I'm saying, but unless you have Tourette's, you probably think you can't relate. But I bet you can. So, let's try a little experiment here and see if I can give you a taste of what my experience feels like. Alright, ready?
Mas há uma coisa engraçada sobre como sinto esses tiques. Sinto-os mais fora de controlo do que involuntários, porque sinto que sou eu que movo o meu ombro, e não qualquer força externa. Sinto uma sensação desagradável, chamada impulso premonitório, antes de ocorrer um desses tiques, sobretudo quando lhes tento resistir. Imagino que a maioria de vocês percebe aquilo de que estou a falar, mas, a menos que tenham esta síndrome, provavelmente acham que não a entendem. Mas aposto que entendem. Vamos tentar uma pequena experiência e veremos se consigo dar uma noção do que é a minha experiência. Estão prontos?
Don't blink. No, really, don't blink. And besides dry eyes, what do you feel? Phantom pressure? Eyelids tingling? A need? Are you holding your breath?
Não pisquem os olhos. A sério, não pisquem os olhos. Além dos olhos ressequidos, o que sentem? Uma pressão fantasma? Um ardor nos olhos? Uma necessidade? Deixaram de respirar?
(Laughter)
(Risos)
Aha.
Ah!
(Laughter)
(Risos)
That's approximately what my tics feels like. Now, tics and blinking, neurologically speaking, are not the same, but my point is that you don't have to have Tourette's to be able to relate to my experience of my premonitory urges, because your brain can give you similar experiences and feelings.
Isso é mais ou menos parecido com os meus tiques. Os tiques e o piscar de olhos, neurologicamente falando, são diferentes, mas o que quero dizer é que não precisam de ter a síndrome de Tourette, para entenderem a minha experiência de impulsos premonitórios, porque o cérebro produz experiências e sensações similares.
So, let's shift the conversation from what it means to be normal versus sick to what it means that a majority of us are both normal and sick. Because in the final analysis, we're all humans whose brains provide for a spectrum of experiences. And everything on that spectrum of human experiences is ultimately produced by brain systems that assume a spectrum of different states. So again, what does it mean to be normal, and what does it mean to be sick, when sickness exists on the extreme end of a spectrum of normal?
Vamos mudar de assunto do que significa ser normal ou ser doente para o que significa que a maioria de nós somos simultaneamente normais e doentes. Porque, afinal de contas, somos todos humanos cujo cérebro proporciona um espetro de experiências. E todas as coisas nesse espetro de experiências humanas são produzidas pelo sistema cerebral, em última instância, assumindo espetros de diferentes estados. Novamente, o que significa ser normal, e o que significa ser doente, quando a doença está na extremidade oposta do espetro de normalidade?
As both a researcher who studies differences in how individuals' brains wire and rewire themselves, and as a Touretter with other related diagnoses, I have long been fascinated by failures of self-regulation on the impulsive and compulsive behavioral spectrums. Because so much of my own experience of my own body and my own behavior has existed all over that map.
Enquanto investigadora que estuda as diferenças no cérebro de um indivíduo nas suas programações e reprogramações, e, enquanto doente de Tourette com outros diagnósticos afins, eu há muito que me sinto fascinada pelas falhas da autorregulação dos espetros comportamentais impulsos e compulsivos. Sobretudo porque grande parte da experiência com o meu corpo e com o meu comportamento percorre todo esse mapa.
So with the spotlight on the opioid crisis, I've really found myself wondering lately: Where on the spectrum of unvoluntary behavior do we put something like abusing opioid painkillers or heroin? By now, we all know that the opioid crisis and epidemic is out of control. Ninety-one people die every day in this country from overdose. And between 2002 and 2015, the number of deaths from heroin increased by a factor of six. And something about the way that we treat addiction isn't working, at least not for everyone. It is a fact that people suffering from addiction have lost free will when it comes to their behavior around drugs, alcohol, food or other reward-system stimulating behaviors. That addiction is a brain-based disease state is a medical, neurobiological reality. But how we relate to that disease -- indeed, how we relate to the concept of disease when it comes to addiction -- makes an enormous difference for how we treat people with addictions.
Então, com essa ênfase na crise dos opioides, ultimamente tenho vindo a pensar: Onde, dentro do espetro de comportamentos involuntário, colocamos os excessos no consumo de analgésicos opioides ou de heroína? Hoje, sabemos que a crise e epidemia de opioides está fora de controlo. Morrem todos os dias 91 pessoas, neste país por "overdose". Entre 2002 e 2015, o número de mortes por heroína aumentou seis vezes. Alguma coisa está errada na forma como tratamos esta dependência, pelo menos, não está a funcionar para todos. É verdade que as pessoas que sofrem de dependências perderam a força de vontade, ao lidarem com drogas, álcool, comida ou outro sistema de recompensa que estimula certos comportamentos. Essa dependência é um estado doentio com base no cérebro é uma realidade médica, neurobiológica. Mas a forma como lidamos com essa doença — como lidamos com a noção de doença quando se torna uma dependência — faz uma diferença enorme na forma como tratamos pessoas com dependências.
So, we tend to think of pretty much everything we do as entirely voluntary. But it turns out that the brain's default state is really more like a car idling in drive than a car in park. Some of what we think we choose to do is actually things that we have become programmed to do when the brakes are released. Have you ever joked that your brain was running on autopilot? Guess what? It probably was. OK? And the brain's autopilot is in a structure called the striatum. So the striatum detects emotional and sensory motor conditions and it knows to trigger whatever behavior you have done most often in the past under those same conditions.
Acreditamos que a maioria das coisas que fazemos são inteiramente voluntárias. Mas acontece que o estado do cérebro, por defeito, assemelha-se mais a um carro ao "ralenti" do que a um carro estacionado. Algumas das coisas que pensamos escolher fazer são coisas que estamos programados para fazermos quando tiramos o pé do travão. Vocês já gracejaram, falando do vosso cérebro em "piloto automático"? Sabem uma coisa? Provavelmente estava. OK? O "piloto automático" do nosso cérebro é uma estrutura chamada "striatum". O "striatum" deteta as condições motrizes, emocionais e sensoriais e serve de gatilho para comportamentos usualmente repetidos no passado nessas mesmas condições.
Do you know why I became a neuroscientist? Because I wanted to learn what made me tick.
Sabem porque é que eu me tornei neurocientista? Porque queria entender o que me fazia ter tiques.
(Laughter)
(Risos)
Thank you, thank you.
Obrigada.
(Laughter)
(Risos)
I've been wanting to use that one in front of an audience for years.
Durante anos, estive a guardar esta para usá-la perante uma plateia.
(Applause)
(Aplausos)
So in graduate school, I studied genetic factors that orchestrate wiring to the striatum during development. And yes, that is my former license plate.
Na faculdade, estudei os fatores genéticos que orquestram o circuito do "striatum", durante o desenvolvimento. Essa foi a minha primeira chapa de matrícula
(Laughter)
(Risos)
And for the record, I don't recommend any PhD student get a license plate with their thesis topic printed on it, unless they're prepared for their experiments not to work for the next two years.
Quero deixar registado, não recomendo a nenhum doutorando que obtenham uma chapa de matrícula com o tópico da sua tese, se não estiverem preparados para que as experiências não funcionem durante os dois anos seguintes.
(Laughter)
Acabei por descobrir isso.
I eventually did figure it out. So, my experiments were exploring how miswiring in the striatum relates to compulsive behaviors. Meaning, behaviors that are coerced by uncomfortable urges you can't consciously resist. So I was really excited when my mice developed this compulsive behavior, where they were rubbing their faces and they couldn't seem to stop, even when they were wounding themselves. OK, excited is the wrong word, I actually felt terrible for them. I thought that they had tics, evidence of striatal miswiring. And they were compulsive, but it turned out, on further testing, that these mice showed an aversion to interacting and getting to know other unfamiliar mice. Which was unusual, it was unexpected. The results implied that the striatum, which, for sure, is involved in compulsive-spectrum disorders, is also involved in human social connection and our ability to -- not human social connection, but our ability to connect.
As minhas experiências exploravam como os curto circuitos no "striatum" se relacionavam com movimentos compulsivos. Quer dizer, movimentos que são promovidos por impulsos desconfortáveis a que não resistimos conscientemente. Fiquei muito entusiasmada quando os ratos desenvolveram esse comportamento compulsivo, quando esfregavam o focinho e não conseguiam parar, mesmo quando estavam a magoar-se. Entusiasmada não é uma boa palavra, pois senti-me péssima por causa deles. Pensei que eles tinham tiques, prova de curto circuito no "striatum". E eles estavam compulsivos, mas aconteceu que, nas experiências seguintes, os ratos mostraram aversão a interagir e a conhecer outros ratos desconhecidos. Aquilo era invulgar e inesperado. O resultado sugere que o "striatum", que, sem dúvida, se relaciona com desordens de espetro compulsivo, também se relaciona com a conexão humana e a nossa capacidade para... não com a conexão humana, mas com a capacidade de conexão.
So I delved deeper, into a field called social neuroscience. And that is a newer, interdisciplinary field, and there I found reports that linked the striatum not just to social anomalies in mice, but also in people. As it turns out, the social neurochemistry in the striatum is linked to things you've probably already heard of. Like oxytocin, which is that hormone that makes cuddling feel all warm and fuzzy. But it also implicates signaling at opioid receptors. There are naturally occurring opioids in your brain that are deeply linked to social processes.
Eu aprofundei mais num campo chamado neurociência social. É um campo interdisciplinar mais recente e encontrei informações que relacionavam o "striatum" não só com anomalias sociais em ratos mas também em pessoas. Acontece que a neuroquímica social no "striatum" está ligado a coisas de que provavelmente já ouviram falar. Como a oxitocina, que é a hormona que torna um abraço tão caloroso e fofinho. Mas também implica a sinalização dos recetores de opioides. Há uma ocorrência natural de opioides no cérebro que estão intimamente ligados aos processos sociais.
Experiments with naloxone, which blocks opioid receptors, show us just how essential this opioid-receptor signaling is to social interaction. When people are given naloxone -- it's an ingredient in Narcan, that reverses opioid overdoses to save lives. But when it's given to healthy people, it actually interfered with their ability to feel connected to people they already knew and cared about. So, something about not having opioid-receptor binding makes it difficult for us to feel the rewards of social interaction.
Experiências com naloxona, que bloqueia os recetores de opioides, mostram-nos o quão crucial é a sinalização dos recetores de opioides na interação social. Quando as pessoas tomam naloxona — um ingrediente do Narcan que é um antídoto para "overdoses" por opioides, e salva vidas — quando é dada a pessoas saudáveis, isso interfere na capacidade de se sentirem interligadas a pessoas que já conheciam e com quem se preocupam. Por isso, se não tivermos os recetores de opioides necessários teremos dificuldade em sentir o prazer gerado pelas interações sociais.
Now, for the interest of time, I've necessarily gotten rid of some of the scientific details, but briefly, here's where we're at. The effects of social disconnection through opioid receptors, the effects of addictive drugs and the effects of abnormal neurotransmission on involuntary movements and compulsive behaviors all converge in the striatum. And the striatum and opioid signaling in it has been deeply linked with loneliness.
Por uma questão de falta de tempo, poupo-vos aos detalhes científicos, mas, em suma, o que se passa é isto. Os efeitos de afastamento social gerados pelos recetores de opioides, os efeitos das drogas viciantes e os efeitos da neurotransmissão anormal nos movimentos involuntários e nos gestos compulsivos tudo converge no "striatum". O "striatum" e a sinalização dos opioides têm um profundo vínculo com a solidão.
When we don't have enough signaling at opioid receptors, we can feel alone in a room full of people we care about and love, who love us. Social neuroscientists, like Dr. Cacioppo at the University of Chicago, have discovered that loneliness is very dangerous. And it predisposes people to entire spectrums of physical and mental illnesses.
Quando não há sinais suficientes para recetores de opioides, podemos sentir-nos sós em lugares cheios de pessoas que amamos e que nos amam. O neurocientista social, Dr. Cacioppo, da Universidade de Chicago, descobriu que a solidão é muito perigosa. E predispõe as pessoas a toda uma gama de enfermidades físicas e mentais.
Think of it like this: when you're at your hungriest, pretty much any food tastes amazing, right? So similarly, loneliness creates a hunger in the brain which neurochemically hypersensitizes our reward system. And social isolation acts through receptors for these naturally occurring opioids and other social neurotransmitters to leave the striatum in a state where its response to things that signal reward and pleasure is completely, completely over the top. And in this state of hypersensitivity, our brains signal deep dissatisfaction. We become restless, irritable and impulsive. And that's pretty much when I want you to keep the bowl of Halloween chocolate entirely across the room for me, because I will eat it all. I will.
Imaginem: quando estamos famintos, qualquer comida parece deliciosa, certo? Do mesmo modo, a solidão cria uma ânsia no cérebro que hipersensibiliza neuroquimicamente o sistema de recompensas. E o isolamento social atua através dos recetores de opioides que surgem naturalmente e de outros transmissores sociais para deixarem o "striatum" num estado em que a reação a coisas como a satisfação e o prazer se sobrepõe a tudo o mais. E nesse estado de hipersensibilidade, o cérebro sinaliza uma profunda insatisfação. Ficamos cansados, irritadiços e impulsivos. É nessa altura que é preciso esconder a caixa de chocolates pô-los bem fora do meu alcance senão eu como-os todos. Todos.
And that brings up another thing that makes social disconnection so dangerous. If we don't have the ability to connect socially, we are so ravenous for our social neurochemistry to be rebalanced, we're likely to seek relief from anywhere. And if that anywhere is opioid painkillers or heroin, it is going to be a heat-seeking missile for our social reward system. Is it any wonder people in today's world are becoming addicted so easily? Social isolation -- excuse me -- contributes to relapse.
E isso leva-me a falar de outra coisa que torna o isolamento social tão perigoso. Se não conseguimos relacionar-nos socialmente, ficamos tão necessitados do reequilíbrio neuroquímico, que é provável que o procuremos em qualquer lugar. E se "qualquer lugar" for um analgésico à base de opioides ou heroína, será um míssil dirigido ao nosso sistema de recompensas. Alguém imagina porque é que as pessoas caem hoje tão facilmente na dependência? O isolamento social — desculpem-me — contribui para as recaídas.
Studies have shown that people who tend to avoid relapse tend to be people who have broad, reciprocal social relationships where they can be of service to each other, where they can be helpful. Being of service lets people connect. So -- if we don't have the ability to authentically connect, our society increasingly lacks this ability to authentically connect and experience things that are transcendent and beyond ourselves. We used to get this transcendence from a feeling of belonging to our families and our communities. But everywhere, communities are changing. And social and economic disintegration is making this harder and harder.
A investigação aponta para que as pessoas que conseguem evitar recaídas são as que têm muitas relações sociais recíprocas onde podem contribuir, onde podem sentir-se úteis. Contribuir mantém-nos interligados. Então, se não temos a capacidade de criar laços autênticos, a nossa sociedade cada vez mais carece dessa capacidade de conexão autêntica e de viver coisas que nos transcendem e para além de nós mesmos. A transcendência está no sentimento de pertença às nossas famílias ou comunidades. Mas em toda a parte, as comunidades transformam-se e a desintegração social e económica torna-se cada vez mais complexa.
I'm not the only person to point out that the areas in the country most economically hard hit, where people feel most desolate about their life's meaning, are also the places where there have been communities most ravaged by opioids. Social isolation acts through the brain's reward system to make this state of affairs literally painful. So perhaps it's this pain, this loneliness, this despondence that's driving so many of us to connect with whatever we can. Like food. Like handheld electronics. And for too many people, to drugs like heroin and fentanyl.
Não sou a única pessoa a apontar que as áreas mais atingidas economicamente, onde as pessoas se sentem desoladas sobre o significado da sua vida, também são os locais, que albergam as comunidades mais devastadas pelos opioides. O isolamento social age através do nosso sistema de recompensa cerebral para tornar penoso esse estado de coisas. Talvez seja a dor, essa solidão, esse desencorajamento que nos leva a criar um laço com o que quer que seja. A comida, por exemplo. Os computadores portáteis. E para muitas pessoas, as drogas tipo heroína ou fentanil.
I know someone who overdosed, who was revived by Narcan, and she was mostly angry that she wasn't simply allowed to die. Imagine for a second how that feels, that state of hopelessness, OK? But the striatum is also a source of hope. Because the striatum gives us a clue of how to bring people back. So, remember that the striatum is our autopilot, running our behaviors on habit, and it's possible to rewire, to reprogram that autopilot, but it involves neuroplasticity. So, neuroplasticity is the ability of brains to reprogram themselves, and rewire themselves, so we can learn new things. And maybe you've heard the classic adage of plasticity: neurons that fire together, wire together. Right?
Conheço uma pessoa que sofreu uma "overdose", e voltou à vida com Narcan, e ficou furiosa por não ter tido o direito de morrer. Imaginem como é sentir-se num tal estado de desalento. Mas o "striatum" também é uma fonte de esperança. Porque o "striatum" dá-nos uma pista de como trazer as pessoas de volta. Lembrem-se de que o "striatum" é o nosso "piloto automático", naturalizando comportamentos, e é possível restruturá-lo, reprogramar o "piloto automático", mas requer neuroplasticidade. A neuroplasticidade é a capacidade dos cérebros para se reprogramarem, e se reconfigurarem, para aprendermos coisas novas. Talvez já tenham ouvido um ditado clássico da plasticidade: neurónios que disparam juntos, unem-se. Certo?
So we need to practice social connective behaviors instead of compulsive behaviors, when we're lonely, when we are cued to remember our drug. We need neuronally firing repeated experiences in order for the striatum to undergo that necessary neuroplasticity that allows it to take that "go find heroin" autopilot offline. And what the convergence of social neuroscience, addiction and compulsive-spectrum disorders in the striatum suggests is that it's not simply enough to teach the striatum healthier responses to compulsive urges. We need social impulses to replace drug-cued compulsive behaviors, because we need to rebalance, neurochemically, our social reward system. And unless that happens, we're going to be left in a state of craving. No matter what besides our drug we repeatedly practice doing.
Precisamos de estimular comportamentos de conexão social em vez de comportamentos compulsivos, quando estamos sozinhos, quando somos levados a recordar o nosso vício. Precisamos de disparos neurais com repetidas experiências repetidas de forma que o "striatum" se sujeite à neuroplasticidade necessária que permite arrancar essa instrução "busca a heroína" do "piloto automático". E a convergência da neurociência social, da dependência e das desordens compulsivas no "striatum" sugerem que não é suficiente ensinar ao "striatum" respostas saudáveis às compulsões. Precisamos de estímulos sociais para substituir a compulsão por drogas, pois precisamos de reequilibrar neuroquimicamente o sistema de recompensa social. A menos que isso aconteça, ficaremos num estado de abstinência. Não importará o que está além da droga nós continuamos a usá-la.
I believe that the solution to the opioid crisis is to explore how social and psychospiritual interventions can act as neurotechnologies in circuits that process social and drug-induced rewards. One possibility is to create and study scalable tools for people to connect with one another over a mutual interest in recovery through psychospiritual practices. And as such, psychospiritual practice could involve anything from people getting together as megafans of touring jam bands, or parkour jams, featuring shared experiences of vulnerability and personal growth, or more conventional things, like recovery yoga meetups, or meetings centered around more traditional conceptions of spiritual experiences.
Acho que a solução para a crise dos opioides é investigar como as intervenções sociais e com teor espiritualista podem agir como neurotecnologias em circuitos que atuam em recompensas sociais e por adição a drogas. Uma possibilidade é criar e estudar ferramentas escalonáveis para as pessoas se conectarem umas às outras, com interesses mútuos em recuperação por práticas espiritualizantes. E para tanto, essas práticas envolveriam qualquer coisa desde pessoas que se reúnem, pois são fãs em digressões de bandas psicadélicas, ou improvisações de "parkour", partilhando fraquezas e crescimento pessoal, ou coisas mais convencionais, como encontros matutinos de ioga, ou focados em torno de conceções mais tradicionais de experiências espirituais.
But whatever it is, it needs to activate all of the neurotransmitter systems in the striatum that are involved in processing social connection. Social media can't go deep enough for this. Social media doesn't so much encourage us to share, as it does to compare. It's the difference between having superficial small talk with someone and authentic, deeply connected conversation with eye contact. And stigma also keeps us separate. There's a lot of evidence that it keeps us sick. And stigma often makes it safer for addicts to connect with other addicts. But recovery groups centered around reestablishing social connections could certainly be inclusive of people who are seeking recovery for a range of mental health problems.
Mas o que quer que seja, necessita da ativação de todo sistema neurotransmissor do "striatum" que está envolvido no processo de conexão social. As redes sociais não são profícuas para isso. Não nos encorajam a partilhar, tudo que fazem é comparar-nos. É a diferença entre ter uma conversa superficial com alguém e uma conversa autêntica, profunda, de olhos nos olhos. Os estigmas também nos separam. Há evidências que eles nos mantêm doentes. Os estigmas facilitam a relação de utilizadores entre si. Mas os grupos de reabilitação focados na retoma de conexões sociais podem ser inclusivos para pessoas que buscam recuperação para várias questões de saúde mental.
My point is, when we connect around what's broken, we connect as human beings. We heal ourselves from the compulsive self-destruction that was our response to the pain of disconnection. When we think of neuropsychiatric illnesses as a spectrum of phenomenon that are part of what make us human, then we remove the otherness of people who struggle with self-destruction. We remove the stigma between doctors and patients and caregivers. We put the question of what it means to be normal versus sick back on the spectrum of the human condition. And it is on that spectrum where we can all connect and seek healing together, for all of our struggles with humanness. Thank you for letting me share.
O meu ponto é que, quando nos conectamos em volta do que está "fraturado", conectamo-nos enquanto seres humanos. Curamo-nos dos impulsos compulsivos autodestrutivos que eram uma resposta à dor do isolamento. Ao pensar em doenças neuropsiquiátricas como um fenómeno de amplo espetro que faz parte do que nos torna humanos, eliminamos a estranheza de pessoas que lutam contra a autodestruição. Removemos o estigma entre médicos e pacientes e cuidadores. Colocamos a questão do que significa ser normal versus estar doente de volta ao espetro da condição humana. E é nesse lugar onde todos podemos conectar-nos e buscar a cura juntos, para todos os nossos dilemas enquanto humanidade. Obrigada pela vossa atenção.
(Applause)
(Aplausos)