I want you to reimagine how life is organized on earth. Think of the planet like a human body that we inhabit. The skeleton is the transportation system of roads and railways, bridges and tunnels, air and seaports that enable our mobility across the continents. The vascular system that powers the body are the oil and gas pipelines and electricity grids. that distribute energy. And the nervous system of communications is the Internet cables, satellites, cellular networks and data centers that allow us to share information.
Quero que vocês reimaginem como a vida está organizada na Terra. Pensem no planeta como um corpo humano em que todos nós vivemos. O esqueleto é o sistema de transporte, como as estradas e o caminho-de-ferro, as pontes e os túneis os aeroportos e os portos, que possibilitam a nossa movimentação através dos continentes. O sistema vascular que fornece energia ao corpo são os oleodutos, os gasodutos e as redes de transmissão elétrica que distribuem a energia. O sistema nervoso é como a nossa rede de comunicações. São os cabos da Internet, os satélites, as redes de telemóveis as bases de dados que nos proporcionam a partilha das informações.
This ever-expanding infrastructural matrix already consists of 64 million kilometers of roads, four million kilometers of railways, two million kilometers of pipelines and one million kilometers of Internet cables. What about international borders? We have less than 500,000 kilometers of borders.
Essa rede de infraestruturas que está sempre em expansão já conta com 64 milhões de quilómetros de estradas, quatro milhões de quilómetros de vias férreas, dois milhões de quilómetros de tubagens e um milhão de quilómetros de cabos da Internet. E quanto às fronteiras internacionais? Temos menos de 500 mil quilómetros de fronteiras.
Let's build a better map of the world. And we can start by overcoming some ancient mythology. There's a saying with which all students of history are familiar: "Geography is destiny." Sounds so grave, doesn't it? It's such a fatalistic adage. It tells us that landlocked countries are condemned to be poor, that small countries cannot escape their larger neighbors, that vast distances are insurmountable. But every journey I take around the world, I see an even greater force sweeping the planet: connectivity.
Vamos construir um mapa melhor do mundo. Podemos começar superando um antigo mito. Há um ditado que todos os estudantes de História conhecem: "A geografia é o destino''. Parece profundo, não é? É um ditado muito fatalista. Diz-nos que os países sem saída para o mar estão condenados à pobreza que os países pequenos não podem superar os seus vizinhos maiores, que as vastas distâncias são intransponíveis. Mas em todas as viagens que faço à volta do mundo, vejo uma força ainda maior que invade todo o planeta: a interligação.
The global connectivity revolution, in all of its forms -- transportation, energy and communications -- has enabled such a quantum leap in the mobility of people, of goods, of resources, of knowledge, such that we can no longer even think of geography as distinct from it. In fact, I view the two forces as fusing together into what I call "connectography."
A revolução mundial da interligação, em todas as suas formas — transportes, energia e comunicações — tem possibilitado um salto gigantesco na mobilidade das pessoas, dos bens, dos recursos e do conhecimento, de tal modo que já não conseguimos pensar na geografia como algo separado dela. De facto, vejo duas forças que se juntam, formando apenas uma a que gosto de chamar "conectografia".
Connectography represents a quantum leap in the mobility of people, resources and ideas, but it is an evolution, an evolution of the world from political geography, which is how we legally divide the world, to functional geography, which is how we actually use the world, from nations and borders, to infrastructure and supply chains.
A conectografia representa um grande salto na mobilidade das pessoas, dos bens e das ideias, mas é uma evolução, uma evolução do mundo, a partir da geografia política — que é como dividimos o mundo legalmente — para a geografia funcional, — que é como usamos de facto o mundo — a partir de nações e fronteiras,
Our global system is evolving from the vertically integrated empires of the 19th century, through the horizontally interdependent nations of the 20th century, into a global network civilization in the 21st century. Connectivity, not sovereignty, has become the organizing principle of the human species.
para infraestruturas e cadeias de fornecimento. O nosso sistema global está a evoluir dos impérios verticais integrados, do século XIX, passando pelos países horizontais interdependentes do século XX, para uma rede global de civilizações do século XXI. A interligação, e não a soberania, tem-se tornado o princípio de organização da espécie humana.
(Applause)
(Aplausos)
We are becoming this global network civilization because we are literally building it. All of the world's defense budgets and military spending taken together total just under two trillion dollars per year. Meanwhile, our global infrastructure spending is projected to rise to nine trillion dollars per year within the coming decade. And, well, it should. We have been living off an infrastructure stock meant for a world population of three billion, as our population has crossed seven billion to eight billion and eventually nine billion and more. As a rule of thumb, we should spend about one trillion dollars on the basic infrastructure needs of every billion people in the world.
Estamos a tornar-nos nessa civilização de rede global pois estamos literalmente a construí-la. Todos os orçamentos militares e defensivos mundiais combinados totalizam menos de dois biliões de dólares por ano. Entretanto, prevê-se que os nossos gastos mundiais com infraestruturas aumentem para nove biliões de dólares por ano durante a próxima década. Essa previsão tem que se realizar. Temos vivido com uma rede de infraestruturas concebida para uma população mundial de três mil milhões, mas a nossa população já passou de sete para oito mil milhões e acabará por chegar aos nove mil milhões. Como regra prática, devemos gastar um bilião de dólares nas necessidades básicas de infraestruturas por cada mil milhões de pessoas no mundo.
Not surprisingly, Asia is in the lead. In 2015, China announced the creation of the Asian Infrastructure Investment Bank, which together with a network of other organizations aims to construct a network of iron and silk roads, stretching from Shanghai to Lisbon.
Sem surpresa, a Ásia é a líder. Em 2015, a China anunciou a criação do Banco Asiático de Infraestruturas que, juntamente com uma rede de outras organizações, visa construir uma rede de rotas da seda e do aço, que se estende de Xangai a Lisboa.
And as all of this topographical engineering unfolds, we will likely spend more on infrastructure in the next 40 years, we will build more infrastructure in the next 40 years, than we have in the past 4,000 years.
À medida que toda essa engenharia topográfica se desenvolve, provavelmente, vamos gastar mais em infraestruturas e vamos construir mais infraestruturas nos próximos 40 anos, do que fizemos nos últimos 4000 anos.
Now let's stop and think about it for a minute. Spending so much more on building the foundations of global society rather than on the tools to destroy it can have profound consequences. Connectivity is how we optimize the distribution of people and resources around the world. It is how mankind comes to be more than just the sum of its parts. I believe that is what is happening.
Agora vamos parar e pensar nisso por instantes. Gastar tanto para criar as bases de nossa sociedade global e não em ferramentas para destruí-la pode ter consequências profundas. A interligação é como otimizamos a distribuição de pessoas e bens em todo o mundo. É como a humanidade vem a ser mais do que a soma das suas partes. Creio que é o que está a acontecer.
Connectivity has a twin megatrend in the 21st century: planetary urbanization. Cities are the infrastructures that most define us. By 2030, more than two thirds of the world's population will live in cities. And these are not mere little dots on the map, but they are vast archipelagos stretching hundreds of kilometers.
A interligação tem uma tendência gémea no século XXI: a urbanização planetária. As cidades são as infraestruturas que melhor nos definem. Até 2030, mais de dois terços da população mundial viverá nas cidades. E estas não serão meros pontos num mapa mas vastos arquipélagos que se estendem por centenas de quilómetros.
Here we are in Vancouver, at the head of the Cascadia Corridor that stretches south across the US border to Seattle. The technology powerhouse of Silicon Valley begins north of San Francisco down to San Jose and across the bay to Oakland. The sprawl of Los Angeles now passes San Diego across the Mexican border to Tijuana. San Diego and Tijuana now share an airport terminal where you can exit into either country. Eventually, a high-speed rail network may connect the entire Pacific spine. America's northeastern megalopolis begins in Boston through New York and Philadelphia to Washington. It contains more than 50 million people and also has plans for a high-speed rail network.
Aqui estamos nós, em Vancouver, no centro do corredor da Cascádia que se estende para sul, pela fronteira dos EUA, até Seattle. O centro de tecnologia de Silicon Valley começa a norte de São Francisco e vai até San José, passando pela baía de Oakland. O conglomerado de Los Angeles agora passa por San Diego indo até a fronteira mexicana com Tijuana. San Diego e Tijuana atualmente dividem um terminal de aeroporto onde podemos sair para qualquer um dos países. Um dia, uma rede ferroviária de alta velocidade ligará todo o Pacífico. A megalópole do nordeste dos EUA começa em Boston, passa por Nova Iorque e por Filadélfia, até Washington. Nela, vivem mais de 50 milhões de pessoas e também há planos para a construção de ferrovias de alta velocidade.
But Asia is where we really see the megacities coming together. This continuous strip of light from Tokyo through Nagoya to Osaka contains more than 80 million people and most of Japan's economy. It is the world's largest megacity. For now.
Mas é na Ásia que vemos as megacidades a unirem-se. Esta contínua faixa de luz vem de Tóquio, passa por Nagoya e vai até Osaka. Nela, há mais de 80 milhões de pessoas e grande parte da economia do Japão. É a maior megalópole do mundo. Por enquanto.
But in China, megacity clusters are coming together with populations reaching 100 million people. The Bohai Rim around Beijing, The Yangtze River Delta around Shanghai and the Pearl River Delta, stretching from Hong Kong north to Guangzhou. And in the middle, the Chongqing-Chengdu megacity cluster, whose geographic footprint is almost the same size as the country of Austria.
Porém, na China, as megalópoles estão a juntar-se com populações que chegam aos 100 milhões de pessoas. O conglomerado de Bohai em volta de Pequim, o delta do Rio Iansequião em volta de Xangai e o delta do Rio das Pérolas, que se estende de Hong Kong até ao norte de Cantão. E no centro, o conglomerado de Chongqing-Chengdu, cujo rastro geográfico é praticamente do mesmo tamanho da Austrália
And any number of these megacity clusters has a GDP approaching two trillion dollars -- that's almost the same as all of India today. So imagine if our global diplomatic institutions, such as the G20, were to base their membership on economic size rather than national representation. Some Chinese megacities may be in and have a seat at the table, while entire countries, like Argentina or Indonesia would be out.
Qualquer um destes conglomerados urbanos tem um PIB de cerca de dois biliões de dólares — é quase o mesmo que toda a Índia hoje. Então, imaginem se as nossas instituições diplomáticas mundiais, como o G20, baseassem a composição de seus membros no tamanho da economia e não na representação por país. Algumas megalópoles chinesa poderiam ser membros e ter poder nas decisões,
enquanto países inteiros, como a Argentina e a Indonésia, ficariam de fora.
Moving to India, whose population will soon exceed that of China, it too has a number of megacity clusters, such as the Delhi Capital Region and Mumbai. In the Middle East, Greater Tehran is absorbing one third of Iran's population. Most of Egypt's 80 million people live in the corridor between Cairo and Alexandria. And in the gulf, a necklace of city-states is forming, from Bahrain and Qatar, through the United Arab Emirates to Muscat in Oman.
Já a Índia, cuja população em breve irá superar a da China, também tem vários conglomerados de grandes cidades, como a região da capital Nova Deli e Bombaim. No Médio Oriente, a Grande Teerão absorve um terço da população do Irão. A maior parte dos 80 milhões de egípcios vivem no corredor entre o Cairo e Alexandria. No Golfo Pérsico, começa a formar-se uma série de cidades-estado, desde o Bahrein e o Qatar, passando pelos Emirados Árabes Unidos, até Mascate, em Omã.
And then there's Lagos, Africa's largest city and Nigeria's commercial hub. It has plans for a rail network that will make it the anchor of a vast Atlantic coastal corridor, stretching across Benin, Togo and Ghana, to Abidjan, the capital of the Ivory Coast.
E também há Lagos, a maior cidade da África e centro do comércio da Nigéria. Há planos para a construção de uma rede ferroviária que a tornará no centro de um vasto corredor costeiro no Atlântico, estendendo-se pelo Benim, Togo e Gana, até Abidjan, a capital da Costa do Marfim.
But these countries are suburbs of Lagos. In a megacity world, countries can be suburbs of cities. By 2030, we will have as many as 50 such megacity clusters in the world. So which map tells you more? Our traditional map of 200 discrete nations that hang on most of our walls, or this map of the 50 megacity clusters?
Porém, esses países são subúrbios de Lagos. Num mundo de megacidades, há países que podem ser subúrbios de cidades. Até 2030, teremos 50 conglomerados de megalópoles em todo o mundo. Então, qual é o mapa que representa a realidade? O nosso mapa tradicional com 200 países, que está pendurado nas paredes, ou este mapa, com 50 conglomerados urbanos?
And yet, even this is incomplete because you cannot understand any individual megacity without understanding its connections to the others. People move to cities to be connected, and connectivity is why these cities thrive. Any number of them, such as Sao Paulo or Istanbul or Moscow, has a GDP approaching or exceeding one third of one half of their entire national GDP.
No entanto, até mesmo este está incompleto porque não podemos entender nenhuma megacidade individualmente sem entender as suas ligações com as outras cidades à sua volta. As pessoas vão para as cidades para se interligarem e essa interligação é a razão de as cidades prosperarem. Qualquer delas, seja São Paulo, Istambul, ou Moscovo, tem um PIB que excede um terço, ou é mesmo metade de todo o PIB nacional do seu país.
But equally importantly, you cannot calculate any of their individual value without understanding the role of the flows of people, of finance, of technology that enable them to thrive. Take the Gauteng province of South Africa, which contains Johannesburg and the capital Pretoria. It too represents just over a third of South Africa's GDP. But equally importantly, it is home to the offices of almost every single multinational corporation that invests directly into South Africa and indeed, into the entire African continent.
Mas, igualmente importante, é que não se pode calcular o valor individual sem entender o papel do fluxo de pessoas, de capital e da tecnologia que fazem prosperar as cidades. Vejam, por exemplo, a província de Gauteng, na África do Sul, que engloba Joanesburgo e a capital Pretória. Também representa pouco mais de um terço do PIB da África do Sul. Mas, igualmente importante, é que ela é a sede dos escritórios de quase todas as empresas multinacionais que investem diretamente na África do Sul e em todo o continente africano.
Cities want to be part of global value chains. They want to be part of this global division of labor. That is how cities think. I've never met a mayor who said to me, "I want my city to be cut off." They know that their cities belong as much to the global network civilization as to their home countries.
As cidades querem fazer parte de cadeias mundiais do mercado. Querem fazer parte da divisão internacional do trabalho. É assim que as cidades pensam. Nunca conheci um presidente da câmara que me dissesse: ''Quero que a minha cidade fique de fora". Eles sabem que as grandes cidades tanto pertencem à rede global da civilização como aos seus países natais.
Now, for many people, urbanization causes great dismay. They think cities are wrecking the planet. But right now, there are more than 200 intercity learning networks thriving. That is as many as the number of intergovernmental organizations that we have. And all of these intercity networks are devoted to one purpose, mankind's number one priority in the 21st century: sustainable urbanization.
Para muita gente, a urbanização causa grande desgosto. Acham que as cidades estão a destruir a Terra. Porém, agora, há mais de 200 intercidades que aprendem a prosperar em conjunto. Ou seja, tantas quanto o número de organizações intergovernamentais que nós temos. Toda essa rede de ligações entre as cidades têm um só propósito, a prioridade número um da humanidade no século XXI: uma urbanização sustentável.
Is it working? Let's take climate change. We know that summit after summit in New York and Paris is not going to reduce greenhouse gas emissions. But what we can see is that transferring technology and knowledge and policies between cities is how we've actually begun to reduce the carbon intensity of our economies.
E está a funcionar? Vejamos a alteração climática. Sabemos que as cimeiras, em Nova Iorque e em Paris, não vão diminuir as emissões dos gases com efeitos de estufa. Mas podemos ver que foi no intercâmbio de tecnologias, de conhecimentos e das políticas entre cidades, que começámos a reduzir o carbono na nossa economia.
Cities are learning from each other. How to install zero-emissions buildings, how to deploy electric car-sharing systems. In major Chinese cities, they're imposing quotas on the number of cars on the streets. In many Western cities, young people don't even want to drive anymore. Cities have been part of the problem, now they are part of the solution.
As cidades estão a aprender umas com as outras. Como construir edifícios com zero de emissões, como implantar sistemas de partilha de carros elétricos. Em grandes cidades da China estão a ser imposta quotas no número de carros nas ruas. Em muitas cidades do Ocidente, há jovens que nem sequer querem conduzir. As cidades têm feito parte do problema mas agora fazem parte da solução.
Inequality is the other great challenge to achieving sustainable urbanization. When I travel through megacities from end to end -- it takes hours and days -- I experience the tragedy of extreme disparity within the same geography. And yet, our global stock of financial assets has never been larger, approaching 300 trillion dollars. That's almost four times the actual GDP of the world.
A desigualdade é outro grande desafio para atingir uma urbanização sustentável. Quando viajo pelas megacidades, de ponta a ponta — às vezes demora horas ou dias — assisto à tragédia da extrema desigualdade dentro de um mesmo espaço geográfico. Apesar disso, as nossas reservas mundiais e bens financeiros nunca foram maiores, chegando perto dos 300 biliões de dólares. Isso é quase quatro vezes como atual PIB do mundo inteiro.
We have taken on such enormous debts since the financial crisis, but have we invested them in inclusive growth? No, not yet. Only when we build sufficient, affordable public housing, when we invest in robust transportation networks to allow people to connect to each other both physically and digitally, that's when our divided cities and societies will come to feel whole again.
Temos feito cada vez mais dívidas desde a crise financeira, mas temos investido isso em crescimento inclusivo? Não, ainda não. Só quando construirmos habitações acessíveis, quando investirmos em redes robustas de transportes para permitir que as pessoas se relacionem tanto física quanto digitalmente, é que as nossas cidades e sociedades divididas se sentirão inteiras novamente.
(Applause)
(Aplausos)
And that is why infrastructure has just been included in the United Nations Sustainable Development Goals, because it enables all the others. Our political and economic leaders are learning that connectivity is not charity, it's opportunity. And that's why our financial community needs to understand that connectivity is the most important asset class of the 21st century.
É por isso que as infraestruturas acabam de ser incluídas nas Metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, porque isso possibilita todas as outras. Os nossos líderes políticos e económicos estão a aprender que a interligação não é caridade, é oportunidade. É por isso que a nossa comunidade financeira precisa de perceber que a interligação é o recurso mais importante do século XXI.
Now, cities can make the world more sustainable, they can make the world more equitable, I also believe that connectivity between cities can make the world more peaceful. If we look at regions of the world with dense relations across borders, we see more trade, more investment and more stability. We all know the story of Europe after World War II, where industrial integration kicked off a process that gave rise to today's peaceful European Union. And you can see that Russia, by the way, is the least connected of major powers in the international system. And that goes a long way towards explaining the tensions today. Countries that have less stake in the system also have less to lose in disturbing it. In North America, the lines that matter most on the map are not the US-Canada border or the US-Mexico border, but the dense network of roads and railways and pipelines and electricity grids and even water canals that are forming an integrated North American union. North America does not need more walls, it needs more connections.
As cidades podem tornar o mundo mais sustentável, podem tornar o mundo mais igualitário. Também acredito que a interligação entre as cidades pode tornar o mundo num lugar mais pacífico. Se olharmos para as regiões do mundo com densas relações interfronteiras, vemos mais comércio, mais investimentos e mais estabilidade. Todos conhecemos a história europeia após a II Guerra Mundial. em que a integração industrial desencadeou um processo que deu origem à atual pacífica União Europeia. Também podemos ver que a Rússia é a potência mundial do sistema internacional com menos ligações. Isso explica muito das tensões atuais. Os países que têm menos interesse no sistema também têm menos a perder quando perturbam esse sistema. Na América do Norte, a linha mais importante do mapa não é a fronteira EUA-Canadá, nem a fronteira México-EUA, mas a densa rede de estradas, ferrovias e tubagens, as redes de eletricidade, e até os canais que estão a formar uma união norte-americana integrada. A América do Norte não precisa de mais muros, precisa de mais ligações.
(Applause)
(Aplausos)
But the real promise of connectivity is in the postcolonial world. All of those regions where borders have historically been the most arbitrary and where generations of leaders have had hostile relations with each other. But now a new group of leaders has come into power and is burying the hatchet.
Mas a real promessa da interligação está no mundo pós-colonial. Todas essas regiões cujas fronteiras foram, historicamente, arbitrárias, e onde gerações de líderes têm tido relações hostis entre si. Mas, agora, há no poder uma nova geração de líderes que estão a enterrar o machado.
Let's take Southeast Asia, where high-speed rail networks are planned to connect Bangkok to Singapore and trade corridors from Vietnam to Myanmar. Now this region of 600 million people coordinates its agricultural resources and its industrial output. It is evolving into what I call a Pax Asiana, a peace among Southeast Asian nations.
Vejamos o sudeste da Ásia, onde há redes de ferrovias rápidas planeadas para ligar Banguecoque a Singapura e corredores de comércio do Vietname a Myanmar. Esta região de 600 milhões de pessoas coordena os seus recursos agrícolas e a sua produção industrial. Está a evoluir para o que eu chamo a Pax Asiática, a paz entre as nações do Sudeste Asiático.
A similar phenomenon is underway in East Africa, where a half dozen countries are investing in railways and multimodal corridors so that landlocked countries can get their goods to market. Now these countries coordinate their utilities and their investment policies. They, too, are evolving into a Pax Africana.
Um fenómeno parecido está a acontecer na África Oriental, onde meia dúzia de países estão a investir em ferrovias e corredores multimodais, para que os países sem saída para o mar possam colocar os seus bens no mercado. Esses países podem coordenar os seus serviços e as suas políticas de investimentos. Também eles estão a evoluir para uma Pax Africana.
One region we know could especially use this kind of thinking is the Middle East. As Arab states tragically collapse, what is left behind but the ancient cities, such as Cairo, Beirut and Baghdad? In fact, the nearly 400 million people of the Arab world are almost entirely urbanized. As societies, as cities, they are either water rich or water poor, energy rich or energy poor. And the only way to correct these mismatches is not through more wars and more borders, but through more connectivity of pipelines and water canals. Sadly, this is not yet the map of the Middle East. But it should be, a connected Pax Arabia, internally integrated and productively connected to its neighbors: Europe, Asia and Africa.
Uma região em que podíamos usar este tipo de pensamento é o Médio Oriente. Enquanto os estados árabes se desmoronam tragicamente o que é que fica, para além das cidades antigas, como Cairo, Beirute e Bagdad? Os quase 400 milhões de habitantes do mundo árabe estão quase completamente urbanizados. Enquanto sociedades, enquanto cidades são ou pobres ou ricas em água, pobres ou ricas em energia. A única maneira de resolver essas incompatibilidades não é através de mais guerras e de mais fronteiras, mas através de mais ligações, mais tubagens e mais canais. Infelizmente, esse ainda não é o mapa do Médio Oriente. Mas deveria ser, uma Pax Arábia interligada, internamente integrada e produtivamente ligada aos seus vizinhos, a Europa, a Ásia e África.
Now, it may not seem like connectivity is what we want right now towards the world's most turbulent region. But we know from history that more connectivity is the only way to bring about stability in the long run. Because we know that in region after region, connectivity is the new reality. Cities and countries are learning to aggregate into more peaceful and prosperous wholes.
Pode parecer que, agora, não queremos relações com a região mais turbulenta do mundo. Mas sabemos que, historicamente, um relacionamento maior é a única maneira de trazer mais estabilidade a longo prazo. Sabemos que, região após região, o relacionamento é a nova realidade. As cidades e os países estão a aprender a formar uniões mais pacíficas e prósperas.
But the real test is going to be Asia. Can connectivity overcome the patterns of rivalry among the great powers of the Far East? After all, this is where World War III is supposed to break out. Since the end of the Cold War, a quarter century ago, at least six major wars have been predicted for this region. But none have broken out.
Mas o verdadeiro teste será a Ásia. Será que o relacionamento pode superar as históricas rivalidades entre as grandes potências do Extremo-Oriente? Afinal de contas, é aqui que se prevê que rebente a III Guerra Mundial Desde o fim da Guerra Fria, há 25 anos, foram previstas, pelo menos. seis grandes guerras nesta região. No entanto, nenhuma aconteceu.
Take China and Taiwan. In the 1990s, this was everyone's leading World War III scenario. But since that time, the trade and investment volumes across the straits have become so intense that last November, leaders from both sides held a historic summit to discuss eventual peaceful reunification. And even the election of a nationalist party in Taiwan that's pro-independence earlier this year does not undermine this fundamental dynamic.
Vejamos a China e Taiwan. Nos anos 90, todos previam ali uma III Guerra Mundial. Mas, desde então, o volume de comércio e investimento no estreito de Taiwan tem-se tornado tão intenso que, em novembro, líderes dos dois lados participaram numa cimeira histórica para discutir uma eventual reunificação pacífica. Até mesmo a eleição em Taiwan no início deste anos, de um partido nacionalista que é pró-independência não põe em risco essa dinâmica tão importante.
China and Japan have an even longer history of rivalry and have been deploying their air forces and navies to show their strength in island disputes. But in recent years, Japan has been making its largest foreign investments in China. Japanese cars are selling in record numbers there. And guess where the largest number of foreigners residing in Japan today comes from? You guessed it: China.
A China e o Japão têm um histórico ainda maior de conflitos e têm posicionado os seus exércitos navais e aéreos para demonstrar as suas forças na disputa por ilhas. Porém, recentemente, o Japão tem feito os maiores investimentos internacionais na China. Os carros japoneses têm alcançado recordes de vendas na China. E de onde vem o maior número de estrangeiros que vivem atualmente no Japão? Isso mesmo, da China.
China and India have fought a major war and have three outstanding border disputes, but today India is the second largest shareholder in the Asian Infrastructure Investment Bank. They're building a trade corridor stretching from Northeast India through Myanmar and Bangladesh to Southern China. Their trade volume has grown from 20 billion dollars a decade ago to 80 billion dollars today.
A China e a Índia já travaram uma grande guerra e têm grandes disputas territoriais, mas atualmente a Índia é a segunda maior acionista do Banco Asiático de Infraestruturas. Está a ser construído um corredor comercial que vai do nordeste da Índia, passa por Myanmar e Bangladesh e vai até ao Sul da China. O volume do comércio entre eles passou de 20 mil milhões na década passada para 80 mil milhões de dólares, atualmente.
Nuclear-armed India and Pakistan have fought three wars and continue to dispute Kashmir, but they're also negotiating a most-favored-nation trade agreement and want to complete a pipeline stretching from Iran through Pakistan to India.
O Paquistão e a Índia — que possuem armas nucleares — já travaram três guerras e continuam a disputar Caxemira, mas também estão a negociar um acordo comercial mais vantajoso, e querem construir um "pipeline," que vai do Irão, passa pelo Paquistão e chega à Índia.
And let's talk about Iran. Wasn't it just two years ago that war with Iran seemed inevitable? Then why is every single major power rushing to do business there today?
Falemos sobre o Irão. Ainda há menos de dois anos não parecia inevitável uma guerra com o Irão? Então, porque é que todas as potências mundiais querem fazer comércio com ele agora?
Ladies and gentlemen, I cannot guarantee that World War III will not break out. But we can definitely see why it hasn't happened yet. Even though Asia is home to the world's fastest growing militaries, these same countries are also investing billions of dollars in each other's infrastructure and supply chains. They are more interested in each other's functional geography than in their political geography. And that is why their leaders think twice, step back from the brink, and decide to focus on economic ties over territorial tensions.
Senhoras e senhores, eu não posso garantir que não vai acontecer a III Guerra Mundial. Mas podemos ver porque é que ela ainda não aconteceu. Apesar de a Ásia ser o lar das forças militares de crescimento mais rápido, esses mesmos países estão a investir milhares de milhões de dólares em infraestruturas e cadeias de fornecimento umas das outras Estão mais interessadas na geografia funcional umas das outras do que na geografia política. É por isso que os seus líderes pensam duas vezes, afastam-se de conflitos, e concentram-se mais em laços económicos do que em tensões territoriais.
So often it seems like the world is falling apart, but building more connectivity is how we put Humpty Dumpty back together again, much better than before. And by wrapping the world in such seamless physical and digital connectivity, we evolve towards a world in which people can rise above their geographic constraints. We are the cells and vessels pulsing through these global connectivity networks.
Muitas vezes parece que o mundo está a desmoronar-se. No entanto, a criação dum relacionamento maior é a forma de colocar tudo em ordem novamente, ainda melhor do que era antes. Unindo o mundo num relacionamento físico e digital quase invisível, evoluímos para um mundo em que as pessoas podem superar as suas restrições geográficas. Nós somos as células e os veículos que pulsam nessa rede global de relacionamento.
Everyday, hundreds of millions of people go online and work with people they've never met. More than one billion people cross borders every year, and that's expected to rise to three billion in the coming decade.
Todos os dias, centenas de milhões de pessoas vão à Internet e trabalham com pessoas que nunca viram. Mais de mil milhões de pessoas atravessam as fronteiras todos os anos. A expetativa é que esse número suba para três mil milhões na próxima década.
We don't just build connectivity, we embody it. We are the global network civilization, and this is our map. A map of the world in which geography is no longer destiny. Instead, the future has a new and more hopeful motto: connectivity is destiny.
Nós não construímos só interligações, nós incorporamo-las. Somos a civilização da rede mundial e este é o nosso mapa. Um mapa em que a geografia já não é o destino. Em vez disso, o futuro tem um novo e esperançoso lema: A interligação é o destino.
Thank you.
Obrigado
(Applause)
(Aplausos)