Have you ever stopped to think that your biggest opportunity could happen at exactly the most difficult moment of your life? I'm going to tell you a little about my story and show how our thinking and the way we face life has the power to change everything around us.
Vocês já pararam para pensar que a grande oportunidade da vida de vocês poderia estar exatamente no momento mais difícil dela? Eu vou contar um pouquinho da minha história para vocês e vou mostrar como o nosso pensamento e a forma de encarar a vida têm o poder de mudar tudo à nossa volta.
Almost three years ago, on the 27th of December 2014, I was going to take a car trip with my boyfriend, our first trip together, to celebrate New Year's Eve. We decided to leave quite early, about 5:30 in the morning, to avoid traffic, and so we did. I was taking two bags, and I decided to put one in the trunk because the car was already very full. And then, at the moment I was putting the bag in the trunk, a girl was driving home from a nightclub, and she'd had a few drinks. She lost control of her car, and I ended up pressed against my boyfriend's car. At that moment, I fell, and I waited for help to go to the hospital. There, I had to undergo a 14-hour surgery. Before I had the surgery, I asked the doctor, "I'm not going to die, am I? I still haven't said goodbye to anyone," and she said to me, "No. Stay calm." It was all I could think of. I was so frightened, but I stayed calm. The 14 hours of surgery were difficult as well.
Há quase três anos, no dia 27 de dezembro de 2014, eu tava indo fazer uma viagem de carro com o meu namorado, nossa primeira viagem juntos, de réveillon. E a gente decidiu sair bem cedinho, por volta das 5:30 da manhã, pra não pegar trânsito, e assim foi feito. Eu desci com duas bolsas e eu resolvi colocar uma no porta malas porque o carro já estava muito cheio. E aí, no momento que eu estava colocando a bolsa no porta malas, uma moça estava voltando da balada e ela tinha bebido alguns drinks, e aí ela perdeu o controle do carro dela e acabou me prensando contra o carro do meu namorado. Nesse momento eu caí e esperei por ajuda pra ir pro hospital. E aí, eu tive que passar por uma cirurgia de 14 horas de duração. Antes de eu entrar na cirurgia, eu cheguei pra médica: "Eu não vou morrer não, né? Porque eu não me despedi de ninguém ainda". E ela me falou: "Não, fica tranquila". Era só o que eu conseguia pensar. Eu estava tão assustada... Mas eu fui tranquila. E as 14 horas de duração da cirurgia foram bem pesadas, assim.
They tried to save my leg and did everything they could, but they couldn't save it. They even took out my saphenous vein. I have a huge scar on this leg. But it wasn't possible, so they had to amputate. From this point on, what I'm going to tell you is how my life totally changed after that day and how I became someone [inaudible], someone who loves challenges, someone who lives life to the max, and, more importantly, someone that found a true purpose for life that day. At 6:00 in the morning, my parents came to give me news of the amputation, and my immediate reaction was to say, "It's OK. Thank God I'm alive, right?" All I could think was to give thanks, again and again. I felt such a relief that I hadn't lost my life that day that I didn't see how I had the right to complain about losing a leg. I had a lot of doubts, for sure. I didn't know how it would be. I didn't know any amputees. I didn't know what a prosthesis was like, if it was gray, if it was beige ... Mine today is sparkly, right? But I didn't know. I didn't know if I was going to be OK, how everything would be, but I resolved not to suffer in anticipation. I said, "Let's face it a day at a time. Let's see how I am. I can only be thankful right now. Let's not think about tomorrow." And that's how it all happened. Even in the midst of so much uncertainty, I still had so many things I was sure of.
Eles tentaram salvar minha perna por tudo, mas eles não conseguiram. Eles inclusive tiraram a minha safena. Eu tenho uma cicatriz grandona nessa perna... mas não foi possível. Então, eles tiveram que amputar. E, a partir de agora, o que eu vou contar pra vocês é como minha vida mudou totalmente a partir daquele dia e como eu me tornei alguém [ininteligível], alguém que ama desafios, alguém que aproveita a vida ao máximo, e, mais importante, alguém que encontrou um verdadeiro propósito de vida naquele dia. Meus pais chegaram pra me dar a notícia da amputação às 6h da manhã, e a minha reação, assim, de cara, foi falar: "Tá bom, graças a Deus que eu tô viva, né?" Era só o que eu conseguia pensar. Era agradecer e agradecer. Eu senti um alívio tão grande de não ter perdido minha vida naquele dia que eu não me vi no direito de reclamar por ter perdido uma perna. Eu tinha várias incertezas, assim. Eu não sabia como ia ser. Eu não conhecia nenhum amputado. Eu não sabia como era uma prótese, se ela era cinza, se ela era bege... A minha hoje é brilhante, né? Mas eu não sabia... E eu não sabia se eu ia ficar bem, como que ia ser tudo, mas eu resolvi não sofrer por antecipação. Eu falei assim: "Vamos encarar cada dia de uma vez. Vamos ver como é que eu estou. Agora, eu só consigo agradecer. Não vamos pensar no amanhã". E foi assim que tudo aconteceu. Mesmo no meio de tantas incertezas, eu ainda tinha várias certezas.
Each day I was in the hospital, I thought and said, "Wow, this is nothing compared to my life. What's losing a leg, seeing that I'm here, and I have everyone that I love? I could have died without having said goodbye to anyone." This gave me much strength during my recovery, and my recovery wasn't easy. I thought that I would just go there, get the prosthesis, and walk out. And I was frightened because, in addition to the pains that I already felt, the phantom pain, it was difficult to balance and walk with a prosthesis, and it hurt a lot. I wanted so much to walk. So, I would get home, crazy to take off the prosthesis, and I'd leave it on. I'd keep it on the whole day, and so, quickly, I began walking again. Little by little, I was doing the things I'd done before. It was really cool because, in my twenties, I could relearn to do things that I had never thought about, like, for example, walking. I'd never stopped to think that our arm accompanies our leg or that when we go up a ramp, our trunk has to accompany our body. This was very special and valuable for me. I said, "Thank you for letting me see these incredible things and for giving so much value to things that, until my twenties, I thought were so small, right?" So, I went back to doing everything I did before and started to do things I'd never done before, like dancing, surfing, skateboarding ... Each day, I was inventing something new. I committed myself, "I won't drop the ball, I'll stay strong. I want to surprise myself and everyone around me," and I thought it was possible.
Cada dia mais, à medida que eu ia ficando no hospital, eu pensava e falava: "Gente, isso não é nada perto da minha vida. O que é perder uma perna, sendo que eu estou aqui, que eu tenho todo mundo que eu amo. Eu podia ter ido embora sem ter me despedido de ninguém". E isso me deu muita força na minha recuperação. A minha recuperação não foi fácil. Eu achei que eu ia chegar lá, ia colocar a prótese, sair andando... E eu tomei um susto porque, fora as dores que eu já sentia, dor fantasma, era muito difícil me equilibrar com a prótese, era muito difícil andar com a prótese, doía muito. Mas eu queria muito andar. Então, eu chegava em casa, doida pra tirar a prótese, e eu não tirava. Eu ficava com ela o dia inteiro. E, assim, rapidinho, eu voltei a andar. Eu fui aos poucos voltando a fazer tudo que eu já fazia. Foi muito legal porque, aos meus 20 anos, eu pude reaprender a fazer coisas sobre as quais eu jamais tinha pensado, como, por exemplo, andar. Eu nunca tinha parado pra pensar que o nosso braço acompanha nossa perna; ou que, quando a gente vai subir uma rampa, o nosso tronco tem que acompanhar o nosso corpo... E foi muito especial pra mim isso, foi muito valioso. Eu falava: "Eu agradeço muito por estar vendo como essas coisas são incríveis e por estar dando tanto valor as coisas que, até os meus 20 anos, eu achava tão pequenas, né?" E aí, eu voltei a fazer tudo que eu já fazia e comecei a fazer coisas que eu nunca tinha feito antes, como dançar, surfar, andar de skate... cada dia, eu inventando uma coisa nova. Eu me comprometi comigo mesma: "Eu não vou deixar a bola cair, eu vou ficar firme. Eu quero surpreender a mim mesma e a todo mundo que está à minha volta". E eu acho que isso foi possível,
All this was possible thanks to four lessons that I took with me every day and that played a fundamental role in all this. My first lesson was don't overvalue what isn't essential for you. This could have a variety of interpretations, right? But two, I think, are very important. The first theme I want to talk about is problems. Everybody has problems; everybody is struggling with a problem now or has enormous problems at home. We don't need to put such a large importance on them. We can simply choose how we want to face these problems. They don't need such great importance. You don't need to lose the whole day stressed out and angry about this problem. Let it have lower importance.
mas tudo isso foi possível graças a quatro lições que eu levei comigo todos os dias e que tiveram, assim, um papel fundamental nisso tudo. A minha primeira lição foi: não supervalorize o que não é essencial pra você. E nisso cabem várias interpretações, né? Mas duas eu acho bem importantes. O primeiro tema que eu quero falar é sobre problemas. Todo mundo tem problema, todo mundo está passando por um problema agora, ou tem problemas enormes dentro de casa. Só que a gente não precisa dar um peso muito grande pra eles. A gente pode simplesmente escolher como é que a gente quer encarar esses problemas. Eles não precisam ter um peso enorme. Você não precisa perder o seu dia inteiro estressado, bravo, por causa desse problema. Deixa ele ter um peso menor.
A second thing we overvalue is beauty. So, until I was 20, I was always focused on the body, right? We always want a better body. There we are working out, exercising, "I'm so unhappy with a little extra fat." When something like this happens, when we suffer an accident, when we see that we could have lost our life, we say, "My God, what nonsense! Why was I giving this so much importance? This is nothing!" We all have imperfections; this is how life is. It's much cooler to have a different nose, a little fat, a body type - Imagine if everybody were the same. It would be so boring, right? I have great pride of my leg, of my scar, of all this, of the purple that I have on my knee, because this is telling my story. Here is my story, what I went through, my trials, my tribulations. I think people should think more about this instead of always wanting to get better and better and better.
E a segunda coisa sobre supervalorizar é a nossa beleza. Assim, até meus 20 anos, eu sempre fui focada, assim, em corpo, né? A gente sempre quer um corpo melhor... A gente está ali, malhando, exercitando: "Ai, tô insatisfeita com uma gordurinha". E, quando uma coisa dessas acontece, quando a gente sofre um acidente em que a gente vê que a gente podia ter perdido a nossa vida, a gente fala: "Meu Deus, que bobagem! Pra quê que eu ficava me importando com isso? Isso não é nada!" Cada um tem suas imperfeições. É assim que a vida é. É muito mais legal cada um ter um nariz, uma gordurinha, um tipo de corpo... Imagina se todo mundo fosse igual... Ia ser tão sem graça, né? Eu tenho muito orgulho da minha perna, da minha cicatriz, e de todas elas, do meu roxo que eu tenho no joelho, porque isso tá contando minha história. Aqui é que está a minha história, pelo o que eu passei, os meus tombos, os meus acertos. E eu acho que a gente devia pensar mais nisso do que querer sempre melhorar e melhorar e melhorar.
The second lesson that I took for my life is that, if you have an idea, whatever it is, or a dream, go after it because it may be your last chance. When I suffered my accident - I have two little examples that are small but really make the point. When I suffered my accident, I had just taken a break from my college administration course - I had completed a year and a half - but my dream had always been to do journalism. I didn't do journalism because it was difficult to find work. It was a complicated profession. So, I was trying, but uncertain about administration. I was doing a little course. Two days after my accident, I said, "My God, I have to do journalism, now. It's my dream and what I love! I would have died at 20 without doing what I love! I would have spent all the days of my life without doing what I love, worried about what return I would get. What's the sense of this? I want to be happy!" And it was something I was very certain about.
A minha segunda lição, né, que eu tirei pra minha vida é que, se você tem uma ideia, seja ela qual for, ou um sonho, vá atrás dela, porque pode ser sua última chance. Quando eu sofri o meu acidente... Eu tenho dois "exemplinhos", que são pequenos, mas representam muito isso. Quando eu sofri o meu acidente, eu tinha acabado de trancar uma faculdade de administração em que eu tinha entrado e fiz um ano e meio... mas meu sonho sempre tinha sido fazer jornalismo. Mas eu não quis fazer jornalismo por que era muito difícil dar certo, era uma profissão complicada... E aí eu fui tentando, e não dei certo em administração. Eu estava fazendo cursinho... E aí, dois dias depois do meu acidente, eu falei: "Meu Deus, eu tenho que fazer jornalismo, rápido. É o meu sonho, é o que eu amo! Eu ia ter morrido com 20 anos sem fazer o que eu amo! Eu ia gastar dias da minha vida sem fazer o que eu amo, preocupada com o retorno que isso ia me dar? Qual o sentido disso? Eu quero ser feliz!" E era algo que eu tinha muito certo.
The second little example is a very curious thing. The first thing that I wanted to do after my accident was get a tattoo. Nobody understood, "How come? She has so much to do. Why does she want to get a tattoo?" Just before my accident, I had wanted to get a tattoo. I said, "I'm not doing it. I'm really young, and I'll certainly regret it in the future." Later I said, "My God, look how many things I wouldn't do because of a silly fear of being sorry." So I went, with the two crutches, no prosthesis yet, to the tattoo parlor and got three at one time. (Laughter) I already have ten and don't know when I'll stop. This little gesture - This, for me, represented a lot because it represented freedom. I was imprisoned by the things I was afraid to do for fear of being sorry, and when I saw that life is so fragile, I said, "I can't do this. Let's enjoy it."
E o segundo "exemplinho" é uma coisa muito curiosa, assim. Mas a primeira coisa que eu queria fazer depois do meu acidente era fazer uma tatuagem. E ninguém estava entendendo: "Como assim? Tem tanta coisa pra ela fazer. Por que ela quer fazer uma tatuagem?" Mas, logo antes do meu acidente, eu queria fazer uma tatuagem. E falei "Ah, não vou fazer. Estou muito nova. Vou me arrepender com certeza mais pra frente". E aí eu falei: "Meu Deus, olha o tanto de coisa que eu ia deixar de fazer por uma bobagem, por medo de me arrepender". Então, eu fui, com as duas muletas, ainda sem prótese, no estúdio de tatuagem, e fiz três de uma vez. (Risos) Agora eu já estou com dez, né, e não sei quando eu vou parar. Mas esse pequeno gesto, assim... Isso, pra mim, representou muito porque representou uma liberdade. Eu estava aprisionada nas coisas que eu tinha medo de fazer por medo de me arrepender. E quando eu vi que a vida é tão frágil, eu falei: "Eu não posso fazer isso. Vamos aproveitar".
My third lesson, which is super important for me, is about fear. Fear is always with us. Everyone has fears. Fear is a totally individual thing. Some people are afraid of losing someone; others are afraid of some animal. After my accident, I developed great fear: one was of cars - I had fear, I lost the notion of space - but the biggest was of flying, and it was a panic too.
A minha terceira lição, e que é superimportante pra mim, é sobre medo. O medo está sempre aqui. Cada um tem os seus medos. O medo é uma coisa totalmente individual. Tem gente que tem medo de perder alguém, tem gente que tem medo de algum animal... E eu, depois do meu acidente, desenvolvi um medo muito grande: um de carro - eu fiquei com medo, sem noção espacial - mas o maior foi de avião. E era um pânico, assim.
It is difficult to explain to someone who, maybe, has never suffered this. My hands would sweat, I'd feel sick, I'd cry ... It was so difficult for me. Then, my first job was away from Belo Horizonte - they invited me for a fashion show in São Paulo. At the same time that I was very happy, "My God, my fashion show. How will all this go?" I said, "I think that I won't go. I'll make up an excuse. I'll say that I'm sick because I'm so afraid. I'm sensing something bad. I don't think it'll work." I spent a week thinking about not going, and then, I decided to go. It was very important for me because going was what gave me the kick-start that set me free, what made it possible for my life to be what it is today. I travel weekly. Sometimes, I travel several times a week. I take international flights by myself. None of this would have been possible, none of this would have happened if I had let my fear defeat me that day. I say that maybe I'll have fear for the rest of my life, but I can always choose how I face my fear, how I deal with my fear. There is a phrase that I always take with me: "Courageous isn't the one who has fear, it's the one who has fear and still does it anyway." This is in all aspects of our lives: fear of risk, fear of change, fear of changing jobs, changing homes ...
É difícil explicar pra quem talvez nunca sofreu disso. Mas minha mão suava, eu passava mal, eu chorava... Era muito difícil pra mim. E aí, o meu primeiro trabalho fora de Belo Horizonte: eles me convidaram pra um desfile em São Paulo. E, ao mesmo tempo que eu fiquei muito feliz: "Meu Deus, meu desfile... Como é que vai ser isso tudo?", eu falei: "Eu acho que eu não vou. Eu vou inventar uma desculpa, vou falar que eu estou doente, porque eu estou com muito medo, eu estou pressentindo algo ruim... Eu acho que não vai dar certo". E eu fiquei uma semana pensando no que fazer. E aí eu decidi ir. E foi muito importante isso pra mim, porque eu ter ido foi o pontapé, foi o que me libertou, foi o que tornou possível a minha vida ser assim hoje. Eu viajo semanalmente. Eu viajo, às vezes, várias vezes por semana. Eu faço voos internacionais sozinha. E isso talvez não teria sido possível, nada disso teria acontecido, se eu tivesse deixado o medo me vencer aquele dia. Eu falo que talvez o medo fique comigo pro resto da minha vida, mas o que eu sempre vou poder escolher é como eu enfrento o meu medo, como eu encaro o meu medo. Tem uma frase que eu levo sempre comigo, que é: "Corajoso não é aquele que não tem medo. É aquele que tem medo e que, mesmo assim, vai lá e faz". Isso em todos os aspectos da nossa vida: medo de arriscar, medo da mudança, medo de mudar de trabalho, de casa...
This takes me to my last lesson which, for me, is the most important and may summarize everything. It's about change. Changes happen all the time. Time is passing. Someone shakes a hand, a head, and there are all sorts of changes: big changes, small, good, bad, some that we choose and some that we don't. What we'll always be able to choose is how we react to these changes. I lost my leg. It wasn't a change that I chose. It was something that happened to me. At that moment, I was dealing with a fact. Nothing I was going to do would bring back my leg. Nothing. I had lost it. I could be sad and ask, "Why me, right when I was going on a trip?" or I could say, "Let's see what's awaiting me, see what this life and this world are going to be like." This is really cool, and this changes everything. I'm certain that if I hadn't faced my change with optimism, I wouldn't be here today, and maybe my life would be totally different from what it is today. In addition to these four lessons, something else started to be important, "I want to stay close to my family, my friends, at home. I value them so much. Wow, I see how valuable our lives are. I want to enjoy every little second, but, at the same time, I'm traveling more than normal, and I'm spending more time with strangers than with the people I love. Why am I doing all this? For what?" What motivates me and has motivated me until now is knowing I can help people. I can help so many people that are in the same situation as me, and people that aren't, people that are only needing maybe a little stimulus to live freely and accept themselves. This motivates me every day. I have so many plans. I have so many things that I still want to do.
Isso me leva à minha última lição e que, pra mim, é a mais importante e talvez resuma tudo, que é sobre mudança. Mudanças acontecem, a todo momento. A hora está passando, tem alguém mexendo a mão, a cabeça... E tem mudanças de todos os jeitos: mudanças grandes, pequenas, boas, ruins, algumas que a gente escolhe e outras que não. O que a gente sempre vai poder escolher é como a gente age depois dessas mudanças. Eu perdi a minha perna. Não foi uma mudança que eu escolhi. Foi uma que aconteceu comigo. Mas naquele momento estava lidando com um fato. Nada do que eu fizesse ia trazer a minha perna de volta. Nada. Eu tinha perdido. Eu podia ficar triste, perguntar: "Por que comigo? Bem naquela hora, eu indo viajar", ou eu podia falar: "Bora ver o que tá me esperando, ver como é essa vida, esse mundo que eu não sei como vai ser". Isso é muito legal, isso mudou tudo. Eu tenho certeza que se eu não tivese enfrentado a minha mudança com otimismo, eu não estaria aqui hoje e talvez minha vida estaria totalmente diferente do que ela está hoje. Depois dessas quatro lições, começou a pesar muito pra mim assim: "Eu quero ficar perto da minha família, dos meus amigos, em casa. Eu valorizo tanto eles... Nossa, eu vejo como a nossa vida é valiosa. Eu quero aproveitar cada segundinho. Mas, ao mesmo tempo, eu estou viajando mais do que o normal, eu esto ficando mais com desconhecidos do que com as pessoas que eu amo. E por que eu estou fazendo isso tudo? Pra quê?" E o que me motivou e me motiva até hoje é saber que eu posso ajudar pessoas. Eu posso ajudar tanto pessoas que estão na mesma situação que eu, ou pessoas que não estão, ou pessoas que só estão precisando talvez de um estímulo pra viverem com liberdade, pra se aceitarem. É isso que me motiva todos os dias. Eu tenho tantos planos, eu tantas coisas que eu quero fazer ainda...
When I suffered my accident, I said, "I don't know why this happened." Everybody would say something different. I don't know, but I want to take this as a mission. I want to take this awful thing, as many people consider this accident, an awful thing that happened to me, and turn it into the mission of my life. I want to make this a true purpose, and that's why I am here. And you? What are you doing with the difficult moments in your lives? Thank you. (Applause)
Porque, quando eu sofri o meu acidente, eu falei: "Eu não sei por que isso aconteceu." Cada pessoa me falava uma coisa. Eu não sei. Mas eu quero levar isso como uma missão. Eu quero pegar esse fato ruim, que várias pessoas consideravam, esse acidente, uma coisa ruim que tinha acontecido comigo, e quero tornar a missão da minha vida. Eu quero fazer disso um verdadeiro propósito. E é pra isso que eu estou aqui. E vocês? O que vocês estão fazendo dos momentos difíceis da vida de vocês? Obrigada. (Aplausos)