I met 273 start-up founders last year. And each one was looking for money. As a tech investor, my goal was to sort through everyone that I met and make a quick determination about which ones had the potential to make something really big.
Eu me encontrei com 273 fundadores de startup no ano passado. Cada um deles procurava dinheiro. Como investidora de tecnologia, meu objetivo era classificar todos com quem eu me encontrava e determinar rapidamente quais tinham o potencial de fazer algo realmente grande.
But what makes a great founder? This is a question I ask myself daily. Some venture capitalists place bets based on a founder's previous background. Did they go to an Ivy League school? Have they worked at a blue-chip company? Have they built out a big vision before? Effectively, how smart is this person?
Mas o que faz de alguém um grande fundador? Essa é uma pergunta que faço diariamente. Alguns capitalistas de risco apostam com base em históricos anteriores de um fundador. Ele fez parte da elite do ensino superior? Trabalhou numa empresa sólida do mercado? Desenvolveu uma visão importante antes? Essa pessoa é realmente inteligente?
Other VCs asses a founder's emotional quotient, or EQ. How well will this person build teams and build rapport across customers and clients?
Outros capitalistas de risco avaliam o QE, ou quociente emocional de um fundador. Quanto essa pessoa será boa em formar equipes e estabelecer boas relações entre consumidores e clientes?
I have a different methodology to assess start-up founders, though, and it's not complicated. I look for signs of one specific trait. Not IQ, not EQ. It's adaptability: how well a person reacts to the inevitability of change, and lots of it. That's the single most important determinant for me. I subscribe to the belief that adaptability itself is a form of intelligence, and our adaptability quotient, or AQ, is something that can be measured, tested and improved.
Tenho uma metodologia diferente para avaliar fundadores de startup, que não é complicada. Procuro sinais de uma característica específica. Não é QI, nem QE. É a adaptabilidade: o quanto uma pessoa reage bem à inevitabilidade da mudança e muitas delas. Esse é o determinante único mais importante para mim. Concordo com a crença de que a capacidade de se adaptar em si é uma forma de inteligência, e que nosso quociente de adaptabilidade, ou QA, é algo que pode ser medido, testado e aprimorado.
AQ isn't just useful for start-up founders, however. I think it's increasingly important for all of us. Because the world is speeding up. We know that the rate of technological change is accelerating, which is forcing our brains to react. Whether you're navigating changing job conditions brought on by automation, shifting geopolitics in a more globalized world, or simply changing family dynamics and personal relationships. Each of us, as individuals, groups, corporations and even governments are being forced to grapple with more change than ever before in human history.
No entanto, o QA não é útil apenas para fundadores de startup. Acho que é cada vez mais importante para todos nós, porque o mundo está se acelerando. Sabemos que a taxa de mudança tecnológica está acelerando, o que está forçando nosso cérebro a reagir, seja passando por mudanças nas condições de trabalho trazidas pela automação, mudando a geopolítica em um mundo mais globalizado, ou simplesmente a dinâmica familiar e relacionamentos pessoais. Cada um de nós, como indivíduos, grupos, corporações e até governos, está sendo forçado a lidar com mais mudanças do que nunca na história da humanidade.
So, how do we assess our adaptability? I use three tricks when meeting with founders. Here's the first. Think back to your most recent job interview. What kind of questions were you asked? Probably some variation of, "Tell me about a time when," right? Instead, to interview for adaptability, I like to ask "what if" questions. What if your main revenue stream were to dry up overnight? What if a heat wave prevented every single customer from being able to visit your store? Asking "what if," instead of asking about the past, forces the brain to simulate. To picture multiple possible versions of the future. The strength of that vision, as well as how many distinct scenarios someone can conjure, tells me a lot.
Como avaliamos nossa capacidade de nos adaptarmos? Uso três segredos quando me encontro com fundadores. Eis o primeiro. Pensem em sua entrevista de emprego mais recente. Que tipo de perguntas lhes fizeram? Provavelmente alguma variação de "Fale-me sobre um momento em que", certo? Em vez disso, na entrevista para capacidade de se adaptar, gosto de fazer perguntas "e se". E se seu fluxo principal de receita esgotasse de repente? E se uma onda de calor impedisse todos os clientes de visitarem sua loja? Perguntar "e se", em vez de perguntar sobre o passado, força o cérebro a simular para imaginar várias versões possíveis do futuro. A força dessa visão, bem como quantos cenários distintos alguém pode evocar, me diz muito.
Practicing simulations is a sort of safe testing ground for improving adaptability. Instead of testing how you take in and retain information, like an IQ test might, it tests how you manipulate information, given a constraint, in order to achieve a specific goal.
A prática de simulações é uma espécie de laboratório seguro para melhorar a adaptabilidade. Em vez de testar como assimilamos e retemos informações, como num teste de QI, ela testa como manipulamos as informações, perante uma restrição, a fim de atingir uma meta específica.
The second trick that I use to assess adaptability in founders is to look for signs of unlearning. Active unlearners seek to challenge what they presume to already know, and instead, override that data with new information. Kind of like a computer running a disk cleanup. Take the example of Destin Sandlin, who programed his bicycle to turn left when he steered it right and vice versa. He called this his Backwards Brain Bike, and it took him nearly eight months just to learn how to ride it kind of, sort of normally. The fact that Destin was able to unlearn his regular bike in favor of a new one, though, signals something awesome about our adaptability. It's not fixed. Instead, each of us has the capacity to improve it, through dedication and hard work.
O segundo segredo que uso para avaliar a adaptabilidade dos fundadores é a procura de sinais de desaprendizagem. Uma pessoa que desaprende busca desafiar o que supõe já saber e, em vez disso, substitui esses dados por novas informações, mais ou menos como um computador executando uma limpeza de disco. Consideremos o exemplo de Destin Sandlin, que programou sua bicicleta pra virar à esquerda quando a virava para a direita e vice-versa. Ele chamou isso de "Backwards Brain Bike", e levou quase oito meses só para aprender a guiá-la de um jeito normal. O fato de Destin conseguir desaprender a usar a bicicleta habitual dele a favor de uma nova, no entanto, sinaliza algo incrível sobre nossa capacidade de nos adaptarmos. Ela não é fixa. Em vez disso, cada um de nós tem a capacidade de melhorá-la, por meio de dedicação e trabalho árduo.
On the last page of Gandhi's autobiography, he wrote, "I must reduce myself to zero." At many points in his very full life, he was still seeking to return to a beginner's mindset, to zero. To unlearn. In this way, I think it's pretty safe to say Gandhi had a high AQ score.
Na última página da autobiografia de Gandhi, ele escreveu: "Devo me reduzir a zero". Em muitos momentos de sua vida plena, ele ainda procurava retornar à mentalidade de principiante, a zero, para desaprender. Assim, acho que é bastante seguro dizer que Gandhi tinha uma pontuação alta de QA.
(Laughter)
(Risos)
The third and final trick that I use to assess a founder's adaptability is to look for people who infuse exploration into their life and their business. There's a sort of natural tension between exploration and exploitation. And collectively, all of us tend to overvalue exploitation. Here's what I mean. In the year 2000, a man finagled his way into a meeting with John Antioco, the CEO of Blockbuster, and proposed a partnership to manage Blockbuster's fledgling online business. The CEO John laughed him out of the room, saying, "I have millions of existing customers and thousands of successful retail stores. I really need to focus on the money."
O terceiro e último segredo que uso para avaliar a adaptabilidade de um fundador é a procura de pessoas que inspirem a investigação em sua vida e em seus negócios. Há uma espécie de tensão natural entre investigação e exploração. E coletivamente, todos nós tendemos a supervalorizar a exploração. Eis o que quero dizer. No ano 2000, um homem deu um jeito de se reunir com John Antioco, o CEO da Blockbuster, e propôs uma parceria para gerenciar os novos negócios on-line da Blockbuster. O CEO John fez pouco caso dele dizendo: "Tenho milhões de clientes e milhares de lojas rentáveis no varejo. Preciso mesmo me concentrar no dinheiro".
The other man in the meeting, however, turned out to be Reed Hastings, the CEO of Netflix. In 2018, Netflix brought in 15.8 billion dollars, while Blockbuster filed for bankruptcy in 2010, directly 10 years after that meeting. The Blockbuster CEO was too focused on exploiting his already successful business model, so much so that he couldn't see around the next corner. In that way, his previous success became the enemy of his adaptability potential.
Acontece, porém, que o outro homem na reunião era Reed Hastings, o CEO da Netflix. Em 2018, a Netflix faturou US$ 15,8 bilhões, enquanto a Blockbuster entrou com pedido de falência em 2010, dez anos após aquela reunião. O CEO da Blockbuster estava concentrado demais em explorar seu modelo de negócios já bem-sucedido, que não conseguiu enxergar o que vinha pela frente. Assim, seu sucesso anterior tornou-se inimigo de sua potencial adaptabilidade.
For the founders that I work with, I frame exploration as a state of constant seeking. To never fall too far in love with your wins but rather continue to proactively seek out what might kill you next. When I first started exploring adaptability, the thing I found most exciting is that we can improve it. Each of us has the capacity to become more adaptable. But think of it like a muscle: it's got to be exercised. And don't get discouraged if it takes a while. Remember Destin Sandlin? It took him eight months just to learn how to ride a bike.
Para os fundadores com quem trabalho, coloco a investigação como um estado de busca constante, para nunca se apaixonarem demais pelas vitórias deles, mas continuar a procurar proativamente o que pode matá-los em seguida. Quando comecei a investigar adaptabilidade, o que achei mais empolgante é que podemos melhorá-la. Cada um de nós tem a capacidade de se tornar mais adaptável. Mas pensem nela como um músculo: ela tem que ser exercitada. E não desanimem se demorar um pouco. Lembram-se de Destin Sandlin? Ele levou oito meses apenas para aprender a andar de bicicleta.
Over time, using the tricks that I use on founders -- asking "what if" questions, actively unlearning and prioritizing exploration over exploitation can put you in the driver's seat -- so that the next time something big changes, you're already prepared.
Com o tempo, usar os segredos que uso com fundadores, fazer perguntas "e se", desaprender ativamente e priorizar a investigação em vez da exploração pode colocar você no controle para que, da próxima vez que houver uma grande mudança, já esteja preparado.
We're entering a future where IQ and EQ both matter way less than how fast you're able to adapt. So I hope that these tools help you to raise your own AQ.
Estamos entrando num futuro em que QI e QE importam muito menos do que a rapidez com que conseguimos nos adaptar. Espero que essas ferramentas ajudem vocês a aumentarem seu próprio QA.
Thank you.
Obrigada.
(Applause)
(Aplausos) (Vivas)