When I was a student here in Oxford in the 1970s, the future of the world was bleak. The population explosion was unstoppable. Global famine was inevitable. A cancer epidemic caused by chemicals in the environment was going to shorten our lives. The acid rain was falling on the forests. The desert was advancing by a mile or two a year. The oil was running out, and a nuclear winter would finish us off. None of those things happened, (Laughter) and astonishingly, if you look at what actually happened in my lifetime, the average per-capita income of the average person on the planet, in real terms, adjusted for inflation, has tripled. Lifespan is up by 30 percent in my lifetime. Child mortality is down by two-thirds. Per-capita food production is up by a third. And all this at a time when the population has doubled.
Quando eu estudava aqui em Oxford nos anos 70, o futuro do mundo era sombrio. A explosão populacional não parava. A fome mundial era inevitável. Uma epidemia de câncer causada por produtos químicos no ambiente encurtaria as nossas vidas. A chuva ácida estava caindo nas florestas. O deserto estava avançando de 1.5 a 3 quilômetros por ano. O petróleo estava acabando. E um inverno nuclear iria nos exterminar. Nada disso aconteceu. (Risos) E surpreendentemente, se vocês olharem para o que realmente aconteceu na minha vida, a média da renda per-capita de uma pessoa no planeta, em termos reais, ajustados para a inflação, triplicou. A expectativa de vida aumentou em 30 por cento durante minha vida. A mortalidade infantil diminuiu dois terços. A produção de alimentos per-capita aumentou um terço. E tudo isso numa época na qual a população dobrou de tamanho.
How did we achieve that, whether you think it's a good thing or not? How did we achieve that? How did we become the only species that becomes more prosperous as it becomes more populous? The size of the blob in this graph represents the size of the population, and the level of the graph represents GDP per capita. I think to answer that question you need to understand how human beings bring together their brains and enable their ideas to combine and recombine, to meet and, indeed, to mate. In other words, you need to understand how ideas have sex.
Como realizamos isso -- Se achar isso bom ou não -- Como realizamos isso? Como nos tornamos a única espécie que fica mais próspera à medida que fica mais populosa? O tamanho da manha nesse gráfico representa o tamanho da população. E o nível do gráfico representa o PIB per capita. Acho que para responder essa pergunta você precisa entender como seres humanos unem seus cérebros e permitem que suas idéias se misturem e recombinem, para se encontrarem e, de fato, cruzarem. Em outras palavras, você precisa entender como idéias fazem sexo.
I want you to imagine how we got from making objects like this to making objects like this. These are both real objects. One is an Acheulean hand axe from half a million years ago of the kind made by Homo erectus. The other is obviously a computer mouse. They're both exactly the same size and shape to an uncanny degree. I've tried to work out which is bigger, and it's almost impossible. And that's because they're both designed to fit the human hand. They're both technologies. In the end, their similarity is not that interesting. It just tells you they were both designed to fit the human hand. The differences are what interest me, because the one on the left was made to a pretty unvarying design for about a million years -- from one-and-a-half million years ago to half a million years ago. Homo erectus made the same tool for 30,000 generations. Of course there were a few changes, but tools changed slower than skeletons in those days. There was no progress, no innovation. It's an extraordinary phenomenon, but it's true. Whereas the object on the right is obsolete after five years. And there's another difference too, which is the object on the left is made from one substance. The object on the right is made from a confection of different substances, from silicon and metal and plastic and so on. And more than that, it's a confection of different ideas, the idea of plastic, the idea of a laser, the idea of transistors. They've all been combined together in this technology.
Quero que imagine como conseguimos fazer objetos assim para fazer objetos como esse. São ambos objetos reais. Um é um machado Acheulian de meio milhão de anos atrás do tipo feito pelo Homo erectus. O outro é obviamente um mouse de computador. Eles são exatamente do mesmo tamanho e formato até um misterioso nível. Eu tenho tentado descobrir qual é maior, e é quase impossível. Isso porque ambos foram feitos para caber na mão humana. Ambos são tecnologias. No fim, sua semelhança não é tão interessante. Apenas lhe diz que ambos foram feitos para a mão humana. As diferenças são o que me interessa. Porque o da esquerda foi feito em um design que quase não varia por um milhão de anos -- de um milhão e meio de anos atrás para meio milhão de anos atrás. O Homo erectus fez a mesma ferramenta por 30.000 gerações. É claro que houve algumas poucas mudanças, mas as ferramentas mudavam mais devagar que esqueletos naqueles dias. Não havia progresso, não havia inovação. É um fenômeno extraordinário, mas é verdade. Enquanto o objeto da direita é obsoleto após cinco anos. E há outra diferença também, que é a que o objeto da esquerda é feito de uma substância. E o da direita é feito de uma confecção de diferentes substâncias, do silício e metal e plástico e assim por diante. E mais que isso, é uma confecção de diferentes idéias, a idéia do plástico, a do laser, a idéia dos transistores. Todos foram combinados nessa tecnologia.
And it's this combination, this cumulative technology, that intrigues me, because I think it's the secret to understanding what's happening in the world. My body's an accumulation of ideas too: the idea of skin cells, the idea of brain cells, the idea of liver cells. They've come together. How does evolution do cumulative, combinatorial things? Well, it uses sexual reproduction. In an asexual species, if you get two different mutations in different creatures, a green one and a red one, then one has to be better than the other. One goes extinct for the other to survive. But if you have a sexual species, then it's possible for an individual to inherit both mutations from different lineages. So what sex does is it enables the individual to draw upon the genetic innovations of the whole species. It's not confined to its own lineage.
E é essa combinação, essa tecnologia cumulativa, que me intriga. Porque eu acho que é o segredo para entender o que está acontecendo no mundo. Meu corpo é um aglomerado de idéias também, a idéia de células da pele, idéia de células do cérebro, idéia de células do fígado. Elas vieram juntas. Como a evolução faz coisas cumulativas, que combinam? Bem, ela usa reprodução sexuada. Em espécie assexuada, se tivermos duas mutações diferentes em seres distintos, uma verde e uma vermelha, logo uma tem de ser melhor que a outra. Uma entra em extinção para a outra sobreviver. Mas se tivermos uma espécie sexuada, então é possível a um indivíduo herdar ambas mutações de linhagens diferentes. Então o que o sexo faz é permitir o indivíduo se igualar às inovações genéticas da espécie. Não é confinado a sua linhagem.
What's the process that's having the same effect in cultural evolution as sex is having in biological evolution? And I think the answer is exchange, the habit of exchanging one thing for another. It's a unique human feature. No other animal does it. You can teach them in the laboratory to do a little bit of exchange -- and indeed there's reciprocity in other animals -- But the exchange of one object for another never happens. As Adam Smith said, "No man ever saw a dog make a fair exchange of a bone with another dog." (Laughter) You can have culture without exchange. You can have, as it were, asexual culture. Chimpanzees, killer whales, these kinds of creatures, they have culture. They teach each other traditions which are handed down from parent to offspring. In this case, chimpanzees teaching each other how to crack nuts with rocks. But the difference is that these cultures never expand, never grow, never accumulate, never become combinatorial, and the reason is because there is no sex, as it were, there is no exchange of ideas. Chimpanzee troops have different cultures in different troops. There's no exchange of ideas between them.
Qual o processo que está tendo o mesmo efeito, na evolução cultural, que o sexo tem na evolução biológica? E acho que a resposta é a troca, o hábito de trocar uma coisa por outra. É um recurso exclusivamente humano. Nenhum outro animal faz isso. Você pode ensiná-los em laboratório a fazer algumas trocas. E de fato há uma reciprocidade em outros animais. Mas a troca de um objeto por outro nunca acontece. Como Adam Smith disse, "Nenhum homem já viu um cão fazer uma troca justa de um osso como outro cachorro." (Risos) Você pode ter culturas sem trocas. Você pode ter, como se fosse, culturas assexuadas. Chimpanzés, orcas, esse tipo de criatura, eles tem culturas. Eles ensinam uns aos outros tradições que são transmitidas de pais para filhos. Nesse caso, chimpanzés ensinando uns aos outros como quebrar nozes com pedras. Mas a diferença é que essas culturas nunca se expandem, nunca crescem, nunca acumulam, nunca se tornam dominantes. Isso porque não há sexo, por assim dizer, não há troca de idéias. Grupos de chimpanzés tem diferentes culturas em diferentes grupos. Não há troca de idéias entre eles.
And why does exchange raise living standards? Well, the answer came from David Ricardo in 1817. And here is a Stone Age version of his story, although he told it in terms of trade between countries. Adam takes four hours to make a spear and three hours to make an axe. Oz takes one hour to make a spear and two hours to make an axe. So Oz is better at both spears and axes than Adam. He doesn't need Adam. He can make his own spears and axes. Well no, because if you think about it, if Oz makes two spears and Adam make two axes, and then they trade, then they will each have saved an hour of work. And the more they do this, the more true it's going to be, because the more they do this, the better Adam is going to get at making axes and the better Oz is going to get at making spears. So the gains from trade are only going to grow. And this is one of the beauties of exchange, is it actually creates the momentum for more specialization, which creates the momentum for more exchange and so on. Adam and Oz both saved an hour of time. That is prosperity, the saving of time in satisfying your needs.
E por que a troca aumenta os padrões de vida? Bem, a resposta veio de David Ricardo em 1817. E aqui está uma versão da história na idade da pedra, embora ele tenha contado em termos de troca entre países. O Adam leva quatro horas para fazer uma lança e três para fazer um machado. Já Oz leva uma hora para fazer uma lança e duas para fazer um machado. Então Oz é melhor do que Adam para fazer lanças e machados. Ele não precisa do Adam. Ele pode fazer suas lanças e machados. Bem, não, porque se pensar sobre isso, se o Oz fizer duas lanças e o Adam dois machados, e eles trocarem, então cada um poupará uma hora de trabalho. E quanto mais fizerem isso, mais verdadeiro será isso. Porque quanto mais fizerem, melhor o Adam será fazendo machados, e melhor será o Oz fazendo lanças. Então os ganhos da troca só vão crescer. E essa é uma das belezas da troca, ela cria na verdade um impulso para maior especialização, que cria um impulso para mais trocas e assim por diante. Ambos, Adam e Oz, pouparam uma hora. Isso é prosperidade, poupar tempo para satisfazer suas necessidades.
Ask yourself how long you would have to work to provide for yourself an hour of reading light this evening to read a book by. If you had to start from scratch, let's say you go out into the countryside. You find a sheep. You kill it. You get the fat out of it. You render it down. You make a candle, etc. etc. How long is it going to take you? Quite a long time. How long do you actually have to work to earn an hour of reading light if you're on the average wage in Britain today? And the answer is about half a second. Back in 1950, you would have had to work for eight seconds on the average wage to acquire that much light. And that's seven and a half seconds of prosperity that you've gained since 1950, as it were, because that's seven and a half seconds in which you can do something else, or you can acquire another good or service. And back in 1880, it would have been 15 minutes to earn that amount of light on the average wage. Back in 1800, you'd have had to work six hours to earn a candle that could burn for an hour. In other words, the average person on the average wage could not afford a candle in 1800.
Pergunte a si mesmo quanto tempo teria de trabalhar para ser capaz de ter uma hora de luz essa noite para ler um livro. Se tivesse de começar do zero, vamos dizer que você vai para o campo. Você acha uma ovelha. A mata. E tira sua gordura. Você a modela. Faz uma vela, etc, etc. Quanto tempo isso levaria? Um bom tempo. Quanto tempo você realmente tem de trabalhar hoje para obter uma hora de luz para ler se você estiver na média salarial britânica? E a resposta é cerca de meio segundo. Já em 1950, você teria de ter trabalhado por oito segundos na média salarial para adquirir esse tanto de luz. E isso é sete segundos e meio de prosperidade que ganhou. Desde 1950, por assim dizer. Porque esses são sete segundos e meio nos quais pode fazer outra coisa. Ou pode adquirir outro bem ou serviço. Já em 1880, teriam sido 15 minutos para obter esse tanto de luz da média salarial. Em 1800, você teria de trabalhar por seis horas para obter uma vela que poderia queimar por uma hora. Em outras palavras, uma pessoa comum na média salarial não poderia pagar por uma vela em 1800.
Go back to this image of the axe and the mouse, and ask yourself: "Who made them and for who?" The stone axe was made by someone for himself. It was self-sufficiency. We call that poverty these days. But the object on the right was made for me by other people. How many other people? Tens? Hundreds? Thousands? You know, I think it's probably millions. Because you've got to include the man who grew the coffee, which was brewed for the man who was on the oil rig, who was drilling for oil, which was going to be made into the plastic, etc. They were all working for me, to make a mouse for me. And that's the way society works. That's what we've achieved as a species.
Volte a essa imagem, do machado e do mouse, e se pergunte: "Quem os fez e para quem?" O machado de pedra foi feito por alguém para ele mesmo. Era auto-suficiência. Chamamos isso de pobreza hoje. Mas o objeto à direita foi feito para mim por outra pessoa. Quantas outras pessoas? Dezenas? Centenas? Milhares? Você sabe, eu acho que provavelmente são milhões. Porque você tem de incluir o homem que cultivou o café, que foi servido ao homem que estava explorando petróleo, que estava perfurando por petróleo, que seria transformado em plástico, etc. Eles estavam todos trabalhando para mim, para me fazer um mouse. E essa é a maneira que a sociedade funciona. Isso é o que realizamos como espécie.
In the old days, if you were rich, you literally had people working for you. That's how you got to be rich; you employed them. Louis XIV had a lot of people working for him. They made his silly outfits, like this, (Laughter) and they did his silly hairstyles, or whatever. He had 498 people to prepare his dinner every night. But a modern tourist going around the palace of Versailles and looking at Louis XIV's pictures, he has 498 people doing his dinner tonight too. They're in bistros and cafes and restaurants and shops all over Paris, and they're all ready to serve you at an hour's notice with an excellent meal that's probably got higher quality than Louis XIV even had. And that's what we've done, because we're all working for each other. We're able to draw upon specialization and exchange to raise each other's living standards.
Antigamente, se você era rico, você literalmente tinha pessoas trabalhando para você. É assim que um rico era; você as empregava. Luís XIV tinha muitas pessoas trabalhando para ele. Elas faziam suas vestes tolas, como essa. (Risos) E eles faziam esses cortes de cabelo bobos, tanto faz. Ele tinha 498 pessoas para preparar seu jantar toda noite. Mas um turista moderno andando pelo palácio de Versailles e olhando para gravuras de Luís XIV, tem 498 pessoas fazendo seu jantar também. Elas estão em bistrôs e cafes e restaurantes e lojas por toda Paris. E todas estão prontas para servir a você uma excelente refeição provavelmente com melhor qualidade que Luís XIV teve. E isso é o que temos feito, porque estamos trabalhando uns para os outros. Somos capazes de nos basear em especialização e troca para aumentar os padrões de vida uns dos outros.
Now, you do get other animals working for each other too. Ants are a classic example; workers work for queens and queens work for workers. But there's a big difference, which is that it only happens within the colony. There's no working for each other across the colonies. And the reason for that is because there's a reproductive division of labor. That is to say, they specialize with respect to reproduction. The queen does it all. In our species, we don't like doing that. It's the one thing we insist on doing for ourselves, is reproduction. (Laughter) Even in England, we don't leave reproduction to the Queen.
Agora, você tem animais trabalhando uns para os outros também. Formigas são um clássico exemplo; operárias trabalham para rainhas e vice-versa. Mas há uma grande diferença, isso só acontece dentro da colônia. Não há trabalho mútuo entre colônias. E isso acontece porque há uma divisão de trabalho reprodutora. Em outras palavras, elas especializam de acordo com a reprodução. A rainha faz isso tudo. Em nossa espécie, não gostamos de fazer isso. O tipo de coisa que insistimos em fazer por nós mesmos, é a reprodução. (Risos) Até na Inglaterra, não deixamos a reprodução para a Rainha.
(Applause)
(Aplausos)
So when did this habit start? And how long has it been going on? And what does it mean? Well, I think, probably, the oldest version of this is probably the sexual division of labor. But I've got no evidence for that. It just looks like the first thing we did was work male for female and female for male. In all hunter-gatherer societies today, there's a foraging division of labor between, on the whole, hunting males and gathering females. It isn't always quite that simple, but there's a distinction between specialized roles for males and females. And the beauty of this system is that it benefits both sides. The woman knows that, in the Hadzas' case here -- digging roots to share with men in exchange for meat -- she knows that all she has to do to get access to protein is to dig some extra roots and trade them for meat. And she doesn't have to go on an exhausting hunt and try and kill a warthog. And the man knows that he doesn't have to do any digging to get roots. All he has to do is make sure that when he kills a warthog it's big enough to share some. And so both sides raise each other's standards of living through the sexual division of labor.
Então quando esse hábito começou? E por quanto tempo ele tem ocorrido? E o que isso significa? Bem, eu acho que a versão mais antiga disso é, provavelmente, a divisão de trabalho por sexo. Mas não tenho evidências para isso. Apenas parece que a primeira coisa que fizemos foi homens trabalharem para mulheres e vice versa. Em todas as sociedades atuais de caça e colheita, há uma divisão de trabalho para buscar comida entre, no todo, homens caçadores e mulheres que colhem plantas. Não é sempre tão simples. Mas há uma distinção entre tarefas especializadas entre homens e mulheres. E a beleza desse sistema é que ele beneficia ambos os lados. A mulher sabe que, no caso dos Hadzas aqui -- escavar raízes para compartilhar com homens em troca de carne -- ela sabe que tudo o que tem de fazer para obter proteína é escavar algumas raízes extras e trocá-las por carne. E ela não tem de ir a uma caça exaustiva e tentar matar um porco selvagem. E o homem sabe que ele não tem de escavar nada para obter raízes. Tudo o que tem a fazer é ter certeza de que o porco que matar seja grande o suficiente para compartilhar. E então ambos os lados aumentam os padrões de vida uns dos outros através da divisão do trabalho por sexo.
When did this happen? We don't know, but it's possible that Neanderthals didn't do this. They were a highly cooperative species. They were a highly intelligent species. Their brains on average, by the end, were bigger than yours and mine in this room today. They were imaginative. They buried their dead. They had language, probably, because we know they had the FOXP2 gene of the same kind as us, which was discovered here in Oxford. And so it looks like they probably had linguistic skills. They were brilliant people. I'm not dissing the Neanderthals. But there's no evidence of a sexual division of labor. There's no evidence of gathering behavior by females. It looks like the females were cooperative hunters with the men. And the other thing there's no evidence for is exchange between groups, because the objects that you find in Neanderthal remains, the tools they made, are always made from local materials. For example, in the Caucasus there's a site where you find local Neanderthal tools. They're always made from local chert. In the same valley there are modern human remains from about the same date, 30,000 years ago, and some of those are from local chert, but more -- but many of them are made from obsidian from a long way away. And when human beings began moving objects around like this, it was evidence that they were exchanging between groups.
Quando isso aconteceu? Não sabemos, mas é possível que os neandertais não tenham feito isso. Eles eram uma espécie altamente cooperativa. Eles eram altamente inteligentes. Seus cérebros em média eram, por fim, maiores que os seus e o meu nessa sala hoje. Eles eram criativos. Eles enterravam seus mortos. Eles provavelmente tinham um idioma, porque sabemos que eles tiveram o gene FOXP2 do mesmo tipo do nosso, que foi descoberto aqui em Oxford. E parece que eles provavelmente tiveram habilidades lingüísticas. Eram pessoas brilhantes Não estou desmerecendo os neandertais. Mas não há evidência de uma divisão de trabalho por sexo. Não há evidência de comportamento de colher das mulheres. Parece que as mulheres eram caçadoras cooperativas com os homens. E a outra coisa a qual não tem evidência é troca entre grupos. Porque os objetos que você encontra nos restos de neandertais, as ferramentas que fizeram, são sempre feitas de materiais locais. Por exemplo, no Cáucaso há um lugar onde você encontra ferramentas dos neandertais locais. Elas são sempre feitas de cherte local. No mesmo vale há restos do homem moderno de cerca da mesma data, 30.000 anos atrás. E alguns desses são de cherte local, mas mais -- mas muitos deles são feitos de Obsidiana encontrada longe dali. E quando seres humanos começaram a mover objetos como esse, era evidência de que eles estavam trocando entre eles.
Trade is 10 times as old as farming. People forget that. People think of trade as a modern thing. Exchange between groups has been going on for a hundred thousand years. And the earliest evidence for it crops up somewhere between 80 and 120,000 years ago in Africa, when you see obsidian and jasper and other things moving long distances in Ethiopia. You also see seashells -- as discovered by a team here in Oxford -- moving 125 miles inland from the Mediterranean in Algeria. And that's evidence that people have started exchanging between groups. And that will have led to specialization.
A troca é tão velha quanto a agricultura. As pessoas esquecem disso. Pensam na troca como algo moderno. A troca entre grupos tem acontecido por centenas de milhares de anos. E a primeira evidência disso apareceu entre 80 e 120.000 anos atrás na Africa, quando se vê obsidiana e jaspe e outras coisas atravessando longas distâncias na Etiópia. Você também vê conchas -- como descoberto por uma equipe aqui em Oxford -- movendo 200 km para o interior vindas do Mediterrâneo na Argélia. E isso é uma evidência que pessoas começaram a trocar entre grupos. E isso teria levado à especiaização.
How do you know that long-distance movement means trade rather than migration? Well, you look at modern hunter gatherers like aboriginals, who quarried for stone axes at a place called Mount Isa, which was a quarry owned by the Kalkadoon tribe. They traded them with their neighbors for things like stingray barbs, and the consequence was that stone axes ended up over a large part of Australia. So long-distance movement of tools is a sign of trade, not migration.
Como você sabe que grande distância percorrida significa troca e não migração? Bem,olhe para os caçadores e colhedores modernos como aborígenes, que escavaram por machados de pedra num lugar chamado Monte Isa, que era uma pedreira da tribo Kalkadoon. Eles trocavam com seus vizinhos por coisas como farpas de arraias. E o resultado era que machados de pedra acabavam indo para grande parte da Austrália. Uma distância e tanto percorrida por ferramentas é sinal de troca, não migração.
What happens when you cut people off from exchange, from the ability to exchange and specialize? And the answer is that not only do you slow down technological progress, you can actually throw it into reverse. An example is Tasmania. When the sea level rose and Tasmania became an island 10,000 years ago, the people on it not only experienced slower progress than people on the mainland, they actually experienced regress. They gave up the ability to make stone tools and fishing equipment and clothing because the population of about 4,000 people was simply not large enough to maintain the specialized skills necessary to keep the technology they had. It's as if the people in this room were plonked on a desert island. How many of the things in our pockets could we continue to make after 10,000 years? It didn't happen in Tierra del Fuego -- similar island, similar people. The reason: because Tierra del Fuego is separated from South America by a much narrower straight, and there was trading contact across that straight throughout 10,000 years. The Tasmanians were isolated.
O que acontece quando você tira as pessoas das trocas, da habilidade de trocar e se especializar? E a resposta é que, você não apenas freia o progresso tecnológico, você pode realmente fazê-lo regredir. Um exemplo é a Tasmânia. Quano o nível do mar aumentou, e a Tasmânia se tornou uma ilha há 10.000 anos, as pessoas nela, não apenas vivenciaram um progresso mais lento que as pessoas na ilha principal, eles na verdade vivenciaram um regresso. Eles perderam a capacidade de fazer ferramentas de ossos e equipamentos de pesca e roupas porque a população de cerca de 4.000 pessoas não era grande o suficiente para conservar habilidades especializadas necessárias para manter a tecnologia que tinham. É como se as pessoas dessa sala caíssem de súbito numa ilha deserta. Quantas das coisas em seus bolsos poderíamos continuar fazendo após 10.000 anos? Isso não aconteceu em Tierra del Fuego -- ilha parecida, pessoas semelhantes. A razão é porque a Tierra del Fuego é separada da América do Sul por um estreito muito menor. E havia contato para trocas pelo estreito durante todos os 10.000 anos. Os tasmanianos estavam isolados.
Go back to this image again and ask yourself, not only who made it and for who, but who knew how to make it. In the case of the stone axe, the man who made it knew how to make it. But who knows how to make a computer mouse? Nobody, literally nobody. There is nobody on the planet who knows how to make a computer mouse. I mean this quite seriously. The president of the computer mouse company doesn't know. He just knows how to run a company. The person on the assembly line doesn't know because he doesn't know how to drill an oil well to get oil out to make plastic, and so on. We all know little bits, but none of us knows the whole.
Voltem a essa imagem outra vez. e se pergunte, não apenas quem fez isso e para quem, mas quem sabia como fazer isso. No caso do machado de pedra, o homem que fez isso sabia como fazê-lo. Mas quem sabe como fazer um mouse? Ninguém, literalmente ninguém. Não há ninguém no planeta que sabe como fazer um mouse. E falo muito sério. O presidente da empresa que faz mouses não sabe. Ele apenas sabe como administrar uma empresa. A pessoa na linha de montagem não sabe porque ela não sabe como escavar petróleo num poço e tirá-lo para fazer plástico, e assim por diante. Todos sabemos pequenas partes, mas nenhum de nós sabe o todo.
I am of course quoting from a famous essay by Leonard Read, the economist in the 1950s, called "I, Pencil" in which he wrote about how a pencil came to be made, and how nobody knows even how to make a pencil, because the people who assemble it don't know how to mine graphite, and they don't know how to fell trees and that kind of thing. And what we've done in human society, through exchange and specialization, is we've created the ability to do things that we don't even understand. It's not the same with language. With language we have to transfer ideas that we understand with each other. But with technology, we can actually do things that are beyond our capabilities.
Estou, é claro, citando uma famosa redação de Leonard Reed, o economista nos anos 50, chamada "Eu, Lápis" (I, Pencil) na qual ele escreveu sobre como um lápis é feito, e como ninguém sabe como fazer um lápis, porque as pessoas que o montam não sabem como obter grafite. E elas não sabem como derrubar árvores e esse tipo de coisa. E o que temos feitos na sociedade humana, através da troca e especialização, é que criamos a habilidade de fazer coisas as quais não entendemos. Não é o mesmo com o idioma. Com o idioma temos de trocar idéias que entendemos uns com os outros. Mas com a tecnologia, podemos, na verdade, fazer coisas que estão além das nossas capacidades.
We've gone beyond the capacity of the human mind to an extraordinary degree. And by the way, that's one of the reasons that I'm not interested in the debate about I.Q., about whether some groups have higher I.Q.s than other groups. It's completely irrelevant. What's relevant to a society is how well people are communicating their ideas, and how well they're cooperating, not how clever the individuals are. So we've created something called the collective brain. We're just the nodes in the network. We're the neurons in this brain. It's the interchange of ideas, the meeting and mating of ideas between them, that is causing technological progress, incrementally, bit by bit. However, bad things happen. And in the future, as we go forward, we will, of course, experience terrible things. There will be wars; there will be depressions; there will be natural disasters. Awful things will happen in this century, I'm absolutely sure. But I'm also sure that, because of the connections people are making, and the ability of ideas to meet and to mate as never before, I'm also sure that technology will advance, and therefore living standards will advance. Because through the cloud, through crowd sourcing, through the bottom-up world that we've created, where not just the elites but everybody is able to have their ideas and make them meet and mate, we are surely accelerating the rate of innovation.
Fomos além da capacidade da mente humana até um grau extraordinário. E, a propósito, é uma das razões que não estou interessado no debate sobre Q.I. se alguns grupos tem Q.I. maior que outros. É completamente irrelevante. O que é relevante para uma sociedade é quão bem as pessoas estão comunicando suas idéias, e quão bem elas estão cooperando, não quão inteligentes seus indivíduos são. Então criamos algo chamado o cérebro coletivo. Somos apenas os nós na rede. Somos os neurônios nesse cérebro. É o intercâmbio de idéias, o encontro e a recombinação de idéias entre eles, que resulta no progresso tecnológico, gradual, pouco a pouco. Entretanto, coisas ruins acontecem. E no futuro, à medida que avançarmos, vamos, é claro vivenciar coisas terríveis. Vão ocorrer guerras; vão ocorrer depressões; vão acontecer desastres naturais. Coisas terríveis vão acontecer nesse século. Tenho certeza. Mas também estou certo de que, por causa das conexões as pessoas estão recombinando, a habilidade das idéias de encontrar e se acasalarem como nunca antes. Também estou certo de que a tecnologia vai avançar, e logo os padrões de vida vão avançar. Porque através da nuvem, através das fontes da multidão, através do mundo crescente que criamos, onde não apenas as elites, mas todos são capazes de ter suas idéias e fazê-las se encontrarem e reproduzirem, estamos certamente acelerando a ritmo de inovação.
Thank you.
Obrigado.
(Applause)
(Aplausos)