(Laughter)
(Risos)
I was afraid of womanhood. Not that I'm not afraid now, but I've learned to pretend. I've learned to be flexible. In fact, I've developed some interesting tools to help me deal with this fear. Let me explain. Back in the '50s and '60s, when I was growing up, little girls were supposed to be kind and thoughtful and pretty and gentle and soft, and we were supposed to fit into roles that were sort of shadowy -- really not quite clear what we were supposed to be.
Eu tinha medo da feminilidade. Não que eu não esteja com medo agora, mas eu aprendi a fingir. Eu aprendi a ser flexível. Na verdade, eu desenvolvi algumas ferramentas interessantes para me ajudar a lidar com esse medo. Deixe-me explicar. Nos anos 50 e 60, quando eu estava crescendo, as meninas deviam ser amáveis e pensativas e bonitas, gentis e suaves. E nós deveríamos nos encaixar nesses papéis que eram uma espécie de sombra. Realmente não estava muito claro o que deveríamos ser.
(Laughter)
(Risos)
There were plenty of role models all around us. We had our mothers, our aunts, our cousins, our sisters, and of course, the ever-present media bombarding us with images and words, telling us how to be. Now my mother was different. She was a homemaker, but she and I didn't go out and do girlie things together, and she didn't buy me pink outfits. Instead, she knew what I needed, and she bought me a book of cartoons. And I just ate it up. I drew, and I drew, and since I knew that humor was acceptable in my family, I could draw, do what I wanted to do, and not have to perform, not have to speak -- I was very shy -- and I could still get approval. I was launched as a cartoonist. Now when we're young, we don't always know. We know there are rules out there, but we don't always know -- we don't perform them right, even though we are imprinted at birth with these things, and we're told what the most important color in the world is. We're told what shape we're supposed to be in. (Laughter) We're told what to wear -- (Laughter) -- and how to do our hair -- (Laughter) -- and how to behave.
Havia uma abundância de modelos ao nosso redor. Nós tivemos nossas mães, nossas tias, nossos primas, nossos irmãs, e, claro, os meios de comunicação sempre presente que nos bombardeava com imagens e palavras, nos dizendo como deveríamos ser. Minha mãe era diferente. Ela era uma dona de casa, mas ela e eu não saíamos para fazer coisas de meninas juntas. Ela não me comprava roupas cor de rosa. Em vez disso, ela sabia que eu precisava, e ela me comprou um livro de cartoons. E eu o devorei. Eu desenhei, e eu desenhei, e desde que me lembro, o humor era aceitável na minha família, Eu poderia desenhar, fazer o que eu queria fazer, e não teria que representar, não teria que falar -- eu era muito tímida -- e ainda podia obter aprovação. Estava me lançando como cartunista. Quando somos jovens, nem sempre sabemos -- sabemos que existem regras, mas nem sempre sabemos -- como fazer direito, ainda que sejamos marcados desde o nascimento com essas coisas, e nos dizem qual é a cor mais importante no mundo. Nos dizem que forma nós devemos ter. (Risos) Nos dizem o que vestir -- (Risos) -- como fazer o cabelo -- (Risos) -- como se comportar.
Now the rules that I'm talking about are constantly being monitored by the culture. We're being corrected, and the primary policemen are women, because we are the carriers of the tradition. We pass it down from generation to generation. Not only that -- we always have this vague notion that something's expected of us. And on top of all off these rules, they keep changing. (Laughter) We don't know what's going on half the time, so it puts us in a very tenuous position.
Agora as regras que eu estou falando estão sendo constantemente monitoradas pela cultura. Estamos sendo corrigidos. E as primeiras policiais são as mulheres, porque nós somos as portadoras da tradição. Nós as passamos de geração em geração. Não só isso, sempre temos esta vaga noção que algo é esperado de nós. E ainda por cima, todas essas regras, estão sempre mudando. (Risos) Nós não sabemos o que está acontecendo na metade do tempo, isso nos coloca em uma posição muito frágil.
(Laughter)
(Risos)
Now if you don't like these rules, and many of us don't -- I know I didn't, and I still don't, even though I follow them half the time, not quite aware that I'm following them -- what better way than to change them [than] with humor? Humor relies on the traditions of a society. It takes what we know, and it twists it. It takes the codes of behavior and the codes of dress, and it makes it unexpected, and that's what elicits a laugh. Now what if you put together women and humor? I think you can get change. Because women are on the ground floor, and we know the traditions so well, we can bring a different voice to the table.
Agora, se você não gosta destas regras, e muitos de nós não gostam -- eu sei que eu não gostava, e ainda não gosto, apesar de eu segui-las a metade do tempo, não completamente consciente do porquê as estou seguindo -- que melhor maneira de mudá-las que com bom humor? O humor se baseia nas tradições de uma sociedade. É preciso que nós a saibamos, para torcê-la. Pega-se os códigos de comportamento e os códigos de vestimenta, e os torna inesperados, e é isso que provoca uma gargalhada. Agora e se você juntar as mulheres e humor? Eu acho que você pode começar a mudança. Porque as mulheres estão no piso térreo, e conhecemos as tradições tão bem, podemos trazer uma voz diferente para a mesa.
Now I started drawing in the middle of a lot of chaos. I grew up not far from here in Washington D.C. during the Civil Rights movement, the assassinations, the Watergate hearings and then the feminist movement, and I think I was drawing, trying to figure out what was going on. And then also my family was in chaos, and I drew to try to bring my family together -- (Laughter) -- try to bring my family together with laughter. It didn't work. My parents got divorced, and my sister was arrested. But I found my place. I found that I didn't have to wear high heels, I didn't have to wear pink, and I could feel like I fit in.
Comecei a desenhar no meio do caos. Eu cresci, não muito longe daqui, em Washington DC durante o movimento dos direitos civis, os assassinatos, audiências do caso Watergate e do movimento feminista. E eu acho que eu estava desenhando, tentando descobrir o que estava acontecendo. Também minha família estava um caos. Eu desenhei para tentar unir a minha família -- (Risos) -- tentar unir a minha família no riso-- Não funcionou. Meus pais se divorciaram, e minha irmã foi presa. Mas eu encontrei o meu lugar. Achei que eu não tinha que usar salto alto, que não tinha que usar rosa, e me sentir como se estivesse inserida.
Now when I was a little older, in my 20s, I realized there are not many women in cartooning. And I thought, "Well, maybe I can break the little glass ceiling of cartooning," and so I did. I became a cartoonist. And then I thought -- in my 40s I started thinking, "Well, why don't I do something? I always loved political cartoons, so why don't I do something with the content of my cartoons to make people think about the stupid rules that we're following as well as laugh?"
Agora, quando eu tinha um pouco mais de 20 anos, percebi que não há muitas mulheres nos cartoons. E eu pensei: "Bem, talvez eu possa quebrar o teto de vidro dos cartoons. E assim eu fiz, me tornei uma cartunista. E então eu pensei, com 40 anos eu comecei a pensar, "Bem, por que não fazer alguma coisa? Eu sempre amei charges, então, por que não posso fazer algo com o conteúdo dos meus cartoons para fazer as pessoas pensarem sobre as regras estúpidas que estamos seguindo bem como rir? "
Now my perspective is a particularly -- (Laughter) -- my perspective is a particularly American perspective. I can't help it. I live here. Even though I've traveled a lot, I still think like an American woman. But I believe that the rules that I'm talking about are universal, of course -- that each culture has its different codes of behavior and dress and traditions, and each woman has to deal with these same things that we do here in the U.S. Consequently, we have. Women, because we're on the ground, we know the tradition. We have amazing antennae.
Agora minha perspectiva é particular -- (Risos) -- minha perspectiva é particularmente americana. Eu não posso evitar. Eu moro aqui. Mesmo tendo viajado muito, eu ainda penso como uma mulher americana. Mas acredito que as regras que eu estou falando são universais, é claro -- que cada cultura tem seus diferentes códigos de comportamento de vestir e tradições, e cada mulher tem de lidar com essas mesmas coisas que temos aqui nos EUA Consequentemente, nós temos -- mulheres, porque nós estamos no chão, sabemos a tradição -- temos uma antena surpreendente.
Now my work lately has been to collaborate with international cartoonists, which I so enjoy, and it's given me a greater appreciation for the power of cartoons to get at the truth, to get at the issues quickly and succinctly. And not only that, it can get to the viewer through not only the intellect, but through the heart. My work also has allowed me to collaborate with women cartoonists from across the world -- countries such as Saudi Arabia, Iran, Turkey, Argentina, France -- and we have sat together and laughed and talked and shared our difficulties. And these women are working so hard to get their voices heard in some very difficult circumstances. But I feel blessed to be able to work with them.
O meu trabalho ultimamente tem sido colaborar com os cartunistas internacionais, o que eu gosto muito. Isso me deu uma maior valorização para o poder dos cartoons para chegar à verdade, para chegar aos problemas de forma rápida e sucinta. Não só isso, ele pode atrair o leitor através não só o intelecto, mas através do coração. Meu trabalho também me permitiu colaborar com as mulheres cartunistas de todo o mundo -- países como a Arábia Saudita, Irã, Turquia, Argentina, França -- nós sentamos e rimos juntas conversamos e compartilhamos nossas dificuldades. Essas mulheres estão trabalhando duro para ter suas vozes ouvidas em circunstâncias muito difíceis. Mas me sinto abençoada por poder trabalhar com elas.
And we talk about how women have such strong perceptions, because of our tenuous position and our role as tradition-keepers, that we can have the great potential to be change-agents. And I think, I truly believe, that we can change this thing one laugh at a time.
Falamos sobre como as mulheres têm percepções tão forte, por causa da nossa posição tênue e nosso papel como guardiãs da tradição, que podemos ter o grande potencial de ser agentes de mudança. E eu acho, eu realmente acredito, que mudaremos isso um riso por vez.
Thank you.
Obrigada.
(Applause)
(Aplausos)