We're here to celebrate compassion. But compassion, from my vantage point, has a problem. As essential as it is across our traditions, as real as so many of us know it to be in particular lives, the word "compassion" is hollowed out in our culture, and it is suspect in my field of journalism. It's seen as a squishy kumbaya thing, or it's seen as potentially depressing. Karen Armstrong has told what I think is an iconic story of giving a speech in Holland and, after the fact, the word "compassion" was translated as "pity."
Estamos aqui para comemorar a compaixão. Mas a compaixão, e eu sei do que falo, tem um problema. Tão essencial como é nas nossas tradições, e tão real como muitos de nós a sabemos, nas nossas próprias vidas, a palavra "compaixão" desvaneceu-se na nossa cultura, e é suspeita na minha área jornalística. É vista como algo maleável, místico Ou é vista como potencialmente deprimente. A Karen Armstrong relatou aquilo que, penso, é uma história icónica, de quando deu uma conferência na Holanda e, depois disso, a palavra "compaixão" foi traduzida como pena.
Now compassion, when it enters the news, too often comes in the form of feel-good feature pieces or sidebars about heroic people you could never be like or happy endings or examples of self-sacrifice that would seem to be too good to be true most of the time. Our cultural imagination about compassion has been deadened by idealistic images. And so what I'd like to do this morning for the next few minutes is perform a linguistic resurrection. And I hope you'll come with me on my basic premise that words matter, that they shape the way we understand ourselves, the way we interpret the world and the way we treat others.
A compaixão, quando é notícia, é-nos apresentada sob a forma de reportagens sobre caraterísticas de bem-estar, ou rotulagens sobre pessoas heróicas que nunca poderiam ser um de vós, ou finais felizes, ou exemplos de auto-sacrífício que parecem demasiado bons para serem verdade, na maioria das vezes. A nossa imaginação cultural sobre a compaixão foi sendo morta por imagens idealísticas. E então, esta manhã, gostaria de fazer, nos próximos minutos, uma ressurreição linguística. E espero que todos vós me acompanhem na minha premissa fundamental, de que as palavras têm importância, que elas moldam a maneira como nos vemos a nós próprios, a maneira como interpretamos o mundo e a maneira como tratamos as outras pessoas.
When this country first encountered genuine diversity in the 1960s, we adopted tolerance as the core civic virtue with which we would approach that. Now the word "tolerance," if you look at it in the dictionary, connotes "allowing," "indulging" and "enduring." In the medical context that it comes from, it is about testing the limits of thriving in an unfavorable environment. Tolerance is not really a lived virtue; it's more of a cerebral ascent. And it's too cerebral to animate guts and hearts and behavior when the going gets rough. And the going is pretty rough right now. I think that without perhaps being able to name it, we are collectively experiencing that we've come as far as we can with tolerance as our only guiding virtue.
Quando este país se deparou pela primeira vez com a diversidade verdadeira, nos anos '60 do século passado, adoptámos a tolerância como a virtude cívica base, com a qual a poderíamos abordar. Mas a palavra "tolerância", se a procurarem no dicionário, sugere permissão, fazer a vontade e permanência. No contexto médico, de onde provém, tem a ver com o teste dos limites do bom desenvolvimento num ambiente desfavorável. A tolerância não é, verdadeiramente, uma virtude que se viva, mas é mais como que um salto cerebral. E é demasiadamente cerebral para animar as entranhas ou os corações, e o comportamento quando a vida se torna difícil. E a vida está bastante difícil, agora. Creio que, ainda que não lhe consigamos dar um nome, estamos a experienciar colectivamente que chegámos o mais longe que pudémos tendo a tolerância como a nossa virtude guia.
Compassion is a worthy successor. It is organic, across our religious, spiritual and ethical traditions, and yet it transcends them. Compassion is a piece of vocabulary that could change us if we truly let it sink into the standards to which we hold ourselves and others, both in our private and in our civic spaces. So what is it, three-dimensionally? What are its kindred and component parts? What's in its universe of attendant virtues? To start simply, I want to say that compassion is kind. Now "kindness" might sound like a very mild word, and it's prone to its own abundant cliche. But kindness is an everyday byproduct of all the great virtues. And it is a most edifying form of instant gratification.
A compaixão é um sucessor merecedor. É orgânica, atravessa as nossas tradições religiosas, espirituais e éticas, e, ainda os transcende. A compaixão é um vocábulo que nos poderá mudar se nos deixarmos verdadeiramente mergulhar nos padrões pelos quais nos baseamos, nós ou outros, tanto na nossa vida privada como em espaços cívicos. Então, o que é a tri-dimensionalidade? Qual o relacionamento e as partes que a compôem? Qual o universo de virtudes que a acompanham? Para começar de forma simples, Quero dizer que a compaixão é bondosa. A bondade pode soar como uma palavra muito moderada, e está sujeita ao seu próprio, grande clichê. Mas a bondade é um efeito secundário diário de todas as grandes virtudes. E é quase uma forma edificadora de gratificação instantânea.
Compassion is also curious. Compassion cultivates and practices curiosity. I love a phrase that was offered me by two young women who are interfaith innovators in Los Angeles, Aziza Hasan and Malka Fenyvesi. They are working to create a new imagination about shared life among young Jews and Muslims, and as they do that, they cultivate what they call "curiosity without assumptions." Well that's going to be a breeding ground for compassion.
A compaixão também é curiosa. Ela cultiva e pratica a curiosodade. Adoro a frase que me foi oferecida por duas jovens, que são inovadoras inter-religião, em Los Angeles. Aziza Hasan e Malka Fenyvesi. Trabalham no sentido de criar uma nova imaginação sobre a convivência entre judeus e muçulmanos, jovens. E ao fazê-lo cultivam aquilo a que chamam "curiosidade sem pretenções". Nem imaginam a compaixão que florescerá desse solo.
Compassion can be synonymous with empathy. It can be joined with the harder work of forgiveness and reconciliation, but it can also express itself in the simple act of presence. It's linked to practical virtues like generosity and hospitality and just being there, just showing up. I think that compassion also is often linked to beauty -- and by that I mean a willingness to see beauty in the other, not just what it is about them that might need helping. I love it that my Muslim conversation partners often speak of beauty as a core moral value. And in that light, for the religious, compassion also brings us into the territory of mystery -- encouraging us not just to see beauty, but perhaps also to look for the face of God in the moment of suffering, in the face of a stranger, in the face of the vibrant religious other.
A compaixão pode ser um sinónimo de empatia. Pode juntar-se ao trabalho árduo que é o perdão e a reconciliação, mas também se pode expressar pelo simples acto da presença. Está ligada a virtudes na prática, como generosidade e hospitalidade, e o apenas "estar lá", aparecer. Penso que a compaixão está muitas vezes ligada à beleza - quero dizer com isto, a real disposição de ver beleza no outro, e não estar apenas atentos àquilo em que possamos poder ajudá-los. Adoro que os meus companheiros de conversa, muçulmanos, muitas vezes falem na beleza como um valor moral básico. E à luz disso, para as pessoas religiosas, a compaixão também nos introduz ao território do mistério - ao encorajar-nos a ver, não somente a beleza, mas talvez, também, a procurar o rosto de Deus nos momentos de sofrimento, no confronto com um estranho, na presença de um ser verdadeiramente crente.
I'm not sure if I can show you what tolerance looks like, but I can show you what compassion looks like -- because it is visible. When we see it, we recognize it and it changes the way we think about what is doable, what is possible. It is so important when we're communicating big ideas -- but especially a big spiritual idea like compassion -- to root it as we present it to others in space and time and flesh and blood -- the color and complexity of life.
Não tenho a certeza se vos consigo transmitir no que consiste a tolerância, mas posso mostrar-vos o que é a compaixão - porque é visível. Quando a vemos, é reconhecível, e muda o modo como pensamos acerca do que se pode fazer, do que é possível. É tão importante quando comunicamos ideias grandes - mas especialmente uma ideia grande, espiritual, como a compaixão - que as basemos quando a apresentámos aos outros no espaço, no tempo, na carne e no sangue - a cor e a complexidade da vida.
And compassion does seek physicality. I first started to learn this most vividly from Matthew Sanford. And I don't imagine that you will realize this when you look at this photograph of him, but he's paraplegic. He's been paralyzed from the waist down since he was 13, in a car crash that killed his father and his sister. Matthew's legs don't work, and he'll never walk again, and -- and he does experience this as an "and" rather than a "but" -- and he experiences himself to be healed and whole. And as a teacher of yoga, he brings that experience to others across the spectrum of ability and disability, health, illness and aging. He says that he's just at an extreme end of the spectrum we're all on. He's doing some amazing work now with veterans coming back from Iraq and Afghanistan. And Matthew has made this remarkable observation that I'm just going to offer you and let it sit. I can't quite explain it, and he can't either. But he says that he has yet to experience someone who became more aware of their body, in all its frailty and its grace, without, at the same time, becoming more compassionate towards all of life.
E a compaixão persegue-nos fisicamente. Comecei a aprendê-lo de forma activa com o Matthew Sanford. E não creio que se apercebam disso quando olham para esta fotografia dele, mas ele é paraplégico. Ficou paralizado da cintura para baixo aos 13 anos de idade, num acidente de viação, que vitimizou o seu pai e a sua irmã. As pernas do Matthew não funionam, e ele nunca voltará a andar de novo. e - ele experiencia-o como um "e" e não um "mas" - e ele tem consciência de si próprio como estando curado e inteiro. E, como professor de yoga, ele transmite essa experiência a outros através do espetro da capacidade e da incapacidade, da saúde, da doença e do envelhecimento. Ele diz que se encontra apenas na extremidade de um espectro em que todos estamos. Ele faz, agora, um trabalho magnífico com veteranos regressados do Iraque e do Afeganistão. E Matthew fez a notável observação com as quais vos vou presentear, e deixar reflectir. Não consigo, de todo, explicá-la, e ele também não. Mas ele refere que ainda lhe falta conhecer alguém que se tenha tornado mais consciente do próprio corpo, em toda a sua fragilidade e graça. sem que, ao mesmo tempo, se tenha tornado mais compassivo perante a vida.
Compassion also looks like this. This is Jean Vanier. Jean Vanier helped found the L'Arche communities, which you can now find all over the world, communities centered around life with people with mental disabilities -- mostly Down syndrome. The communities that Jean Vanier founded, like Jean Vanier himself, exude tenderness. "Tender" is another word I would love to spend some time resurrecting. We spend so much time in this culture being driven and aggressive, and I spend a lot of time being those things too. And compassion can also have those qualities. But again and again, lived compassion brings us back to the wisdom of tenderness. Jean Vanier says that his work, like the work of other people -- his great, beloved, late friend Mother Teresa -- is never in the first instance about changing the world; it's in the first instance about changing ourselves. He's says that what they do with L'Arche is not a solution, but a sign. Compassion is rarely a solution, but it is always a sign of a deeper reality, of deeper human possibilities.
A compaixão também é assim. Este é Jean Vanier. Ele ajudou a fundar as comunidades L'Arche, que podem encontrar por todo o mundo, comunidades centradas na vida de pessoas com deficiências mentais - na sua maioria, Síndrome de Down. As comunidades que Jean Vanier fundou, assim como o próprio Jean Vanier, transpiram delicadeza. A "delicadeza" é outra palavra cuja ressurreição gostaria de levar a cabo- Passámos tanto tempo nesta cultura a ser controlados e agressivos, e eu passo muito tempo a comportar-me da mesma maneira, também. E a compaixão pode também ter essas qualidades. Mas, sempre, a compaixão vivida trás-nos de volta à sabedoria da delicadeza. O Jean Vanier diz que o seu trabalho, assim como o trabalho de outras pessoas - a sua grande e amada amiga, a falecida Madre Teresa de Calcutá - nunca tem como primeiro objectivo mudar o mundo; é, principalmente, sobre mudar-nos a nós próprios. Ele refere que a abordagem da L'Arche não é uma solução, mas um sinal. A compaixão raramente é uma solução, mas é sempre um sinal de uma realidade mais profunda, de possibilidades humanas mais profundas.
And compassion is unleashed in wider and wider circles by signs and stories, never by statistics and strategies. We need those things too, but we're also bumping up against their limits. And at the same time that we are doing that, I think we are rediscovering the power of story -- that as human beings, we need stories to survive, to flourish, to change. Our traditions have always known this, and that is why they have always cultivated stories at their heart and carried them forward in time for us. There is, of course, a story behind the key moral longing and commandment of Judaism to repair the world -- tikkun olam.
E a compaixão é libertada em círculos cada vez maiores, através de sinais e histórias, e nunca por estatísticas e estratégias. Também precisamos disso, mas estamos constantemente a embater nessas barreiras. E, ao mesmo tempo, creio que estamos a redescobrir o poder da história - porque, como seres humanos, precisamos de histórias para sobreviver, para florescer, para mudar. As nossas tradições sempre souberam disto, e por isso mesmo, sempre cultivaram histórias no seu coração e trouxeram-nas até nós. Existe, obviamente, uma história por detrás da crença e mandamentos morais-chave do Judeísmo para emendar o mundo - tikkun olam
And I'll never forget hearing that story from Dr. Rachel Naomi Remen, who told it to me as her grandfather told it to her, that in the beginning of the Creation something happened and the original light of the universe was shattered into countless pieces. It lodged as shards inside every aspect of the Creation. And that the highest human calling is to look for this light, to point at it when we see it, to gather it up, and in so doing, to repair the world. Now this might sound like a fanciful tale. Some of my fellow journalists might interpret it that way. Rachel Naomi Remen says this is an important and empowering story for our time, because this story insists that each and every one of us, frail and flawed as we may be, inadequate as we may feel, has exactly what's needed to help repair the part of the world that we can see and touch.
Nunca esquecerei a história que ouvi contada pela Dra. Rachel Naomi Remen, que me disse o mesmo que o seu avô lhe tinha dito, que no início da Criação algo aconteceu e a luz original do Universo foi quebrada em pedaços incontáveis. Alojou-se como pedaços de vidro quebrado em todos os aspectos da Criação. E que o maior chamamento humano é procurar esta luz, reconhecê-la quando a vemos, reuni-la e, desta forma, reparar o mundo. Eu sei que isto pode parecer um conto-de-fadas. alguns dos meus colegas jornalistas podem interpretá-lo desta maneira. A Rachel Naomi Remen diz que esta é uma história importante e poderosa para o nosso tempo, porque esta história insiste que cada um de nós frágeis e falíveis como somos, impotentes como nós podemos sentir, é exactamente aquilo que é necessário para ajudar na reparação da parte do mundo que podemos ver e tocar.
Stories like this, signs like this, are practical tools in a world longing to bring compassion to abundant images of suffering that can otherwise overwhelm us. Rachel Naomi Remen is actually bringing compassion back to its rightful place alongside science in her field of medicine in the training of new doctors. And this trend of what Rachel Naomi Remen is doing, how these kinds of virtues are finding a place in the vocabulary of medicine -- the work Fred Luskin is doing -- I think this is one of the most fascinating developments of the 21st century -- that science, in fact, is taking a virtue like compassion definitively out of the realm of idealism. This is going to change science, I believe, and it will change religion.
Histórias como esta, sinais como este, são ferramentas práticas num mundo que quer transmitir compaixão em imagens em abundância, de sofrimento que , de outra forma, nos podem derrotar. A Rachel Naomi Remen está de facto a trazer a compaixão de regresso ao seu lugar de direito, ao lado da ciência, na sua àrea de especialidade médica, ao ensinar novos médicos. E esta tendência do que a Rachel Naomi Remen está a fazer, como este tipo de virtudes encontram o seu lugar no vocabulário médico - o trabalho que o Fred Luskin desenvolve - penso que sejam uns dos desenvolvimentos mais fascinantes do século XXI - que a ciência, na realidade, está, definitivamente, a tirar uma virtude como a compaixão do reino do idealismo. Acredito que isto vá mudar a ciência, e irá mudar a religião.
But here's a face from 20th century science that might surprise you in a discussion about compassion. We all know about the Albert Einstein who came up with E = mc2. We don't hear so much about the Einstein who invited the African American opera singer, Marian Anderson, to stay in his home when she came to sing in Princeton because the best hotel there was segregated and wouldn't have her. We don't hear about the Einstein who used his celebrity to advocate for political prisoners in Europe or the Scottsboro boys in the American South.
Mas há uma faceta da ciência do século XX que vos pode surpreender numa conversa sobre a compaixão. Todos conhecemos o Albert Einstein que sugeriu que E = mc2. Não sabemos tanto do Einstein que convidou Marian Anderson, uma cantora de ópera africano-americana, para ficar em sua casa quando ela veio actuar a Princeton. porque o melhor hotel de lá era segregado, e não a admitiam. Não ouvimos falar do Einstein que usou a sua fama para apoiar prisioneiros políticos na Europa ou os rapazes Scottsboro, no sul da América.
Einstein believed deeply that science should transcend national and ethnic divisions. But he watched physicists and chemists become the purveyors of weapons of mass destruction in the early 20th century. He once said that science in his generation had become like a razor blade in the hands of a three-year-old. And Einstein foresaw that as we grow more modern and technologically advanced, we need the virtues our traditions carry forward in time more, not less. He liked to talk about the spiritual geniuses of the ages. Some of his favorites were Moses, Jesus, Buddha, St. Francis of Assisi, Gandhi -- he adored his contemporary, Gandhi. And Einstein said -- and I think this is a quote, again, that has not been passed down in his legacy -- that "these kinds of people are geniuses in the art of living, more necessary to the dignity, security and joy of humanity than the discoverers of objective knowledge."
O Einstein acreditava profundamente que a ciência deveria transcender divisões nacionais e éticas. Mas assistimos a físicos e químicos tornarem-se mercadores de armas de destruição em massa no início do século XX. Numa ocasião, ele referiu que a ciência, na sua geração, como que se tinha tornado numa lâmina nas mãos de uma criança de três anos. E o Einstein anteviu que, há medida que nos tornamos mais modernos e tecnologicamente avançados, precisamos das virtudes que as nossas tradições trouxeram com o tempo. mais, não menos. Agradava-lhe conversar sobre os génios espirituais, intemporais. Alguns dos seus preferidos eram Moisés, Jesus, Buda, São Franciso de Assis, Gandhi - adorava esse seu contemporâneo, Gandhi. E Einstein disse - e penso que isto seja uma citação, que, uma vez mais, não foi passada no seu legado - que "estas pessoas são génios na arte de viver, mais necessário para a dignidade, segurança e alegria da humanidade do que as descobertas do conhecimento objectivo".
Now invoking Einstein might not seem the best way to bring compassion down to earth and make it seem accessible to all the rest of us, but actually it is. I want to show you the rest of this photograph, because this photograph is analogous to what we do to the word "compassion" in our culture -- we clean it up and we diminish its depths and its grounding in life, which is messy. So in this photograph you see a mind looking out a window at what might be a cathedral -- it's not. This is the full photograph, and you see a middle-aged man wearing a leather jacket, smoking a cigar. And by the look of that paunch, he hasn't been doing enough yoga. We put these two photographs side-by-side on our website, and someone said, "When I look at the first photo, I ask myself, what was he thinking? And when I look at the second, I ask, what kind of person was he? What kind of man is this?"
Invocar o Einstein poderá não parecer a melhor maneira de trazer a compaixão de volta à terra e fazê-la parecer acessível a todos nós, mas, de facto, é-o. Quero mostrar-vos o resto desta fotografia, porque esta fotografia é uma analogia ao que fazemos à palavra "compaixão" na nossa cultura - limpámo-la e diminuimos-lhe a sua profundidade e a sua ambivalência na vida, que é confusa. Então, nesta fotografia, vêm uma mente a olhar por uma janela para aquilo que poderia ser uma catedral - não é. Esta é a fotografia na sua totalidade, e vêm um homem de meia-idade que veste um casaco de cabedal, fuma um cigarro. E pelo aspecto daquela barriga, não tem praticado muito yoga. Pusémos estas duas fotos, lado-a-lado, no nosso website, e alguém disse, "Quando olho para esta foto, pergunto-me, no que estaria ele a pensar? E quando olho para a segunda pergunto-me, que tipo de pessoa era ele? Que tipo de homem é este?"
Well, he was complicated. He was incredibly compassionate in some of his relationships and terribly inadequate in others. And it is much harder, often, to be compassionate towards those closest to us, which is another quality in the universe of compassion, on its dark side, that also deserves our serious attention and illumination. Gandhi, too, was a real flawed human being. So was Martin Luther King, Jr. So was Dorothy Day. So was Mother Teresa. So are we all. And I want to say that it is a liberating thing to realize that that is no obstacle to compassion -- following on what Fred Luskin says -- that these flaws just make us human.
Bom, ele era complicado. Era incrivelmente compassivo em algumas das suas relações e terrivelmente desadequado noutras. E é, algumas vezes, muito mais difícil sermos compassivos com aqueles que nos estão mais próximos, o que é outra qualidade no universo da compaixão, no seu lado negro, que também merece toda a nossa atenção e dedicação. Também o Gandhi era um ser humano que falhava. Também o era Martin Luther King Jr. E Dorothy Day. E também a Madre Teresa. Todos o somos. E quero dizer que isso é algo libertador, a compreensão de que não há obstáculos para a compaixao - segundo o que Fred Luskin diz - que estas falhas apenas nos tornam humanos.
Our culture is obsessed with perfection and with hiding problems. But what a liberating thing to realize that our problems, in fact, are probably our richest sources for rising to this ultimate virtue of compassion, towards bringing compassion towards the suffering and joys of others. Rachel Naomi Remen is a better doctor because of her life-long struggle with Crohn's disease. Einstein became a humanitarian, not because of his exquisite knowledge of space and time and matter, but because he was a Jew as Germany grew fascist. And Karen Armstrong, I think you would also say that it was some of your very wounding experiences in a religious life that, with a zigzag, have led to the Charter for Compassion. Compassion can't be reduced to sainthood any more than it can be reduced to pity.
A nossa cultura está obcecada com a perfeição e com o esconder dos problemas Mas que belo é concluir que de facto, os nossos problemas, são provavelmente as nossas fontes mais ricas para nos elevar a este último valor que é a compaixão, no sentido de trazer a compaixão na direcção do sofrimento e da alegria dos outros. A Rachel Naomi Remen é uma médica melhor devido à sua batalha de uma vida contra a Doença de Crohn. O Einstein tornou-se um humanitário, não devido à sua portentosa sabedoria sobre o espaço e o tempo e a matéria, mas porque era judeu e a Alemanha tornou-se fascista. E a Karen Armstrong, creio que vocês diriam que lhe aconteceu algo traumático enquanto criança de uma forma tão religiosa que, num piscar de olhos a levou no avião da compaixão. A compaixão não pode ser reduzida à santidade nem à pena.
So I want to propose a final definition of compassion -- this is Einstein with Paul Robeson by the way -- and that would be for us to call compassion a spiritual technology. Now our traditions contain vast wisdom about this, and we need them to mine it for us now. But compassion is also equally at home in the secular as in the religious.
Então quero propor uma definição final para a compaixão - Estes são Einstein com Paul Robeson, por acaso - e que seria chamarmos à compaixão uma tecnologia espiritual. Sei que as nossas tradições comportam uma vasta sabedoria sobre isto, e precisámos que elas nos indiquem o caminho, agora. Mas a compaixão é tão importante nas nossas casas na pregação como na religiosidade.
So I will paraphrase Einstein in closing and say that humanity, the future of humanity, needs this technology as much as it needs all the others that have now connected us and set before us the terrifying and wondrous possibility of actually becoming one human race.
Então vou parafrasear o Einstein, para acabar, e dizer que a humanidade, o futuro da humanidade, necessita desta tecnologia tanto como precisa de todas as outras, que agora nos conectaram e nos mostraram a possibilidade terrível e maravilhosa de realmente nos tornarmos numa raça humana.
Thank you.
Obrigada.
(Applause)
(Aplausos)