I'm an ecologist, mostly a coral reef ecologist. I started out in Chesapeake Bay and went diving in the winter and became a tropical ecologist overnight. And it was really a lot of fun for about 10 years. I mean, somebody pays you to go around and travel and look at some of the most beautiful places on the planet. And that was what I did.
Sou um ecologista, um ecologista de recife de corais. Eu comecei na baía Chesapeake e mergulhei durante o inverno e de repente me tornei um ecologista tropical. E foi bastante divertido por mais ou menos 10 anos. Alguém paga para você viajar pelo mundo e observar alguns dos lugares mais lindos do planeta. E era isso o que eu fazia.
And I ended up in Jamaica, in the West Indies, where the coral reefs were really among the most extraordinary, structurally, that I ever saw in my life. And this picture here, it's really interesting, it shows two things: First of all, it's in black and white because the water was so clear and you could see so far, and film was so slow in the 1960s and early 70s, you took pictures in black and white. The other thing it shows you is that, although there's this beautiful forest of coral, there are no fish in that picture.
Eu acabei indo para a Jamaica, nas Índias Ocidentais, onde os recifes de corais eram realmente uns dos mais extraordinários, estruturalmente, que já tinha visto na vida. E esta foto aqui, muito interessante, mostra duas coisas. Primeiro, é preto e branca porque a água era tão clara e você podia ver tão longe e o filme era tão lento nos anos 60 e começo dos 70, que você tirava fotos em preto em branco. Outra coisa que ela mostra é que, embora haja esta linda floresta de coral, não há peixes nesta foto.
Those reefs at Discovery Bay, Jamaica were the most studied coral reefs in the world for 20 years. We were the best and the brightest. People came to study our reefs from Australia, which is sort of funny because now we go to theirs. And the view of scientists about how coral reefs work, how they ought to be, was based on these reefs without any fish. Then, in 1980, there was a hurricane, Hurricane Allen. I put half the lab up in my house. The wind blew very strong. The waves were 25 to 50 feet high. And the reefs disappeared, and new islands formed, and we thought, "Well, we're real smart. We know that hurricanes have always happened in the past." And we published a paper in Science, the first time that anybody ever described the destruction on a coral reef by a major hurricane. And we predicted what would happen, and we got it all wrong. And the reason was because of overfishing, and the fact that a last common grazer, a sea urchin, died. And within a few months after that sea urchin dying, the seaweed started to grow. And that is the same reef; that's the same reef 15 years ago; that's the same reef today. The coral reefs of the north coast of Jamaica have a few percent live coral cover and a lot of seaweed and slime. And that's more or less the story of the coral reefs of the Caribbean, and increasingly, tragically, the coral reefs worldwide.
Os recifes da baía do Descobrimento na Jamaica foram os mais estudados do mundo, por 20 anos. Nós éramos os melhores e mais brilhantes. Pessoas vinham da Austrália para estudar nossos recifes, o que é engraçado pois agora nós vamos até lá. E a visão dos cientistas sobre como os recifes funcionam, como deveriam ser, era baseada nestes recifes sem peixes. Então, em 1980, houve um furacão, o Furacão Allen. Eu coloquei metade do laboratório na minha casa. O vento era muito forte. As ondas eram de quase 8m a 16m. E os recifes desapareceram, e novas ilhas se formaram. E pensamos: "Bem, somos espertos. Sabemos que furacões sempre aconteceram no passado." E publicamos um artigo na Science, a primeira vez que qualquer um descreveu a destruição de um recife de coral por um furacão. E previmos o que aconteceria. E erramos feio. E a razão foi a pesca indiscriminada, e porque a última criatura restante, um ouriço-do-mar, morreu. E dentro de poucos meses depois que o ouriço-do-mar morreu, macroalga começou a crescer. E este é o mesmo recife. Este é o mesmo recife 15 anos atrás. Este é o mesmo recife hoje. Os recifes de corais da costa norte da Jamaica têm uma pequena porcentagem de corais vivos e muitas macroalgas e musgo. E esta é mais ou menos a história dos recifes de corais do Caribe, e cada vez mais, de forma trágica, os recifes de corais do mundo.
Now, that's my little, depressing story. All of us in our 60s and 70s have comparable depressing stories. There are tens of thousands of those stories out there, and it's really hard to conjure up much of a sense of well-being, because it just keeps getting worse. And the reason it keeps getting worse is that after a natural catastrophe, like a hurricane, it used to be that there was some kind of successional sequence of recovery, but what's going on now is that overfishing and pollution and climate change are all interacting in a way that prevents that. And so I'm going to sort of go through and talk about those three kinds of things.
Essa é a minha pequena e deprimente história. Todos nós com 60 ou 70 anos temos histórias deprimentes similares. Existem dezenas de milhares dessas histórias por aí. E fica mais difícil idealizar uma noção de bem-estar, porque só está piorando. E está ficando pior porque, depois de um desastre natural, como um furacão, costumava haver um tipo de cadeia de sequência de recuperação, mas o que acontece agora é que a pesca indiscriminada, a poluição e mudança climática estão interagindo para que isso não aconteça. Então eu vou explicar esses três tipos de coisas.
We hear a lot about the collapse of cod. It's difficult to imagine that two, or some historians would say three world wars were fought during the colonial era for the control of cod. Cod fed most of the people of Western Europe. It fed the slaves brought to the Antilles, the song "Jamaica Farewell" -- "Ackee rice salt fish are nice" -- is an emblem of the importance of salt cod from northeastern Canada. It all collapsed in the 80s and the 90s: 35,000 people lost their jobs. And that was the beginning of a kind of serial depletion from bigger and tastier species to smaller and not-so-tasty species, from species that were near to home to species that were all around the world, and what have you. It's a little hard to understand that, because you can go to a Costco in the United States and buy cheap fish. You ought to read the label to find out where it came from, but it's still cheap, and everybody thinks it's okay.
Ouvimos bastante sobre o colapso do bacalhau. É difícil de imaginar que duas, ou alguns historiadores diriam três, guerras mundiais aconteceram durante a era colonial pelo controle do bacalhau. O bacalhau alimentava a maioria da população na Europa Ocidental. Alimentava os escravos trazidos para as Antilhas. A música "Jamaica Farewell" -- "Arroz aki e peixe salgado são bons" -- é um emblema da importância do bacalhau vindo do nordeste do Canadá. Tudo acabou nos anos 80 e 90. 35.000 pessoal perderam o emprego. E este foi o começo de um certo esgotamento em série de espécies maiores e mais saborosas para menores e não tão saborosas, de espécies que eram locais, para as que estavam ao redor do mundo, e o que temos? É um pouco difícil entender isso, pois você pode ir ao supermercado Costco nos EUA e comprar peixe barato. Você tem que ler o rótulo para saber de onde vem, mais ainda é barato, e todos acham que está tudo bem.
It's hard to communicate this, and one way that I think is really interesting is to talk about sport fish, because people like to go out and catch fish. It's one of those things. This picture here shows the trophy fish, the biggest fish caught by people who pay a lot of money to get on a boat, go to a place off of Key West in Florida, drink a lot of beer, throw a lot of hooks and lines into the water, come back with the biggest and the best fish, and the champion trophy fish are put on this board, where people take a picture, and this guy is obviously really excited about that fish. Well, that's what it's like now, but this is what it was like in the 1950s from the same boat in the same place on the same board on the same dock. The trophy fish were so big that you couldn't put any of those small fish up on it. And the average size trophy fish weighed 250 to 300 pounds, goliath grouper, and if you wanted to go out and kill something, you could pretty much count on being able to catch one of those fish. And they tasted really good. And people paid less in 1950 dollars to catch that than what people pay now to catch those little, tiny fish. And that's everywhere.
E é difícil comunicar isso. E acredito que uma maneira interessante é falar sobre pesca esportiva, porque as pessoas gostam de sair e pegar um peixe. Fazer o quê?... Esta foto mostra o peixe-troféu, o maior peixe fisgado por pessoas que pagam muito dinheiro para subir num barco, ir para um lugar fora de Key West na Flórida, beber muita cerveja, jogar os anzóis na água, voltar com o maior e melhor peixe, e os peixes-troféu campeões são pendurados e as pessoas tiram uma foto, e este cara está realmente muito emplogado com o peixe. Bom, isso é assim agora, mas olha como era nos anos 50, do mesmo barco, no mesmo lugar no mesmo quadro, no mesmo píer. E os peixes-troféu eram tão grandes que não se poderia colocar esses peixes pequenos junto. E a média dos peixes-troféu pesavam de 110kg a 135kg, peixes meros gigantes. E se você quisesse sair e matar algo, você podia ter quase certeza que pegaria um desses peixes. E eram muito saborosos. E as pessoas pagavam menos nos anos 50 para pegá-los do que as pessoas pagam agora para pegar esses peixes minúsculos. E isso acontece em todo lugar.
It's not just the fish, though, that are disappearing. Industrial fishing uses big stuff, big machinery. We use nets that are 20 miles long. We use longlines that have one million or two million hooks. And we trawl, which means to take something the size of a tractor trailer truck that weighs thousands and thousands of pounds, put it on a big chain, and drag it across the sea floor to stir up the bottom and catch the fish. Think of it as being kind of the bulldozing of a city or of a forest, because it clears it away. And the habitat destruction is unbelievable. This is a photograph, a typical photograph, of what the continental shelves of the world look like. You can see the rows in the bottom, the way you can see the rows in a field that has just been plowed to plant corn. What that was, was a forest of sponges and coral, which is a critical habitat for the development of fish. What it is now is mud, and the area of the ocean floor that has been transformed from forest to level mud, to parking lot, is equivalent to the entire area of all the forests that have ever been cut down on all of the earth in the history of humanity. We've managed to do that in the last 100 to 150 years.
Mas não são só peixes que estão desaparecendo. A pesca industrial usa coisas grandes, grande maquinário. Usamos redes que medem mais de 30km. Usamos linhas enormes com um milhão ou dois milhões de ganchos. E usamos rede arrastão, que significa pegar algo do tamanho de um trailer e que pesa milhares e milhares de quilos, colocar numa corrente enorme, e arrastá-lo através do leito do oceano para revolver o chão e pegar os peixes. E pensem nisso como sendo a demolição de uma cidade ou de uma floresta, porque elimina tudo do caminho. E a distruição do habitat é inacreditável. Esta é uma foto, uma foto típica de como as plataformas continentais do mundo se parecem. Vocês podem ver as linhas no fundo, da mesma forma como você vê as linhas num campo que acabou de ser arado para plantar milho. Essa era uma floresta de esponjas e corais, que é um habitat crítico para o desenvolvimento de peixes. E agora é lama. E a área do leito do oceano foi transformada de floresta para lama, estacionamento, é equivalente a toda a área de todas as florestas que já foram cortadas em todo o planeta na história da humanidade. E conseguimos fazer isso nos últimos 100 a 150 anos.
We tend to think of oil spills and mercury and we hear a lot about plastic these days. And all of that stuff is really disgusting, but what's really insidious is the biological pollution that happens because of the magnitude of the shifts that it causes to entire ecosystems. And I'm going to just talk very briefly about two kinds of biological pollution: one is introduced species and the other is what comes from nutrients. So this is the infamous Caulerpa taxifolia, the so-called killer algae. A book was written about it. It's a bit of an embarrassment. It was accidentally released from the aquarium in Monaco, it was bred to be cold tolerant to have in peoples aquaria. It's very pretty, and it has rapidly started to overgrow the once very rich biodiversity of the northwestern Mediterranean. I don't know how many of you remember the movie "The Little Shop of Horrors," but this is the plant of "The Little Shop of Horrors." But, instead of devouring the people in the shop, what it's doing is overgrowing and smothering virtually all of the bottom-dwelling life of the entire northwestern Mediterranean Sea. We don't know anything that eats it, we're trying to do all sorts of genetics and figure out something that could be done, but, as it stands, it's the monster from hell, about which nobody knows what to do.
Geralmente pensamos em vazamentos de óleo em mercúrio, e ouvimos muito sobre plástico atualmente. E tudo isso é revoltante, mas o que é realmente insidioso é a poluição biológica que acontece por causa da magnitude das mudanças que isso causa a todos ecossistemas. E eu vou falar rapidamente sobre dois tipos de poluição biológica. Uma é espécies introduzidas, e a outra é o que vem dos nutrientes. Esta é a infame caulerpa taxifolia, a chamada alga matadora. Um livro foi escrito sobre ela. É meio que constrangedor. Foi acidentalmente liberada de um aquário em Mônaco. Foi criada para tolerar o frio, para ficar nos aquários das pessoas. É bem bonita, e rapidamente começou a crescer muito além do que uma vez foi uma rica biodiversidade do noroeste do Mediterrâneo. Não sei quantos de vocês lembram do filme "A Pequena Loja dos Horrores," mas esta é a planta da "Pequena Loja dos Horroes." Mas ao invés de devorar as pessoas na loja, o que ela faz é crescer e sufocar quase toda a vida que existe no leito de toda a parte noroeste do Mar Mediterrâneo. Não sabemos de nada que coma essa alga. Estamos tentando todo o tipo de genética para descobrir algo que possa ser feito, mas por enquanto ela é o monstro do inferno, e ninguém sabe o que fazer com ela.
Now another form of pollution that's biological pollution is what happens from excess nutrients. The green revolution, all of this artificial nitrogen fertilizer, we use too much of it. It's subsidized, which is one of the reasons we used too much of it. It runs down the rivers, and it feeds the plankton, the little microscopic plant cells in the coastal water. But since we ate all the oysters and we ate all the fish that would eat the plankton, there's nothing to eat the plankton and there's more and more of it, so it dies of old age, which is unheard of for plankton. And when it dies, it falls to the bottom and then it rots, which means that bacteria break it down. And in the process they use up all the oxygen, and in using up all the oxygen they make the environment utterly lethal for anything that can't swim away. So, what we end up with is a microbial zoo dominated by bacteria and jellyfish, as you see on the left in front of you. And the only fishery left -- and it is a commercial fishery -- is the jellyfish fishery you see on the right, where there used to be prawns. Even in Newfoundland where we used to catch cod, we now have a jellyfish fishery.
Outra forma de poluição que é poluição biológica é o que acontece com o excesso de nutrientes. A revolução verde, todo esse fertilizante de nitrogênio artificial foi usado em excesso. Ele é subsidiado, uma das razões porque usamos em excesso. Ele vai através dos rios, e alimenta o plâncton, as células microscópicas das plantas nas águas costeiras. Mas já que comemos todas as ostras, e todos os peixes que comeriam o plâncton, não há nada para comer o plâncton. E a cada dia mais e mais aparece, e isso morre de velhice, o que não tem precedentes para plâncton. E quando morre, cai até o leito e então apodrece, ou seja, entra em decomposição pelas bactérias. E durante o processo, elas usam todo o oxigênio. E usando todo o oxigênio, elas fazem o ambiente ser absolutamente letal para tudo que não consegue nadar para longe. Então o que temos no fim é um zoológico microbial, dominado por bactérias e águas-vivas, como podem ver à esquerda em sua frente. E a única pesca restante, e é uma pesca comercial, é a pesca de águas-vivas à direita, onde costumava ter camarões pitu. Até mesmo em Newfoundland, onde costumávamos pegar bacalhau, temos agora pesca de águas-vivas.
And another version of this sort of thing is what is often called red tides or toxic blooms. That picture on the left is just staggering to me. I have talked about it a million times, but it's unbelievable. In the upper right of that picture on the left is almost the Mississippi Delta, and the lower left of that picture is the Texas-Mexico border. You're looking at the entire northwestern Gulf of Mexico; you're looking at one toxic dinoflagellate bloom that can kill fish, made by that beautiful little creature on the lower right. And in the upper right you see this black sort of cloud moving ashore. That's the same species. And as it comes to shore and the wind blows, and little droplets of the water get into the air, the emergency rooms of all the hospitals fill up with people with acute respiratory distress. And that's retirement homes on the west coast of Florida. A friend and I did this thing in Hollywood we called Hollywood ocean night, and I was trying to figure out how to explain to actors what's going on. And I said, "So, imagine you're in a movie called 'Escape from Malibu' because all the beautiful people have moved to North Dakota, where it's clean and safe. And the only people who are left there are the people who can't afford to move away from the coast, because the coast, instead of being paradise, is harmful to your health."
E uma outra versão disso é o que é chamado de marés vermelhas ou desabrochar tóxico. Esta foto é surpeendente para mim. Falei sobre ela um milhão de vezes, mas é inacreditável. Na parte superior direita da foto à esquerda é quase o delta do Mississippi, e a parte de baixo esquerda da foto é a fronteira do Texas com o México. Estamos olhando para todo noroeste do Golfo do México. Você está olhando para um desabrochar tóxico de dinoflagellate que mata peixes, feito por aquela linda criaturinha na parte de baixo direita. E na parte de cima direita você vê o que parece uma nuvem preta movendo-se para a costa. Esta é a mesma espécie. E à medida que vem para a costa, e o vento sopra, e gotículas de água sobem para o ar, as emergências dos hospitais lotam com pessoas com doenças respiratórias agudas. Essas são casas de repouso na costa oeste da Flórida. Um amigo e eu fizemos algo em Hollywood que chamamos de noite do oceano Hollywood. E eu tentei achar uma maneira de explicar aos atores o que está acontecendo. Eu disse: "Imagine que você faz um filme chamado 'Fuga de Malibu' porque todas as pessoas lindas mudaram-se para North Dakota, onde é limpo e seguro. E as únicas pessoas restantes são as pessoas que não podem pagar para mudarem-se da costa, porque a costa, ao invés de ser um paraíso, é um perigo para sua saúde."
And then this is amazing. It was when I was on holiday last early autumn in France. This is from the coast of Brittany, which is being enveloped in this green, algal slime. The reason that it attracted so much attention, besides the fact that it's disgusting, is that sea birds flying over it are asphyxiated by the smell and die, and a farmer died of it, and you can imagine the scandal that happened. And so there's this war between the farmers and the fishermen about it all, and the net result is that the beaches of Brittany have to be bulldozed of this stuff on a regular basis.
E isso é incrível. Foi quando eu estava em férias no último outono na França. Isto é da costa da Bretanha, que está sendo envolvida neste musgo verde de algas. A razão porque atraiu tanta atenção, além do fato de ser nojento, é que os pássaros que sobrevoam a área são asfixiados pelo cheiro e morrem, e um fazendeiro morreu também, e você pode imaginar o escândalo que foi. Então há esta guerra entre fazendeiros e pescadores sobre tudo isso. E o resultado disso é que as praias da Bretanha têm que ser limpas disso regularmente.
And then, of course, there's climate change, and we all know about climate change. I guess the iconic figure of it is the melting of the ice in the Arctic Sea. Think about the thousands and thousands of people who died trying to find the Northwest Passage. Well, the Northwest Passage is already there. I think it's sort of funny; it's on the Siberian coast, maybe the Russians will charge tolls. The governments of the world are taking this really seriously. The military of the Arctic nations is taking it really seriously. For all the denial of climate change by government leaders, the CIA and the navies of Norway and the U.S. and Canada, whatever are busily thinking about how they will secure their territory in this inevitability from their point of view. And, of course, Arctic communities are toast.
E, claro, tem a mudança climática, e todos sabemos sobre mudança climática. E acho que o ícone disso é o derretimento do gelo no Mar Ártico. Pensem nas milhares e milhares de pessoas que morreram tentando achar a Passagem do Noroeste. Bem, o Noroeste já está lá. É meio que engraçado, é na costa da Sibéria. Talvez os russos cobrem pedágio. Os governos do mundo estão levando muito a sério. Os militares de nações nórdicas estão levando muito a sério. Pois toda a negação de mudança climática por líderes governamentais, a CIA e as marinhas da Noruega e dos EUA e do Canadá, o que seja, estão ocupados pensando como vão proteger seus territórios desta coisa inevitável do ponto de vista deles. E, é claro, as comunidades nórdicas estão fritas.
The other kinds of effects of climate change -- this is coral bleaching. It's a beautiful picture, right? All that white coral. Except it's supposed to be brown. What happens is that the corals are a symbiosis, and they have these little algal cells that live inside them. And the algae give the corals sugar, and the corals give the algae nutrients and protection. But when it gets too hot, the algae can't make the sugar. The corals say, "You cheated. You didn't pay your rent." They kick them out, and then they die. Not all of them die; some of them survive, some more are surviving, but it's really bad news. To try and give you a sense of this, imagine you go camping in July somewhere in Europe or in North America, and you wake up the next morning, and you look around you, and you see that 80 percent of the trees, as far as you can see, have dropped their leaves and are standing there naked. And you come home, and you discover that 80 percent of all the trees in North America and in Europe have dropped their leaves. And then you read in the paper a few weeks later, "Oh, by the way, a quarter of those died." Well, that's what happened in the Indian Ocean during the 1998 El Nino, an area vastly greater than the size of North America and Europe, when 80 percent of all the corals bleached and a quarter of them died.
Outros efeitos da mudança climática -- o "branqueamento" de corais. É uma foto bonita, claro. Os corais todos brancos. Só que eles deveriam ser marrons. O que acontece é que os corais são simbióticos, e têm essas células de algas que vivem dentro deles. E as algas dão açúcar aos corais, e os corais dão para as algas nutrientes e proteção. Mas quando fica muito quente, as algas não conseguem produzir açúcar. Os corais dizem: "Você me enganou, não pagou o aluguel." Eles expulam as algas e elas morrem. Nem todas morrem; algumas sobrevivem. Algumas mais sobrevivem, mas não são boas notícias. Para tentar entender a situação, imagine que você vai acampar em julho em algum lugar na Europa ou América do Norte, você acorda na manhã seguinte e olha ao seu redor, e vê que 80% das árvores a perder de vista não têm mais folhas e estão lá nuas. E você volta para casa e descobre que 80% de todas as árvores na América do Norte e Europa perderam suas folhas. E você lê no jornal algumas semanas depois, oh, por falar nisso, um quarto delas morreram. Foi isso que aconteceu no Oceano Índico durante o El Niño de 1998, uma área muito maior do que a América do Norte e Europa, quando 80% dos corais ficaram brancos e um quarto deles morreu.
And then the really scary thing about all of this -- the overfishing, the pollution and the climate change -- is that each thing doesn't happen in a vacuum. But there are these, what we call, positive feedbacks, the synergies among them that make the whole vastly greater than the sum of the parts. And the great scientific challenge for people like me in thinking about all this, is do we know how to put Humpty Dumpty back together again? I mean, because we, at this point, we can protect it. But what does that mean? We really don't know.
E a coisa assustadora sobre tudo isso, a pesca indiscriminada, a poluição e a mudança climática, é que cada coisa não acontece no vácuo, mas existe o que chamamos de retorno positivo. As sinergias entre elas que faz tudo ficar muito maior do que a soma das partes. E o grande desafio científico para pessoas como eu pensando em tudo isso, é se nós saberemos solucionar todos esses problemas. Porque, neste ponto, nós podemos proteger. Mas o que isso significa? Nós não sabemos ao certo.
So what are the oceans going to be like in 20 or 50 years? Well, there won't be any fish except for minnows, and the water will be pretty dirty, and all those kinds of things and full of mercury, etc., etc. And dead zones will get bigger and bigger and they'll start to merge, and we can imagine something like the dead-zonification of the global, coastal ocean. Then you sure won't want to eat fish that were raised in it, because it would be a kind of gastronomic Russian roulette. Sometimes you have a toxic bloom; sometimes you don't. That doesn't sell.
Então como serão os oceanos em 20 ou 50 anos? Bem, não haverá peixes exeto por alguns vairões, e a água será bem suja, e todas as outras coisas, e cheia de mercúrio, etc., etc. E as zonas-mortas serão ainda maiores, e começarão a se fundir. E podemos imaginar algo como o aumento das zonas-mortas dos oceanos nas margens e no mundo. E certamente você não vai comer o peixe criado ali, porque seria meio que uma roleta russa gastronômica. Às vezes você tem um desabrochar tóxico; às vezes não. Isso não vende.
The really scary things though are the physical, chemical, oceanographic things that are happening. As the surface of the ocean gets warmer, the water is lighter when it's warmer, it becomes harder and harder to turn the ocean over. We say it becomes more strongly stratified. The consequence of that is that all those nutrients that fuel the great anchoveta fisheries, of the sardines of California or in Peru or whatever, those slow down and those fisheries collapse. And, at the same time, water from the surface, which is rich in oxygen, doesn't make it down and the ocean turns into a desert.
Mas o que é realmente assustador são as coisas oceanográficas físicas e químicas que estão acontecendo. À medida que a superfície do oceano se aquece, a água fica mais leve quando mais quente, fica cada vez mais difícil para as águas revolverem. Dizemos que torna-se muito mais estratificado. A consequência disso é que todos os nutrientes the abastecem a pesca de anchovetas, de sardinhas na Califórnia, ou no Peru, ou outro lugar, vão diminuir, e as empresas que pescam vão falir. E ao mesmo tempo, a água da superfície rica em oxigênio não consegue descer, e o oceano torna-se um deserto.
So the question is: How are we all going to respond to this? And we can do all sorts of things to fix it, but in the final analysis, the thing we really need to fix is ourselves. It's not about the fish; it's not about the pollution; it's not about the climate change. It's about us and our greed and our need for growth and our inability to imagine a world that is different from the selfish world we live in today. So the question is: Will we respond to this or not? I would say that the future of life and the dignity of human beings depends on our doing that.
A questão é: Como todos nós vamos responder a tudo isso? E podemos fazer tudo para consertar, mas numa análise final, o que realmente precisamos consertar somos nós mesmos. Não são os peixes; não é a poluição; não é a mudança climática. Somos nós, e nossa ganância e necessidade de crescer e nossa ineficácia em imaginar o mundo diferente do mundo egoísta em que vivemos hoje. Então a questão é: Vamos responder ou não? Eu diria que o futuro da vida e a dignidade dos seres humanos dependerá de fazermos isso.
Thank you. (Applause)
Obrigado.