When I was born, there was really only one book about how to raise your children, and it was written by Dr. Spock. (Laughter) Thank you for indulging me. I have always wanted to do that.
Quando nasci, havia apenas um livro sobre como criar filhos, e foi escrito pelo Dr. Spock. (Risos) Obrigada por não me criticarem - sempre quis fazer isso.
No, it was Benjamin Spock, and his book was called "The Common Sense Book of Baby And Child Care." It sold almost 50 million copies by the time he died. Today, I, as the mother of a six-year-old, walk into Barnes and Noble, and see this. And it is amazing the variety that one finds on those shelves. There are guides to raising an eco-friendly kid, a gluten-free kid, a disease-proof kid, which, if you ask me, is a little bit creepy. There are guides to raising a bilingual kid even if you only speak one language at home. There are guides to raising a financially savvy kid and a science-minded kid and a kid who is a whiz at yoga. Short of teaching your toddler how to defuse a nuclear bomb, there is pretty much a guide to everything.
Não, era Benjamin Spock, E o livro se chamava “Meu filho, meu tesouro”. Quase 50 milhões de cópias haviam sido vendidas quando ele faleceu. Hoje, sendo mãe de uma criança de seis anos, entro na livraria Barnes & Noble e é isto o que vejo. E fiquei impressionada com a variedade de livros nessas prateleiras. Existem manuais sobre como criar uma criança ecologicamente correta, uma criança sem glúten, uma criança à prova de doenças, o que considero um pouco assustador. Existem manuais sobre como criar uma criança bilíngue, mesmo quando os pais falam apenas uma língua em casa. Existem manuais sobre como criar uma criança com tino financeiro e uma criança com mente científica e uma criança que seja expert em ioga. Tirando ensinar seu pequeno como desativar uma bomba nuclear, existem manuais para praticamente tudo.
All of these books are well-intentioned. I am sure that many of them are great. But taken together, I am sorry, I do not see help when I look at that shelf. I see anxiety. I see a giant candy-colored monument to our collective panic, and it makes me want to know, why is it that raising our children is associated with so much anguish and so much confusion? Why is it that we are at sixes and sevens about the one thing human beings have been doing successfully for millennia, long before parenting message boards and peer-reviewed studies came along? Why is it that so many mothers and fathers experience parenthood as a kind of crisis?
Todos esses livros são bem-intencionados. Tenho certeza de que muitos são ótimos. Mas, olhando o conjunto da obra, me desculpem, não encontro ajuda quando olho aquela prateleira. Vejo ansiedade. Vejo um gigantesco monumento multicolorido ao nosso pânico coletivo, e isso me faz querer saber por que será que criar nossos filhos está associado a tanta angústia e a tanta confusão? Por que será que ainda estamos tão confusos no que se refere àquilo que os seres humanos têm feito tão bem por milênios, bem antes dos fóruns de debates para os pais e estudos científicos aparecerem? Por que será que tantas mães e pais experimentam a paternidade como um tipo de crise?
Crisis might seem like a strong word, but there is data suggesting it probably isn't. There was, in fact, a paper of just this very name, "Parenthood as Crisis," published in 1957, and in the 50-plus years since, there has been plenty of scholarship documenting a pretty clear pattern of parental anguish. Parents experience more stress than non-parents. Their marital satisfaction is lower. There have been a number of studies looking at how parents feel when they are spending time with their kids, and the answer often is, not so great. Last year, I spoke with a researcher named Matthew Killingsworth who is doing a very, very imaginative project that tracks people's happiness, and here is what he told me he found: "Interacting with your friends is better than interacting with your spouse, which is better than interacting with other relatives, which is better than interacting with acquaintances, which is better than interacting with parents, which is better than interacting with children. Who are on par with strangers." (Laughter)
Talvez a palavra "crise" seja um pouco forte demais, mas existem dados sugerindo que provavelmente não é. Havia, na verdade, um estudo com esse mesmo nome, “Paternidade como crise”, publicado em 1957, e, nos 50 anos seguintes, houve vários estudos documentando um padrão bastante claro de angústia parental. Pais ficam mais estressados do que quem não tem filhos. Seu grau de satisfação no casamento é mais baixo. Houve diversos estudos pesquisando como os pais se sentem quando estão passando tempo com os filhos, e normalmente a resposta é "nem tão felizes assim". Ano passado, conversei com um pesquisador chamado Matthew Killingsworth, que está trabalhando num projeto muito criativo que acompanha a felicidade das pessoas, e eis o que ele me disse que descobriu: "Interagir com os amigos é melhor que interagir com seu cônjuge, que é melhor que interagir com outros parentes, que é melhor que interagir com conhecidos, que é melhor que interagir com os pais, que é melhor que interagir com suas crianças, que estão par a par com estranhos”. (Risos)
But here's the thing. I have been looking at what underlies these data for three years, and children are not the problem. Something about parenting right now at this moment is the problem. Specifically, I don't think we know what parenting is supposed to be. Parent, as a verb, only entered common usage in 1970. Our roles as mothers and fathers have changed. The roles of our children have changed. We are all now furiously improvising our way through a situation for which there is no script, and if you're an amazing jazz musician, then improv is great, but for the rest of us, it can kind of feel like a crisis.
Mas tem uma coisa. Tenho buscado o que está por trás desses dados por três anos, e o problema não são as crianças. Algo sobre ser pai neste momento, nos dias de hoje, é o problema. Em especial, não acho que sabemos o que significa ser pai e mãe. Ser pai, “parent”, como verbo, apenas entrou em uso no inglês em 1970. Nosso papel como pai e mãe mudou. O papel das crianças mudou. Agora estamos todos improvisando freneticamente no meio de uma situação para a qual não existe roteiro, mas, se você for um músico de jazz incrível, então improvisar é ótimo, mas, para o resto de nós, meio que parece uma crise.
So how did we get here? How is it that we are all now navigating a child-rearing universe without any norms to guide us? Well, for starters, there has been a major historical change. Until fairly recently, kids worked, on our farms primarily, but also in factories, mills, mines. Kids were considered economic assets. Sometime during the Progressive Era, we put an end to this arrangement. We recognized kids had rights, we banned child labor, we focused on education instead, and school became a child's new work. And thank God it did. But that only made a parent's role more confusing in a way. The old arrangement might not have been particularly ethical, but it was reciprocal. We provided food, clothing, shelter, and moral instruction to our kids, and they in return provided income.
Então, como chegamos aqui? Como é que estamos todos agora navegando no universo de criação de filhos sem nenhuma norma para nos guiar? Bem, em primeiro lugar, houve uma enorme mudança histórica. Até bem recentemente, as crianças trabalhavam, principalmente em nossas fazendas, mas também em nossas fábricas, moinhos e minas. As crianças eram consideradas bens econômicos. Em algum momento da Era Progressista, pusemos um fim a esse arranjo. Reconhecemos que as crianças têm direitos, banimos o trabalho infantil e, em seu lugar, focamos a educação, e a escola se tornou um novo trabalho para as crianças. E, graças a Deus, que isso mudou. Mas isso acabou tornando o papel dos pais mais confuso de certo modo. O velho arranjo pode não ter sido especialmente ético, mas era recíproco. Dávamos comida, roupa, abrigo e instrução moral às nossas crianças, e elas, de volta, davam renda.
Once kids stopped working, the economics of parenting changed. Kids became, in the words of one brilliant if totally ruthless sociologist, "economically worthless but emotionally priceless." Rather than them working for us, we began to work for them, because within only a matter of decades it became clear: if we wanted our kids to succeed, school was not enough. Today, extracurricular activities are a kid's new work, but that's work for us too, because we are the ones driving them to soccer practice. Massive piles of homework are a kid's new work, but that's also work for us, because we have to check it. About three years ago, a Texas woman told something to me that totally broke my heart. She said, almost casually, "Homework is the new dinner." The middle class now pours all of its time and energy and resources into its kids, even though the middle class has less and less of those things to give. Mothers now spend more time with their children than they did in 1965, when most women were not even in the workforce.
Logo que as crianças pararam de trabalhar, a situação econômica de ter filhos mudou. As crianças se tornaram, nas palavras de um sociólogo brilhante, porém totalmente cruel, “Economicamente inúteis, mas emocionalmente inestimáveis”. Em vez de trabalharem para nós, começamos a trabalhar para elas, pois dentro de apenas algumas décadas ficou claro: se quiséssemos que nossos filhos fossem bem-sucedidos, a escola não seria suficiente. Hoje, as atividades extracurriculares são o novo emprego das crianças, mas é trabalho para nós também, pois somos nós que as levamos para o treino de futebol. Enormes pilhas de dever de casa são o novo trabalho das crianças, o que também é trabalho para nós, pois temos de conferir. Há uns três anos, uma mulher texana me falou uma coisa que me cortou o coração. Ela me disse, de forma quase casual: “O dever de casa é o novo jantar”. Agora a classe média investe todo seu tempo, energia e recursos em seus filhos, mesmo quando a classe média tem menos e menos disso para dar. Hoje em dia as mães passam mais tempo com seus filhos do que em 1965, quando a maioria das mulheres nem mesmo estava no mercado de trabalho.
It would probably be easier for parents to do their new roles if they knew what they were preparing their kids for. This is yet another thing that makes modern parenting so very confounding. We have no clue what portion our wisdom, if any, is of use to our kids. The world is changing so rapidly, it's impossible to say. This was true even when I was young. When I was a kid, high school specifically, I was told that I would be at sea in the new global economy if I did not know Japanese. And with all due respect to the Japanese, it didn't turn out that way. Now there is a certain kind of middle-class parent that is obsessed with teaching their kids Mandarin, and maybe they're onto something, but we cannot know for sure. So, absent being able to anticipate the future, what we all do, as good parents, is try and prepare our kids for every possible kind of future, hoping that just one of our efforts will pay off. We teach our kids chess, thinking maybe they will need analytical skills. We sign them up for team sports, thinking maybe they will need collaborative skills, you know, for when they go to Harvard Business School. We try and teach them to be financially savvy and science-minded and eco-friendly and gluten-free, though now is probably a good time to tell you that I was not eco-friendly and gluten-free as a child. I ate jars of pureed macaroni and beef. And you know what? I'm doing okay. I pay my taxes. I hold down a steady job. I was even invited to speak at TED. But the presumption now is that what was good enough for me, or for my folks for that matter, isn't good enough anymore. So we all make a mad dash to that bookshelf, because we feel like if we aren't trying everything, it's as if we're doing nothing and we're defaulting on our obligations to our kids.
Provavelmente seria mais fácil para os pais desempenhar seu papel se soubessem para o que estão preparando seus filhos. Isso é outra coisa que faz com que ser pai hoje seja tão confuso. Não temos a menor ideia sobre que parte da nossa sabedoria, se é que alguma, deve ser usada com nossos filhos. O mundo está mudando tão depressa. É impossível saber. Isso era verdade mesmo quando eu era criança. Quando era adolescente, no ensino médio especificamente, me disseram que eu ficaria perdida na nova economia global se não soubesse falar japonês. E, com o devido respeito aos japoneses, não foi o que aconteceu. Agora existe um certo tipo de pai e mãe de classe média que vivem obcecados em ensinar mandarim aos filhos, e talvez eles tenham razão, mas não podemos ter certeza. Assim, à parte ser capaz de antecipar o futuro, tudo que fazemos, como bons pais, é tentar preparar nossos filhos para todo o tipo de futuro possível, esperando que pelo menos um de nossos esforços vá compensar. Ensinamos nossos fihos a jogar xadrez, pensando que talvez vão precisar de habilidades analíticas. Nós os colocamos para fazer esportes de equipe, achando que talvez eles vão precisar saber trabalhar em grupo, para quando forem para a Harvard Business School. Tentamos ensinar a eles ter tino financeiro e interesse por ciências e pela natureza e serem livres de glúten, apesar de agora talvez ser um bom momento para contar que não fui uma amante da natureza e livre de glúten quando criança. Comia potinhos de comida sabor macarrão e carne. E sabem o quê? Estou muito bem, obrigada. Pago meus impostos. Tenho um emprego estável. Fui até convidada para falar no TED. Mas a premissa agora é é que o que foi bom para mim ou minha geração, por assim dizer, não serve mais. Então todos corremos para aquela prateleira de livros, pois sentimos que, se não tentarmos tudo, é como se não estivéssemos fazendo nada e estamos faltando com nossa obrigação para com nossos filhos.
So it's hard enough to navigate our new roles as mothers and fathers. Now add to this problem something else: we are also navigating new roles as husbands and wives because most women today are in the workforce. This is another reason, I think, that parenthood feels like a crisis. We have no rules, no scripts, no norms for what to do when a child comes along now that both mom and dad are breadwinners. The writer Michael Lewis once put this very, very well. He said that the surest way for a couple to start fighting is for them to go out to dinner with another couple whose division of labor is ever so slightly different from theirs, because the conversation in the car on the way home goes something like this: "So, did you catch that Dave is the one who walks them to school every morning?" (Laughter) Without scripts telling us who does what in this brave new world, couples fight, and both mothers and fathers each have their legitimate gripes. Mothers are much more likely to be multi-tasking when they are at home, and fathers, when they are at home, are much more likely to be mono-tasking. Find a guy at home, and odds are he is doing just one thing at a time. In fact, UCLA recently did a study looking at the most common configuration of family members in middle-class homes. Guess what it was? Dad in a room by himself. According to the American Time Use Survey, mothers still do twice as much childcare as fathers, which is better than it was in Erma Bombeck's day, but I still think that something she wrote is highly relevant: "I have not been alone in the bathroom since October." (Laughter)
Por isso é tão difícil desempenhar novos papéis como mães e pais. Agora somem a isso mais uma coisa: também estamos assumindo novos papéis como maridos e esposas, pois a maioria das mulheres hoje está no mercado de trabalho. Essa é outra razão, penso, por que ser pai e mãe parece uma crise. Não temos regras, nem roteiros, nem normas para o que fazer quando uma criança chega agora que tanto o pai quanto a mãe sustentam a casa. O escritor Michael Lewis uma vez colocou isso muitíssimo bem. Ele disse que a maneira mais certa para um casal começar a brigar é sair para jantar com outro casal cuja divisão de trabalho seja um pouco diferente da sua, pois a conversa no carro na volta para casa vai ser mais ou menos assim: "Então, você entendeu que é Dave quem leva as crianças para a escola todos os dias?" (Risos) Sem roteiro para nos dizer quem faz o quê neste admirável novo mundo, os casais brigam, e tanto as mães quanto os pais têm suas legítimas objeções. As mães têm uma maior tendência de ser multitarefa quando estão em casa, e os pais, quando estão em casa, têm uma tendência de ser monotarefa. Se observarmos um homem em casa, as chances são de que ele esteja fazendo uma coisa de cada vez. Na verdade, a UCLA fez um estudo recentemente sobre a configuração mais comum dos membros da família em lares de classe média. Adivinhem qual é? O pai no quarto sozinho. De acordo com o American Time Use Survey, as mães ainda cuidam duas vezes mais dos filhos que os pais, o que é melhor do que costumava ser no tempo de Erma Bombeck. Mas ainda acho que há algo que ela escreve que é extremamente relevante: “Desde outubro que não fico sozinha no banheiro”. (Risos)
But here is the thing: Men are doing plenty. They spend more time with their kids than their fathers ever spent with them. They work more paid hours, on average, than their wives, and they genuinely want to be good, involved dads. Today, it is fathers, not mothers, who report the most work-life conflict.
Mas o ponto é: os homens estão fazendo muito. Eles passam mais tempo com os filhos do que seus pais jamais passaram com eles. Eles trabalham mais tempo, na média, que suas esposas, e eles querem ser, verdadeiramente, pais bons e comprometidos. Hoje são os pais, e não as mães, que registram o maior número de conflitos entre trabalho e vida pessoal.
Either way, by the way, if you think it's hard for traditional families to sort out these new roles, just imagine what it's like now for non-traditional families: families with two dads, families with two moms, single-parent households. They are truly improvising as they go.
De qualquer maneira, a propósito, se vocês acham que é difícil para as famílias tradicionais lidarem com esses novos papéis, tentem imaginar como é então agora para famílias não tradicionais: famílias com dois pais, famílias com duas mães, pais e mães solteiros. Eles estão realmente tendo de improvisar.
Now, in a more progressive country, and forgive me here for capitulating to cliché and invoking, yes, Sweden, parents could rely on the state for support. There are countries that acknowledge the anxieties and the changing roles of mothers and fathers. Unfortunately, the United States is not one of them, so in case you were wondering what the U.S. has in common with Papua New Guinea and Liberia, it's this: We too have no paid maternity leave policy. We are one of eight known countries that does not.
Agora, num país mais desenvolvido, e desculpem-me por me render a um clichê e invocar, sim, a Suécia, os pais poderiam contar com o apoio do governo. Existem países que conhecem as ansiedades e a mudança dos papéis das mães e dos pais. Infelizmente, os Estados Unidos não são um deles, assim, em caso de estarem imaginando o que os EUA têm em comum com a Libéria e a Papua Nova Guiné, é isto: nós também não temos política de licença-maternidade remunerada. Somos um dos oito países conhecidos que não têm.
In this age of intense confusion, there is just one goal upon which all parents can agree, and that is whether they are tiger moms or hippie moms, helicopters or drones, our kids' happiness is paramount. That is what it means to raise kids in an age when they are economically worthless but emotionally priceless. We are all the custodians of their self-esteem. The one mantra no parent ever questions is, "All I want is for my children to be happy." And don't get me wrong: I think happiness is a wonderful goal for a child. But it is a very elusive one. Happiness and self-confidence, teaching children that is not like teaching them how to plow a field. It's not like teaching them how to ride a bike. There's no curriculum for it. Happiness and self-confidence can be the byproducts of other things, but they cannot really be goals unto themselves. A child's happiness is a very unfair burden to place on a parent. And happiness is an even more unfair burden to place on a kid.
Nestes tempos de intensa confusão, existe apenas um objetivo com o qual todos os pais concordam, e é se eles são mamães tigre ou hippies, helicópteros ou drones, a felicidades dos nossos filhos é fundamental. Isso é o que significa criar filhos hoje em dia quando eles são economicamente inúteis, mas emocionalmente inestimáveis. Somos todos os zeladores de sua auto-estima. O único mantra que nenhum pai questiona é "Tudo que quero é a felicidade dos meus filhos." E não me entendam mal: Acho que felicidade é um objetivo maravilhoso para um filho. Mas é muito utópico. Felicidade e auto-confiança, ensinar isso às crianças não é como ensinar a arar a terra. Que não é como ensiná-las a andar de bicicleta. Não existe formação para isso. A felicidade e a auto-confiança podem ser os subprodutos de outras coisas, mas elas não podem ser objetivos em si mesmas. A felicidade de uma criança é um peso muito injusto de se colocar nas costas dos pais. E a felicidade é ainda uma carga mais injusta para se colocar nas costas de um filho.
And I have to tell you, I think it leads to some very strange excesses. We are now so anxious to protect our kids from the world's ugliness that we now shield them from "Sesame Street." I wish I could say I was kidding about this, but if you go out and you buy the first few episodes of "Sesame Street" on DVD, as I did out of nostalgia, you will find a warning at the beginning saying that the content is not suitable for children. (Laughter) Can I just repeat that? The content of the original "Sesame Street" is not suitable for children. When asked about this by The New York Times, a producer for the show gave a variety of explanations. One was that Cookie Monster smoked a pipe in one skit and then swallowed it. Bad modeling. I don't know. But the thing that stuck with me is she said that she didn't know whether Oscar the Grouch could be invented today because he was too depressive. I cannot tell you how much this distresses me. (Laughter) You are looking at a woman who has a periodic table of the Muppets hanging from her cubicle wall. The offending muppet, right there.
E tenho de lhes dizer que acho que isso leva a uns excessos muito estranhos. Estamos agora ansiosos para proteger nossos filhos da feiúra do mundo que agora os protegemos da Vila Sésamo. Eu gostaria de dizer que estou brincando, mas, se vocês saírem e comprarem os primeiros episódios de Vila Sésamo em DVD, como fiz outro dia por nostalgia, vão encontrar um aviso no começo dizendo que o conteúdo não é adequado para crianças. (Risos) Posso repetir isso? O conteúdo da Vila Sésamo original não é apropriado para crianças. Quando perguntado pelo New York Times sobre isso, um produtor do programa deu uma variedade de explicações. Uma foi que o Come-Come fumava um cachimbo numa cena e depois o engolia. Mau exemplo. Eu não sei. Mas a coisa que guardei foi que ela disse que não sabia se o Gugu poderia ser inventado hoje, porque ele era muito deprimente. É difícil lhes dizer como isso me estressou. (Risos) Vocês estão olhando para uma mulher que tem uma tabela periódica dos Muppets pendurada na parede da minha sala. O muppet infrator, bem ali.
That's my son the day he was born. I was high as a kite on morphine. I had had an unexpected C-section. But even in my opiate haze, I managed to have one very clear thought the first time I held him. I whispered it into his ear. I said, "I will try so hard not to hurt you." It was the Hippocratic Oath, and I didn't even know I was saying it. But it occurs to me now that the Hippocratic Oath is a much more realistic aim than happiness. In fact, as any parent will tell you, it's awfully hard. All of us have said or done hurtful things that we wish to God we could take back. I think in another era we did not expect quite so much from ourselves, and it is important that we all remember that the next time we are staring with our hearts racing at those bookshelves. I'm not really sure how to create new norms for this world, but I do think that in our desperate quest to create happy kids, we may be assuming the wrong moral burden. It strikes me as a better goal, and, dare I say, a more virtuous one, to focus on making productive kids and moral kids, and to simply hope that happiness will come to them by virtue of the good that they do and their accomplishments and the love that they feel from us. That, anyway, is one response to having no script. Absent having new scripts, we just follow the oldest ones in the book -- decency, a work ethic, love — and let happiness and self-esteem take care of themselves. I think if we all did that, the kids would still be all right, and so would their parents, possibly in both cases even better.
Este é meu filho no dia em que nasceu. Eu estava completamente dopada com morfina. Fiz uma cesariana inesperada. Mas, mesmo na minha confusão opiácea, dei conta de ter um pensamento muito claro na primeira vez que segurei meu filho. Sussurei no seu ouvido. Eu disse: “Vou tentar fazer de tudo para não te machucar”. Era o juramento de Hipócrates, e eu nem mesmo sabia que estava dizendo-o. Mas eu percebo agora que o juramento de Hipócrates é um objetivo muito mais realista que a felicidade. De fato, como qualquer pai vai lhes dizer, é tremendamente difícil. Todos nós dissemos ou fizemos coisas dolorosas que desejaríamos que pudéssemos desfazer. Penso num tempo em que não esperávamos tanto de nós mesmos, e é importante que todos nos lembremos disso na próxima vez que nosso coração disparar na frente dessas prateleiras. Não estou bem certa de como criar novas regras para este mundo, mas acho que em nossa busca desesperada para criar crianças felizes, devemos estar assumindo o peso moral errado. Me parece um objetivo melhor, e, ouso dizer, mais virtuoso, focar em criar crianças produtivas e crianças com moral, e simplesmente esperar que a felicidade chegue a elas pela virtude do bem que elas fizerem e suas conquistas e o amor que sentirem vindo de nós. Isso, de qualquer forma, é uma resposta por não ter roteiro. Na falta de novos roteiros, simplesmente seguimos os mais velhos no livro -- decência, um trabalho ético, amor -- e deixar a felicidade e a auto-estima tomarem conta de si mesmas. Acho que, se todos fizermos isso, os filhos ainda vão estar bem, assim como seus pais, provavelmente, em ambos os casos, ainda melhor.
Thank you.
Muito obrigada.
(Applause)
(Aplausos)