A few years ago, I always had this thing happening to me, especially at family gatherings like teas with aunts and uncles or something like this. When people come up to you, and they ask you, "So, what are you doing?" And I would have this magical one-word reply, which would make everybody happy: "Medicine. I'm going to be a doctor." Very easy, that's it, everybody's happy and pleased. And it could be so easy, but this effect really only lasts for 30 seconds with me, because that's then the time when one of them would ask, "So, in what area of medicine? What specialty do you want to go into?" And then I would have to strip down in all honesty and just say, "OK, so I'm fascinated with the colon. It all started with the anus, and now it's basically the whole intestinal tract."
Alguns anos atrás, isto sempre me acontecia, principalmente em reuniões familiares como chás com tios e tias, algo assim, quando alguém vem até você e pergunta: "O que você está fazendo?" Eu sempre tenho uma resposta mágica pra isso, que deveria deixar todos felizes: medicina. Serei uma médica. Muito fácil, é isso, todos felizes e alegres. E poderia ser muito fácil, mas esse efeito só dura 30 segundos para mim porque então um deles pergunta: "Qual área da medicina? Qual especialidade você vai escolher?" Então eu tinha que ser sincera, e com toda honestidade eu dizia: "Bem, sou apaixonada pelo cólon. Tudo começou com o ânus, e agora é basicamente todo o trato intestinal".
(Laughter)
(Risos)
And this would be the moment when the enthusiasm trickled, and it would maybe also get, like, awkwardly silent in the room, and I would think this was terribly sad, because I do believe our bowels are quite charming.
Nessa hora o entusiasmo se perdia, e ficava aquele silêncio estranho na sala, e eu achava isso terrivelmente triste, porque acho mesmo nossas entranhas fascinantes.
(Laughter)
(Risos)
And while we're in a time where many people are thinking about what new superfood smoothie to make or if gluten is maybe bad for them, actually, hardly anyone seems to care about the organ where this happens, the concrete anatomy and the mechanisms behind it. And sometimes it seems to me like we're all trying to figure out this magic trick, but nobody's checking out the magician, just because he has, like, an embarrassing hairstyle or something. And actually, there are reasons science disliked the gut for a long time; I have to say this.
E embora estejamos em uma época em que as pessoas estão pensando qual nova supervitamina fazer ou se o glúten pode fazer mal a elas, quase ninguém se preocupa com o órgão em que tudo isso acontece, com sua anatomia específica e o mecanismo por trás dele. E às vezes me parece como se todos tentassem descobrir um truque de mágica, mas ninguém repara no mágico, só porque ele tem um penteado bizarro ou algo assim. E, na verdade, há razões pelas quais a ciência desprezou o intestino por muito tempo; tenho que falar isso.
So, it's complex. There's a lot of surface area -- about 40 times the area of our skin. Then, in such a tight pipe, there are so many immune cells that are being trained there. We have 100 trillion bacteria doing all sorts of things -- producing little molecules. Then there's about 20 different hormones, so we are on a very different level than our genitals, for example. And the nervous system of our gut is so complex that when we cut out a piece, it's independent enough that when we poke it, it mumbles back at us, friendly.
Ele é complexo. Sua superfície é grande, cerca de 40 vezes a da nossa pele. Então, num tubo tão apertado, há muitas células imunes sendo treinadas. Temos 100 trilhões de bactérias fazendo várias coisas, produzindo pequenas moléculas. Há também cerca de 20 hormônios diferentes, então é um nível bem diferente de nossas genitálias, por exemplo. E o sistema nervoso do nosso intestino é tão complexo que, quando cortamos um pedaço, ele é independente o suficiente para, quando o cutucamos, ele resmungar amigavelmente.
(Laughter)
(Risos)
But at least those reasons are also the reasons why it's so fascinating and important.
Mas, por fim, essas também são as razões pelas quais ele é tão fascinante e importante.
It took me three steps to love the gut. So today, I invite you to follow me on those three steps. The very first was just looking at it and asking questions like, "How does it work?" and "Why does it have to look so weird for that sometimes?" And it actually wasn't me asking the first kind of these questions, but my roommate. After one heavy night of partying, he came into our shared-room kitchen, and he said, "Giulia, you study medicine. How does pooping work?"
Três passos me levaram a amar o intestino. Hoje, convido vocês a me seguirem nesses três passos. O primeiro foi olhar para ele e perguntar: "Como funciona?" "Por que parece tão estranho às vezes?" Mas, na verdade, não fui eu que fiz essas perguntas, mas meu colega de quarto. Depois de uma noitada, ele veio à nossa cozinha, e disse: "Giulia, você estuda medicina. Como o cocô funciona?"
(Laughter)
(Risos)
And I did study medicine but I had no idea, so I had to go up to my room and look it up in different books. And I found something interesting, I thought, at that time. So it turns out, we don't only have this outer sphincter, we also have an inner sphincter muscle. The outer sphincter we all know, we can control it, we know what's going on there; the inner one, we really don't. So what happens is, when there are leftovers from digestion, they're being delivered to the inner one first. This inner one will open in a reflex and let through a little bit for testing.
Eu estudava, mas não fazia ideia, então dei uma olhada nos livros no meu quarto e encontrei algo que achei interessante, naquele momento. Acontece que não temos apenas este esfíncter externo, também temos um interno. O esfíncter externo já conhecemos, podemos controlá-lo, sabemos o que acontece, o interno não. Acontece que, quando há resíduos da digestão, eles são enviados primeiro para o esfíncter interno. Esse esfíncter interno se abre por reflexo e deixa passar um pouquinho para teste.
(Laughter)
(Risos)
So, there are sensory cells that will analyze what has been delivered: Is it gaseous or is it solid? And they will then send this information up to our brain, and this is the moment when our brain knows, "Oh, I have to go to the toilet."
Existem células sensoriais que analisam o que está sendo entregue: é gasoso ou sólido? Elas enviam essa informação ao cérebro, então nosso cérebro sabe: "Ah, devo ir ao banheiro".
(Laughter)
(Risos)
The brain will then do what it's designed to do with its amazing consciousness. It will mediate with our surroundings, and it will say something like, "So, I checked. We are at this TEDx conference -- "
O cérebro então faz o que foi projetado para fazer com sua incrível consciência. Vai analisar o ambiente ao nosso redor e falar algo do tipo: "Tá, eu chequei. Aqui, nesta conferência..."
(Laughter)
(Risos)
(Applause)
(Aplausos)
Gaseous? Maybe, if you're sitting on the sides, and you know you can pull it off silently.
Gases? Talvez, se estiver sentado nas laterais, aí sabe que pode deixar sair silenciosamente.
(Laughter)
(Risos)
But solid -- maybe later.
Mas sólido, talvez mais tarde.
(Laughter) Since our outer sphincter and the brain is connected with nervous cells, they coordinate, cooperate, and they put it back in a waiting line --
(Risos) Como o esfíncter e o cérebro estão ligados com nervos, eles coordenam, cooperam, e deixam na fila de espera,
(Laughter)
(Risos)
for other times, like, for example, when we're at home sitting on the couch, we have nothing better to do, we are free to go.
para outra hora, por exemplo, quando estamos em casa, no sofá, sem nada melhor para fazer, temos liberdade de soltar.
(Laughter)
(Risos)
Us humans are actually one of the very few animals that do this in such an advanced and clean way. To be honest, I had some newfound respect for that nice, inner sphincter dude -- not connected to nerves that care too much about the outer world or the time -- just caring about me for once. I thought that was nice. And I used to not be a great fan of public restrooms, but now I can go anywhere, because I consider it more when that inner muscle puts a suggestion on my daily agenda.
Nós, humanos, somos dos poucos seres que fazem isso de forma tão avançada e limpa. Sinceramente, passei a respeitar este carinha bacana, o esfíncter interior, que não está conectado aos nervos, que não se preocupa muito com o mundo exterior ou a hora, cuida só de mim e pronto. Eu achei isso bacana. Eu não era grande fã de banheiros públicos, mas agora vou em qualquer lugar, pois considero mais quando este músculo interior põe uma sugestão na minha agenda diária.
(Laughter)
(Risos)
And also I learned something else, which was: looking closely at something I might have shied away from -- maybe the weirdest part of myself -- left me feeling more fearless, and also appreciating myself more. And I think this happens a lot of times when you look at the gut, actually. Like those funny rumbling noises that happen when you're in a group of friends or at the office conference table, going, like, "Merrr, merrr..." This is not because we're hungry. This is because our small intestine is actually a huge neat freak, and it takes the time in between digestion to clean everything up, resulting in those eight meters of gut -- really, seven of them -- being very clean and hardly smelling like anything. It will, to achieve this, create a strong muscular wave that moves everything forward that's been leftover after digestion. This can sometimes create a sound, but doesn't necessarily have to always. So what we're embarrassed of is really a sign of something keeping our insides fine and tidy.
Também aprendi outra coisa: olhar mais de perto para algo de que me envergonhava, o mais estranho em mim, talvez, faz com que eu me sinta mais corajosa, e também faz com que eu me valorize mais. E acho que isso acontece muitas vezes, quando você olha o intestino, na verdade. Como esses sons engraçados que ocorrem quando você está com os amigos ou numa reunião: "burr, burr". Não é porque temos fome. É porque nosso intestino delgado é muito caprichoso, e usa o tempo entre a digestão para limpar tudo, de forma que, de oito metros de intestino, sete deles são bem limpos e não têm quase cheiro nenhum. Para conseguir isso, ele cria uma forte onda muscular que empurra para frente tudo que foi deixado depois da digestão. Às vezes isso pode ter um som, mas não necessariamente deve ter sempre. Então o que nos envergonha é na verdade um sinal de algo mantendo nosso interior bem e organizado.
Or this weird, crooked shape of our stomach -- a bit Quasimodo-ish. This actually makes us be able to put pressure on our belly without vomiting, like when we're laughing and when we're doing sports, because the pressure will go up and not so much sideways. This also creates this air bubble that's usually always very visible in X-rays, for example, and can sometimes, with some people, when it gets too big, create discomfort or even some sensations of pain. But for most of the people, is just results that it's far easier to burp when you're laying on your left side instead of your right.
Ou esta forma torta e estranha do nosso estômago, um pouco encurvada. Ela permite fazermos pressão sobre nosso abdômen sem vomitar, como quando rimos e praticamos esportes, pois a pressão vai para cima e não tanto para os lados. Isto também cria uma bolha de ar que na verdade é sempre bem visível nos raios-X, por exemplo, e pode às vezes, em algumas pessoas, quando isto cresce demais, criar desconforto ou até mesmo sensação de dor. Mas, para a maioria das pessoas, apenas torna mais fácil arrotar quando está deitado do lado esquerdo em vez do direito.
And soon I moved a bit further and started to look at the whole picture of our body and health. This was actually after I had heard that someone I knew a little bit had killed himself. It happened that I had been sitting next to that person the day before, and I smelled that he had very bad breath. And when I learned of the suicide the next day, I thought: Could the gut have something to do with it? And I frantically started searching if there were scientific papers on the connection of gut and brain. And to my surprise, I found many.
Logo depois, dei um passo à frente e comecei ter uma visão mais ampla do nosso corpo e saúde. Na verdade isso ocorreu depois de saber que um conhecido havia se suicidado. Eu estava sentada ao lado dessa pessoa um dia antes, e percebi que ele tinha mau hálito. E no dia seguinte, quando soube do suicídio, pensei: "Os intestinos podem ter tido alguma relação com isto?" E comecei a buscar loucamente se havia artigos científicos sobre a conexão entre o intestino e o cérebro. Para minha surpresa, havia muitos.
It turns out it's maybe not as simple as we sometimes think. We tend to think our brain makes these commands and then sends them down to the other organs, and they all have to listen. But really, it's more that 10 percent of the nerves that connect brain and gut deliver information from the brain to the gut. We know this, for example, in stressful situations, when there are transmitters from the brain that are being sensed by our gut, so the gut will try to lower all the work, and not be working and taking away blood and energy to save energy for problem-solving. This can go as far as nervous vomiting or nervous diarrhea to get rid of food that it then doesn't want to digest.
Acontece que não é tão simples como às vezes achamos. Tendemos a achar que é o cérebro que manda enviando comandos para outros órgãos e todos têm que obedecer. Mas, na verdade, só 10% dos nervos que conectam o cérebro e os intestinos enviam informação do cérebro ao intestino. Nós sabemos disto, por exemplo, em situações de estresse, quando transmissores do cérebro são estimulados pelo intestino, então o intestino tentará diminuir todo o trabalho, deixar de trabalhar para não consumir sangue e energia, e guardar energia para resolver problemas. Isto pode chegar ao ponto de vômitos ou diarreia nervosa para livrar-se da comida que não quer digerir.
Maybe more interestingly, 90 percent of the nervous fibers that connect gut and brain deliver information from our gut to our brain. And when you think about it a little bit, it does make sense, because our brain is very isolated. It's in this bony skull surrounded by a thick skin, and it needs information to put together a feeling of "How am I, as a whole body, doing?" And the gut, actually, is possibly the most important advisor for the brain because it's our largest sensory organ, collecting information not only on the quality of our nutrients, but really also on how are so many of our immune cells doing, or things like the hormones in our blood that it can sense. And it can package this information, and send it up to the brain. It can, there, not reach areas like visual cortex or word formations -- otherwise, when we digest, we would see funny colors or we would make funny noises -- no. But it can reach areas for things like morality, fear or emotional processing or areas for self-awareness.
Talvez o mais interessante é que 90% da fibras nervosas que conectam o cérebro ao intestino enviam informações do intestino ao cérebro. Se você pensar nisso um pouco, faz sentido, porque o cérebro está muito isolado. Está dentro de um crânio ossudo, envolto em uma pele espessa, e precisa de informação para organizar o pensamento: "Como eu, enquanto corpo, estou me saindo?" O intestino é, possivelmente, o mensageiro mais importante do cérebro, pois é o nosso maior órgão sensorial, coletando informações não apenas da qualidade dos nossos nutrientes, mas certamente sobre como estão nossas células imunes, ou os hormônios no nosso sangue que ele pode sentir. E ele pode juntar essas informações e enviá-las para o cérebro. E elas não atingem áreas como o córtex visual ou a formação de palavras, caso contrário, durante a digestão, veríamos cores engraçadas ou faríamos barulhos engraçados; não. Mas alcançam áreas relativas à moralidade, medo, processamento emocional ou áreas de autoconsciência.
So it does make sense that when our body and our brain are putting together this feeling of, "How am I, as a whole body, doing?" that the gut has something to contribute to this process. And it also makes sense that people who have conditions like irritable bowel syndrome or inflammatory bowel disease have a higher risk of having anxiety or depression. I think this is good information to share, because many people will think, "I have this gut thing, and maybe I also have this mental health thing." And maybe -- because science is not clear on that right now -- it's really just that the brain is feeling sympathy with their gut.
Então faz sentido quando nosso corpo e cérebro estão organizando este sentimento de "como eu, como corpo, estou me saindo?", que o intestino tenha algo a contribuir com este processo. E também faz sentido que as pessoas com doenças como síndrome do intestino irritado ou doença intestinal inflamatória tenham um alto risco de terem ansiedade e depressão. Acho que esta informação deve ser compartilhada, pois muitas pessoas pensarão: "Tenho um problema intestinal e talvez também tenha um problema mental". E quem sabe, pois a ciência não é clara nisso ainda, o cérebro apenas sinta empatia pelo intestino.
This has yet to grow in evidence until it can come to practice. But just knowing about these kinds of research that's out there at the moment helps me in my daily life. And it makes me think differently of my moods and not externalize so much all the time. I feel oftentimes during the day we are a brain and a screen, and we will tend to look for answers right there and maybe the work is stupid or our neighbor -- but really, moods can also come from within. And just knowing this helped me, for example, when I sometimes wake up too early, and I start to worry and wander around with my thoughts. Then I think, "Stop. What did I eat yesterday? Did I stress myself out too much? Did I eat too late or something?" And then maybe get up and make myself a tea, something light to digest. And as simple as that sounds, I think it's been surprisingly good for me.
Isso ainda precisa de mais evidências até que seja posto em prática. Mas só saber que esse tipo de pesquisa existe atualmente me ajuda no meu dia a dia. E isso me faz refletir mais sobre meu humor e não externalizar tanto o tempo todo. Seguidamente sinto, durante o dia, que somos um cérebro e uma imagem, e tendemos a procurar por respostas óbvias, e talvez o trabalho seja tolo, ou nosso vizinho, mas, realmente, o humor pode vir lá de dentro. Esse conhecimento me ajudou, por exemplo, quando às vezes acordo muito cedo, e começo a me preocupar e vagar com meus pensamentos. Aí eu penso: "Espera aí. O que eu comi ontem? Me estressei muito? Comi muito tarde ou algo do tipo?" Daí me levanto e faço um chá, algo leve para digerir, e, por mais simples que pareça, acredito que, surpreendentemente, isso tem feito bem para mim.
Step three took me further away from our body, and to really understanding bacteria differently. The research we have today is creating a new definition of what real cleanliness is. And it's not the hygiene hypothesis -- I think many maybe know this. So it states that when you have too little microbes in your environment because you clean all the time, that's not really a good thing, because people get more allergies or autoimmune diseases then. So I knew this hypothesis, and I thought I wouldn't learn so much from looking at cleanliness in the gut. But I was wrong.
O passo três me levou além do meu corpo, e a entender as bactérias de maneira diferente. A pesquisa que temos hoje está criando uma nova definição sobre o que realmente é a limpeza. E não é a hipótese da higiene. Acredito que muitos conhecem. Afirma-se que ter pouquíssimos micróbios no ambiente, pois você o limpa o tempo todo, não é, na verdade, uma coisa boa, pois as pessoas pegam mais alergias ou doenças autoimunes. Então eu sabia dessa hipótese, e achei que não aprenderia muito observando a limpeza no intestino. Estava errada.
It turns out, real cleanliness is not about killing off bacteria right away. Real cleanliness is a bit different. When we look at the facts, 95 percent of all bacteria on this planet don't harm us -- they can't, they don't have the genes to do so. Many, actually, help us a lot, and scientists at the moment are looking into things like: Do some bacteria help us clean the gut? Do they help us digest? Do they make us put on weight or have a lean figure although we're eating lots? Are others making us feel more courageous or even more resilient to stress? So you see, there are more questions when it comes to cleanliness. And, actually, the thing is, it's about a healthy balance, I think. You can't avoid the bad all the time. This is simply not possible; there's always something bad around. So what really the whole deal is when you look at a clean gut, it's about having good bacteria, enough of them, and then some bad. Our immune system needs the bad, too, so it knows what it's looking out for.
Acontece que limpeza verdadeira não é matar as bactérias imediatamente. Limpeza verdadeira é um pouco diferente. Ao olharmos os fatos, 95% das bactérias neste planeta não nos prejudicam, elas são geneticamente programadas para isso. De fato, muitas nos ajudam, e neste momento os cientistas pesquisam coisas como: algumas bactérias limpam nosso intestino? Auxiliam na digestão? Elas nos fazem engordar ou emagrecer embora comamos muito? Outras nos fazem sentir mais coragem ou resiliência diante do estresse? Veja, há mais perguntas quando se trata de limpeza. Na verdade o fato é que se trata de equilíbrio saudável, eu penso. Você não pode evitar coisas ruins sempre. Não é possível; sempre haverá coisas ruins por perto. O grande negócio disso, quando olhamos para o intestino, é ter bactérias boas, quantidade adequada delas, e algumas ruins. O sistema imune precisa das ruins, também, ele sabe o que procurar.
So I started having this different perspective on cleanliness and a few weeks later, I held a talk at my university, and I made a mistake by 1,000. And I went home and I realized in that moment, I was like, "Ah! I made a mistake by 1,000. Oh God, that's so much, and that's so embarrassing." And I started to think about this, I was like, "Ugh!" And after a while I said, "OK, I made this one mistake, but then I also told so many good and right and helpful things, so I think it's OK, you know? It's a clean thing." And then I was like, "Oh, wait. Maybe I took my perspective on cleanliness further." And it's my theory at the moment that maybe we all do. Take it a bit further than just cleaning our living room, where maybe we make it to sort like a life hygiene. Knowing that this is about fostering the good just as much as trying to shelter yourself from the bad had a very calming effect on me.
Comecei a ter uma perspectiva diferente sobre limpeza e, algumas semanas depois, dei uma palestra na faculdade, e cometi um erro por mil. Já em casa percebi: "Ah! Errei por mil. Ai meu Deus é muito, é vergonhoso". Comecei a pensar sobre isso, e fiquei tipo: "Uh!" Depois de um tempo, disse: "Certo, cometi esse erro, mas também disse tantas coisas boas, corretas e úteis, então acho que está tudo bem, sabe? Está limpo". Daí pensei: "Espera aí. Acho que levei adiante minha perspectiva sobre limpeza". E minha teoria é que talvez nós todos devemos fazer isso. Façamos um pouco mais do que a limpeza na nossa sala, façamos a higiene de nossa vida. Saber que isso diz respeito a promover o bem tanto quanto tentar se proteger do mal teve um efeito tranquilizador em mim.
So in that sense, I hope today I told you mostly good and helpful things, and thank you for your time, for listening to me.
Então, nesse sentido, espero ter dito a vocês muitas coisas boas e úteis e obrigada pelo tempo de vocês, por terem me ouvido.
(Applause)
(Aplausos)