"People do stupid things. That's what spreads HIV." This was a headline in a U.K. newspaper, The Guardian, not that long ago. I'm curious, show of hands, who agrees with it? Well, one or two brave souls.
"Pessoas fazem coisas estúpidas. É isso o que dissemina o HIV." Essa era a manchete de um jornal do Reino Unido, The Guardian, não faz muito tempo Estou curiosa -- levantem as mãos -- quem concorda? Bem, um ou dois corajosos.
This is actually a direct quote from an epidemiologist who's been in field of HIV for 15 years, worked on four continents, and you're looking at her.
De fato essa é a afirmação de uma epidemiologista que vem trabalhando com a HIV há 15 anos, trabalhou em quatro países, e vocês estão olhando para ela.
And I am now going to argue that this is only half true. People do get HIV because they do stupid things, but most of them are doing stupid things for perfectly rational reasons. Now, "rational" is the dominant paradigm in public health, and if you put your public health nerd glasses on, you'll see that if we give people the information that they need about what's good for them and what's bad for them, if you give them the services that they can use to act on that information, and a little bit of motivation, people will make rational decisions and live long and healthy lives. Wonderful.
E agora vou argumentar que isso é apenas uma meia verdade. Pessoas se contaminam com HIV porque fazem coisas estúpidas, mas a maioria delas está fazendo coisas estúpidas por razões perfeitamente racionais. Sim, "racional" é o paradigma dominante em saúde pública. E caso você coloque seus óculos de nerd da saúde pública, você verá que se dermos às pessoas a informação que elas precisam sobre o que é bom e o que é mau para elas, se você der a elas os serviços que elas podem usar para trabalhar aquela informação, um pouco de motivação, as pessoas tomarão decisões racionais e viverão mais e melhor. Ótimo.
That's slightly problematic for me because I work in HIV, and although I'm sure you all know that HIV is about poverty and gender inequality, and if you were at TED '07 it's about coffee prices ... Actually, HIV's about sex and drugs, and if there are two things that make human beings a little bit irrational, they are erections and addiction.
Um pouco problemático pra mim porque trabalho com HIV, e embora eu tenha certeza que todos vocês sabem que HIV é sobre pobreza e desigualdade de gênero, e se você estivesse no TED 2007, é sobre os preços do café; na verdade, HIV é sobre sexo e drogas. E se existem duas coisas que fazem os seres humanos serem um pouco irracionais, elas são ereção e vício.
(Laughter)
(Risos)
So, let's start with what's rational for an addict. Now, I remember speaking to an Indonesian friend of mine, Frankie. We were having lunch and he was telling me about when he was in jail in Bali for a drug injection. It was someone's birthday, and they had very kindly smuggled some heroin into jail, and he was very generously sharing it out with all of his colleagues. And so everyone lined up, all the smackheads in a row, and the guy whose birthday it was filled up the fit, and he went down and started injecting people. So he injects the first guy, and then he's wiping the needle on his shirt, and he injects the next guy. And Frankie says, "I'm number 22 in line, and I can see the needle coming down towards me, and there is blood all over the place. It's getting blunter and blunter. And a small part of my brain is thinking, 'That is so gross and really dangerous,' but most of my brain is thinking, 'Please let there be some smack left by the time it gets to me. Please let there be some left.'" And then, telling me this story, Frankie said, "You know ... God, drugs really make you stupid."
Então, vamos começar com o que é irracional para um viciado. Agora, eu me lembro de falar para um indonésio amigo meu, Frankie. Estávamos almoçando, e ele estava me dizendo sobre quando ele estava na cadeia em Bali por injetar drogas. E era o aniversário de alguém, e eles haviam gentilmente contrabandeado um pouco de heroína para a cadeia, e muito generosamente a estavam dividindo com todos os seus colegas. Então eles fizeram uma fila, todos os nóias enfileirados. E então o aniversariante preparou a dose, e começou a injetar nas pessoas. Ele então injeta no primeira cara, e logo em seguida ele estava limpando a agulha em sua camiseta, e injeta no próximo cara. E Frankie disse, "Eu sou o número 22 da fila, e eu posso ver a agulha vindo em minha direção, e tem sangue por toda a parte. está ficando cada vez menos afiada. E uma pequena parte do meu cérebro está pensando, "Isso é nojento e muito perigoso," mas a maior parte do meu cérebro está pensando, "Por favor deixem um pouco para quando chegar até mim. Por favor deixe um pouco." E então, contando-me essa história, Frankie disse, "Você sabe, meu Deus, drogas te deixam estúpido."
And, you know, you can't fault him for accuracy. But, actually, Frankie, at that time, was a heroin addict and he was in jail. So his choice was either to accept that dirty needle or not to get high. And if there's one place you really want to get high, it's when you're in jail.
E, você sabe, que não pode culpá-lo, mas, de fato, Frankie, àquela altura, era um viciado em heroína, e estava preso. Então suas opções eram aceitar aquela agulha imunda ou não "ficar numa boa". E se existe um lugar no qual você realmente quer "ficar numa boa", é quando você está na cadeia.
But I'm a scientist and I don't like to make data out of anecdotes, so let's look at some data. We talked to 600 drug addicts in three cities in Indonesia, and we said, "Well, do you know how you get HIV?" "Oh yeah, by sharing needles." I mean, nearly 100 percent. Yeah, by sharing needles. And, "Do you know where you can get a clean needle at a price you can afford to avoid that?" "Oh yeah." Hundred percent. "We're smackheads; we know where to get clean needles." "So are you carrying a needle?" We're actually interviewing people on the street, in the places where they're hanging out and taking drugs. "Are you carrying clean needles?" One in four, maximum. So no surprises then that the proportion that actually used clean needles every time they injected in the last week is just about one in 10, and the other nine in 10 are sharing.
Mas agora eu sou uma cientista, e eu não gosto de tirar dados de relatos, então vejamos alguns dados. Nós conversamos com 600 viciados em drogas em três cidades da Indonésia, e perguntamos, "Você sabe como se pega HIV?" "Ah claro. Compartilhando agulhas." Quero dizer, quase 100%. Sim, compartilhando agulhas. E, "Você sabe onde conseguir uma agulha limpa a um preço que você pode pagar para evitar o HIV?" "Ah claro." 100%. "Somos nóias; sabemos onde encontrar agulhas limpas." "Então você tem uma agulha?" De fato nós estamos entrevistando pessoas nas ruas, em lugares que eles frequentam e consomem drogas. "Você está levando uma agulha limpa?" Um em cada quatro, no máximo. Nenhuma surpresa até descobrir que a proporção que de fato usou agulhas limpas todas as vezes que eles injetaram na semana passada é de apenas 1 em cada 10. e os outros nove em cada 10 estão compartilhando.
So you've got this massive mismatch; everyone knows that if they share they're going to get HIV, but they're all sharing anyway. So what's that about? Is it like you get a better high if you share or something? We asked that to a junkie and they're like, "Are you nuts?" You don't want to share a needle anymore than you want to share a toothbrush even with someone you're sleeping with. There's just kind of an ick factor there. "No, no. We share needles because we don't want to go to jail." So, in Indonesia at this time, if you were carrying a needle and the cops rounded you up, they could put you into jail. And that changes the equation slightly, doesn't it? Because your choice now is either I use my own needle now, or I could share a needle now and get a disease that's going to possibly kill me 10 years from now, or I could use my own needle now and go to jail tomorrow. And while junkies think that it's a really bad idea to expose themselves to HIV, they think it's a much worse idea to spend the next year in jail where they'll probably end up in Frankie's situation and expose themselves to HIV anyway. So, suddenly it becomes perfectly rational to share needles.
Então você tem esse descompasso enorme. Todos sabem disso se eles dividirem eles pegarão HIV, mas estão compartilhando do mesmo jeito. Então qual é o ponto? É como se você ficasse ainda mais doidão se você compartilhasse ou algo do tipo? Nós perguntamos isso para um viciado eles reagiram com um, "Você está louco? você não quer dividir uma agulha mais do que você quer dividir sua escova de dente com alguém que dorme com você. Tem um pouco de "éca" naquilo. Não, não. Nós dividimos agulhas porque não queremos ir para a cadeia." Portanto, na Indonésia nesse momento, se você estivesse com uma seringa, e os policiais lhe abordassem, eles poderiam te levar para a cadeia. E isso muda um pouco a equação, não é mesmo? Porque suas escolhas agora são, eu uso minha própria agulha agora, ou eu poderia dividir minha agulha agora e pego uma doença que vai possivelmente me matar em 10 anos, ou eu poderia usar minha própria agulha agora e ir para a cadeia amanhã. E enquanto os viciados pensam que é realmente uma má ideia se expor ao HIV, eles pensam que é uma ideia muito pior passar o próximo ano na cadeia, onde provavelmente eles acabarão na mesma situação do Frankie e se expor ao HIV de qualquer maneira. Então de repente, torna-se perfeitamente racional compartilhar agulhas.
Now, let's look at it from a policy maker's point of view. This is a really easy problem. For once, your incentives are aligned. We've got what's rational for public health. You want people to use clean needles -- and junkies want to use clean needles. So we could make this problem go away simply by making clean needles universally available and taking away the fear of arrest. Now, the first person to figure that out and do something about it on a national scale was that well-known, bleeding heart liberal Margaret Thatcher. And she put in the world's first national needle exchange program, and other countries followed suit: Australia, The Netherlands and few others. And in all of those countries, you can see, not more than four percent of injectors ever became infected with HIV.
Agora, olhemos da perspectiva dos legisladores. Este é um problema muito fácil. Pela primeira vez, seus incentivos estão organizados. Nós temos o que é racional para a saúde pública. Você quer que as pessoas usem agulhas limpas, e os viciados querem usar agulhas limpas. Então nós poderíamos fazer esse problema desaparecer simplesmente tornando as agulhas limpas universalmente disponíveis e eliminando o medo de ir preso. Agora, a primeira pessoa a descobrir isso e fazer algo sobre isso em escala nacional foi aquela conhecida e benevolente liberal Margaret Thatcher. E ela criou o primeiro programa no mundo para a troca de agulhas e outros países seguiram o exemplo, Autrália, Países Baixos e alguns outros, e em todos esses países, você pode ver, não mais do que 4% dos viciados que injetam se infectam com o HIV.
Now, places that didn't do this -- New York City for example, Moscow, Jakarta -- we're talking, at its peak, one in two injectors infected with this fatal disease. Now, Margaret Thatcher didn't do this because she has any great love for junkies. She did it because she ran a country that had a national health service. So, if she didn't invest in effective prevention, she was going to have pick up the costs of treatment later on, and obviously those are much higher. So she was making a politically rational decision. Now, if I take out my public health nerd glasses here and look at these data, it seems like a no-brainer, doesn't it? But in this country, where the government apparently does not feel compelled to provide health care for citizens, (Laughter) we've taken a very different approach. So what we've been doing in the United States is reviewing the data -- endlessly reviewing the data. So, these are reviews of hundreds of studies by all the big muckety-mucks of the scientific pantheon in the United States, and these are the studies that show needle programs are effective -- quite a lot of them. Now, the ones that show that needle programs aren't effective -- you think that's one of these annoying dynamic slides and I'm going to press my dongle and the rest of it's going to come up, but no -- that's the whole slide.
Agora, lugares que não fizeram isso, como Nova York, Moscou, Jakarta, estamos falando sobre o pico, um em 2 viciados que injetavam estavam infectados com essa doença fatal. Agora, Margaret Thatcher não fez isso porque ela tem um grande amor pelos nóias. Ela fez porque ela administrava um país que possuía um sistema nacional de saúde. Então, se ela não investisse em prevenção, ela teria de pagar os preços do tratamento mais tarde, e obviamente estes são muito mais caros. Então ela estava tomando uma decisão politicamente racional. Agora, se eu coloco meus óculos de nerd da saúde pública, e olho para estes dados, não parece tão difícil, não é? Mas neste país, onde o governo não parece se sentir obrigado a oferecer um programa de saúde aos seus cidadãos, nós fizemos uma abordagem muito diferente. Então o que nós temos feito nos EUA é analisar os dados, analisar os dados indefinidamente. Então essas são revisões de centenas de estudos feitas por todos os grandes arrogantes do panteão científico dos EUA, e estes são os estudos que mostram que programas de agulhas são efetivos, um grande parte deles. Agora, os que mostram que programas de agulhas não são efetivos -- você deve estar pensando que esse é um daqueles chatos slides dinâmicos, e eu vou apertar meu botão e todo o resto irá aparecer, mas não, esse é o slide completo.
(Laughter)
(Risos)
There is nothing on the other side. So, completely irrational, you would think. Except that, wait a minute, politicians are rational, too, and they're responding to what they think the voters want. So what we see is that voters respond very well to things like this and not quite so well to things like this.
Não há nada no outro lado. Então, completamente irracional, você pensaria, exceto que, espere um minuto, os políticos são racionais também, e eles estão respondendo ao que eles pensam que os eleitores querem. Então o que nós vemos é que eleitores respondem muito bem a coisas desse tipo e não tão bem a coisas desse tipo.
(Laughter)
(Risos)
So it becomes quite rational to deny services to injectors. Now let's talk about sex. Are we any more rational about sex? Well, I'm not even going to address the clearly irrational positions of people like the Catholic Church, who think somehow that if you give out condoms, everyone's going to run out and have sex. I don't know if Pope Benedict watches TEDTalks online, but if you do, I've got news for you Benedict -- I carry condoms all the time and I never get laid. (Laughter) (Applause) It's not that easy! Here, maybe you'll have better luck.
Então se torna totalmente racional negar serviços aos viciados. Agora vamos falar sobre sexo. Nós somos mais racionais quanto ao sexo? Bem, eu nem vou mencionar as posições irracionais de grupos como a Igreja Católica, que pensa que se você distribuir camisinhas, todos irão sair por ai fazendo sexo. Eu não sei se o Papa Bento assiste aos TEDTalks online, mas se assiste, tenho notícias pra você Bento. Eu sempre tenho camisinhas, e nunca faço sexo. (Risos) Não é tão fácil. Peguem, talvez vocês sejam mais sortudos.
(Applause)
(Aplausos)
Okay, seriously, HIV is actually not that easy to transmit sexually. So, it depends on how much virus there is in your blood and in your body fluids. And what we've got is a very, very high level of virus right at the beginning when you're first infected, then you start making antibodies, and then it bumps along at quite low levels for a long time -- 10 or 12 years -- you have spikes if you get another sexually transmitted infection. But basically, nothing much is going on until you start to get symptomatic AIDS, and by that stage, you're not looking great, you're not feeling great, you're not having that much sex.
Certo, sério, HIV não é tão fácil de se transmitir sexualmente. Depende de quanto vírus tem no seu sangue e nos seus fluidos corporais. E o que nós temos é uma enorme quantidade de vírus, bem no começo, quando você se contamina, então você começa a produzir anticorpos, e então cai para níveis bem baixos por muito tempo, 10 ou 12 anos, você tem picos caso se infecte novamente através do sexo, mas basicamente, nada mais está acontecendo até você começar a apresentar os sintomas da AIDS. E àquela altura, aqui, você não está muito bem, você não se sente bem, você não está fazendo tanto sexo.
So the sexual transmission of HIV is essentially determined by how many partners you have in these very short spaces of time when you have peak viremia. Now, this makes people crazy because it means that you have to talk about some groups having more sexual partners in shorter spaces of time than other groups, and that's considered stigmatizing. I've always been a bit curious about that because I think stigma is a bad thing, whereas lots of sex is quite a good thing, but we'll leave that be. The truth is that 20 years of very good research have shown us that there are groups that are more likely to turnover large numbers of partners in a short space of time. And those groups are, globally, people who sell sex and their more regular partners. They are gay men on the party scene who have, on average, three times more partners than straight people on the party scene. And they are heterosexuals who come from countries that have traditions of polygamy and relatively high levels of female autonomy, and almost all of those countries are in east or southern Africa. And that is reflected in the epidemic that we have today.
Então a transmissão do HIV pelo sexo é essencialmente determinada pelo número de parceiros que você tem nesses curtos períodos de tempo quando você tem alta viremia. E isso deixa as pessoas malucas pois significa que você tem que falar sobre alguns grupos tendo mais parceiros sexuais que outros em períodos de tempo mais curto que outros grupos, e isso é considerado estigmatização. Sempre fui um pouco curiosa sobre isso pois penso que estigma é algo ruim, enquanto muito sexo é muito bom, mas que seja. A verdade é que 20 anos de boa pesquisa tem nos mostrado que há grupos que são mais suscetíveis a ter um número maior de parceiros em um pequeno período de tempo, e esses grupos são, globalmente, pessoas que vendem sexo e seus parceiros mais frequentes, são homens gays nas festas que têm, em média, três vezes mais parceiros do que pessoas heterossexuais mas festas, e eles são heterossexuais que vêm de países que possuem tradições em poligamia e níveis relativamente altos de autonomia feminina, e quase todos esses países são do leste ou do sul da África. E isso se reflete na epidemia que nós temos hoje.
You can see these horrifying figures from Africa. These are all countries in southern Africa where between one in seven, and one in three of all adults, are infected with HIV. Now, in the rest of the world, we've got basically nothing going on in the general population -- very, very low levels -- but we have extraordinarily high levels of HIV in these other populations who are at highest risk: drug injectors, sex workers and gay men. And you'll note, that's the local data from Los Angeles: 25 percent prevalence among gay men. Of course, you can't get HIV just by having unprotected sex. You can only HIV by having unprotected sex with a positive person.
E você pode então ver essas estatísticas assustadoras da África. Estes são todos os países no sul da África onde entre um e sete e um em três de todos os adultos estão infectados com HIV. Agora, no resto do mundo, não temos basicamente nada acontecendo na população geral, níveis muito, muito baixos, mas nós temos níveis extraordinariamente altos de HIV nessas populações que estão correndo altos riscos, consumidores de drogas injetáveis, profissionais do sexo, e homens gays. E você perceberá nos dados de Los Angeles. 25% de prevalência entre homens gays. Então, claro, você não pode pegar HIV somente pelo sexo sem proteção. Você só pode pegar HIV ao fazer sexo sem proteção com um soropositivo.
In most of the world, these few prevention failures notwithstanding, we are actually doing quite well these days in commercial sex: condom use rates are between 80 and 100 percent in commercial sex in most countries. And, again, it's because of an alignment of the incentives. What's rational for public health is also rational for individual sex workers because it's really bad for business to have another STI. No one wants it. And, actually, clients don't want to go home with a drip either. So essentially, you're able to achieve quite high rates of condom use in commercial sex.
Na maior parte do mundo, essas poucas falhas de prevenção no entanto, de fato nós estamos indo muito bem nesses dias no sexo comercial. O uso de preservativos está entre 80% e 100% no sexo comercial na maioria dos países. E, novamente, é por causa do alinhamento dos incentivos. O que é racional para a saúde pública é também racional para os indivíduos profissionais do sexo porque é realmente ruim para os negócios ter um outra DST. Ninguém quer. E, de fato, clientes não querem ir pra casa com nada também. Então, essencialmente, você é capaz de alcançar altos níveis de uso de preservativos no sexo comercial.
But in "intimate" relations it's much more difficult because, with your wife or your boyfriend or someone that you hope might turn into one of those things, we have this illusion of romance and trust and intimacy, and nothing is quite so unromantic as the, "My condom or yours, darling?" question. So in the face of that, you really need quite a strong incentive to use condoms.
Mas em relações "íntimas", é muito mais difícil porque, com sua esposa ou namorado, alguém que você espera que se torne uma dessas coisas, nós temos essa ilusão de romance de confiança e intimidade, e nada é tão anti-romântico como, "seu preservativo ou o meu, querida?". Então, em face disso, você precisa de um incentivo verdadeiramente forte para usar camisinhas.
This, for example, this gentleman is called Joseph. He's from Haiti and he has AIDS. And he's probably not having a lot of sex right now, but he is a reminder in the population, of why you might want to be using condoms. This is also in Haiti and is a reminder of why you might want to be having sex, perhaps. Now, funnily enough, this is also Joseph after six months on antiretroviral treatment. Not for nothing do we call it the Lazarus Effect. But it is changing the equation of what's rational in sexual decision-making. So, what we've got -- some people say, "Oh, it doesn't matter very much because, actually, treatment is effective prevention because it lowers your viral load and therefore makes it more difficult to transmit HIV." So, if you look at the viremia thing again, if you do start treatment when you're sick, well, what happens? Your viral load comes down. But compared to what? What happens if you're not on treatment? Well, you die, so your viral load goes to zero. And all of this green stuff here, including the spikes -- which are because you couldn't get to the pharmacy, or you ran out of drugs, or you went on a three day party binge and forgot to take your drugs, or because you've started to get resistance, or whatever -- all of that is virus that wouldn't be out there, except for treatment.
Esse, por exemplo, esse rapaz chamado Joseph. Ele é do Haiti, e tem AIDS, e provavelmente ele não está fazendo muito sexo agora, mas ele é um lembrança na população, do porquê você deve querer usar preservativos. Isso é também no Haiti e é um aviso do porquê você deve querer fazer sexo, talvez. Mas, o engraçado é que esse também é o Joseph depois de seis meses em tratamento antiretroviral. Não é por menos que chamamos isso de "Efeito Lázaro". Mas está mudando a equação do que é racional em tomadas de decisão sexual. Então, o que nós temos -- alguns dizem, "Ah, não importa muito porque, de fato, tratamento é uma prevenção efetiva porque diminui sua carga viral e portanto torna mais difícil a transmissão do HIV." Então, se você olhar no aspecto da viremia novamente, se você começar o tratamento quando está doente, bem, o que acontece? Sua carga viral cai. Mas comparado a quê? O que acontece se você não está se tratando? Bem, você morre, então sua carga viral cai a zero. E toda essa coisa verde aqui, incluindo os picos, que estão aí porque você não conseguiu ir à farmácia ou ficou sem remédios, ou foi a uma festa de três dias e esqueceu de tomar seus remédios, ou porque começou a desenvolver resistência, ou sei lá, tudo aquilo é vírus que não estaria lá fora, exceto pelo tratamento.
Now, am I saying, "Oh, well, great prevention strategy. Let's just stop treating people." Of course not, of course not. We need to expand antiretroviral treatment as much as we can. But what I am doing is calling into question those people who say that more treatment is all the prevention we need. That's simply not necessarily true, and I think we can learn a lot from the experience of gay men in rich countries where treatment has been widely available for going on 15 years now. And what we've seen is that, actually, condom use rates, which were very, very high -- the gay community responded very rapidly to HIV, with extremely little help from public health nerds, I would say -- that condom use rate has come down dramatically since treatment for two reasons really: One is the assumption of, "Oh well, if he's infected, he's probably on meds, and his viral load's going to be low, so I'm pretty safe."
E, eu estou dizendo, nossa, grande estratégia de prevenção, vamos parar de tratar as pessoas? Claro que não. Claro que não, nós precisamos expandir o tratamento anti-retroviral o máximo que nós pudermos. Mas o que eu estou fazendo é chamar ao debate aquelas pessoas que dizem que mais tratamento é tudo que nós precisamos. Isso não é necessariamente verdade, e eu acho que nós podemos aprender muito através da experiência de homens gays em países ricos onde o tratamento é amplamente disponível e está rolando há 15 anos agora, e o que nós temos visto é que, de fato, as taxas de uso de preservativos, que eram muito, muito altas -- a comunidade gay respondeu muito rapidamente ao HIV, com muito pouca ajuda dos nerds da saúde pública, eu diria -- que as taxas de uso de preservativos têm caído rapidamente desde o tratamento por duas razões. Uma é a ideia que, "Oh bem, se ele está infectado, provavelmente está em tratamento, e sua carga viral estará baixa, então estou seguro."
And the other thing is that people are simply not as scared of HIV as they were of AIDS, and rightly so. AIDS was a disfiguring disease that killed you, and HIV is an invisible virus that makes you take a pill every day. And that's boring, but is it as boring as having to use a condom every time you have sex, no matter how drunk you are, no matter how many poppers you've taken, whatever? If we look at the data, we can see that the answer to that question is, mmm.
E outra coisa é que as pessoas simplesmente não estão com tanto medo do HIV como elas estavam com medo da AIDS, e com razão. AIDS era uma doença desfiguradora que matava você, e HIV é um vírus invisível que faz você tomar uma pílula todos os dias. E isso é chato, mas é tão chato quanto ter que usar camisinha toda vez que você faz sexo, não importando o quão bêbado você esteja, não importando o quanto tenha cheirado, ou qualquer coisa? Se olharmos para os dados, podemos ver que a resposta para aquela pergunta é hummm.
So these are data from Scotland. You see the peak in drug injectors before they started the national needle exchange program. Then it came way down. And both in heterosexuals -- mostly in commercial sex -- and in drug users, you've really got nothing much going on after treatment begins, and that's because of that alignment of incentives that I talked about earlier. But in gay men, you've got quite a dramatic rise starting three or four years after treatment became widely available. This is of new infections.
Estes são os dados da Escócia. Você vê o pico em usuarios de injetáveis antes deles iniciarem o programa nacional de troca de agulhas. Então caiu e ambos em heterosexuais, a maior parte em sexo comercial e em usuários de drogas, você não tem muita coisa acontecendo depois que o tratamento começa, e isso se deve ao alinhamento de incentivos sobre o qual eu falei antes. Mas nos homens gays, você tem um dramático aumento começando três ou quatro anos depois do tratamento se tornar amplamente disponível. Isso são novas infecções.
What does that mean? It means that the combined effect of being less worried and having more virus out there in the population -- more people living longer, healthier lives, more likely to be getting laid with HIV -- is outweighing the effects of lower viral load, and that's a very worrisome thing. What does it mean? It means we need to be doing more prevention the more treatment we have.
O que isso significa? Significa que o efeito combinado de estar menos preocupado e ter mais vírus lá fora na população, mais pessoas vivendo vidas mais longas e saudáveis, mais fácil de se tornar infectado com HIV, compensando os efeitos da baixa carga viral, e isso é algo realmente preocupante. O que significa? Significa que precisamos de mais prevenção, quanto mais tratamento temos.
Is that what's happening? No, and I call it the "compassion conundrum." We've talked a lot about compassion the last couple of days, and what's happening really is that people are unable quite to bring themselves to put in good sexual and reproductive health services for sex workers, unable quite to be giving out needles to junkies. But once they've gone from being transgressive people whose behaviors we don't want to condone to being AIDS victims, we come over all compassionate and buy them incredibly expensive drugs for the rest of their lives. It doesn't make any sense from a public health point of view.
É o que está acontecendo? Não, e eu chamo isso de enigma da compaixão. Nós falamos muito sobre compaixão nos últimos dias. E o que realmente está acontecendo é que as pessoas estão incapazes de se apresentarem e disponibilizarem bons serviços de saúde sexual e reprodutiva a profissionais do sexo, incapazes de distribuir agulhas aos viciados, mas uma vez que eles deixam de ser pessoas transgressivas, cujo comportamento não queremos aceitar, para serem vítimas da AIDS, nós nos tornamos cheios de compaixão e pagamos para eles drogas incrivelmente caras para o resto de suas vidas. Não faz nenhum sentido a partir da visão de um sistema de daúde pública.
I want to give what's very nearly the last word to Ines. Ines is a a transgender hooker on the streets of Jakarta; she's a chick with a dick. Why does she do that job? Well, of course, because she's forced into it because she doesn't have any better option, etc., etc. And if we could just teach her to sew and get her a nice job in a factory, all would be well. This is what factory workers earn in an hour in Indonesia: on average, 20 cents. It varies a bit province to province. I do speak to sex workers, 15,000 of them for this particular slide, and this is what sex workers say they earn in an hour. So it's not a great job, but for a lot of people it really is quite a rational choice. Okay, Ines.
Eu quero deixar, o que é a última palavra, à Inês. Inês é uma prostituta transsexual das ruas de Jakarta. Ela é uma garota com um pinto. Por que ela faz aquele trabalho? É claro que é porque ela foi forçada a isso porque ela não tem uma melhor opção, etc, etc, e se nós pudéssemos ensiná-la a costurar e dar a ela um bom emprego em uma fábrica, tudo ficaria bem. Isso é o que os trabalhadores ganham em uma hora na Indonésia, em média, 20 centavos. Varia um pouco entre as províncias. Eu conversei com profissionais do sexo, 15 mil deles para esse slide em particular. E isso é o que os profissionais do sexo dizem ganhar em uma hora. Então, não é um ótimo trabalho, mas para muitas pessoas é uma escolha muito racional. Ok, Inês.
We've got the tools, the knowledge and the cash, and commitment to preventing HIV too.
Nós temos as ferramentas, o conhecimento e o dinheiro, e comprometimento em previnir o HIV também.
Ines: So why is prevalence still rising? It's all politics. When you get to politics, nothing makes sense.
Inês: Então por que a prevalência ainda está aumentando? É tudo política. Quando você chega à política, nada faz sentido.
Elizabeth Pisani: "When you get to politics, nothing makes sense." So, from the point of view of a sex worker, politicians are making no sense. From the point of view of a public health nerd, junkies are doing dumb things. The truth is that everyone has a different rationale. There are as many different ways of being rational as there are human beings on the planet, and that's one of the glories of human existence. But those ways of being rational are not independent of one another, so it's rational for a drug injector to share needles because of a stupid decision that's made by a politician, and it's rational for a politician to make that stupid decision because they're responding to what they think the voters want. But here's the thing: we are the voters. We're not all of them, of course, but TED is a community of opinion leaders. And everyone who's in this room, and everyone who's watching this out there on the web, I think, has a duty to demand of their politicians that we make policy based on scientific evidence and on common sense. It's going to be really hard for us to individually affect what's rational for every Frankie and every Ines out there, but you can at least use your vote to stop politicians doing stupid things that spread HIV.
Elizabeth Pisani: "Quando você chega à política, nada faz sentido." Então, do ponto de vista de um profissional do sexo, os políticos não fazem sentido. Do ponto de vista de um nerd da saúde pública, viciados estão fazendo coisas estúpidas. Quero dizer, a verdade é que todos possuem uma diferente visão. Existem tantas maneiras de se ser racional quanto pessoas no planeta, e essa é uma das glórias da existência humana. Mas essas maneiras de se ser racional não são independentes das outras. Então é racional a um injetor de drogas dividir agulhas por conta de uma decisão estúpida tomada por um político, e é racional para um político tomar aquela decisão estúpida porque estão respondendo a o que os eleitores querem. Mas aqui está: Nós somos os eleitores. Não somos todos eles, claro, mas o TED é uma comunidade de formadores de opinião, e todos os que estão nessa sala, e todos os que estão assistindo a isso na web, Eu acredito que têm o dever de exigir de seus políticos que façamos política baseada em evidência científica e em senso comum. Vai ser muito difícil para nós individualmente dizer o que é racional para cada Frankie e cada Inês lá fora. Mas você pode ao menos usar o seu voto para impedir os políticos de fazer coisas estúpidas que espalham o HIV.
Thank you.
Obrigada.
(Applause)
(Aplausos)