So how many of you have ever been in a cave before? Okay, a few of you. When you think of a cave, most of you think of a tunnel going through solid rock, and in fact, that's how most caves are. Around this half of the country, most of your caves are made of limestone. Back where I'm from, most of our caves are made of lava rock, because we have a lot of volcanoes out there. But the caves I want to share with you today are made completely of ice, specifically glacier ice that's formed in the side of the tallest mountain in the state of Oregon, called Mount Hood.
Quantos de vocês já estiveram em uma caverna? Certo. Alguns. Ao pensar em uma caverna, a maioria de vocês pensa em um túnel que atravessa uma rocha maciça. Na verdade, a maioria das cavernas é assim. Nesta parte do país, a maioria das cavernas é feita de calcário. De onde venho, a maioria de nossas cavernas é feita de rocha vulcânica, porque lá temos muitos vulcões. Mas as cavernas sobre as quais quero falar hoje são feitas completamente de gelo, especificamente gelo de glaciares, como os que existem na lateral da montanha mais alta do estado de Oregon, chamada Monte Hood.
Now Mount Hood's only one hour's drive from Portland, the largest city in Oregon, where over two million people live. Now the most exciting thing for a cave explorer is to find a new cave and be the first human to ever go into it. The second most exciting thing for a cave explorer is to be the first one to make a map of a cave. Now these days, with so many people hiking around, it's pretty hard to find a new cave, so you can imagine how excited we were to find three new caves within sight of Oregon's largest city and realize that they had never been explored or mapped before. It was kind of like being an astronaut, because we were getting to see things and go places that no one had ever seen or gone to before.
Bem, o Monte Hood fica a apenas uma hora de carro de Portland, a maior cidade do Oregon, onde vivem mais de dois milhões de pessoas. O mais empolgante para um explorador de cavernas é encontrar uma nova caverna e ser o primeiro humano a entrar nela. A segunda coisa mais empolgante para um explorador de cavernas é ser o primeiro a criar um mapa dela. Bem, hoje em dia, com tanta gente se aventurando por aí, é bem difícil encontrar uma nova caverna. Então, dá para imaginar como ficamos empolgados quando encontramos três novas cavernas, nas proximidades da maior cidade do Oregon, e percebemos que elas jamais tinham sido exploradas ou mapeadas antes. Foi meio como ser um astronauta, porque podíamos ver coisas que ninguém tinha visto e ir aonde ninguém jamais tinha ido antes.
So what is a glacier? Well, those of you who have ever seen or touched snow, you know that it's really light, because it's just a bunch of tiny ice crystals clumped together, and it's mostly air. If you squish a handful of snow to make a snowball, it gets really small, hard and dense. Well, on a mountain like Hood, where it snows over 20 feet a year, it crushes the air out of it and gradually forms it into hard blue ice. Now each year, more and more ice stacks up on top of it, and eventually it gets so heavy that it starts to slide down the mountain under its own weight, forming a slow-moving river of ice. When ice packed like that starts to move, we call it a glacier, and we give it a name. The name of the glacier these caves are formed in is the Sandy Glacier. Now each year, as new snow lands on the glacier, it melts in the summer sun, and it forms little rivers of water on the flow along the ice, and they start to melt and bore their way down through the glacier, forming big networks of caves, sometimes going all the way down to the underlying bedrock. Now the crazy thing about glacier caves is that each year, new tunnels form. Different waterfalls pop up or move around from place to place inside the cave. Warm water from the top of the ice is boring its way down, and warm air from below the mountain actually rises up, gets into the cave, and melts the ceilings back taller and taller. But the weirdest thing about glacier caves is that the entire cave is moving, because it's formed inside a block of ice the size of a small city that's slowly sliding down the mountain.
Então, o que é um glaciar? Bem, aqueles que já viram ou tocaram em neve, sabem que ela é bem leve, porque é apenas um monte de minúsculos cristais de gelo, amontoados, e ar, basicamente. Se você apertar um bom punhado de neve para fazer uma bola, ela fica muito pequena, dura e densa. Bem, em uma montanha como Hood, onde neva mais de seis metros por ano, o ar é empurrado para fora e, gradualmente, a neve transforma-se em gelo duro e azul. Bem, a cada ano, cada vez mais gelo se acumula em cima da montanha, e, por fim, fica tão pesado que começa a deslizar montanha abaixo, pela força de seu próprio peso, formando um rio de gelo que se move lentamente. Quando um bloco de gelo como esse começa a se mover, nós o chamamos de glaciar, e lhe damos um nome. O nome do glaciar em que essas cavernas se formaram é glaciar Sandy. Bem, a cada ano, conforme mais neve se acumula sobre o glaciar, ela se derrete sob o sol de verão, formando pequenos riachos de água, que fluem pelo gelo, que começam a derreter, abrindo caminho enquanto descem pelo glaciar, formando grande redes de cavernas, que, às vezes, vão do alto até o leito rochoso. Mas o interessante das cavernas de glaciares é que, a cada ano, novos túneis se formam, diferentes cachoeiras surgem e mudam de um lugar para outro dentro da caverna. A água aquecida da parte superior do gelo abre caminho até embaixo, e o ar quente de debaixo da montanha, na verdade, sobe, entra na caverna, e vai derretendo o gelo no teto, cada vez mais acima. Mas o mais estranho das cavernas de glaciares é que a caverna inteira se move, porque ela se forma dentro de um bloco de gelo do tamanho de uma pequena cidade, que desliza lentamente pela montanha.
Now this is Brent McGregor, my cave exploration partner. He and I have both been exploring caves a long time and we've been climbing mountains a long time, but neither one of us had ever really explored a glacier cave before. Back in 2011, Brent saw a YouTube video of a couple of hikers that stumbled across the entrance to one of these caves. There were no GPS coordinates for it, and all we knew was that it was somewhere out on the Sandy Glacier. So in July of that year, we went out on the glacier, and we found a big crack in the ice. We had to build snow and ice anchors so that we could tie off ropes and rappel down into the hole. This is me looking into the entrance crevasse. At the end of this hole, we found a huge tunnel going right up the mountain underneath thousands of tons of glacier ice. We followed this cave back for about a half mile until it came to an end, and then with the help of our survey tools we made a three-dimensional map of the cave on our way back out.
Bem, este é Brent McGregor, meu parceiro de exploração de cavernas. Eu e ele exploramos cavernas há muito tempo e escalamos montanhas há muito tempo, mas jamais havíamos explorado, de fato, uma caverna de glaciar. Em 2011, Brent assistiu a um vídeo no YouTube de uma dupla de exploradores que encontraram a entrada de uma dessas cavernas. Não havia coordenadas de GPS para ela, e tudo que sabíamos é que ficava em algum lugar no glaciar Sandy. Então, em julho daquele ano, fomos para o glaciar e encontramos uma grande rachadura no gelo. Tivemos de criar escoras de neve e gelo, para que amarrássemos cordas e descêssemos pela abertura. Este sou eu olhando pela entrada da fenda. No fim desse buraco, encontramos um enorme túnel que ia até o topo da montanha, debaixo de milhares de toneladas de gelo. Seguimos por essa caverna, por cerca de 800 m, até que chegamos ao fim. Então, com a ajuda de nossas ferramentas de pesquisa, criamos um mapa tridimensional da caverna,
So how do you map a cave? Well, cave maps aren't like trail maps or road maps because they have pits and holes going to overlapping levels. To make a cave map, you have to set up survey stations every few feet inside the cave, and you use a laser to measure the distance between those stations. Then you use a compass and an inclinometer to measure the direction the cave is headed and measure the slope of the floor and the ceilings. Now those of you taking trigonometry, that particular type of math is very useful for making maps like this because it allows you to measure heights and distances without actually having to go there. In fact, the more I mapped and studied caves, the more useful I found all that math that I originally hated in school to be. So when you're done surveying, you take all this data and you punch it into a computer and you find someone that can draw really well, and you have them draft up a map that looks something like this, and it'll show you both a bird's-eye view of the passage as well as a profile view of the passage, kind of like an ant farm view. We named this cave Snow Dragon Cave because it was like a big dragon sleeping under the snow. Now later this summer, as more snow melted off the glacier, we found more caves, and we realized they were all connected.
no caminho de volta. Então, como se mapeia uma caverna? Bem, os mapas de cavernas não são como mapas de trilhas ou de estradas, porque elas possuem fossas e buracos em níveis sobrepostos, Para criar um mapa de uma caverna, é preciso estabelecer estações de inspeção a cada poucos metros dentro da caverna, e usa-se um <i>laser</i> para medir a distância entre essas estações. E usa-se um compasso e um inclinômetro para descobrir em que direção a caverna segue e medir a inclinação do chão e dos tetos. Bem, aqueles que estudam trigonometria, ela é um ramo específico da matemática muito útil na criação de mapas desse tipo, porque permite que se mensurem alturas e distâncias sem, de fato, ter de estar lá fisicamente. Na verdade, quanto mais eu estudava e mapeava as cavernas, mais útil eu achava toda aquela matemática que eu odiava na época de escola. Então, ao terminar a inspeção, você pega todos esses dados, passa-os para o computador e encontra alguém que saiba desenhar muito bem, e pede a essa pessoa que desenhe um mapa que é mais ou menos assim. uma visão superior da passagem, bem como uma visão de perfil dela, como que a visão de um formigueiro. Chamamos essa caverna de Caverna Dragão da Neve, porque parecia um grande dragão, dormindo sob o gelo. Bem, no fim do último verão, conforme a neve do glaciar derretia, encontramos mais cavernas e percebemos que estavam todas conectadas.
Not long after we mapped Snow Dragon, Brent discovered this new cave not very far away. The inside of it was coated with ice, so we had to wear big spikes on our feet called crampons so we could walk around without slipping. This cave was amazing. The ice in the ceiling was glowing blue anad green because the sunlight from far above was shining through the ice and lighting it all up. And we couldn't understand why this cave was so much colder than Snow Dragon until we got to the end and we found out why. There was a huge pit or shaft called a moulin going 130 feet straight up to the surface of the glacier. Cold air from the top of the mountain was flowing down this hole and blasting through the cave, freezing everything inside of it. And we were so excited about finding this new pit, we actually came back in January the following year so we could be the first ones to explore it. It was so cold outside, we actually had to sleep inside the cave. There's our camp on the left side of this entrance room. The next morning, we climbed out of the cave and hiked all the way to the top of the glacier, where we finally rigged and rappelled this pit for the very first time. Brent named this cave Pure Imagination, I think because the beautiful sights we saw in there were beyond what we could have ever imagined.
Não muito depois de mapearmos a Dragão da Neve, Brent descobriu esta nova caverna, não muito distante. Seu interior estava coberto de gelo. Por isso, tivemos de usar calçados com grandes espinhos na sola, para que pudéssemos andar sem escorregar. Era uma caverna incrível! O gelo no teto era de um verde e um azul brilhantes, porque a luz do Sol, lá em cima, brilhava através do gelo e o iluminava totalmente. Bom, não entendíamos por que essa caverna era bem mais fria que a Dragão da Neve, até chegarmos ao seu fim e descobrimos por quê. Havia uma enorme fossa, ou buraco vertical, que tinha 40 metros até a superfície do glaciar. O ar frio do alto do monte de gelo descia pelo buraco, soprando pela caverna, congelando tudo dentro dela. E estávamos tão empolgados por encontrar essa nova passagem, que acabamos voltando em janeiro do ano seguinte, e fomos os primeiros a explorá-la. Era tão frio do lado de fora, que tivemos de dormir dentro da caverna. Este é nosso acampamento, do lado esquerdo da entrada. Na manhã seguinte, saímos da caverna escalando, fomos até o alto, em cima do glaciar, e, finalmente, driblamos e vencemos essa fossa pela primeira vez. Brent a chamou de caverna Pura Imaginação, acho que porque a beleza que vimos dentro dela estava além do que jamais poderíamos imaginar.
So besides really cool ice, what else is inside these caves? Well not too much lives in them because they're so cold and the entrance is actually covered up with snow for about eight months of the year. But there are some really cool things in there. There's weird bacteria living in the water that actually eat and digest rocks to make their own food to live under this ice. In fact, this past summer, scientists collected samples of water and ice specifically to see if things called extremophiles, tiny lifeforms that are evolved to live in completely hostile conditions, might be living under the ice, kind of like what they hope to find on the polar icecaps of Mars someday. Another really cool things is that, as seeds and birds land on the surface of the glacier and die, they get buried in the snow and gradually become part of the glacier, sinking deeper and deeper into the ice. As these caves form and melt their way up into the ice, they make these artifacts rain down from the ceiling and fall onto the cave floor, where we end up finding them. For example, this is a noble fir seed we found. It's been frozen in the ice for over 100 years, and it's just now starting to sprout. This mallard duck feather was found over 1,800 feet in the back of Snow Dragon Cave. This duck died on the surface of the glacier long, long ago, and its feathers have finally made it down through over 100 feet of ice before falling inside the cave. And this beautiful quartz crystal was also found in the back of Snow Dragon.
Então, além da beleza do gelo, o que mais existe dentro dessas cavernas? Bem, não há muita coisa vivendo nelas, porque são muito frias e a entrada, na verdade, fica coberta de neve durante cerca de oito meses do ano, mas existem coisas bem legais lá dentro. Há bactérias estranhas vivendo na água e que, de fato, digerem rochas para produzir seu próprio alimento, para viver sob o gelo. Na verdade, no verão passado, os cientistas colheram amostras de água e gelo, especificamente para ver se seres chamados extremófilos, minúsculas formas de vida que evoluíram para viver sob condições completamente hostis, viviam sob o gelo, como o que se espera encontrar nas calotas polares de Marte algum dia. Outra coisa bem legal é que, conforme sementes e pássaros pousam na superfície do glaciar e morrem, acabam sendo enterrados sob a neve e, aos poucos, tornam-se parte do glaciar, afundando cada vez mais no gelo. Conforme essas cavernas se formam com o derretimento do gelo essas coisas escorrem do teto e caem no chão da caverna, onde acabamos as encontrando. Por exemplo, esta é a primeira semente que encontramos. Ela esteve congelada por mais de duzentos anos, e agora está começando a germinar. Esta pena de pato-real foi encontrada a mais de 550 metros no fundo da caverna Dragão da Neve. Esse pato morreu na superfície do glaciar há muito tempo e suas penas finalmente atravessaram mais de 30 metros de gelo, caindo dentro da caverna. E este lindo cristal de quartzo também foi encontrado no fundo da caverna Dragão da Neve.
Even now, Brent and I find it hard to believe that all these discoveries were essentially in our own backyard, hidden away, just waiting to be found. Like I said earlier, the idea of discovering in this busy world we live in kind of seems like something you can only do with space travel now, but that's not true. Every year, new caves get discovered that no one has ever been in before. So it's actually not too late for one of you to become a discoverer yourself. You just have to be willing to look and go where people don't often go and focus your eyes and your mind to recognize the discovery when you see it, because it might be in your own backyard.
Brent e eu ainda achamos difícil acreditar que todas essas descobertas estavam, basicamente, em nosso próprio quintal, escondidas, simplesmente esperando para serem encontradas. Como disse antes, a ideia de descobertas, neste mundo frenético em que vivemos, parece algo que só pode ser feito através de viagens ao espaço hoje em dia, mas isso não é verdade. Todos os anos, novas cavernas são descobertas, nas quais ninguém jamais esteve antes. Então, na verdade, não é tarde demais para que vocês também se tornem descobridores. Só precisam estar dispostos a procurar, a ir aonde as pessoas geralmente não vão e a focar seus olhos e sua mente para reconhecer a descoberta quando a avistarem, porque ela pode estar em seu próprio quintal.
Thank you very much.
Muito obrigado.
(Applause)
(Aplausos)