I want to talk about penguins today. But first, I want to start by saying that we need a new operating system, for the oceans and for the Earth. When I came to the Galapagos 40 years ago, there were 3,000 people that lived in the Galapagos. Now there are over 30,000. There were two Jeeps on Santa Cruz. Now, there are around a thousand trucks and buses and cars there. So the fundamental problems that we face are overconsumption and too many people. It's the same problems in the Galapagos, except, obviously, it's worse here, in some ways, than other places. Because we've only doubled the population of the Earth since the 1960s -- a little more than doubled -- but we have 6.7 billion people in the world, and we all like to consume. And one of the major problems that we have is our operating system is not giving us the proper feedback. We're not paying the true environmental costs of our actions.
Hoje vou falar de pinguins. Mas, primeiro, quero começar por dizer que precisamos de um novo sistema de exploração tanto para os oceanos como para a Terra. Quando cheguei aos Galápagos há 40 anos, havia 3000 pessoas a viver nos Galápagos. Agora há mais de 30 000. Havia dois jipes em Santa Cruz. Agora há cerca de mil camiões, autocarros e automóveis. Os problemas fundamentais que temos pela frente são o consumo exagerado e demasiadas pessoas. É o mesmo problema nos Galápagos, exceto, obviamente, que, de certa forma, aqui é pior do que noutros locais, porque a população do planeta duplicou desde os anos 60 — um pouco mais que o dobro. Temos 6700 milhões de pessoas no mundo e todos gostamos de consumir. Um dos principais problemas que temos é o nosso sistema de exploração que não nos dá um "feedback" adequado. Não estamos a pagar o custo ambiental real das nossas ações.
And when I came at age 22 to live on Fernandina, let me just say, that I had never camped before. I had never lived alone for any period of time, and I'd never slept with sea lions snoring next to me all night. But moreover, I'd never lived on an uninhabited island. Punta Espinosa is where I lived for over a year, and we call it uninhabited because there are no people there. But it's alive with life; it's hardly uninhabited. So a lot has happened in the last 40 years,
Quando, aos 22 anos, vim viver para Fernandina, devo confessar, nunca tinha acampado. Nunca tinha vivido sozinha por pouco tempo que fosse e nunca tinha dormido com leões-marinhos, a ressonar ao meu lado durante toda a noite. Mais ainda, nunca tinha vivido numa ilha desabitada. Vivi em Punta Espinosa durante mais de um ano. Chamávamos-lhe desabitada porque não havia lá pessoas. Mas transborda de vida. Não é nada desabitada. Muita coisa aconteceu nos últimos 40 anos.
and what I learned when I came to the Galapagos is the importance of wild places, wild things, certainly wildlife, and the amazing qualities that penguins have. Penguins are real athletes: They can swim 173 kilometers in a day. They can swim at the same speed day and night -- that's faster than any Olympic swimmer. I mean, they can do like seven kilometers an hour and sustain it. But what is really amazing, because of this deepness here, Emperor penguins can go down more than 500 meters and they can hold their breath for 23 minutes. Magellanic penguins, the ones that I work on, they can dive to about 90 meters and they can stay down for about 4.6 minutes. Humans, without fins: 90 meters, 3.5 minutes. And I doubt anybody in this room could really hold their breath for 3.5 minutes. You have to train to be able to do that. So penguins are amazing athletes.
O que aprendi, quando vim para os Galápagos, foi a importância dos locais selvagens, dos seres selvagens, da vida selvagem e das qualidades espantosas que os pinguins têm. Os pinguins são uns verdadeiros atletas. Podem nadar 173 km por dia. Podem nadar à mesma velocidade, tanto de dia como de noite — nadam mais depressa do que um nadador olímpico. Ou seja, podem nadar a 7 km/hora e manter essa velocidade. Mas o que é deveras espantoso, por causa da profundidade aqui é que os pinguins-imperadores podem mergulhar a mais de 500 metros e podem suster a respiração durante 23 minutos. Os pinguins-de-magalhães, aqueles com que trabalho, podem mergulhar a cerca de 90 metros e manter-se lá e baixo durante cerca de 4,6 minutos. Os seres humanos, sem barbatanas: 90 metros, 3 minutos e meio, mas duvido que haja alguém nesta sala que consiga suster a respiração durante 3 minutos e meio. É preciso trenar muito para o conseguir. Assim, os pinguins são atletas espantosos.
The other thing is, I've never met anybody that really doesn't say that they like penguins. They're comical, they walk upright, and, of course, they're diligent. And, more importantly, they're well-dressed. So they have all the criteria that people normally like. But scientifically, they're amazing because they're sentinels. They tell us about our world in a lot of different ways, and particularly the ocean.
A outra coisa é que eu nunca encontrei ninguém que não diga que gosta de pinguins. São cómicos, andam em pé e, claro, são diligentes. Mais importante ainda, andam bem vestidos. Portanto, obedecem a todos os critérios de que as pessoas normalmente gostam. Mas cientificamente, são espantosos porque são sentinelas. Falam-nos do nosso mundo de muitas maneiras diferentes em especial do oceano.
This is a picture of a Galapagos penguin that's on the front of a little zodiac here in the Galapagos. And that's what I came to study. I thought I was going to study the social behavior of Galapagos penguins, but you already know penguins are rare. These are the rarest penguins in the world. Why I thought I was going to be able to do that, I don't know. But the population has changed dramatically since I was first here. When I counted penguins for the first time and tried to do a census, we just counted all the individual beaks that we could around all these islands. We counted around 2,000, so I don't know how many penguins there really are, but I know I can count 2,000. If you go and do it now, the national parks count about 500. So we have a quarter of the penguins that we did 40 years ago. And this is true of most of our living systems. We have less than we had before, and most of them are in fairly steep decline. And I want to just show you a little bit about why.
Esta é uma foto de um pinguim dos Galápagos na beira de um pequeno zodíaco nos Galápagos. É o que eu vim estudar. Eu julgava que ia estudar o comportamento social dos pinguins dos Galápagos mas, como sabem, os pinguins são raros. Estes são os pinguins mais raros do mundo, Não sei porque é que eu pensava que seria capaz disso. Mas a população mudou drasticamente desde que estive aqui a primeira vez. Quando contei os pinguins pela primeira vez e tentei fazer um recenseamento, só contámos todos os bicos individuais que podíamos em volta destas ilhas. Contámos uns 2000, mas não sei ao certo quantos pinguins havia. Mas sei que contei até 2000. Se lá forem hoje, os parques nacionais contam cerca de 500. Portanto, temos um quarto dos pinguins que tínhamos há 40 anos. Isto passa-se com a maior parte dos nossos sistemas de vida. Temos menos do que tínhamos outrora e a maior parte está num declínio acentuado. Quero mostrar-vos porquê.
(Braying)
(Zurro)
That's a penguin braying to tell you that it's important to pay attention to penguins. Most important of all, I didn't know what that was the first time I heard it. And you can imagine sleeping on Fernandina your first night there and you hear this lonesome, plaintful call. I fell in love with penguins, and it certainly has changed the rest of my life. What I found out I was studying is really the difference in how the Galapagos changes, the most extreme variation. You've heard about these El Ninos, but this is the extreme that penguins all over the world have to adapt to. This is a cold-water event called La Nina. Where it's blue and it's green, it means the water is really cold. And so you can see this current coming up -- in this case, the Humboldt Current -- that comes all the way out to the Galapagos Islands, and this deep undersea current, the Cromwell Current, that upwells around the Galapagos. That brings all the nutrients: When this is cold in the Galapagos, it's rich, and there's plenty of food for everyone.
Isto é um pinguim a zurrar para nos dizer que é importante prestar atenção aos pinguins. O mais importante de tudo é que eu não sabia o que era a primeira vez que ouvi isto. Podem imaginar, dormir na Fernandina a primeira noite e ouvir este apelo solitário e lamentoso. Apaixonei-me pelos pinguins e isso mudou o resto da minha vida. Descobri que, afinal, estava a estudar a diferença em como os Galápagos mudam, as variações mais extremas. Já ouviram falar dos El Niños mas esse é um extremo a que os pinguins de todo o mundo se têm de adaptar. Isto é um incidente de água fria chamado La Niña. Onde está azul ou verde, significa que a água está muito fria. Podemos ver a corrente a subir — neste caso é a Corrente Humboldt — que passa perto das ilhas Galápagos e esta corrente submarina, a Corrente Cromwell, que aparece em volta dos Galápagos. Transporta todos os nutrientes. Quando está fria nos Galápagos, é rica, há muita comida para todos.
When we have extreme El Nino events, you see all this red, and you see no green out here around the Galapagos. That means that there's no upwelling, and there's basically no food. So it's a real desert for not only for the penguins and the sea lions and the marine iguanas ... things die when there's no food. But we didn't even know that that affected the Galapagos when I went to study penguins. And you can imagine being on an island hoping you're going to see penguins, and you're in the middle of an El Nino event and there are no penguins. They're not breeding; they're not even around. I studied marine iguanas at that point. But this is a global phenomenon, we know that.
Quando temos situações extremas de El Niño, vemos isto tudo a vermelho, não vemos verde nenhum aqui em volta dos Galápagos. Isso significa que não há refluxo e, portanto, não há comida. É um verdadeiro deserto para os pinguins, para os leões-marinhos e para as iguanas marinhas. As coisas morrem quando não há comida. Mas nem sequer sabíamos que isso afetava os Galápagos quando fui para lá estudar os pinguins. Imaginem estar numa ilha na esperança de ver pinguins e encontrar-se no meio de um El Niño e não haver pinguins nenhuns. Não estão a procriar, não andam por ali. Nessa altura, estudei iguanas marinhas. Mas isto é um fenómeno global, como sabemos.
And if you look along the coast of Argentina, where I work now, at a place called Punta Tombo -- the largest Magellanic penguin colony in the world down here about 44 degrees south latitude -- you see that there's great variation here. Some years, the cold water goes all the way up to Brazil, and other years, in these La Nina years, it doesn't. So the oceans don't always act together; they act differently, but that is the kind of variation that penguins have to live with, and it's not easy. So when I went to study the Magellanic penguins, I didn't have any problems. There were plenty of them.
Se observarmos a costa da Argentina, onde trabalho agora, num sítio chamado Punta Tombo — a maior colónia do mundo de pinguins-de-magalhães — aqui a cerca de 44 graus de latitude sul, vemos que há aqui uma grande variação. Nuns anos, a água fria sobe até ao Brasil e noutros anos, nos anos de La Niña, não sobe. Portanto, os oceanos nem sempre atuam juntos, mas de modo diferente, com este tipo de variação com que os pinguins têm de viver e isso não é fácil. Quando fui estudar os pinguins-de-magalhães, não tive quaisquer problemas. Havia imensos.
This is a picture at Punta Tombo in February showing all the penguins along the beach. I went there because the Japanese wanted to start harvesting them and turning them into high fashion golf gloves, protein and oil. Fortunately, nobody has harvested any penguins and we're getting over 100,000 tourists a year to see them. But the population is declining and it's declined fairly substantially, about 21 percent since 1987, when I started these surveys, in terms of number of active nests. Here, you can see where Punta Tombo is, and they breed in incredibly dense colonies. We know this because of long-term science, because we have long-term studies there. And science is important in informing decision makers, and also in changing how we do and knowing the direction of change that we're going in.
Esta é uma foto em Punta Tombo, em fevereiro, que mostra todos os pinguins na praia. Fui lá porque os japoneses queriam começar a apanhá-los e a transformá-los em luvas de golfe da última moda, em proteínas e em óleo. Felizmente, nunca ninguém apanhou pinguins e estamos a ter mais de 100 000 turistas por ano para os verem. Mas a população está a diminuir e a diminuir substancialmente, cerca de 21% desde 1987, quando comecei estes estudos em termos do número de ninhos ativos. Aqui vemos onde fica Punta Tomo. Eles procriam em colónias incrivelmente densas. Sabemos isso por causa da ciência a longo prazo porque temos estudos a longo prazo. A ciência é importante para informar quem toma decisões e também para alterar a forma como fazemos e saber em que direção vamos com essa alteração.
And so we have this penguin project. The Wildlife Conservation Society has funded me along with a lot of individuals over the last 27 years to be able to produce these kinds of maps. And also, we know that it's not only Galapagos penguins that are in trouble, but Magellanics and many other species of penguins. And so we have started a global penguin society to try to focus on the real plight of penguins. This is one of the plights of penguins: oil pollution. Penguins don't like oil and they don't like to swim through oil. The nice thing is, if you look down here in Argentina, there's no surface oil pollution from this composite map. But, in fact, when we went to Argentina, penguins were often found totally covered in oil. So they were just minding their own business. They ended up swimming through ballast water that had oil in it. Because when tankers carry oil they have to have ballast at some point, so when they're empty, they have the ballast water in there. When they come back, they actually dump this oily ballast water into the ocean. Why do they do that? Because it's cheaper, because they don't pay the real environmental costs. We usually don't, and we want to start getting the accounting system right so we can pay the real cost.
Temos um projeto para pinguins, com o apoio da Wildlife Conservation Society que me financiou, juntamente com muitos indivíduos nos últimos 27 anos para poder produzir este tipo de mapas. Também sabemos que não são só os pinguins dos Galápagos que estão em dificuldades, mas os pinguins-de-magalhães e outras espécies de pinguins. Assim, iniciámos uma sociedade mundial de pinguins para nos concentrarmos no flagelo real dos pinguins. Este é outro dos flagelos dos pinguins: o petróleo. Os pinguins não gostam de petróleo, não gostam de nadar no meio de petróleo. Felizmente, aqui no mapa, na Argentina, não há poluição de petróleo à superfície. Mas, quando fomos à Argentina, encontrámos com frequência pinguins totalmente cobertos de petróleo. Estavam a nadar tranquilamente e acabaram a nadar na água do lastro que continha petróleo. Porque, quando os petroleiros transportam carga, a certa altura têm de despejar o lastro e, nessa altura, despejam água. Mas essa água de lastro que despejam no oceano contém resíduos de petróleo. Porque é que fazem isso? Porque é mais barato, não pagam os custos ambientais reais. Nós, normalmente, não o fazemos e queremos começar a fazer bem as contas para podermos pagar o custo real.
At first, the Argentine government said, "No, there's no way. You can't find oiled penguins in Argentina. We have laws, and we can't have illegal dumping; it's against the law." So we ended up spending nine years convincing the government that there were lots of oiled penguins. In some years, like this year, we found more than 80 percent of the adult penguins dead on the beach were covered in oil. These little blue dots are the fledglings -- we do this survey every March -- which means that they're only in the environment from January until March, so maybe three months at the most that they could get covered in oil. And you can see, in some years over 60 percent of the fledglings were oiled.
A princípio, o governo da Argentina disse: "Nem pensar, não há pinguins com petróleo na Argentina. "Temos leis, "e não pode haver despejos ilegais, é contra a lei". Por isso, gastámos nove anos a convencer o governo de que havia muitos pinguins com petróleo. Nalguns anos, como este ano, encontrámos mais de 80% dos pinguins adultos mortos na praia cobertos de petróleo. Estes pontinhos azuis são os jovens — fazemos este estudo todos os anos em março — que só se encontram no seu meio de janeiro até março, durante três meses no máximo que podem ficar cobertos de petróleo. Vemos que, nalguns anos, são mais de 60% dos jovens que ficaram cobertos de petróleo.
Eventually, the government listened and, amazingly, they changed their laws. They moved the tanker lanes 40 kilometers farther off shore, and people are not doing as much illegal dumping. So what we're seeing now is very few penguins are oiled. Why are there even these penguins oiled? Because we've solved the problem in Chubut province, which is like a state in Argentina where Punta Tombo is -- so that's about 1,000 kilometers of coastline -- but we haven't solved the problem in northern Argentina, Uruguay and Brazil. So now I want to show you that penguins are affected.
Por fim, o governo deu ouvidos e, surpreendentemente, alteraram as leis. Mudaram as rotas dos petroleiros para 40 km mais afastadas da costa e as pessoas já não fazem tantos despejos ilegais. Por isso, o que vemos agora é que há poucos pinguins cobertos de petróleo. Mas porque é que ainda há pinguins com petróleo? Porque resolvemos o problema na província de Chubut, que é como um estado na Argentina, onde se situa Punta Tombo — são cerca de 1000 km de linha de costa — mas não resolvemos o problema no norte da Argentina, no Uruguai e no Brasil. Agora vou mostrar que os pinguins estão em perigo.
I'm just going to talk about two things. This is climate change. Now this has really been a fun study because I put satellite tags on the back of these Magellanic penguins. Try to convince donors to give you a couple thousand dollars to glue a satellite tag on the back of penguins. But we've been doing this now for more than a decade to learn where they go. We thought we needed a marine protected area of about 30 kilometers, and then we put a satellite tag on the back of a penguin. And what the penguins show us -- and these are all the little dots from where the penguins' positions were for penguins in incubation in 2003 -- and what you see is some of these individuals are going 800 kilometers away from their nests. So that means as their mate is sitting on the nest incubating the eggs, the other one is out there foraging, and the longer they have to stay gone, the worse condition the mate is in when the mate comes back. And, of course, all of this then leads to a vicious cycle and you can't raise a lot of chicks.
Vou falar de duas coisas. Isto é a alteração climática. Isto foi um estudo muito divertido porque pus recetores por satélite nas costas destes pinguins-de-magalhães. Tentem convencer doadores a dar alguns milhares de dólares para colar um recetor por satélite nas costas de pinguins. Já fazemos isto há mais de 10 anos para sabermos onde é que eles vão. Pensamos que precisávamos de uma área marinha protegida com uns 30 quilómetros. Depois pusemos recetores nos pinguins. O que os pinguins nos disseram — são todos estes pontinhos das posições onde os pinguins estavam na época de incubação em 2003 — e vemos que alguns destes indivíduos se afastam 800 km dos seus ninhos. Isso significa que o parceiro fica no ninho a incubar os ovos, enquanto o outro vai buscar comida. Quanto mais tempo ficarem longe, pior é a situação do companheiro quando o primeiro voltar. Claro que tudo isto provoca um círculo vicioso e não é possível criar muitas crias.
Here you see in 2003 -- these are all the dots of where the penguins are -- they were raising a little over a half of a chick. Here, you can see in 2006, they raised almost three quarters of a chick per nest, and you can see that they're closer to Punta Tombo; they're not going as far away. This past year, in 2009, you can see that they're now raising about a fourth of a chick, and some of these individuals are going more than 900 kilometers away from their nests. So it's kind of like you having a job in Chicago, and then you get transferred to St. Louis, and your mate is not happy about this because you've got to pay airfare, because you're gone longer. The same thing's true for penguins as well. And they're going about, on average now, 40 kilometers farther than they did a decade ago.
Vemos aqui em 2003 — são todos os pontos onde estão os pinguins — estão a criar um pouco mais de meia cria por ninho. Vemos aqui em 2006, criaram quase três quartos de crias por ninho. Vemos que os que estão mais perto de Punta Tombo, não precisam de ir tão longe. No ano passado, em 2009, vemos que estão a criar cerca de um quarto de cria por ninho e alguns destes indivíduos se afastam mais de 900 km dos seus ninhos. É como se tivéssemos um emprego em Chicago e depois fôssemos transferidos para St. Louis. O nosso companheiro não fica muito feliz porque temos de pagar bilhete de avião, porque vamos ficar longe mais tempo. O mesmo acontece com os pinguins. E agora, em média, afastam-se mais 40 km do que faziam há 10 anos.
We need to be able to get information out to the general public. And so we started a publication with the Society for Conservation that we think presents cutting-edge science in a new, novel way, because we have reporters that are good writers that actually can distill the information and make it accessible to the general public. So if you're interested in cutting-edge science and smarter conservation, you should join with our 11 partners -- some of them here in this room, like the Nature Conservancy -- and look at this magazine because we need to get information out about conservation to the general public.
Precisamos de fazer chegar estes dados ao público em geral. Então, criámos uma publicação com a Sociedade para a Conservação que eu penso que apresenta ciência de ponta numa forma nova, porque temos repórteres que são bons escritores que destilam as informações e tornam-nas acessíveis ao público em geral. Portanto, se estiverem interessados em ciência de ponta e em conservação inteligente, devem juntar-se aos nossos 11 parceiros — alguns deles estão nesta sala, como a Nature Conservancy — e vejam essa revista porque precisamos de ter informações sobre a conservação para o público em geral.
Lastly I want to say that all of you, probably, have had some relationship at some time in your life with a dog, a cat, some sort of pet, and you recognized that those are individuals. And some of you consider them almost part of your family. If you had a relationship with a penguin, you'd see it in the same sort of way. They're amazing creatures that really change how you view the world because they're not that different from us: They're trying to make a living, they're trying to raise their offspring, they're trying to get on and survive in the world.
Por fim, quero dizer que todos vocês, provavelmente, tiveram uma relação em qualquer período da vossa vida, com um cão, um gato qualquer animal de estimação, e reconheceram que eram indivíduos. Alguns de vocês consideram-nos quase como parte da família. Se tivessem uma relação com um pinguim, vê-lo-iam da mesma forma. São criaturas fantásticas que mudam a forma como vemos o mundo porque não são lá muito diferentes de nós. Tentam sobreviver, tentam criar a sua prole, tentam continuar e sobreviver no mundo.
This is Turbo the Penguin. Turbo's never been fed. He met us and got his name because he started standing under my diesel truck: a turbo truck, so we named him Turbo. Turbo has taken to knocking on the door with his beak, we let him in and he comes in here. And I just wanted to show you what happened one day when Turbo brought in a friend. So this is Turbo. He's coming up to one of my graduate students and flipper patting, which he would do to a female penguin. And you can see, he's not trying to bite. This guy has never been in before and he's trying to figure out, "What is going on? What is this guy doing? This is really pretty weird." And you'll see soon that my graduate student ... and you see, Turbo's pretty intent on his flipper patting. And now he's looking at the other guy, saying, "You are really weird." And now look at this: not friendly. So penguins really differ in their personalities just like our dogs and our cats.
Este é Turbo o Pinguim. Nunca alimentámos o Turbo. Ele encontrou-nos e demos-lhe esse nome porque ele começou a meter-se debaixo do meu camião a diesel: um camião turbo, por isso chamamos-lhe Turbo. O Turbo começou a bater à porta com o bico, deixávamo-lo passar e ele entrava. Vou mostrar-vos o que aconteceu um dia quando o Turbo trouxe um amigo. Este é o Turbo. Chega-se ao pé de um dos meus alunos e dá-lhe palmadinhas com a asa como faria a um pinguim fêmea. Como veem, não está a tentar morder. O outro nunca ali tinha estado e está a tentar perceber: "O que é que se passa? O que é que ele está a fazer? "Isto é muito estranho". Vão ver que o meu aluno... Como veem, o Turbo é muito insistente com as palmadinhas da asa. Agora, está a olhar para o outro, a dizer: "És mesmo esquisito". Agora olhem para isto: pouco amigável. Os pinguins têm personalidades diferentes, tal como os nossos cães ou gatos.
We're also trying to collect our information and become more technologically literate. So we're trying to put that in computers in the field. And penguins are always involved in helping us or not helping us in one way or another. This is a radio frequency ID system. You put a little piece of rice in the foot of a penguin that has a barcode, so it tells you who it is. It walks over the pad, and you know who it is.
Também estamos a tentar obter informações e tornarmo-nos mais literatos do ponto de vista tecnológico. Então, estamos a tentar colocar isto em computadores no terreno. Os pinguins estão sempre dispostos a ajudar-nos ou a não nos ajudar, de uma maneira ou outra. Este é um sistema de identificação por rádio-frequência. Pomos um grão de arroz na pata de um pinguim com um código de barras, que nos diz quem ele é. Ele passa pelo leitor e sabemos quem ele é.
Okay, so here are a few penguins coming in. See, this one's coming back to its nest. They're all coming in at this time, walking across there, just kind of leisurely coming in. Here's a female that's in a hurry. She's got food. She's really rushing back, because it's hot, to try to feed her chicks. And then there's another fellow that will leisurely come by. Look how fat he is. He's walking back to feed his chicks. Then I realize that they're playing king of the box. This is my box up here, and this is the system that works. You can see this penguin, he goes over, he looks at those wires, does not like that wire. He unplugs the wire; we have no data.
Temos aqui alguns pinguins a entrar. Este está a voltar para o ninho. Estão todos a voltar, nesta época, passam por ali, calmamente. Esta é uma fêmea apressada. Arranjou comida. Está com muita pressa, porque está calor, vai alimentar as suas crias. Depois, há outro tipo que aparece descontraído. Reparem como é gordo. Vai ter com os pintos para os alimentar. Depois, percebo que estão a brincar aos reis da caixa. Esta é a caixa onde está instalado o sistema. Vemos este pinguim, vai até lá, olha para aqueles fios, não gosta daquele fio. Arranca o fio; deixamos de ter dados.
(Laughter)
(Risos)
So, they really are pretty amazing creatures. OK. Most important thing is: Only you can change yourself, and only you can change the world and make it better, for people as well as penguins.
São, de facto, umas criaturinhas fantásticas. Ok. A coisa mais importante é: Só nós podemos mudar-nos a nós mesmos, só nós podemos mudar o mundo e torná-lo melhor para as pessoas, e para os pinguins.
So, thank you very much. (Applause)
Por isso, muito obrigado.