So I thought I'd talk about identity. That's sort of an interesting enough topic to me. And the reason was, because when I was asked to do this, I'd just read in one of the papers, I can't remember, something from someone at Facebook saying, "Well, we need to make everybody use their real names, and then that's basically all the problems solved." And that's so wrong, that's such a fundamentally reactionary view of identity, and it's going to get us into all sorts of trouble. And so what I thought I'd do is, I'll explain four sort of problems about it, and then I'll suggest a solution, which, hopefully, you might find interesting.
Eu resolvi falar de identidade. É um tópico bem interessante para mim. E a razão disso foi que, quando me pediram para dar a palestra, eu tinha acabado de ler em algum lugar, não me lembro onde, alguém do Facebook dizendo "temos que fazer todo mundo usar o verdadeiro nome", e pronto, fim do problema. E isso está muito errado. Esse é um jeito basicamente reacionário de se ver a identidade, e que iria nos causar um sem-número de problemas. E o que me ocorreu foi explicar quatro tipos de problemas dessa visão e então propor uma solução, com sorte, uma que vocês achem interessante.
So just to frame the problem: What does "authenticity" mean? That's me, that's a camera phone picture of me looking at a painting.
Então só para definir o problema, o que significa autenticidade? Esse sou eu, uma foto minha no celular olhando um quadro.
[What's the Problem?]
Esse quadro foi pintado
That's a painting that was painted by a very famous forger, and because I'm not very good at presentations, I already can't remember the name that I wrote on my card. And he was incarcerated in, I think, Wakefield Prison, for forging masterpieces by, I think, French Impressionists. And he's so good at it that when he was in prison, everybody in prison, the governor and whatever, wanted him to paint masterpieces to put on the walls because they were so good. And so that's a masterpiece, which is a fake of a masterpiece, and bonded into the canvas is a chip which identifies that as a real fake, if you see what I mean.
por um falsificador muito famoso, e já que eu sou péssimo para falar em público, eu já esqueci o nome que estava no cartão. Ele foi preso na Penitenciária Wakefield, se não me engano, por falsificar obras primas de impressionistas franceses, eu acho. E ele é tão bom nisso que, dentro da prisão, todo mundo de lá, o diretor e tal, queria que ele pintasse obras-primas para pendurar nas paredes, de tão boas que eram. Isso é uma obra-prima que é uma falsificação de uma obra-prima, e preso na tela há um chip que mostra que ela é uma verdadeira farsa, se é que me entendem.
(Laughter)
(Risos)
So when we're talking about authenticity, it's a little more fractal than it appears, and that's a good example to show it. I tried to pick four problems that will frame the issue properly.
Quando falamos de autenticidade, o negócio é um pouco mais abstrato do que parece, e esse é um bom exemplo. Escolhi quatro problemas que vão demonstrar a situação.
So the first problem, I thought, chip and PIN, right?
O primeiro problema, pensei eu,
[Banks and legacies bringing down the system from within]
seriam cartões com chip, certo? [Derrubando o sistema por dentro]
[Offline solutions do not work online]
[Soluções offline não funcionam online]
Everyone's got a chip and PIN card, right? So why is that a good example? That's the example of how legacy thinking about identity subverts the security of a well-constructed system. That chip-and-PIN card that's in your pocket has a little chip on it that cost millions of pounds to develop, is extremely secure, you can put scanning electron microscopes on it, you can try and grind it down, blah blah blah. Those chips have never been broken, whatever you read in the paper. And for a joke, we take that supersecure chip, and we bond it to a trivially counterfeitable magnetic stripe. And for very lazy criminals, we still emboss the card. So if you're a criminal in a hurry and you need to copy someone's card, you can just stick a piece of paper on it and rub a pencil over it just to speed things up. And even more amusingly, and on my debit card, too, we print the name and the sort code and everything else on the front. Why? There is no earthly reason why your name is printed on a chip-and-PIN card. And if you think about it, it's even more insidious and perverse than it seems at first. Because the only people that benefit from having the name on the card are criminals. You know what your name is, right?
Todos têm um cartão com chip. E por que é um bom exemplo? Porque demonstra como uma visão saudosista da identidade sabota a segurança de um sistema bem construído. Esse cartão que vocês têm no bolso, ele tem um chip que custou milhões para ser desenvolvido e que é extremamente seguro. Você pode escaneá-lo com microscópios eletrônicos, pode tentar triturá-lo, blá, blá, blá. Esses chips nunca foram invadidos, não importa o que o jornal diz. E só de zoeira, nós pegamos esse chip superseguro, o prendemos em uma fita magnética ridiculamente fácil de falsificar e para os criminosos mais preguiçosos, fazemos o cartão em alto-relevo. Então, se você for um ladrão com pressa que precise copiar o cartão de alguém, é só colocar um papel em cima e sombrear com lápis, só para acelerar as coisas. E para dar mais graça, isso até no meu cartão de débito, nós imprimimos o nome, o código SALT e tudo mais bem na frente. E por quê? Não há nenhuma razão evidente para o seu nome estar em um cartão chipado. E se pararmos para pensar, a coisa é ainda mais perversa do que parece à princípio. Porque as únicas pessoas que se beneficiam do seu nome estar no cartão são os criminosos. Você sabe o seu nome, não sabe?
(Laughter)
(Risos)
And when you go into a shop and buy something, it's a PIN -- he doesn't care what the name is. The only place you ever have to write your name on the back is in America. Whenever I go to America, and I have to pay with a magstripe on the back of the card, I always sign it "Carlos Tethers" anyway, just as a security mechanism, because if a transaction ever gets disputed, and it comes back and it says "Dave Birch," I know it must have been a criminal, because I would never sign it "Dave Birch."
E quando você vai na loja comprar alguma coisa, pede-se a senha, o seu nome não importa. O único país onde você tem que assinar o recibo, no momento, são os EUA. E sempre que eu vou para lá e preciso pagar com a fita magnética, eu sempre assino Carlos Tethers, só por segurança, assim, se protestarem uma compra e no recibo disser Dave Birch, eu tenho certeza que foi um criminoso, já que eu não assino como Dave Birch. (Risos)
(Laughter)
Então, se vocês perderem o cartão na rua,
So if you drop your card in the street, it means a criminal can pick it up and read it. They know the name, from the name, they can find the address, and then they can go off and buy stuff online. Why do we put the name on the card? Because we think identity is something to do with names, and because we're rooted in the idea of the identity card, which obsesses us. And I know it crashed and burned a couple of years ago, but if you're someone in politics or the Home Office or whatever, and you think about identity, you can only think of identity in terms of cards with names on. And that's very subversive in a modern world.
um bandido pode achá-lo e lê-lo. Eles sabem seu nome, pelo nome eles acham o endereço, e aí eles podem sair fazendo compras online. Por que colocamos nomes nos cartões? Porque achamos que identidade tem a ver com nomes, e porque estamos presos à noção do cartão de identidade, com a qual somos obcecados. E eu sei que ela caiu por terra já faz alguns anos, mas se você é político, trabalha no governo ou algo assim, e pensar sobre identidade, você só consegue pensar em cartões com nomes escritos. E isso é muito subversivo no mundo moderno.
So the second example I thought I'd use is chat rooms.
O segundo exemplo que me ocorreu são as salas de chat.
[Chatrooms and Children]
Eu tenho muito orgulho dessa foto, esse é o meu filho
I'm very proud of that picture. That's my son playing in his band with his friends for the first-ever gig, I believe you call it, where he got paid.
tocando na banda dele com os amigos na primeira apresentação, acho que o nome é esse, quando lhe pagam.
(Laughter)
(Risos)
And I love that picture. I'll like the picture of him getting into medical school a lot better,
E eu adoro essa foto. Eu gosto muito mais daquela quando entrou na faculdade de medicina
(Laughter)
(Risos) Mas eu vou com essa para o assunto.
I like that one for the moment. Why do I use that picture? Because that was very interesting, watching that experience as an old person.
E por que eu a uso? Porque foi algo muito interessante de se ver, sendo mais velho. Ele e os amigos,
So him and his friends, they get together, they booked a room, like a church hall, and they got all their friends who had bands, got them together, and they do it all on Facebook, and then they sell tickets, and the first band on the -- I was going to say "menu," that's probably the wrong word for it, isn't it? The first band on the list of bands that appears at some public music performance of some kind gets the sales from the first 20 tickets, then the next band gets the next 20, and so on. They were at the bottom of the menu, like, fifth, I thought they had no chance. He actually got 20 quid. Fantastic, right? But my point is, that all worked perfectly, except on the web.
eles se juntaram, alugaram um salão, tipo um salão de igreja, pegaram todos os amigos que tinham bandas, juntaram eles, e fizeram tudo pelo Facebook. Venderam ingressos, daí a primeira banda do... eu ia dizer "cardápio", mas não deve ser a palavra certa, não é? A primeira banda da lista a aparecer nessa apresentação pública musical ou sei lá o que, recebe o dinheiro dos primeiros 20 ingressos. A segunda banda recebe o dos 20 seguintes e por aí vai. Eles estavam no fim da lista, tipo em quinto lugar, eu achava que eles não tinham chance. E ele acabou ganhando 20 mangos. Não é fantástico? O que eu quero dizer é: o esquema funcionou perfeitamente, exceto na internet.
So they're sitting on Facebook, and they're sending these messages and arranging things, and they don't know who anybody is, right? That's the problem we're trying to solve. If only they were using real names, then you wouldn't be worried about them on the internet. So when he says to me, "Oh, I want to go to a chat room to talk about guitars" or something, I'm like, "Oh, well, I don't want you to go into a chat room to talk about guitars, because they might not all be your friends, and some of the people that are in the chat room might be, you know, perverts and teachers and vicars --"
Lá estão eles, no Facebook, mandando mensagens, organizando tudo e eles não sabem quem ninguém é, certo? Esse é o problema que estamos tentando resolver. Se esolvessem usar seus nomes reais, vocês não teriam que se preocupar com eles na internet. Quando ele chegou para mim e disse: "Ah, eu queria entrar num chat para falar de guitarras" ou algo assim, eu falei: "Olha, eu não queria que você fizesse isso, nem todo mundo lá vai ser seu amigo, algumas dessas pessoas na sala de chat podem ser pervertidos, professores ou picaretas". (Risos)
(Laughter)
Quer dizer, é o que costuma aparecer no jornal, não é?
I mean, they generally are, when you look in the paper, right? "So I want to know who all the people in the chat room are. So, OK, you can go in the chat room, but only if everybody in the chat room is using their real names, and they submit full copies of their police report."
Eu quero saber quem são todas essas pessoas no chat. Tudo bem, você pode ir lá, mas só se todo mundo lá dentro estiver usando nomes verdadeiros e mandarem cópias completas das folhas de antecedentes.
(Laughter)
Mas, claro, se alguém do chat pedisse o nome verdadeiro dele,
But of course, if anybody in the chat room asked for his real name, I'd say, "No. You can't give them your real name, because what happens if they turn out to be perverts and teachers and whatever?"
eu diria não. Não fale seu nome. Porque sabe-se lá se são pervertidos, professores e tal. Então há esse paradoxo esquisito
So you have this odd sort of paradox where I'm happy for him to go into this space if I know who everybody else is, but I don't want anybody else to know who he is. And so you get this sort of logjam around identity, where you want full disclosure from everybody else, but not from yourself. And there's no progress, we get stuck. So the chat room thing doesn't work properly, and it's a very bad way of thinking about identity.
em que eu aceito, feliz, que ele vá para um lugar onde eu saiba quem é todo mundo, mas não querendo que ninguém saiba quem ele é. Então ficamos com esse problema em torno da identidade, em que você quer transparência de todo mundo, menos de você mesmo. E assim, não há progresso. Ficamos empacados. O negócio dos chats não funciona direito, e esse é um jeito muito ruim de se pensar sobre identidade.
Cheerleading ... so, on my RSS feed, I saw this thing about -- I just said something bad about my RSS feed, didn't I? I should stop saying it like that. For some random reason I can't imagine, something about cheerleaders turned up in my in-box. And I read this story about cheerleaders, and it's a fascinating story. This happened a couple of years ago in the US. There were some cheerleaders in a team at a high school in the US, and they said mean things about their cheerleading coach, as I'm sure kids do about all of their teachers all of the time, and somehow, the cheerleading coach found out about this. She was very upset. So she went to one of the girls and said, "You have to give me your Facebook password." I read this all the time, where even at some universities and places of education, kids are forced to hand over their Facebook passwords. So you have to give them your Facebook password. So the kid -- she was a kid! -- what she should have said is, "My lawyer will be calling you first thing in the morning. It's an outrageous imposition on my Fourth Amendment right to privacy. You'll be sued for all the money you've got!" That's what she should have said. But she's a kid, so she hands over the password. The teacher can't log in, because the school has blocked access to Facebook. So the teacher can't log into Facebook till she gets home. So the girl tells her friends, "Guess what happened? The teacher logged in. She knows." So the girls all logged into Facebook and deleted their profiles. So when the teacher logged in, there was nothing there. My point is: those identities, they don't think about them the same way.
Eu vi no meu RSS algo a ver com... Eu acabei de falar algo feio do meu feed, não acabei? Eu tinha que parar de falar assim. Por razões misteriosas que não faço ideia, algo sobre líderes de torcida apareceu na minha caixa. Li essa história sobre elas, realmente fascinante. Aconteceu alguns anos atrás nos Estados Unidos. Em uma escola de ensino médio, uma equipe de líderes de torcida falou mal da técnica delas, coisa que todo jovem faz, o tempo todo, com todos os seus professores. E a técnica de torcida ficou sabendo. Ela ficou muito chateada, e chegou em uma das garotas e disse: "você vai me dar a sua senha do Facebook". Sempre leio sobre casos assim, em que, até em universidades e instituições de ensino, os jovens têm que falar suas senhas. Então você tem que dizer a sua senha do Facebook. Ela era adolescente! O que ela devia ter dito é: "Amanhã cedo, meu advogado vai entrar em contato. Isso é uma violação ultrajante do meu direito constitucional à privacidade e eu vou te processar até o último centavo." Isso é o que ela devia ter dito, mas ela é jovem, então ela entrega a senha. A professora não pode entrar na conta da aluna porque a escola bloqueou o acesso ao Facebook, então ela tem que esperar até chegar em casa. A garota contou para as amigas e adivinhem, então as outras garotas entraram no Facebook pelo celular e deletaram seus perfis. Quando a professora entrou, não tinha nada. O que eu quero dizer é,
Identity is -- especially when you're a teenager -- a fluid thing. You have lots of identities, you experiment with them. And if you have an identity you don't like because it's subverted in some way or it's insecure or it's inappropriate, you just delete it and get another one. The idea that you have an identity that's given to you by someone, the government or whatever, and you have to stick with that identity and use it in all places is absolutely wrong. Why would you want to really know who someone was on Facebook, unless you wanted to abuse them and harass them in some way? It just doesn't work properly.
os jovens não veem a identidade como nós. Ainda mais na adolescência, a identidade é algo fluido. Você pode ter várias delas. E se você tiver uma identidade que não gosta, porque ela foi, de algum modo, subvertida, ou se tornou insegura ou inapropriada, você a apaga e cria outra. A noção de você ter uma identidade que você recebe de alguém, do governo ou seja quem for, e você tem que ficar com ela e usá-la em todo lugar, isso é completamente errado. Por que você iria querer saber quem alguém é no Facebook, a menos que sua intenção fosse maltratá-los e perturbá-los? E mesmo assim não funciona muito bem.
And my fourth example is, there are some cases where you really want to be -- in case you're wondering, that's me at the G20 protest. I wasn't actually at the G20 protest, but I had a meeting at a bank on the day of the G20 protest. And I got an email from the bank, saying, "Please don't wear a suit, because it'll inflame the protesters." I look pretty good in a suit, frankly, so you can see why it would drive them into an anticapitalist frenzy.
O meu quarto exemplo são aqueles casos em que você realmente... Só para constar, esse sou eu no protesto do G20. Eu não participei do protesto, mas eu tinha uma reunião em um banco no mesmo dia, e eu recebi um e-mail deles me alertando para não usar terno, porque iria provocar os manifestantes. Eu fico bem de terno, se me permitem, então dá para ver porque isso causaria um furor anticapitalista.
(Laughter)
(Risos)
So I thought, "Well, if I don't want to inflame the protesters, the obvious thing to do is go dressed as a protester." So I went dressed completely in black, you know, black balaclava ... I had black gloves on but took them off to sign the visitors' book.
Então eu pensei, se não quero provocar os manifestantes, o mais óbvio a se fazer é ir vestido de manifestante. Então fui todo de preto, com essa balaclava preta, e luvas também pretas,
(Laughter)
que tirei para assinar o livro de visitantes.
I'm wearing black trousers and boots, I'm dressed completely in black. I go into the bank at 10am and go, "Hi, I'm Dave Birch, I've got a 3 o'clock with so-and-so." "Sure!" And they sign me in. There's my visitor's badge.
Estou de calça preta, botas pretas, vestido todo de preto. Entrei no banco às 10 horas, falei: "Oi, eu sou Dave Birch, tenho um horário às três". Tudo bem, me deixaram entrar. Aquele é o meu crachá de visitante.
(Laughter)
(Risos)
So this nonsense about "you've got to have real names on Facebook" and whatever, that gets you that kind of security. That gets you "security theater," where there's no actual security, but people are sort of playing parts in a play about security, and as long as everybody learns their lines, everyone's happy. But it's not real security, right? Especially because I hate banks more than the G20 protesters do, because I work for them. I know that things are actually worse than these guys think.
Essa bobagem de ter que dar seu nome verdadeiro no Facebook ou onde for, gera esse tipo de segurança. Gera uma encenação de segurança, onde não há nada concreto mas as pessoas estão atuando em uma peça sobre segurança. Contanto que todo mundo saiba suas falas, todo mundo está feliz. Mas não é segurança de verdade. Especialmente porque odeio bancos mais do que aqueles que protestam, já que eu trabalho para eles. Eu sei que a coisa é pior do que esse povo acha.
(Laughter)
(Risos)
But suppose I worked next to somebody in a bank who was doing something -- you know, they were like people who take the money from banks and don't ... you know, they take the money ... Oh -- "traders." That's the word I was thinking of. Suppose I was sitting next to a rogue trader, and I want to report it to the boss of the bank. So I log on to do a little whistleblowing. I send a message, "This guy's a rogue trader." That message is meaningless if you don't know that I'm a trader at the bank. If that message just comes from anybody, it has zero information value. There's no point in sending that message. You have to know that I'm ... But if I have to prove who I am, I'll never send that message. It's just like the nurse in the hospital reporting the drunk surgeon. That message will only happen if I'm anonymous. So the system has to have ways of providing anonymity in it, otherwise, we don't get where we want to get to.
Mas imaginem que eu trabalhasse ao lado de alguém que está fazendo algo errado. Como se chamam aquelas pessoas que pegam dinheiro dos bancos e não...? Investidores, isso. Imaginem que eu estivesse do lado de um investidor corrupto. e eu quisesse denunciá-lo para o dono do banco. Então eu entro no sistema para dedurar o cara, falando: "Esse cara é corrupto". Essa mensagem não tem sentido se você não souber que eu trabalho no banco. Se a mensagem vier de qualquer um, não tem valor nenhum. Não há razão para mandá-la. Mas se eu tiver que provar quem eu sou, eu nunca vou mandar a mensagem. É o mesmo que a enfermeira denunciando o cirurgião bêbado. Eu só vou fazer a denúncia se ela for anônima, então o sistema tem que me providenciar anonimato, ou não vamos conseguir chegar onde queremos.
So, four issues. So what are we going to do about it? Well, what we tend to do about it is we think about Orwell-space. And we try to make electronic versions of the identity card that we got rid of in 1953. So we think if we had a card -- call it a Facebook login -- which proves who you are, and I make you carry it all the time, that solves the problem. And of course, for all those reasons I've just outlined, it doesn't, and it might make some problems worse. The more times you're forced to use your real identity, certainly in transactional terms, the more likely that identity is to get stolen and subverted. The goal is to stop people from using identity in transactions which don't need identity, which is actually almost all transactions. Almost all of the transactions you do are not "Who are you?" They're "Are you allowed to drive the car?" "Are you allowed in the building?" "Are you over 18?" etcetera, etcetera. So my suggestion -- I, like James, think that there should be a resurgence of interest in R and D.
Quatro problemas. O que vamos fazer a respeito? O que costumamos fazer é pensar sobre o espaço de Orwell e tentar fazer versões eletrônicas dos cartões de identidade de que nos livramos em 1953. Imaginemos que se tivéssemos um cartão, podem chamar de login do Facebook, que provasse quem você é e tivesse que portá-lo o tempo todo, o problema estaria resolvido. E, por tudo isso que acabei de dizer, não está resolvido, e talvez acabe até piorando alguns deles. Quanto mais vezes você é obrigado a usar sua identidade real, certamente para fins de transação, mais provável será seu roubo e uso em fraudes O objetivo é fazer as pessoas pararem de usar a identidade em transações que não precisam delas, que, aliás, são quase todas. Quase todas as transações da vida não envolvem "quem é você?". Elas são coisas como: você pode dirigir esse veículo, você pode entrar nesse prédio, você tem mais de 18 anos etc. etc. A minha sugestão é: Eu, como o James, acho que é necessário um novo aumento de interesse na P&D. Acho que é um problema com solução. É algo que podemos agir para resolver.
I think this is a solvable problem. It's something we can do about. Naturally, in these circumstances, I turn to Doctor Who. Because in this --
Naturalmente, nessas horas, eu me volto para Doctor Who. Porque lá, como em várias outras esferas,
(Laughter)
as in so many other walks of life, Doctor Who has already shown us the answer. So I should say, for some of our foreign visitors: Doctor Who is the greatest living scientist in England --
o Doutor já nos mostrou a resposta. Acho que cabe a mim dizer a alguns convidados estrangeiros que o Doutor é o maior cientista vivo na Inglaterra, (Risos)
(Laughter)
e um farol de verdade e iluminação para todos nós.
and a beacon of truth and enlightenment to all of us. And this is Doctor Who with his "psychic paper." Come on, you guys must have seen Doctor Who's "psychic paper." You're not nerds if you say yes. Who's seen Doctor Who's psychic paper? Oh right, you were in the library the whole time studying, I guess. Is that what you're going to tell us? Doctor Who's psychic paper is: when you hold up the psychic paper, the person, in their brain, sees the thing that they need to see. So I want to show you a British passport, I hold up the psychic paper, you see a British passport. I want to get into a party, I hold up the psychic paper, I show you a party invitation. You see what you want to see. So what I'm saying is, we need to make an electronic version of that, but with one tiny, tiny change, which is that it'll only show you the British passport if I've actually got one. It'll only show you the party invitation if I actually have one. It will only show you that I'm over 18 if I actually am over 18. But nothing else. So you're the bouncer at the pub, you need to know that I'm over 18. Instead of showing you my driving license, which shows you I know how to drive, what my name is, my address, all these kind of things, I show you my psychic paper, and all it tells you is, am I over 18 or not. Right.
Esse é o Doutor, com seu papel psíquico. Qual é? Vocês já devem ter visto o papel psíquico do Doutor. Ninguém vai lhe chamar de nerd. Quem já viu o papel psíquico? Ah, claro, vocês estavam sempre na biblioteca, estudando, não é? É isso que vão dizer? O papel psíquico do Doutor é um objeto que você mostra a alguém e a pessoa, dentro do cérebro dela, vê o que ela precisa ver. Eu quero mostrar um passaporte britânico, eu ergo o papel, e você vê um passaporte britânico. Eu quero entrar em uma festa, ergo o papel e mostro um convite. Você vê o que quer ver. O que estou dizendo é que precisamos de uma versão eletrônica disso, só que com uma mudança pequenininha: ele só vai lhe mostrar o passaporte se eu tiver mesmo um. Só vai mostrar o convite se eu tiver mesmo um. Só vai te dizer que eu sou maior de 18 se eu for maior mesmo. E só isso. Se você for o segurança da boate, você precisa saber que eu sou maior de 18, e ao invés de mostrar minha carteira de motorista, que mostra que eu sei dirigir, qual é o meu nome, meu endereço, todas essas coisas, eu mostro meu papel psíquico e ele lhe diz se eu sou maior de idade ou não. Certo.
Is that just a pipe dream? Of course not, otherwise I wouldn't be here talking. So, in order to build that and make it work, I'm only going to name these things, I'll not go into them: we need a plan, which is, we're going to build this as an infrastructure for everybody to use to solve all of these problems. We're going to make a utility. The utility has to be universal, you can use it everywhere. I'm just giving you little flashes of the technology as we go along.
E isso é só uma viagem minha? Claro que não, ou eu não estaria falando com vocês. Para criar algo assim e fazê-lo funcionar, eu vou só mencionar essas coisas, não vou dar detalhes, precisamos de um plano, no caso, de construir isso como uma infraestrutura que todos possam usar para resolver esses problemas todos. Vamos criar um método, que terá que ser universal, para ser usado em qualquer lugar. Eu vou mostrar um pouco da tecnologia conforme formos avançando.
That's a Japanese ATM, the fingerprint template is stored inside the mobile phone. So when you want to draw money out, you put the phone on the ATM and touch your finger, your fingerprint goes through to the phone, the phone says, "Yes, that's whoever," and the ATM then gives you some money. It has to be a utility that you can use everywhere. It has to be absolutely convenient.
Esse é um caixa eletrônico japonês, o leitor de digitais fica dentro do celular e quando você quer tirar dinheiro, você coloca o celular no caixa e passa o dedo. O celular lê a impressão, diz que sim, é o Fulano, e o caixa entrega o dinheiro. O processo tem de ter aplicação em qualquer lugar. Tem que ser completamente conveniente. Aqui sou eu entrando na boate.
That's me going into the pub. All the device on the door of the pub is allowed is: Is this person over 18 and not barred from the pub? And so the idea is, you touch your ID card to the door, and if I'm allowed in, it shows my picture, if I'm not, it shows a red cross. It doesn't disclose any other information. It has to have no special gadgets. That can only mean one thing, following on from Ross's statement, which I agree with completely: if it means no special gadgets, it has to run on a mobile phone. That's the only choice we have, to make it work on mobile phones. There are 6.6 billion mobile phone subscriptions. My favorite statistic of all time: only 4 billion toothbrushes in the world. That means something. I don't know what.
Tudo que o aparelho na porta vai saber é: essa pessoa tem mais de 18 anos e não foi expulsa da boate? A ideia é: encosto o cartão na porta e se eu puder entrar, ele mostra minha foto, se eu não puder entrar, ele mostra um X vermelho. Nenhuma outra informação é revelada. Nenhum acessório especial tem que ser necessário. Isso só pode gerar uma conclusão, na linha do que o Ross disse, com a qual concordo Se é para não depender de nenhum acessório, tem que funcionar nos celulares. É o único jeito de dar certo. Há 6,6 bilhões de linhas móveis no mundo, e a minha estatística favorita, só 4 bilhões de escovas de dente. Isso quer dizer alguma coisa, só não sei o quê.
(Laughter)
(Risos)
I rely on our futurologists to tell me. It has to be a utility which is extensible. So it has to be something that anybody could build on. Anybody should be able to use this infrastructure; you don't need permissions, licenses, whatever. Anyone should be able to write some code to do this.
Deixo isso nas mãos dos futurologistas. Tem que ser um método expansível, portanto tem que ser algo que qualquer um possa criar em cima. Todo mundo deve ser capaz de usar essa infraestrutura, sem depender de permissões, licenças, nada; todo mundo deve poder escrever código para isso.
Well, you know what symmetry is, so you don't need a picture of it. This is how we're going to do it. We're going to do it using phones and mobile proximity. I'm going to suggest to you the technology to implement Doctor Who's psychic paper is already here, and if any of you have got one of the new Barclay's debit cards with the contactless interface on it, you've already got that technology. Have you ever been up to the big city and used an Oyster card? Does that ring a bell? The technology already exists. The first phones that have the technology built in -- the Google Nexus, the S II, the Samsung Wave 578 -- the first phones that have the technology built into them are already in the shops. So the idea that the gasman can turn up at my mum's door, and he can show my mum his phone, and she can tap it with her phone, and it'll come up with green if he really is from British Gas and allowed in, and will come up with red if he isn't, end of story.
Vocês sabem o que é simetria, eu não preciso mostrar fotos dela. É assim que vamos fazer. usando a proximidade de nossos celulares. Eu vou dizer para vocês que a tecnologia para implementar o papel psíquico do Doctor Who já existe, e se algum de vocês já tem um dos novos cartões de débito da Barclay, com a interface sem contato, você já tem essa tecnologia. Se você já foi à Londres e usou um cartão Oyster, parece familiar para alguém? A tecnologia já existe. Os primeiros telefones com essa tecnologia, o Google Nexus, o S2, o Samsung Wifi 7.9, os primeiros telefones com essa tecnologia embutida já estão à venda. Então, a ideia de o cara da companhia de gás poder aparecer na casa da minha mãe, mostrar o celular para ela e ela poder encostar o próprio celular que vai dar verde se ele é realmente da companhia de gás e poder entrar, ou dar vermelho se ele não for e fim da história. Nós temos a tecnologia para fazer isso.
We have the technology to do that. And what's more, although some of those things sound a bit counterintuitive, like proving I'm over 18 without proving who I am, the cryptography to do that not only exists, it's extremely well-known and well-understood. Digital signatures, the blinding of public key certificates -- these technologies have been around for a while, we've just had no way of packaging them up. So the technology already exists. We know it works. There are a few examples of the technology being used in experimental places. That's London Fashion Week, where we built a system with O2. That's for the Wireless Festival in Hyde Park. You can see the person's walking in with their VIP band, it's being checked by the Nokia phone that's reading the band. I'm only putting those up to show you these things are prosaic, this stuff works in these environments. They don't need to be special.
E mais, apesar de alguns desses usos parecerem meio contraintuitivos, como comprovar a minha maioridade sem dizer quem eu sou, a criptografia para isso não apenas existe como é muito bem conhecida e compreendida. Assinaturas digitais, certificados de chave pública, essas tecnologias já estão aí há um tempo, nós só não tínhamos um jeito de colocá-las no bolso. Então, a tecnologia já existe. Nós sabemos que funciona. Temos alguns exemplos da tecnologia sendo usada experimentalmente. Essa é a Londres Fashion Week, onde criamos um sistema com a O2, esse é o Festival Wireless no Hyde Park, dá para ver as pessoas entrando com os braceletes VIP, é só uma questão de ser verificado pelo celular Nokia lendo os braceletes. Essas coisas são prosaicas, o método funciona nesses ambientes. Eles não precisam ser especiais. Por fim,
So finally, I know that you can do this, because if you saw the Easter special of Doctor Who, where he went to Mars in a bus -- I should say, again, for our foreign students: that doesn't happen in every episode. This was a very special case. So in the episode where he goes to Mars in a London bus -- I can't show you the clip, due to the outrageous restrictions of Queen Anne-style copyright by the BBC -- but in the episode where he goes to Mars in a London bus, Doctor Who is clearly shown getting onto the bus with the Oyster card reader using his psychic paper. Which proves that psychic paper has an NFC interface.
Eu sei que vocês são capazes disso, porque se vocês viram aquele episódio de Doctor Who, o especial de Páscoa, em que ele vai para Marte em um ônibus, novamente, aos estudantes estrangeiros, isso não acontece todo episódio. Foi uma ocasião especial. Bom, no episódio em que ele vai para Marte em um ônibus londrino, eu não posso mostrar o trecho devido às ridiculamente paleolíticas restrições de copyright da BBC, mas nesse episódio do ônibus em Marte, mostram claramente o Doctor Who subindo no ônibus com o leitor Oyster usando o papel psíquico. E isso prova que o papel tem uma interface MSE.
Thank you very much.
Muito obrigado.
(Applause)
(Aplausos)