I'd like to start with a quote, but it's very embarrassing because I don't know where it comes from. But it's very well put, and it goes like this: "Copyright is designed not only to provide fairness for authors, but also to enhance the quality of life within a society by promoting the progress of science, art and culture." In other words, the concept of making it economically feasible for creators to create is now globally recognized as a social imperative.
Gostaria de começar com uma citação, mas é muito embaraçoso porque não sei de onde é. Mas é muito bem dito e é assim: “Os direitos de autor são concebidos não só para fazer justiça aos autores, “mas também para melhorar a qualidade de vida numa sociedade “promovendo o progresso da ciência, da arte e da cultura.” Por outras palavras, o conceito de tornar a criação economicamente viável para os criadores é hoje globalmente reconhecido como um imperativo social.
I have very few memories writing lyrics to songs. But there is a particular one from long ago that I do remember. I was lying on my stomach on a bed in a small guest room with a writing pad in front of me. In the master bedroom next door, my then wife, Agnetha, was sleeping undisturbed. The music was playing in my head, so no need for speakers, not even headphones. A melody that still lacks words is virgin territory upon which a lyricist must tread lightly. Some of the time, the final words on the page are the result of hard work, deep thought and the intuition that a songwriter must learn to trust. But sometimes, extraordinary things happen; closed curtains are suddenly drawn, and the melody speaks to you and starts to conjure up images and even sequences of events. All you have to do is write it down, write down what you witnessed. A song can come to its creator in bits and pieces. But when it once in a while appears out of thin air in its entirety, it seems to suggest it had already lingered there, God knows how long, perhaps impatiently waiting to be plucked down by someone with a keen and sensitive ear, as if it needed the right vessel to flow through from the realm of ideas all the way down to earth.
Tenho poucas memórias de escrever letras de canções, mas lembro-me de uma em particular de há muito tempo. Estava deitado na cama num pequeno quarto de hóspedes com um bloco de notas à minha frente. No quarto ao lado, a minha mulher na altura, Agnetha, dormia tranquilamente. A música tocava na minha cabeça, por isso não precisava de colunas nem de auscultadores. Uma melodia ainda sem palavras é um território virgem que um letrista deve pisar com leveza. Por vezes, a letra final no papel é o resultado de muito trabalho, profunda reflexão e da intuição em que um compositor tem de aprender a confiar. Mas às vezes acontecem coisas extraordinárias. cortinas fechadas abrem-se subitamente e a melodia fala connosco e começa a evocar imagens e até sequências de acontecimentos. Só temos de apontar o que testemunhámos. Uma canção pode surgir ao seu criador em fragmentos. Mas de vez em quando aparece completamente do nada, parece sugerir que já pairava por ali, sabe Deus há quanto tempo, talvez impacientemente à espera de ser colhida por alguém com um ouvido apurado e delicado, como se precisasse de um recipiente onde se derramar do reino das ideias para a terra.
I was deliriously happy when I had finished. At that moment, I was grateful for music itself, for the sheer existence of this elusive, undefinable phenomenon that seems to ignore our brains and go straight to our hearts. I wanted to sing it out loud, but it was two o'clock in the morning, and even in my euphoria, I had the good sense not to wake the woman who was to sing my words the next day.
Estava em êxtase quando acabei. Naquele momento, estava grato pela música em si, pela existência pura daquele fenómeno fugaz e indefinível que parece ignorar o nosso cérebro e ir diretamente ao nosso coração. Queria cantar em voz alta, mas eram duas da manhã, e mesmo na minha euforia, tive o bom senso de não acordar a mulher que ia cantar as minhas palavras, no dia seguinte.
If Benny Andersson and I had written that song today, you might not have gotten to hear it. It could have been just another lost dream, [one of] about 80,000 new songs uploaded to streaming services every single day. The competition today is fierce, much fiercer than it was back in 1977. And even if our song had been clicked very often by Spotify subscribers, chances are slim that the royalties would have paid anyone's rent. So what I want to talk to you about today is how I see the changes in the song economy using my perspective of what it was like to be a songwriter when the music industry was simpler and perhaps more predictable.
Se o Benny Andersson e eu tivéssemos escrito aquela música hoje, talvez não a chegassem a ouvir. Podia ter sido só mais um sonho perdido, uma das cerca de 80 mil músicas novas nos serviços de “streaming” a cada dia. A concorrência hoje é feroz, muito mais do que em 1977. E mesmo que a nossa canção fosse muito ouvida no Spotify, dificilmente os “royalties” chegariam para pagar a renda da casa. Aquilo de que vos quero falar hoje é a forma como vejo as mudanças no setor económico da música, usando a minha perspetiva de como era ser compositor quando a indústria musical era mais simples e talvez mais previsível.
These days, everything is tracked by our data. And data from streaming tells us that listeners much more often click their favorite song than their favorite artist on a streaming service. Sometimes they're not even sure who it is they're listening to, if it's a playlist, for example. So if we're paying more attention to the song, though, what about the songwriter? Songwriters have been forced into the back seat, and I would even say, bungled into the trunk. My concern is that songwriters are at risk of becoming invisible victims of the change that is taking place. The music business is now a song economy. Yet the creators of the songs that fuel it get the smallest slice of the pie. How did that happen?
Hoje em dia, tudo é monitorizado pelos nossos dados. E os dados do “streaming” dizem-nos que os ouvintes clicam mais vezes na sua música preferida do que no seu artista preferido num serviço de “streaming”. Às vezes nem sabem quem estão a ouvir, se for numa “playlist”, por exemplo. Então, se prestamos mais atenção à música, o que é feito do letrista? Os letristas foram obrigados a ficar no banco, diria até que nem sequer foram convocados. Receio que os letristas corram o risco de se tornarem vítimas invisíveis da mudança que está a acontecer. O ramo da música é agora uma economia de canções. E ainda assim, os criadores das canções que a alimentam são quem recebe menos. Como é que isso aconteceu?
I am not, for one moment, about to suggest that we should turn back the clock, which you may have suspected from an old pop star. But what's happened in the last decade has the potential to be incredibly positive for songwriters. Now, instead, I'm going to describe the unintended consequences of the streaming revolution, how they are reshaping the lives of songwriters. And then, I will present some proposals for how the impact of these unintended consequences can be addressed.
Não estou, em momento algum, a sugerir que devemos voltar atrás no tempo, que é que o que deviam estar à espera de uma velha estrela pop. Mas o que tem acontecido na última década pode ser incrivelmente positivo para os letristas. Mas vou descrever as consequências indesejadas da revolução do “streaming”, de como estão a reformular a vida dos compositores. E depois vou apresentar algumas propostas para gerir o impacto dessas consequências indesejadas.
It has never been a better time to be writing and making music. Anyone today has the potential to find a global audience, and if they so choose, they can even try to do that on their own, without a record label or music publisher. A whole music software industry is emerging, serving the needs of a new generation of artists and songwriters. Streaming has enabled this new music paradigm. Once the pandemic stopped live music in 2020, many artists realized that they couldn't pay their bills on streaming alone. Some have moved back in with their parents, and others are driving Ubers to make ends meet. Previously, streaming had more or less been promotion for their tours, and live appearances, by far providing most of their revenue. It's funny, but it was exactly the opposite for Abba in the 70s. We hardly toured at all, and when we did, we lost money. But, I mean, the touring was supposed to be promotion for the album so that didn't matter. And I can't recall that we ever complained about the size of our royalties, which the artists, during the pandemic, have done bitterly, when streaming and royalties suddenly were the only source of income. "If this is the impact on artists," I thought, "welcome to the world of songwriters." Most professional songwriters don't tour, they don't sell T-shirts or other merchandise ... They rely on the song itself.
É um momento melhor que nunca para escrever e compor música. Qualquer um tem hoje possibilidade de encontrar um público global, e se assim quiser, pode até tentar fazê-lo sozinho, sem editoras. Está a emergir toda uma indústria de “software” musical que serve as necessidades da nova geração de artistas e compositores. O “streaming” possibilitou este novo paradigma musical. Desde que a pandemia interrompeu os concertos em 2020, muitos artistas perceberam que não podiam pagar as contas só com o “streaming”. Alguns voltaram para casa dos pais, e outros tornaram-se motoristas Uber para sobreviver. Anteriormente, o “streaming” promovia mais ou menos as digressões e as atuações ao vivo, que eram, de longe, a sua maior fonte de receitas. É curioso que é exatamente o oposto dos ABBA no anos 70. Quase não fazíamos digressões e, quando fazíamos, perdíamos dinheiro. Mas as digressões destinavam-se a promover os álbuns portanto não fazia mal. E não me lembro de alguma vez nos termos queixado dos direitos de autor, como os artistas fizeram, amargamente, durante a pandemia, quando o “streaming” e os direitos de autor se tornaram subitamente na única fonte de rendimento. “Se é este o impacto para os artistas”, pensei, “bem-vindos ao mundo dos compositores.” A maioria dos compositores profissionais não faz digressões, não vende “T-shirts” nem outros artigos de promoção. Dependem apenas da sua música.
But even that seems to be changing, because the song has evolved in response to streaming, and it's increasingly common for record labels to get large teams of songwriters to work together, creating almost genetically modified hits. Songs are written and structured in ways that are optimized for the algorithms that streaming services use to decide what music you and I listen to. Some research has been done to suggest that these days, a Billboard Top 10 hit has, on average, five songwriters -- not one or two, but five -- and sometimes even 10. And on top of this, they’re having to write more songs and more quickly, simply to keep up with the insatiable demand for new music that streaming creates.
Mas até isso parece estar a mudar, porque a música evoluiu em reação ao “streaming”, e é cada vez mais comum as editoras terem grandes equipas de compositores a trabalharem juntos, a criarem êxitos quase geneticamente modificados. As canções são escritas e estruturadas de forma a serem otimizadas para os algoritmos que o “streaming” usa para decidirem que música vamos ouvir. Alguns estudos indicam que, atualmente, um sucesso do Top 10 da Billboard tem em média cinco compositores. Não um, não dois, mas cinco, e por vezes até dez. Além disso, têm de escrever mais músicas e mais rapidamente, só para acompanhar a procura insaciável que o “streaming” cria.
After ABBA had won the Eurovision Song Contest in 1974 with "Waterloo," royalties suddenly came pouring in, and Benny and I could afford to write songs full time, nine-to-five. That made such a huge difference. We could afford to throw away 95 percent of what we wrote and just keep the very, very best. We learned how to recognize garbage, and that's essential if you want to get good at your craft. Royalties simply gave us time and creative freedom. Needless to say, you will have neither if you’re in a hurry and someone is breathing down your neck all the time.
Depois dos ABBA terem ganho a Eurovisão em 1974 com o “Waterloo”, os direitos de autor começaram logo a chover, e o Benny e eu podíamos dar-nos ao luxo de escrever canções a tempo inteiro, das nove às cinco. Isso fez uma diferença enorme. Podíamos dar-nos ao luxo de deitar fora 95% daquilo que escrevíamos e ficar só com o melhor do melhor. Aprendemos a reconhecer o que não prestava, e isso é fundamental para sermos bons no nosso ofício. Os direitos de autor deram-nos tempo e liberdade criativa. É escusado dizer que não se pode ter nada disso se tivermos pressa e alguém nos estiver sempre a pressionar.
The industrial approach to songwriting is making it harder for many songwriters to build sustainable careers. Those that are successful are very successful, but those in the layers below, who used to be able to make a living from songwriting, are really suffering. They are becoming parts of a system that they serve more than it serves them. And here are three key pain points.
A abordagem industrial à composição de músicas está a dificultar a muitos compositores a criação de carreiras sustentáveis. Os que têm sucesso têm muito sucesso, mas os dos patamares abaixo, que costumavam ganhar a vida com a criação de músicas, são muito prejudicados. Estão a tornar-se partes de um sistema em que eles servem mais do que esse sistema os serve. E aqui estão três pontos problemáticos.
Firstly, streaming services typically pay out about four times more for the recording than they do the composition, which means a streaming income is even smaller for songwriters than it is for artists. It's a legacy from the past, when recordings and the packaging of physical products were very expensive, so a larger share for the recording was justified. But that has changed. But the change has not yet been reflected in the division of royalties.
Primeiro, os serviços de “streaming” normalmente pagam umas quatro vezes mais pela gravação do que pela composição, o que significa que a receita do “streaming” é menor para os compositores do que para os artistas. É um legado do passado, quando gravar e acondicionar produtos físicos era muito caro, por isso justificava-se uma fatia maior para a gravação. Mas isso mudou. Mas a mudança ainda não se refletiu na divisão dos direitos de autor.
Secondly, even the way that streaming services pay royalties is problematic. A listener’s monthly 9.99 subscription goes into a central pot, which then gets divided by the total number of streams that month. That decides the value of one stream, or listen. This means that you if you have streamed Arne Jansen's jazz trio, if you have done that 50 times in the past month, and the neighbor’s teenage daughter has streamed Justin Bieber 5,000 times, only a small fraction of your 9.99 will go to Arne Jansen. Nothing wrong with Justin Bieber, but how does that reward your favorite artist?
Em segundo lugar, a forma como os serviços de “streaming” pagam direitos de autor é problemática. A mensalidade de 9,99 de um utilizador vai para um fundo que é depois dividido pelo número total de “streams” naquele mês. Isso decide o valor de um “stream”, ou seja, de uma audição. O que significa que, se eu ouvir o trio de “jazz” de Arne Jansen, se eu o ouvir 50 vezes no mês passado, e a filha adolescente do vizinho tiver ouvido Justin Bieber 5 mil vezes, só uma pequena fração dos meus 9,99 vão para o Arne Jansen. Não tenho nada contra o Justin Bieber, mas como é que isso compensa o meu artista preferido?
And thirdly, bad metadata is a big problem, metadata being the relevant information about a song and its recording. Very often, recordings are injected into a streaming service without accurate data. The name of the writer is missing, for instance. That means that the streaming service doesn't know where to send the royalties, and the money is put in a so-called "black box." Just sits there. Recently, 20 streaming services distributed 424 million dollars to a US nonprofit organization, which is supposed to try and find the rightful recipients of all that money. It will take years -- if they ever find them.
Em terceiro lugar, os maus metadados são um grande problema. Os metadados são as informações relevantes sobre uma música e a sua gravação. Muitas vezes, as gravações são injetadas num serviço de “streaming” sem informações exatas. Falta o nome do autor, por exemplo. O que significa que o serviço de “streaming” não sabe a quem enviar os direitos de autor, e o dinheiro é colocado numa “caixa negra”, assim chamada. Fica ali. Recentemente, 20 serviços de “streaming” entregaram 424 milhões de dólares a uma organização americana sem fins lucrativos que vai tentar encontrar os devidos destinatários desse dinheiro. Vai demorar anos, se é que os vão encontrar.
The combination of all these issues and others are creating a perfect storm for songwriters. Over the last decade, I've watched this situation get progressively worse. And during the past five years, I've been engaged in projects that aim to do something about it.
A combinação de todos estes problemas e de outros mais está a criar a tempestade perfeita para os compositores. Na década passada, observei a situação a piorar cada vez mais. E nos últimos cinco anos, tenho-me envolvido em projetos que visam fazer algo quanto a isto.
So how can I help? Well, first of all, I have you all here today listening to me, and that's, of course, what I want to do -- to raise awareness. But I want to do more than just raise awareness of the issues. I also want to help the industry identify solutions. And here are a few suggestions, out of many.
Então como posso ajudar? Bem, antes de mais, tenho-vos a todos vós que aqui me ouvem, e, claro, é isto que eu quero fazer: consciencializar. Mas quero fazer mais que isso. Quero também ajudar a indústria a identificar soluções. E aqui estão algumas de sugestões, entre muitas outras.
One: fan-centric royalties. In order to ensure that all songwriters get paid fairly, I suggest that streaming services allocate their royalty payments based on the behavior of individual listeners. The individual description should be divided by the number of songs the individual listener has played during a month. That gives each song a value. If the subscription is 9.99, and the listener has played 10 Arne Jansen, again, songs that month, each song has the value of .99, almost a dollar, and that's the amount that will be paid to Arne Jansen. Under the current system, you can be sure that Arne would get the value of .00-something dollars. So this fan-centric approach to royalties will bring much-needed fairness and can build on the important starts made by Deezer and SoundCloud.
Primeiro: direitos de autor com base nos fãs. Para garantir que todos os compositores são pagos de forma justa, sugiro que os serviços de “streaming” atribuam o pagamento dos direitos de autor com base no comportamento de cada ouvinte. A descrição individual deve ser dividida pelo número de músicas que um ouvinte tocou durante um mês. Isso dá a cada música um valor. Se a subscrição é 9,99, e um utilizador tiver ouvido 10 músicas do Arne Jansen repetidas vezes nesse mês, cada música vale 99 cêntimos, quase um dólar, e é essa quantia que deve ser paga a Arne Jansen. No sistema atual, não podemos ter a certeza que Arne ganhe sequer um cêntimo. Portanto esta abordagem centrada nos fãs traria a tão necessária justiça e poderia consolidar inícios importantes no Deezer e no SoundCloud.
But perhaps the simplest and most effective way to improve streaming royalties would be for streaming services to increase how much they charge. Streaming pricing has been stuck at ridiculous 9.99 for more than a decade. Meanwhile, Netflix seems to increase its pricing every week. Research shows that subscribers will pay more; 9.99 could quite easily become 11.99, perhaps even 12.99.
Mas talvez a forma mais simples e eficaz de melhorar os direitos de autor do “streaming” fosse os serviços de “streaming” aumentarem os preços. Os preços do “streaming” estão parados nos ridículos 9,99 há mais de uma década. Enquanto isso, a Netflix parece aumentar o preço todas as semanas. Os estudos mostram que os subscritores pagarão mais; 9,99 podem facilmente tornar-se 11,99, talvez até 12,99.
And thirdly: the tedious but absolutely necessary registration. Wherever the 80,000 new songs per day make their entry into the music industry, there should be user-friendly registration portals to make sure that relevant information about the work is captured early. This would diminish the problem with black boxes and conflicts. In my view, it is an obligation for collecting societies, who collect creators' royalties at source, to modernize and to adapt their technology to the digital age.
Em terceiro lugar: o registo chato mas absolutamente necessário. Por onde quer que as 80 mil novas músicas entrem na indústria musical diariamente, devia haver portais de registo fáceis de usar garantindo que as informações relevantes da obra são logo captadas. Isto diminuiria o problema das caixas negras e dos conflitos. Na minha opinião, é obrigação das sociedades de direitos de autor, que recebem os direitos de autor dos criadores, modernizar e adaptar a sua tecnologia para a era digital.
I know it's easy for me to stand here in front of you and reel off a list of suggestions for the industry -- much easier than making these changes happen. But change does need to happen, and soon. Crucially, this change needs to be brought about by the music industry as a whole, each part working together. The song and the songwriter fuel everything, from the recording through to live performances, even a T-shirt would not sell if the band hadn't good songs.
Eu sei que é fácil estar aqui à vossa frente a debitar uma lista de sugestões para a indústria. É muito mais fácil do que fazer com que estas mudanças aconteçam. Mas é preciso mudar e rapidamente. Fundamentalmente, esta mudança tem de ser feita pela indústria musical no seu todo, todas as partes a trabalharem juntas. A canção e a composição alimentam tudo, da gravação aos concertos ao vivo. Nem uma “T-shirt ” seria vendida se a banda não tivesse boas músicas.
I have created memories to some of those songs, from the Everly Brothers and then the Beatles, Elton John and many more, songs that sometimes would surprise me with a stab of ending, quickly washed away by their sheer beauty and the inspiration that they gave me. I know what they mean and what they meant to me. I've often wondered: What would we be without music? Less human, I'm convinced of that. If we couldn't hear music, then what else would we be deaf to? But we never seem to think about that, even though music is all around us all of the time. This is the moment for the entire music industry to invest in supporting what is, without a doubt, its most valuable asset. Far too many songwriters out there are suffering in this creaking system. Solutions like those that I have outlined could help rebalance the song economy so that more songwriters and their listeners will be able to lean back and say, in all honesty, exactly what I said in the song that I was talking about in the beginning: "Thank you for the music."
Criei memórias ao som de algumas músicas, desde os Everly Brothers, depois os Beatles, Elton John e muitos outros, músicas que, por vezes, me surpreendiam com um fim brutal, rapidamente apagado pela sua beleza e pela inspiração que me davam. Eu sei o que queriam dizer e o que significavam para mim. Muitas vezes me perguntei: “O que seria de mim sem música?” Menos humano, estou convicto disso. Se não pudesse ouvir música, em que mais seria surdo? Mas parece que nunca pensamos nisso, mesmo que a música esteja sempre à nossa volta. Esta é a altura de a indústria musical investir no apoio daquilo que é, sem dúvida, a sua mais-valia. Há demasiados compositores prejudicados por este sistema caduco. Soluções como as que eu indiquei podem ajudar a reequilibrar a economia do setor de forma a que mais compositores e os seus ouvintes possam descontrair e dizer sinceramente o que eu disse na canção de que falava no início: “Obrigado pela música.”