My thing with school lunch is, it's a social justice issue. I'm the Director of Nutrition Services for the Berkeley Unified School District. I have 90 employees and 17 locations, 9,600 kids. I'm doing 7,100 meals a day and I've been doing it for two years, trying to change how we feed kids in America. And that's what I want to talk to you a little bit about today. These are some of my kids with a salad bar. I put salad bars in all of our schools when I got there. Everyone says it couldn't be done. Little kids couldn't eat off the salad bar, big kids would spit in it -- neither happened.
O almoço na escola, é uma questão de justiça social. Sou diretora dos Serviços de Nutrição do Distrito Escolar de Berkeley. Tenho 90 funcionários em 17 localidades, 9600 crianças. Faço 7100 refeições por dia e ando a fazer isto há dois anos, tentando mudar o modo como alimentamos as crianças nos EUA e é sobre isso que vos quero falar hoje. Eis as crianças num balcão de saladas. Coloquei balcões de saladas nas escolas. Diziam não ser possível. Que as crianças baixas não chegavam lá e as altas cuspiam dentro — não aconteceu.
When I took over this, I tried to really figure out, like, what my vision would be. How do we really change children's relationship to food? And I'll tell you why we need to change it, but we absolutely have to change it. And what I came to understand is, we needed to teach children the symbiotic relationship between a healthy planet, healthy food and healthy kids. And that if we don't do that, the antithesis, although we've heard otherwise, is we're really going to become extinct, because we're feeding our children to death. That's my premise.
Quando comecei, tentei formular a minha visão. Como mudamos a relação das crianças com a comida? Vou dizer porque precisamos de mudá-la, mas temos que mudá-la. O que eu acabei por perceber, é que precisávamos de ensinar às crianças a relação simbólica entre um planeta saudável, comida saudável e crianças saudáveis. E se não o fizermos, a antítese — embora tenhamos ouvido o contrário — é que acabaremos na extinção, porque alimentamos as crianças para morrer. Esta é a minha premissa. As crianças adoecem cada vez mais.
We're seeing sick kids get sicker and sicker. And the reason this is happening, by and large, is because of our food system and the way the government commodifies food, the way the government oversees our food, the way the USDA puts food on kids' plates that's unhealthy, and allows unhealthy food into schools. And by -- tacitly, all of us send our kids, or grandchildren, or nieces, or nephews, to school and tell them to learn, you know, learn what's in those schools. And when you feed these kids bad food, that's what they're learning. So that's really what this is all about.
A razão por que isto acontece, está no nosso sistema alimentar, na forma como o governo transforma alimentos em mercadorias, como fiscaliza os alimentos, como o USDA [Dept. Agricultura] põe nos pratos das crianças comida que não é saudável, permite comidas nocivas nas escolas. E acontece de forma tácita, porque enviamos os nossos filhos, netos, sobrinhas, sobrinhos, para a escola e dizemos-lhes que aprendam, que aprendam o que há na escola. Quando damos comida nociva às crianças é isso que elas aprendem. Portanto, é disto que se trata.
The way we got here is because of big agribusiness. We now live in a country where most of us don't decide, by and large, what we eat. We see big businesses, Monsanto and DuPont, who brought out Agent Orange and stain-resistant carpet. They control 90 percent of the commercially produced seeds in our country. These are -- 10 companies control much of what's in our grocery stores, much of what people eat. And that's really, really a problem.
Chegámos a isto, devido às grandes empresas agroalimentares. Vivemos hoje num país em que a maior parte de nós, não decide o que come. Vemos as grandes empresas, a Monsanto e a DuPont — criadoras do Agente Laranja e da carpete resistente a nódoas — a controlar 90% das sementes produzidas comercialmente no país. São 10 companhias, que controlam grande parte do que temos na mercearia, grande parte do que comemos.
So when I started thinking about these issues and how I was going to change what kids ate, I really started focusing on what we would teach them. And the very first thing was about regional food -- trying to eat food from within our region. And clearly, with what's going on with fossil fuel usage, or when -- as the fossil fuel is going away, as oil hits its peak oil, you know, we really have to start thinking about whether or not we should, or could, be moving food 1,500 miles before we eat it. So we talked to kids about that, and we really start to feed kids regional food.
E isso é um problema muito grande. Quando comecei a pensar nestas questões e em como mudar o que as crianças comem, concentrei-me no que lhes ia ensinar. E a primeiríssima coisa foi a comida regional — tentar comer alimentos da nossa região. Obviamente, com a situação dos combustíveis fósseis, — à medida que se esgotam, que atingimos o pico do petróleo — temos que pensar seriamente se devemos, ou podemos, transportar alimentos a 2500 km de distância, para nos alimentarmos. Falámos disto às crianças e começámos a dar-lhes alimentos da região.
And then we talk about organic food. Now, most school districts can't really afford organic food, but we, as a nation, have to start thinking about consuming, growing and feeding our children food that's not chock-full of chemicals. We can't keep feeding our kids pesticides and herbicides and antibiotics and hormones. We can't keep doing that. You know, it doesn't work. And the results of that are kids getting sick.
Depois falámos de alimentos orgânicos. A maioria das escolas distritais não pode pagar alimentos orgânicos, mas nós, enquanto nação, temos que começar a pensar em consumir, produzir e dar às crianças, alimentos que não estejam recheados de químicos. Não podemos continuar a dar às crianças pesticidas e herbicidas e antibióticos e hormonas. Não podemos continuar a fazer isso. Não funciona. O resultado disso é que as crianças adoecem.
One of my big soapboxes right now is antibiotics. Seventy percent of all antibiotics consumed in America is consumed in animal husbandry. We are feeding our kids antibiotics in beef and other animal protein every day. Seventy percent -- it's unbelievable. And the result of it is, we have diseases. We have things like E. coli that we can't fix, that we can't make kids better when they get sick. And, you know, certainly antibiotics have been over-prescribed, but it's an issue in the food supply. One of my favorite facts is that U.S. agriculture uses 1.2 billion pounds of pesticides every year. That means every one of us, and our children, consumes what would equal a five-pound bag -- those bags you have at home. If I had one here and ripped it open, and that pile I would have on the floor is what we consume and feed our children every year because of what goes into our food supply, because of the way we consume produce in America.
Uma das minhas lutas principais hoje, são os antibióticos. 70% de todos os antibióticos consumidos nos EUA são consumidos nas criações de animais. Estamos a dar antibióticos às crianças na carne de vaca e noutras proteínas animais, todos os dias. Setenta por cento! É inacreditável. Em resultado, temos doenças. Temos bactérias como a E. coli que não conseguimos curar, não conseguimos que as crianças melhorem depois de adoecerem. É verdade que alguns antibióticos foram administrados em excesso, mas é um problema no abastecimento alimentar. Um dos meus factos preferidos, é que a agricultura dos EUA usa 550 toneladas de pesticidas por ano. Isso significa que cada um de nós, e os nossos filhos, consome um saco de 2,5 kg — um daqueles sacos normais. Se tivesse um aqui e o rasgasse ao meio, o monte que ficaria no chão é o que consumimos e damos a comer aos nossos filhos todos os anos, por causa do que entra no abastecimento alimentar, por causa da forma como consumimos alimentos nos EUA.
The USDA allows these antibiotics, these hormones and these pesticides in our food supply, and the USDA paid for this ad in Time magazine. Okay, we could talk about Rachel Carson and DDT, but we know it wasn't good for you and me. And that is what the USDA allows in our food supply. And that has to change, you know. The USDA cannot be seen as the be-all and end-all of what we feed our kids and what's allowed. We cannot believe that they have our best interests at heart. The antithesis of this whole thing is sustainable food. That's what I really try and get people to understand. I really try and teach it to kids. I think it's the most important. It's consuming food in a way in which we'll still have a planet, in which kids will grow up to be healthy, and which really tries to mitigate all the negative impacts we're seeing. It really is just a new idea. I mean, people toss around sustainability, but we have to figure out what sustainability is.
O USDA permite os antibióticos, hormonas e pesticidas no abastecimento alimentar e pagou este anúncio na revista Time. [O DDT é bom para mim!] Podíamos falar da Rachel Carson e do DDT, mas vocês sabem que não foi bom para nós. E é isto que o USDA permite no nosso abastecimento alimentar. E isto tem que mudar. O USDA não pode ser a autoridade que define o que damos aos nossos filhos e aquilo que é permitido. Não podemos acreditar que zelam pelos nossos interesses. A antítese de tudo isto é a comida sustentável. É isso que tento levar as pessoas a compreender. Tento ensiná-lo às crianças. Penso que o mais importante, é consumir alimentos de modo a continuar a ter um planeta, em que as crianças possam crescer saudáveis, e que tente mitigar todos os impactos negativos que presenciamos. É só uma ideia nova. Fala-se muito da sustentabilidade, mas entendamos o que é sustentável.
In less than 200 years, you know, just in a few generations, we've gone from being 200 -- being 100 percent, 95 percent farmers to less than 2 percent of farmers. We now live in a country that has more prisoners than farmers -- 2.1 million prisoners, 1.9 million farmers. And we spend 35,000 dollars on average a year keeping a prisoner in prison, and school districts spend 500 dollars a year feeding a child. It's no wonder, you know, we have criminals.
Em menos de 200 anos, em poucas gerações, passámos de 95% de agricultores para menos de 2% de agricultores. Vivemos hoje num país que tem mais presos do que agricultores — 2,1 milhões de presos, 1,9 milhões de agricultores. Gastamos, em média, 35 mil dólares por ano para manter um preso na prisão, os distritos escolares gastam 500 dólares por ano para alimentar uma criança. Não admira que tenhamos criminosos.
(Laughter)
(Risos)
And what's happening is, we're getting sick. We're getting sick and our kids are getting sick. It is about what we feed them. What goes in is what we are. We really are what we eat. And if we continue down this path, if we continue to feed kids bad food, if we continue not to teach them what good food is, what's going to happen? You know, what is going to happen? What's going to happen to our whole medical system? What's going to happen is, we're going to have kids that have a life less long than our own. The CDC, the Center for Disease Control, has said, of the children born in the year 2000 -- those seven- and eight-year-olds today -- one out of every three Caucasians, one out of every two African-Americans and Hispanics are going to have diabetes in their lifetime. And if that's not enough, they've gone on to say, most before they graduate high school. This means that 40 or 45 percent of all school-aged children could be insulin-dependent within a decade. Within a decade.
E o que acontece é que adoecemos. Adoecemos e as nossas crianças adoecem. Trata-se do que lhes damos de comer. O que ingerimos é o que somos. Somos aquilo que comemos. E se continuarmos por esta via, se continuarmos a alimentar crianças com comida má, se continuarmos a não lhes ensinar o que é comida boa, o que é que vai acontecer? O que é que vai acontecer? O que é que vai acontecer ao nosso sistema médico? O que vai acontecer é: vamos ter filhos que vão ter uma vida menos longa que a nossa. O CDC, o Centro para o Controlo de Doenças, disse: "Das crianças nascidas em 2000 "— que hoje têm sete e oito anos — "uma em cada três caucasianas, "uma em cada duas afro-americanas e hispânicas "vão ter diabetes durante a sua vida". E como se não bastasse, continuam assim: "na sua maioria, antes de acabarem o ensino secundário". Isto significa que 40% a 45% de todas as crianças em idade escolar podem vir a ser dependentes da insulina dentro de dez anos. Dentro de dez anos.
What's going to happen? Well, the CDC has gone further to say that those children born in the year 2000 could be the first generation in our country's history to die at a younger age than their parents. And it's because of what we feed them. Because eight-year-olds don't get to decide -- and if they do, you should be in therapy. You know, we are responsible for what kids eat. But oops, maybe they're responsible for what kids eat. Big companies spend 20 billion dollars a year marketing non-nutrient foods to kids. 20 billion dollars a year. 10,000 ads most kids see. They spend 500 dollars for every one dollar -- 500 dollars marketing foods that kids shouldn't eat for every one dollar marketing healthy, nutritious food. The result of which is kids think they're going to die if they don't have chicken nuggets.
O que vai acontecer? Bem, o CDC foi mais longe e disse que essas crianças, nascidas no ano 2000, podem vir a ser a primeira geração na história do país, a morrer mais novos do que os pais e é por causa da comida que lhes damos. As crianças de 8 anos não mandam — se mandarem, vocês precisam de terapia. (Risos) Nós somos responsáveis por aquilo que as crianças comem. Mas... talvez sejam estes os responsáveis por aquilo que as crianças comem. As grandes empresas gastam 20 mil milhões de dólares por ano a comercializar alimentos não nutritivos para crianças. 20 mil milhões de dólares, por ano! 10 000 anúncios, vistos por crianças. Gastam 500 dólares, por cada dólar — 500 dólares, a publicitar alimentos que as crianças não deviam comer — por cada dólar de publicidade a alimentos saudáveis, nutritivos. O resultado é que as crianças pensam que vão morrer se não tiverem "nuggets" de frango.
You know that everybody thinks they should be eating more, and more, and more. This is the USDA portion size, that little, tiny thing. And the one over there, that's bigger than my head, is what McDonald's and Burger King and those big companies think we should eat. And why can they serve that much? Why can we have 29-cent Big Gulps and 99-cent double burgers? It's because of the way the government commodifies food, and the cheap corn and cheap soy that are pushed into our food supply that makes these non-nutrient foods really, really cheap. Which is why I say it's a social justice issue.
Toda a gente pensa que elas deviam comer mais. Isto é o tamanho da porção do USDA, aquela coisa pequenina, e aquela, maior que a minha cabeça, é o que o McDonald's e o Burger King e as grandes companhias, acham que devíamos comer. E como é que conseguem servir tanto? Porque é que temos Big Gulps a 29 cêntimos e hambúrgueres duplos a 99 cêntimos? Porque o governo transforma os alimentos em mercadorias, e o milho barato e a soja barata são metidos no abastecimento alimentar e fazem com que esses alimentos, não nutritivos, sejam mesmo muito baratos. Por isso digo, que esta é uma questão de justiça social.
Now, I said I'm doing this in Berkeley, and you might think, "Oh, Berkeley. Of course you can do it in Berkeley." Well, this is the food I found 24 months ago. This is not even food. This is the stuff we were feeding our kids: Extremo Burritos, corn dogs, pizza pockets, grilled cheese sandwiches. Everything came in plastic, in cardboard. The only kitchen tools my staff had was a box cutter. The only working piece of equipment in my kitchen was a can crusher, because if it didn't come in a can, it came frozen in a box. The USDA allows this. The USDA allows all of this stuff. In case you can't tell, that's, like, pink Danish and some kind of cupcakes. Chicken nuggets, Tater Tots, chocolate milk with high fructose, canned fruit cocktail -- a reimbursable meal.
Disse que faço isto em Berkeley e podem pensar: "Claro, pode-se fazer em Berkeley". Encontrei esta comida lá, há 24 meses. Isto nem sequer é comida. Alimentavam as nossas crianças com "Extremo Burritos", "corn dogs" [salsichas panadas], "pizza pockets", tostas de queijo. Vinha tudo dentro de plástico, de cartões. O único utensílio de cozinha do meu pessoal, era um x-acto. O único equipamento de trabalho na cozinha era um esmagador de latas, se não viesse numa lata, vinha congelado numa caixa. O USDA autoriza isso. O USDA autoriza estas coisas todas. Não conseguem distingui-las? São bolachinhas rosa, uma espécie de bolinhos secos, "nuggets" de frango, Tater Tots, leite com chocolate com muita frutose, salada de frutas enlatada — uma refeição subsidiada.
That's what the government says is okay to feed our kids. It ain't okay. You know what? It is not okay. And we, all of us, have to understand that this is about us, that we can make a difference here. Now I don't know if any of you out there invented chicken nuggets, but I'm sure you're rich if you did. But whoever decided that a chicken should look like a heart, a giraffe, a star? Well, Tyson did, because there's no chicken in the chicken. And that they could figure it out, that we could sell this stuff to kids. You know, what's wrong with teaching kids that chicken looks like chicken? But this is what most schools serve. In fact, this may be what a lot of parents serve, as opposed to -- this is what we try and serve.
É isto que o governo acha bom para alimentar crianças. Não é nada bom. Sabem? Não presta. E todos nós temos que perceber que isto nos diz respeito, que podemos fazer a diferença. Não sei se está cá o criador dos "nuggets" de frango, mas se estiver, de certeza que enriqueceu. Mas quem decidiu que um frango deve parecer-se com um coração, uma girafa, uma estrela? Bem, foi a Tyson, porque não há frango no frango. E eles sabiam bem que podiam vender estas coisas às crianças. Que mal faz ensinar às crianças que os frangos têm aspeto de frango? Mas é isto que a maior parte das escolas serve. Na verdade, talvez seja o que muitos pais servem, em oposição a isto — isto é o que tentamos servir.
We really need to change this whole paradigm with kids and food. We really have to teach children that chicken is not a giraffe. You know, that vegetables are actually colorful, that they have flavor, that carrots grow in the ground, that strawberries grow in the ground. There's not a strawberry tree or a carrot bush. You know, we have to change the way we teach kids about these things. There's a lot of stuff we can do. There's a lot of schools doing farm-to-school programs. There's a lot of schools actually getting fresh food into schools.
Precisamos mesmo de alterar este paradigma com crianças e comida. Temos mesmo que ensinar às crianças que um frango não é uma girafa. Que os legumes são coloridos, têm sabor, que as cenouras crescem debaixo do chão, que os morangos crescem na terra. Não há árvores de morangos, nem arbustos de cenouras. Temos que alterar a forma como ensinamos estas coisas às crianças. Há muita coisa que podemos fazer. Há muitas escolas que fazem programas de hortas na escola. Há muitas escolas que põem alimentos frescos na escola.
Now, in Berkeley, we've gone totally fresh. We have no high-fructose corn syrup, no trans fats, no processed foods. We're cooking from scratch every day. We have 25 percent of our -- (Applause) thank you -- 25 percent of our stuff is organic and local. We cook. Those are my hands. I get up at 4 a.m. every day and go cook the food for the kids, because this is what we need to do. We can't keep serving kids processed crap, full of chemicals, and expect these are going to be healthy citizens. You're not going to get the next generation, or the generation after, to be able to think like this if they're not nourished. If they're eating chemicals all the time, they're not going to be able to think. They're not going to be smart. You know what? They're just going to be sick.
Ora bem, em Berkeley, só usamos produtos frescos. Não há xarope de milho com alto teor de frutose, nem gorduras artificiais, nem alimentos processados. Cozinhamos a partir do zero, todos os dias. Temos 25% dos nossos... (Aplausos) Obrigada. ... 25% dos nossos produtos são orgânicos e locais. Nós cozinhamos. Estas são as minhas mãos. Levanto-me às 4 horas, todas as manhãs, e vou cozinhar a comida para as crianças. porque é isso que precisamos de fazer. Não podemos continuar a servir às crianças porcarias processadas, cheias de químicos, e esperar que os miúdos venham a ser cidadãos saudáveis. Não vamos conseguir que a próxima geração, ou a geração seguinte, pense como deve ser, se não for bem alimentada. Se passar a vida a ingerir químicos. Não vão conseguir pensar Não vão ser inteligentes. Sabem que mais? Vão adoecer certamente.
Now one of the things that -- what happened when I went into Berkeley is I realized that, you know, this was all pretty amazing to people, very, very different, and I needed to market it. I came up with these calendars that I sent home to every parent. And these calendars really started to lay out my program. Now I'm in charge of all the cooking classes and all the gardening classes in our school district. So this is a typical menu. This is what we're serving this week at the schools. And you see these recipes on the side? Those are the recipes that the kids learn in my cooking classes. They do tastings of these ingredients in the gardening classes. They also may be growing them. And we serve them in the cafeterias. If we're going to change children's relationship to food, it's delicious, nutritious food in the cafeterias, hands-on experience -- you're looking in cooking and gardening classes -- and academic curriculum to tie it all together.
Uma das coisas que aconteceu quando eu fui para Berkeley foi perceber que tudo isto era espantoso para as pessoas, era muito diferente, e eu tinha de divulgá-lo. Criei estes calendários que enviei a todos os pais E estes calendários começaram a estabelecer o meu programa. Estou encarregada de todas as aulas de cozinha e todas as aulas de jardinagem no nosso distrito escolar. Isto é um menu habitual. É o que estamos a servir esta semana. Estão a ver estas receitas ao lado? São receitas que as crianças aprendem nas aulas de cozinha. Provam estes ingredientes nas aulas de jardinagem. Também podem cultivá-los, e servimo-los nas cafetarias. Se queremos mudar a relação da criança com a comida, é com alimentos deliciosos e nutritivos nas cafetarias, com experiência prática — aulas de cozinha e de jardinagem — e currículo académico, tudo junto.
Now you've probably garnered that I don't love the USDA, and I don't have any idea what to do with their pyramid, this upside-down pyramid with a rainbow over the top, I don't know. You know, run up into the end of the rainbow, I don't know what you do with it. So, I came up with my own. This is available on my website in English and Spanish, and it's a visual way to talk to kids about food. The really tiny hamburger, the really big vegetables. We have to start changing this. We have to make kids understand that their food choices make a big difference. We have cooking classes -- we have cooking classrooms in our schools. And why this is so important is that we now have grown a generation, maybe two, of kids where one out of every four meals is eaten in fast food, one of every four meals is eaten in a car and one out of every last four meals is eaten in front of a TV or computer. What are kids learning? Where is the family time? Where is socialization? Where is discussion? Where is learning to talk? You know, we have to change it.
Provavelmente já perceberam que eu não gosto do USDA e não faço ideia do que fazer com a pirâmide deles — a pirâmide invertida com um arco-íris por cima. Não sei. Talvez subir o arco-íris... Não sei o que fazer com aquilo. Por isso, arranjei a minha roda. Está na Internet, em inglês e espanhol e é uma forma visual de falar de comida às crianças. O hambúrguer muito pequeno, os legumes muito grandes. Temos que começar a alterar isto. Temos que fazer com que as crianças percebam que as suas escolhas alimentares fazem uma grande diferença. Temos aulas de cozinha, nas escolas, e isso é muito importante porque criámos uma geração, talvez duas, de crianças em que uma em cada quatro refeições é de comida rápida, uma em cada quatro é comida no carro e uma das quatro últimas refeições é comida em frente da TV ou computador. O que estão as crianças a aprender? Onde está o tempo para a família? Onde está a socialização? Onde está a discussão? Onde se aprende a conversar? Sabem, temos que alterar isto.
I work with kids a lot. These are kids I work with in Harlem. EATWISE -- Enlightened and Aware Teens Who Inspire Smart Eating. We have to teach kids that Coke and Pop Tarts aren't breakfast. We have to teach kids that if they're on a diet of refined sugar, they go up and down, just like if they're on a diet of crack. And we have to pull it all together. We have composting in all of our schools. We have recycling in all of our schools. You know, the things that we maybe do at home and think are so important, we have to teach kids about in school. It has to be so much a part of them that they really get it. Because, you know what, many of us are sort of at the end of our careers, and we need to be giving these kids -- these young kids, the next generation -- the tools to save themselves and save the planet.
Trabalho muito com crianças. Trabalho com estas em Harlem. EATWISE — Adolescentes Esclarecidos Que Inspiram A Alimentação Inteligente. Temos que ensinar às crianças que Coca-Cola e bolachas com recheio não são um pequeno-almoço. Temos que ensinar às crianças que, com uma dieta de açúcar refinado, terão alterações de humor, como se consumissem "crack". E temos que integrar tudo isto. Temos compostores em todas as escolas. Temos reciclagem em todas as escolas. As coisas que fazemos em casa e pensamos que são muito importantes, temos que ensiná-las às crianças, na escola. Tem de fazer parte delas, elas têm que perceber. Porque muitos de nós estamos a chegar ao fim da carreira e precisamos de dar a estas crianças a estes jovens, à próxima geração, as ferramentas para se salvarem e salvarem o planeta.
One of the things I do a lot is public-private partnerships. I work with private companies who are willing to do R & D with me, who are willing to do distribution for me, who are really willing to work to go into schools. Schools are underfunded. Most schools in America spend less than 7,500 dollars a year teaching a child. That comes down to under five dollars an hour. Most of you spend 10, 15 dollars an hour for babysitters when you have them. So we're spending less than 5 dollars an hour on the educational system. And if we're going to change it, and change how we feed kids, we really have to rethink that. So, public and private partnerships, advocacy groups, working with foundations. In our school district, the way we afford this is our school district allocates .03 percent of the general fund towards nutrition services. And I think if every school district allocated a half to one percent, we could start to really fix this program.
Uma coisa que faço muito são parcerias público-privadas. Trabalho com empresas privadas dispostas a fazer pesquisa e desenvolvimento comigo, a fazer distribuição, de facto dispostas a trabalhar e ir às escolas. As escolas são subfinanciadas. A maior parte das escolas na América gasta menos de 7500 dólares por ano para ensinar uma criança. Isso é menos de cinco dólares por hora. A maior parte de nós, gasta 10 a 15 dólares por hora com uma "baby-sitter", quando a temos. Portanto, gastamos menos de 5 dólares por hora no sistema educativo. E, se queremos alterar isso e mudar o modo como alimentamos as crianças, temos que repensar isso. Portanto, parcerias públicas e privadas, grupos de defesa, a trabalhar com fundações. No nosso distrito escolar, a forma como pagamos isto é que o nosso distrito escolar atribui 0,03% do financiamento geral para serviços de nutrição. Penso que, se todos os distritos escolares atribuíssem meio a um por cento, podíamos realmente começar a endireitar este programa.
We really need to change it. It's going to take more money. Of course, it's not all about food; it's also about kids getting exercise. And one of the simple things we can do is put recess before lunch. It's sort of this "duh" thing. You know, if you have kids coming into lunch and all they're going to do when they get out of lunch is go to have recess, you see them just throw away their lunch so they can run outside. And then, at one in the afternoon, they're totally crashing. These are your children and grandchildren that are totally melting down when you pick them up, because they haven't had lunch. So if the only thing they'd have to do after lunch is go to class, believe me, they're going to sit there and eat their lunch.
Precisamos mesmo de alterar isto. Vai ser preciso mais dinheiro. Claro, não se trata só da comida; também se trata de as crianças fazerem exercício. Uma das coisas mais simples que podemos fazer é fazer o intervalo antes do almoço. É uma coisa óbvia. Se as crianças chegam para almoçar e a seguir ao almoço vão para o recreio, vemos que deitam fora o almoço, para irem correr lá para fora. E depois, à uma da tarde, estão esgotadas. Se os vossos filhos e netos estão completamente esgotados quando vão buscá-los, é porque não almoçaram. Se, depois do almoço, eles fossem para as aulas, acreditem, eles comiam o almoço todo.
We need to -- we need to educate. We need to educate the kids. We need to educate the staff. I had 90 employees. Two were supposed to be cooks -- none could. And, you know, I'm not that better off now. But we really have to educate. We have to get academic institutions to start thinking about ways to teach people how to cook again, because, of course, they don't -- because we've had this processed food in schools and institutions for so long. We need 40-minute lunches -- most schools have 20-minute lunches -- and lunches that are time-appropriate. There was just a big study done, and so many schools are starting lunch at nine and 10 in the morning. That is not lunchtime.
(Risos) Precisamos de educar, precisamos de educar as crianças. Precisamos de educar o pessoal. Tinha 90 empregadas, duas delas eram cozinheiras — mas nenhuma sabia cozinhar. E, sabem, agora não estou muito melhor. Mas realmente temos que educar. As instituições académicas têm de começar a pensar como ensinar as pessoas a voltar a cozinhar. Porque, claro, elas não sabem, porque há muito tempo que temos esta comida processada nas escolas e instituições. Precisamos de 40 minutos para o almoço — a maior parte das escolas só tem 20 minutos — e almoços a uma hora adequada. Foi feito um grande estudo, e há muitas escolas que começam o almoço às 9 e às 10 da manhã. Isto não são horas para o almoço.
You know, it's crazy. It's crazy what we're doing. And just remember, at very least tacitly, this is what we're teaching children as what they should be doing. I think if we're going to fix this, one of the things we have to do is really change how we have oversight over the National School Lunch Program. Instead of the National School Lunch Program being under the USDA, I think it should be under CDC. If we started to think about food and how we feed our kids as a health initiative, and we started thinking about food as health, then I think we wouldn't have corn dogs as lunch.
É uma loucura. É uma loucura o que andamos a fazer. E lembrem-se, pelo menos tacitamente, é isto que estamos a ensinar às crianças que devem fazer. Penso que, se queremos alterar isto, uma das coisas a fazer é alterar o modo como fiscalizamos o Programa Nacional de Almoços nas Escolas. Penso que este programa, em vez de estar sob a tutela do USDA, devia estar sob a tutela do CDC. Se começarmos a pensar na comida e em como alimentamos as nossas crianças como uma iniciativa de saúde, e começarmos a pensar na comida como saúde, penso que deixaremos de ter salsichas panadas para o almoço.
Okay, Finance 101 on this, and this -- I'm sort of wrapping it up with this finance piece, because I think this is something we all have to understand. The National School Lunch Program spends 8 billion dollars feeding 30 million children a year. That number probably needs to double. People say, "Oh my God, where are we going to get 8 billion?" In this country, we're spending 110 billion dollars a year on fast food. We spend 100 billion dollars a year on diet aids. We spend 50 billion dollars on vegetables, which is why we need all the diet aids. We spend 200 billion dollars a year on diet-related illness today, with nine percent of our kids having type 2 diabetes. 200 billion.
Vamos a uma iniciação em finanças. Concluo com o tema das finanças, porque que é uma coisa que temos que perceber. O Programa Nacional de Almoços nas Escolas gasta 8 mil milhões de dólares para alimentar 30 milhões de crianças por ano. Esse número tem que duplicar. Perguntam: "Onde vamos buscar 8 mil milhões?" Neste país, estamos a gastar 110 mil milhões de dólares por ano em comida "de plástico". Gastamos 100 mil milhões de dólares ao ano em suplementos alimentares. Só gastamos 50 mil milhões de dólares em legumes e é por isso que precisamos dos suplementos alimentares. Atualmente, gastamos 200 mil milhões de dólares por ano em doenças relacionadas com a dieta. Temos hoje 9% de crianças com diabetes tipo 2. 200 mil milhões!
So you know what, when we talk about needing 8 billion more, it's not a lot. That 8 billion comes down to two dollars and 49 cents -- that's what the government allocates for lunch. Most school districts spend two thirds of that on payroll and overhead. That means we spend less than a dollar a day on food for kids in schools -- most schools, 80 to 90 cents. In L.A., it's 56 cents. So we're spending less than a dollar, OK, on lunch. Now I don't know about you, but I go to Starbucks and Pete's and places like that, and venti latte in San Francisco is five dollars. One gourmet coffee, one, is more -- we spend more on than we are spending to feed kids for an entire week in our schools.
Portanto, quando falamos sobre a necessidade de mais 8 mil milhões, não é muito. Esses 8 mil milhões representam dois dólares e 49 cêntimos... é o que o governo atribui para o almoço. A maior parte dos distritos gasta dois terços disso em salários e diversos. Isso significa que gastamos menos de um dólar por dia com a comida das crianças nas escolas — na maioria delas, 80 a 90 cêntimos. Em L.A., são 56 cêntimos. Portanto, estamos a gastar menos de um dólar por almoço. Não sei o que vocês fazem, mas eu vou ao Starbucks, ao Pete's, e sítios desses, e o "venti latte" em São Francisco custa cinco dólares. Gastamos mais num café "gourmet", num só... do que estamos a gastar para alimentar crianças durante uma semana inteira, nas nossas escolas Sabem que mais? Devíamos ter vergonha.
You know what? We should be ashamed. We, as a country, should be ashamed at that. The richest country. In our country, it's the kids that need it the most, who get this really, really lousy food. It's the kids who have parents and grandparents and uncles and aunts that can't even afford to pay for school lunch that gets this food. And those are the same kids who are going to be getting sick. Those are the same kids who we should be taking care of.
Enquanto país, devíamos ter vergonha com isso. O país mais rico! No nosso país, são as crianças que mais precisam quem recebe esta comida realmente péssima. São as crianças que têm pais e avós, tios e tias que nem sequer lhes podem pagar o almoço na escola, que recebem esta comida. E são estas mesmas crianças que vão adoecer. São estas mesmas crianças, de quem devíamos cuidar.
We can all make a difference. That every single one of us, whether we have children, whether we care about children, whether we have nieces or nephews, or anything -- that we can make a difference. Whether you sit down and eat a meal with your kids, whether you take your kids, or grandchildren, or nieces and nephews shopping to a farmers' market. Just do tastings with them. Sit down and care. And on the macro level, we're in what seems to be a 19-month presidential campaign, and of all the things we're asking all of these potential leaders, what about asking for the health of our children? Thank you.
Podemos todos fazer a diferença. Cada um de nós, quer tenhamos filhos, quer cuidemos de crianças, quer tenhamos sobrinhas e sobrinhos, ou qualquer outra afinidade. Nós podemos fazer a diferença. Quer comamos uma refeição com os nossos filhos, quer levemos os nossos miúdos, ou netos, ou sobrinhas e sobrinhas, às compras a um mercado de produtores, saboreemos com eles. Sentemo-nos e preocupemo-nos. E a nível macro, estamos no que parece ser uma campanha presidencial de 19 meses, e de entre todas as coisas que pedimos a todos esses líderes potenciais, que tal pedir-lhes a saúde das nossas crianças? Obrigada.