Chris Anderson: Al, welcome. So look, just six months ago -- it seems a lifetime ago, but it really was just six months ago -- climate seemed to be on the lips of every thinking person on the planet. Recent events seem to have swept it all away from our attention. How worried are you about that?
Chris Anderson: Bem-vindo, Al. Olha, apenas há seis meses — parece que foi há uma eternidade, mas foram mesmo só seis meses — o clima era um assunto muito falado por qualquer pessoa no planeta. Os acontecimentos recentes parecem ter desviado toda a nossa atenção. Estás muito preocupado com isso?
Al Gore: Well, first of all Chris, thank you so much for inviting me to have this conversation. People are reacting differently to the climate crisis in the midst of these other great challenges that have taken over our awareness, appropriately. One reason is something that you mentioned. People get the fact that when scientists are warning us in ever more dire terms and setting their hair on fire, so to speak, it's best to listen to what they're saying, and I think that lesson has begun to sink in in a new way. Another similarity, by the way, is that the climate crisis, like the COVID-19 pandemic, has revealed in a new way the shocking injustices and inequalities and disparities that affect communities of color and low-income communities.
Al Gore: Bem, antes de tudo, Chris, muito obrigado por me teres convidado para esta conversa. As pessoas estão a reagir de formas diferentes à crise climática no meio de todos estes grandes problemas que se apoderaram da nossa atenção, adequadamente. Uma das razões é algo que mencionaste. As pessoas percebem que, quando os cientistas as avisam com termos cada vez mais terríveis e as deixam com os cabelos em pé, por assim dizer, é melhor ouvir o que eles estão a dizer. Acho que esta lição começou a ser entendida de um novo modo. Outra similaridade, já agora, é que a crise climática, tal como a pandemia da COVID-19, tem revelado de uma nova forma as injustiças chocantes, as desigualdades e disparidades que afetam as comunidades de cor e as comunidades de rendimentos baixos.
There are differences. The climate crisis has effects that are not measured in years, as the pandemic is, but consequences that are measured in centuries and even longer. And the other difference is that instead of depressing economic activity to deal with the climate crisis, as nations around the world have had to do with COVID-19, we have the opportunity to create tens of millions of new jobs. That sounds like a political phrasing, but it's literally true. For the last five years, the fastest-growing job in the US has been solar installer. The second-fastest has been wind turbine technician. And the "Oxford Review of Economics," just a few weeks ago, pointed the way to a very jobs-rich recovery if we emphasize renewable energy and sustainability technology. So I think we are crossing a tipping point, and you need only look at the recovery plans that are being presented in nations around the world to see that they're very much focused on a green recovery.
Há diferenças. A crise climática tem efeitos que não se medem em anos, como acontece com a pandemia, mas tem consequências que se medem em séculos ou ainda mais tempo. A outra diferença é que, em vez de reprimir a atividade económica, para lidar com a crise climática, como as nações de todo o mundo tiveram de fazer com a COVID-19, temos a oportunidade de criar dezenas de milhões de novos empregos. Isto soa a conversa política, mas é literalmente a verdade. Nos últimos cinco anos, o emprego que mais cresceu nos EUA foi o de instalador de painéis solares. O segundo que mais cresceu foi o de técnico de turbinas eólicas. E o "Oxford Review of Economics", apenas há umas semanas, apontou o caminho para uma recuperação, rica em postos de trabalho, se dermos ênfase às energias renováveis e à tecnologia sustentável. Por isso, penso que estamos a chegar a um ponto de viragem, e só precisamos de olhar para os planos de recuperação que estão a ser apresentados em nações de todo o mundo para vermos que eles estão muito virados para uma recuperação sustentável.
CA: I mean, one obvious impact of the pandemic is that it's brought the world's economy to a shuddering halt, thereby reducing greenhouse gas emissions. I mean, how big an effect has that been, and is it unambiguously good news?
CA: Quer dizer, um impacto óbvio da pandemia é que ela provocou uma paragem arrepiante na economia mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa. Até que ponto tem sido este efeito, e será inequivocamente uma boa notícia?
AG: Well, it's a little bit of an illusion, Chris, and you need only look back to the Great Recession in 2008 and '09, when there was a one percent decline in emissions, but then in 2010, they came roaring back during the recovery with a four percent increase. The latest estimates are that emissions will go down by at least five percent during this induced coma, as the economist Paul Krugman perceptively described it, but whether it goes back the way it did after the Great Recession is in part up to us, and if these green recovery plans are actually implemented, and I know many countries are determined to implement them, then we need not repeat that pattern. After all, this whole process is occurring during a period when the cost of renewable energy and electric vehicles, batteries and a range of other sustainability approaches are continuing to fall in price, and they're becoming much more competitive.
AG: De certa forma, isso é uma ilusão, Chris. Basta olharmos para a Grande Recessão em 2008 e 2009, quando houve uma redução de 1% nas emissões. Mas depois, em 2010, elas voltaram em força durante a recuperação com um aumento de 4%. As últimas estimativas são de que as emissões diminuirão em 5%, durante este "coma induzido", como descreveu o economista Paul Krugman de forma tão perspicaz, mas, quer aconteça ou não, o mesmo que aconteceu durante a grande recessão, isso, em parte, depende de nós, e se os planos sustentáveis da recuperação da economia forem mesmo implementados — e eu sei que muitos países estão determinados em implementá-los — não precisamos de repetir esse padrão. Afinal de contas, todo este processo está a ocorrer durante um período em que o custo das energias renováveis dos veículos elétricos, das baterias e de uma série de outras abordagens à sustentabilidade continuam a baixar de preço, e estão a tornar-se muito mais competitivas.
Just a quick reference to how fast this is: five years ago, electricity from solar and wind was cheaper than electricity from fossil fuels in only one percent of the world. This year, it's cheaper in two-thirds of the world, and five years from now, it will be cheaper in virtually 100 percent of the world. EVs will be cost-competitive within two years, and then will continue falling in price. And so there are changes underway that could interrupt the pattern we saw after the Great Recession.
Apenas uma rápida referência à rapidez com que isto se passa: há cinco anos, a eletricidade produzida pela energia solar e eólica era mais barata do que a eletricidade proveniente das energias fósseis apenas em 1% do mundo. Este ano, está mais barata em dois terços do mundo, e daqui a cinco anos, vai ser mais barata praticamente em 100% do mundo. Os veículos elétricos vão ter um custo competitivo dentro de dois anos, e continuarão a diminuir de preço. Há mudanças em curso que poderão interromper o padrão que vimos após a Grande Recessão.
CA: The reason those pricing differentials happen in different parts of the world is obviously because there's different amounts of sunshine and wind there and different building costs and so forth.
CA: Essas diferenças de preços que acontecem no mundo ocorrem por causa de diferentes quantidades de sol e de vento e por causa de diferentes custos de construção, etc.
AG: Well, yes, and government policies also account for a lot. The world is continuing to subsidize fossil fuels at a ridiculous amount, more so in many developing countries than in the US and developed countries, but it's subsidized here as well. But everywhere in the world, wind and solar will be cheaper as a source of electricity than fossil fuels, within a few years.
AG: Sim, e as políticas governamentais também têm muita responsabilidade. O mundo continua a subsidiar os combustíveis fósseis numa quantia ridícula, muito mais em países em desenvolvimento do que nos EUA e nos países desenvolvidos, mas também é subsidiado aqui. Mas em todo o mundo, a energia eólica e a solar serão fontes de energia elétrica mais baratas do que os combustíveis fósseis, dentro de poucos anos.
CA: I think I've heard it said that the fall in emissions caused by the pandemic isn't that much more than, actually, the fall that we will need every single year if we're to meet emissions targets. Is that true, and, if so, doesn't that seem impossibly daunting?
CA: Eu acho que ouvi dizer que a queda nas emissões causada pela pandemia não é muito mais do que a redução de que vamos precisar todos os anos se quisermos cumprir as metas das emissões. Isso é verdade? E, se é, não parece terrivelmente desanimador?
AG: It does seem daunting, but first look at the number. That number came from a study a little over a year ago released by the IPCC as to what it would take to keep the Earth's temperatures from increasing more than 1.5 degrees Celsius. And yes, the annual reductions would be significant, on the order of what we've seen with the pandemic. And yes, that does seem daunting. However, we do have the opportunity to make some fairly dramatic changes, and the plan is not a mystery. You start with the two sectors that are closest to an effective transition -- electricity generation, as I mentioned -- and last year, 2019, if you look at all of the new electricity generation built all around the world, 72 percent of it was from solar and wind. And already, without the continuing subsidies for fossil fuels, we would see many more of these plants being shut down. There are some new fossil plants being built, but many more are being shut down.
AG: Parece desanimador, mas primeiro olha bem para o número. Esse número resultou de um estudo de há pouco mais de um ano, lançado pelo IPCC quanto ao que seria necessário para evitar que as temperaturas da Terra aumentassem mais do que 1,5 graus Celsius. E sim, as reduções anuais seriam significativas, na ordem do que vimos com a pandemia. E sim, isso parece desanimador. No entanto, temos a oportunidade de fazer algumas alterações drásticas, e o plano não é mistério. Começa-se com os dois setores que estão mais próximos de uma transição eficaz — produção de eletricidade, como já mencionei — e no ano passado, em 2019, se olharmos para toda a nova geração elétrica construída em todo o mundo, 72% dessa energia provinha da energia eólica e solar. Sem os continuados subsídios atribuídos aos combustíveis fósseis veríamos muitas mais destas centrais a encerrarem. Há centrais fósseis novas em construção, mas muitas mais estão a ser fechadas.
And where transportation is concerned, the second sector ready to go, in addition to the cheaper prices for EVs that I made reference to before, there are some 45 jurisdictions around the world -- national, regional and municipal -- where laws have been passed beginning a phaseout of internal combustion engines. Even India said that by 2030, less than 10 years from now, it will be illegal to sell any new internal combustion engines in India. There are many other examples.
No que diz respeito aos transportes, o segundo setor pronto a arrancar, para além dos preços mais baixos para veículos elétricos como referi, há cerca de 45 jurisdições em todo o mundo — nacionais, regionais e municipais — onde foram aprovadas leis para iniciar uma eliminação progressiva de motores de combustão interna. Mesmo a Índia, disse que em 2030, portanto daqui a menos de 10 anos, será ilegal vender qualquer motor de combustão interna. na Índia. Há muitos outros exemplos.
So the past small reductions may not be an accurate guide to the kind we can achieve with serious national plans and a focused global effort.
Então as pequenas reduções anteriores podem não ser um indicador preciso para aquilo que podemos alcançar com verdadeiros programas nacionais e um esforço com foco global.
CA: So help us understand just the big picture here, Al. I think before the pandemic, the world was emitting about 55 gigatons of what they call "CO2 equivalent," so that includes other greenhouse gases like methane dialed up to be the equivalent of CO2. And am I right in saying that the IPCC, which is the global organization of scientists, is recommending that the only way to fix this crisis is to get that number from 55 to zero by 2050 at the very latest, and that even then, there's a chance that we will end up with temperature rises more like two degrees Celsius rather than 1.5? I mean, is that approximately the big picture of what the IPCC is recommending?
CA: Então, Al, ajuda-nos a entender o quadro geral. Eu acho que antes da pandemia, o mundo estava a emitir cerca de 55 gigatoneladas do que se chama o "equivalente a CO2", ou seja, incluindo outros gases com efeito de estufa tal como o metano, referido como sendo equivalente ao CO2. Se não estou em erro, estou convencido que o IPCC, que é a organização global de cientistas, recomenda que a única maneira de resolver esta crise é reduzir esse número de 55 para zero no máximo até 2050. Mesmo aí, existirá a hipótese de termos aumentos de temperatura talvez de 2º Celsius em vez de 1,5º? Quer dizer, é esse o quadro geral que o IPCC está a recomendar?
AG: That's correct. The global goal established in the Paris Conference is to get to net zero on a global basis by 2050, and many people quickly add that that really means a 45 to 50 percent reduction by 2030 to make that pathway to net zero feasible.
AG: Sim, está correto. O objetivo global estabelecido na conferência de Paris é chegar ao zero líquido globalmente por volta de 2050. Muitas pessoas acrescentam rapidamente que isso significa uma redução de 45% para 50% até 2030 para tornar viável esse caminho até ao zero líquido.
CA: And that kind of timeline is the kind of timeline where people couldn't even imagine it. It's just hard to think of policy over 30 years. So that's actually a very good shorthand, that humanity's task is to cut emissions in half by 2030, approximately speaking, which I think boils down to about a seven or eight percent reduction a year, something like that, if I'm not wrong.
CA: E é esse tipo de horizonte temporal que as pessoas nem conseguiam imaginar. É difícil pensar numa medida política para daqui a 30 anos. Por isso, essa é realmente uma boa antecipação, que a tarefa da Humanidade seja reduzir as emissões para metade até 2030, falando em termos aproximados. Penso que isso significa uma redução de uns 7% ou 8% ao ano, algo do género, se não estou enganado.
AG: Not quite. Not quite that large but close, yes.
AG: Não é tanto. Não é assim tanto mas anda lá perto, sim.
CA: So it is something like the effect that we've experienced this year may be necessary. This year, we've done it by basically shutting down the economy. You're talking about a way of doing it over the coming years that actually gives some economic growth and new jobs. So talk more about that. You've referred to changing our energy sources, changing how we transport. If we did those things, how much of the problem does that solve?
CA: Então talvez seja necessário algo como o efeito que experimentámos este ano talvez seja necessário. Este ano, fizemo-lo basicamente paralisando a economia. Estás a falar numa forma de o fazer durante os próximos anos que traga maior crescimento económico e mais novos empregos. Fala-nos mais sobre isso. Referiste alterarmos as nossas fontes energéticas, alterarmos o modo como nos transportamos. Se fizéssemos essas coisas, em que medida ficaria resolvido o problema?
AG: Well, we can get to -- well, in addition to doing the two sectors that I mentioned, we also have to deal with manufacturing and all the use cases that require temperatures of a thousand degrees Celsius, and there are solutions there as well. I'll come back and mention an exciting one that Germany has just embarked upon. We also have to tackle regenerative agriculture. There is the opportunity to sequester a great deal of carbon in topsoils around the world by changing the agricultural techniques. There is a farmer-led movement to do that. We need to also retrofit buildings. We need to change our management of forests and the ocean.
AG: Bem, podemos... para além dos dois setores que mencionei, também temos de lidar com o fabrico e todos os casos de utilização que requerem temperaturas de mil graus Celsius. Aí também há soluções. Hei de voltar atrás e referir uma medida entusiasmante que a Alemanha adotou. Também temos de abordar a agricultura regenerativa. Há a oportunidade de sequestrar uma grande quantidade de carbono em solos aráveis de todo o mundo alterando as técnicas agrícolas. Há um movimento liderado por agricultores para fazer isso. Precisamos também de reabilitar edifícios. Precisamos de mudar a nossa gestão das florestas e dos oceanos.
But let me just mention two things briefly. First of all, the high temperature use cases. Angela Merkel, just 10 days ago, with the leadership of her minister Peter Altmaier, who is a good friend and a great public servant, have just embarked on a green hydrogen strategy to make hydrogen with zero marginal cost renewable energy. And just a word on that, Chris: you've heard about the intermittency of wind and solar -- solar doesn't produce electricity when the sun's not shining, and wind doesn't when the wind's not blowing -- but batteries are getting better, and these technologies are becoming much more efficient and powerful, so that for an increasing number of hours of each day, they're producing often way more electricity than can be used. So what to do with it? The marginal cost for the next kilowatt-hour is zero. So all of a sudden, the very energy-intensive process of cracking hydrogen from water becomes economically feasible, and it can be substituted for coal and gas, and that's already being done. There's a Swedish company already making steel with green hydrogen, and, as I say, Germany has just embarked on a major new initiative to do that. I think they're pointing the way for the rest of the world.
Mas deixa-me apenas mencionar duas coisas rapidamente. Em primeiro lugar, os casos de utilização de altas temperaturas. Angela Merkel, ainda há 10 dias, com a liderança do seu ministro Peter Altmaier, que é um bom amigo e um excelente servidor público, embarcaram numa estratégia sustentável de hidrogénio para criar hidrogénio com energia renovável sem custos marginais. E repara nisto, Chris: já ouvimos falar da intermitência da energia eólica e solar — a solar não produz eletricidade quando o sol não brilha, e a eólica não produz eletricidade quando o vento não sopra — mas as baterias estão a melhorar, e estas tecnologias estão a ficar mais potentes e eficientes. Assim, há um crescente número de horas diárias, em que se produz muito mais eletricidade do que a que é utilizada. O que fazer em relação a isso? O custo marginal do kilowatt-hora seguinte é zero. Por isso de repente, o processo que exige muita energia para obter hidrogénio a partir da água torna-se economicamente exequível, e pode ser um substituto para o carvão e para o gás, e isso já está a ser feito. Há uma empresa sueca que já produz aço com hidrogénio sustentável. Como já referi, a Alemanha decidiu tomar a importante iniciativa de o fazer. Penso que eles estão a dar o exemplo ao resto do mundo.
Now, where building retrofits are concerned, just a moment on this, because about 20 to 25 percent of the global warming pollution in the world and in the US comes from inefficient buildings that were constructed by companies and individuals who were trying to be competitive in the marketplace and keep their margins acceptably high and thereby skimping on insulation and the right windows and LEDs and the rest. And yet the person or company that buys that building or leases that building, they want their monthly utility bills much lower. So there are now ways to close that so-called agent-principal divide, the differing incentives for the builder and occupier, and we can retrofit buildings with a program that literally pays for itself over three to five years, and we could put tens of millions of people to work in jobs that by definition cannot be outsourced because they exist in every single community. And we really ought to get serious about doing this, because we're going to need all those jobs to get sustainable prosperity in the aftermath of this pandemic.
Agora, é importante referir a reabilitação de edifícios, porque cerca de 20% a 25% da poluição devida ao aquecimento global no mundo e nos EUA é proveniente de edifícios ineficientes que foram construídos por empresas e particulares que tentavam ser competitivos no mercado e manter as suas margens razoavelmente elevadas e, por isso, economizavam nos isolamentos e nas janelas nas luzes LED e noutras coisas. Contudo, a pessoa ou empresa que comprar ou alugar aquele edifício quer que as suas despesas mensais de utilização sejam mais baixas. Então agora há formas para acabar com a chamada separação mandante-mandatário, com os incentivos diferenciadores para o construtor e para o ocupante, e podemos reabilitar edifícios através de um programa que se reembolsa a si mesmo, ao fim de três a cinco anos. Podemos dar trabalho a dezenas de milhões de pessoas com empregos que, por norma, não podem ser subcontratados porque existem em todas as comunidades. Devemos levar esta questão a sério, porque vamos precisar de todos esses empregos para atingir prosperidade sustentável nos tempos pós-pandemia.
CA: Just going back to the hydrogen economy that you referred to there, when some people hear that, they think, "Oh, are you talking about hydrogen-fueled cars?" And they've heard that that probably won't be a winning strategy. But you're thinking much more broadly than that, I think, that it's not just hydrogen as a kind of storage mechanism to act as a buffer for renewable energy, but also hydrogen could be essential for some of the other processes in the economy like making steel, making cement, that are fundamentally carbon-intensive processes right now but could be transformed if we had much cheaper sources of hydrogen. Is that right?
CA: Voltemos à economia do hidrogénio que mencionaste há pouco. Quando as pessoas ouvem falar nisso, pensam: "Ah, estão a falar dos carros a hidrogénio." E já ouviram que provavelmente não será uma estratégia vencedora, Mas acho que estás a pensar muito para além disso, e não apenas no hidrogénio enquanto um tipo de mecanismo de armazenagem que serve de amortecedor para as energias renováveis mas como sendo também essencial noutros processos económicos como a produção do aço, do cimento, que são, de momento, processos com uma significativa emissão de carbono mas que podem transformar-se se tivermos fontes de hidrogénio mais económicas.
AG: Yes, I was always skeptical about hydrogen, Chris,
É isso?
principally because it's been so expensive to make it, to "crack it out of water," as they say. But the game-changer has been the incredible abundance of solar and wind electricity in volumes and amounts that people didn't expect, and all of a sudden, it's cheap enough to use for these very energy-intensive processes like creating green hydrogen. I'm still a bit skeptical about using it in vehicles. Toyota's been betting on that for 25 years and it hasn't really worked for them. Never say never, maybe it will, but I think it's most useful for these high-temperature industrial processes, and we already have a pathway for decarbonizing transportation with electricity that's working extremely well. Tesla's going to be soon the most valuable automobile company in the world, already in the US, and they're about to overtake Toyota. There is now a semitruck company that's been stood up by Tesla and another that is going to be a hybrid with electricity and green hydrogen, so we'll see whether or not they can make it work in that application. But I think electricity is preferable for cars and trucks.
AG: Sim, eu sempre fui cético no que toca ao hidrogénio, Chris, principalmente porque sempre foi muito dispendioso produzi-lo, de "sacá-lo da água", como dizem. Mas o ponto de viragem tem sido a incrível abundância de eletricidade solar e eólica em volumes e quantidades que ninguém esperava, e, de repente, é suficientemente barata para ser utilizada nestes processos de enorme consumo energético como criar hidrogénio sustentável. Continuo cético quanto à sua utilização em veículos. A Toyota anda a apostar nisso há 25 anos e não tem funcionado. Nunca se diz nunca, talvez venha a funcionar, mas creio que será mais útil em processos industriais a altas temperaturas, e já temos um caminho traçado para a redução do carbono nos transportes através da eletricidade que tem resultado muitíssimo bem. A Tesla será em breve a empresa automóvel mais valiosa do mundo. já o é nos EUA e está prestes a ultrapassar a Toyota. Havia uma empresa de semi-reboques que é agora gerida pela Tesla e uma outra que será híbrida com eletricidade e hidrogénio sustentável. Veremos se eles conseguem funcionar nesses moldes. Mas penso que a eletricidade é preferível nos carros e nos camiões.
CA: We're coming to some community questions in a minute. Let me ask you, though, about nuclear. Some environmentalists believe that nuclear, or maybe new generation nuclear power is an essential part of the equation if we're to get to a truly clean future, a clean energy future. Are you still pretty skeptical on nuclear, Al?
CA: Daqui a pouco vamos responder a perguntas da comunidade. Mas, entretanto, quero falar sobre energia nuclear. Há ambientalistas que acreditam que a energia nuclear, ou talvez a energia nuclear de nova geração é uma parte essencial da equação se queremos chegar a um futuro verdadeiramente puro, um futuro de energia pura. Continuas muito cético relativamente à energia nuclear, Al?
AG: Well, the market's skeptical about it, Chris. It's been a crushing disappointment for me and for so many. I used to represent Oak Ridge, where nuclear energy began, and when I was a young congressman, I was a booster. I was very enthusiastic about it. But the cost overruns and the problems in building these plants have become so severe that utilities just don't have an appetite for them. It's become the most expensive source of electricity. Now, let me hasten to add that there are some older nuclear reactors that have more useful time that could be added onto their lifetimes. And like a lot of environmentalists, I've come to the view that if they can be determined to be safe, they should be allowed to continue operating for a time.
AG: Bom, o mercado é cético em relação a isso, Chris. Tem sido uma desilusão esmagadora para mim e para muitos outros. Eu já representei a Oak Ridge, onde a energia nuclear teve início, e quando eu era um jovem congressista, era um entusiasta. Era muito apaixonado por aquilo. Mas os custos excessivos e os problemas na construção das centrais tornam-se tão pesados que os serviços de utilidade pública perdem o interesse. Tornou-se a fonte de eletricidade mais dispendiosa. Mas não quero deixar de acrescentar que há uns reatores nucleares mais antigos que têm mais tempo útil que podia ser adicionado à sua existência E tal como muitos ambientalistas, cheguei à conclusão de que, se puderem ser classificados como seguros, devia ser permitida a sua utilização por mais algum tempo.
But where new nuclear power plants are concerned, here's a way to look at it. If you are -- you've been a CEO, Chris. If you were the CEO of -- I guess you still are. If you were the CEO of an electric utility, and you told your executive team, "I want to build a nuclear power plant," two of the first questions you would ask are, number one: How much will it cost? And there's not a single engineering consulting firm that I've been able to find anywhere in the world that will put their name on an opinion giving you a cost estimate. They just don't know. A second question you would ask is: How long will it take to build it, so we can start selling the electricity? And again, the answer you will get is, "We have no idea." So if you don't know how much it's going to cost, and you don't know when it's going to be finished, and you already know that the electricity is more expensive than the alternate ways to produce it, that's going to be a little discouraging, and, in fact, that's been the case for utilities around the world.
Mas no que diz respeito às novas centrais nucleares. eis uma forma de ver a questão. Tu já foste um CEO, Chris. — suponho que ainda sejas. Se fores o CEO de um fornecedor de eletricidade, e disseres à equipa executiva, "Quero construir uma central de energia nuclear," duas das primeiras perguntas que irias fazer seriam: Número um: Quanto é que vai custar? Não há nenhuma empresa de consultadoria em engenharia que eu tenha encontrado em parte alguma do mundo que subscreva um parecer, dando-te uma estimativa de custo. Eles pura e simplesmente não sabem. A segunda pergunta é: Quanto tempo levará a construir, para começarmos a vender eletricidade? E, novamente, a resposta será: "Não fazemos a mínima ideia." Portanto, se não sabemos quanto vai custar, nem quando vai estar terminada, e já sabemos que a eletricidade é mais cara do que as formas alternativas de a produzir, vamos ficar desencorajados. De facto, tem sido essa a situação com serviços do mundo inteiro.
CA: OK. So there's definitely an interesting debate there, but we're going to come on to some community questions. Let's have the first of those questions up, please. From Prosanta Chakrabarty: "People who are skeptical of COVID and of climate change seem to be skeptical of science in general. It may be that the singular message from scientists gets diluted and convoluted. How do we fix that?"
CA: OK. Esse é definitivamente um debate interessante, mas vamos continuar com algumas perguntas da comunidade. Vamos mostrar a primeira, por favor. De Prosanta Chakrabarty: "Quem é cético em relação à COVID e às alterações climáticas parece ser cético relativamente à ciência em geral. Será que a mensagem que os cientistas tentam passar poderá ser minimizada e complicada? Como corrigimos isso?"
AG: Yeah, that's a great question, Prosanta. Boy, I'm trying to put this succinctly and shortly. I think that there has been a feeling that experts in general have kind of let the US down, and that feeling is much more pronounced in the US than in most other countries. And I think that the considered opinion of what we call experts has been diluted over the last few decades by the unhealthy dominance of big money in our political system, which has found ways to really twist economic policy to benefit elites. And this sounds a little radical, but it's actually what has happened.
AG: Essa é uma excelente pergunta, Prosanta Vou tentar explicá-la de modo curto e sucinto. Penso que tem havido um sentimento de que os especialistas em geral desiludiram os EUA de alguma forma. E essa ideia é muito mais evidenciada nos EUA do que noutros países. Eu creio que a opinião dos especialistas tem sido diluída ao longo das últimas décadas pelo prejudicial domínio do dinheiro no nosso sistema político, que encontrou formas de distorcer a política económica para beneficiar elites. Isto soa um pouco radical, mas é exatamente o que aconteceu.
And we have gone for more than 40 years without any meaningful increase in middle-income pay, and where the injustice experienced by African Americans and other communities of color are concerned, the differential in pay between African Americans and majority Americans is the same as it was in 1968, and the family wealth, the net worth -- it takes 11 and a half so-called "typical" African American families to make up the net worth of one so-called "typical" White American family. And you look at the soaring incomes in the top one or the top one-tenth of one percent, and people say, "Wait a minute. Whoever the experts were that designed these policies, they haven't been doing a good job for me."
E já vivemos há mais de 40 anos sem um aumento significativo do salário médio. No que diz respeito às injustiças sofridas pelos afro-americanos e por outras comunidades de cor, a diferença entre salários pagos a afro-americanos e à maioria dos americanos é a mesma que era em 1968, e a riqueza das famílias o património líquido — são precisas 11 famílias e meia típicas de afro-americanos típicos para igualar o património líquido de uma família americana branca típica. Olhamos para salários elevadíssimos do 1% do topo, ou 0,1% do topo, e pensamos: "Esperem lá. "Quem quer que sejam os especialistas que definiram estas políticas, "não têm feito um bom trabalho."
A final point, Chris: there has been an assault on reason. There has been a war against truth. There has been a strategy, maybe it was best known as a strategy decades ago by the tobacco companies who hired actors and dressed them up as doctors to falsely reassure people that there were no health consequences from smoking cigarettes, and a hundred million people died as a result. That same strategy of diminishing the significance of truth, diminishing, as someone said, the authority of knowledge, I think that has made it kind of open season on any inconvenient truth -- forgive another buzz phrase, but it is apt. We cannot abandon our devotion to the best available evidence tested in reasoned discourse and used as the basis for the best policies we can form.
Um último ponto, Chris: Tem havido um ataque à razão. Tem havido uma guerra contra a verdade. Tem havido uma estratégia, talvez mais conhecida como a estratégia usada pelas tabaqueiras há décadas que contratavam atores e os vestiam de médicos para enganarem as pessoas e tranquilizá-las dizendo que fumar não era perigoso para a saúde, E cem milhões de pessoas morreram como resultado disso. Essa mesma estratégia de diminuir a importância da verdade, de diminuir, como alguém disse, a autoridade do conhecimento, deu origem a um género de caça a qualquer verdade inconveniente — desculpa, mais uma frase feita, mas é adequada. Não podemos abandonar a nossa crença nas evidências disponíveis postas à prova em discursos racionais e utilizadas como base para as melhores políticas que podemos criar.
CA: Is it possible, Al, that one consequence of the pandemic is actually a growing number of people have revisited their opinions on scientists? I mean, you've had a chance in the last few months to say, "Do I trust my political leader or do I trust this scientist in terms of what they're saying about this virus?" Maybe lessons from that could be carried forward?
CA: Será possível, Al, que uma das consequências da pandemia seja um número crescente de pessoas a rever as suas opiniões sobre os cientistas? Ou seja, nos últimos meses tivemos oportunidade de dizer: "Vou acreditar no meu líder político ou vou acreditar neste cientista "relativamente ao que têm dito sobre este vírus?" Podemos, quem sabe, tirar uma lição disto?
AG: Well, you know, I think if the polling is accurate, people do trust their doctors a lot more than some of the politicians who seem to have a vested interest in pretending the pandemic isn't real. And if you look at the incredible bust at President Trump's rally in Tulsa, a stadium of 19,000 people with less than one-third filled, according to the fire marshal, you saw all the empty seats if you saw the news clips, so even the most loyal Trump supporters must have decided to trust their doctors and the medical advice rather than Dr. Donald Trump.
AG: Sabes, eu acho que, se as sondagens estão corretas, as pessoas confiam mais nos seus médicos do que alguns políticos parecem confiar pois parecem mais interessados em fingir que a pandemia não é real. E se olhares para o enorme fracasso no comício do Presidente Trump em Tulsa, um estádio de 19 000 pessoas com menos de um terço de ocupação, de acordo com o oficial de segurança, viam-se todos os lugares vazios, se víssemos as imagens do noticiário. Por isso, até os apoiantes mais leais de Trump terão decidido confiar nos seus médicos e recomendações médicas e não no Dr. Donald Trump.
CA: With a little help from the TikTok generation, perchance.
CA: Porventura, com uma pequena ajuda da geração TikTok.
AG: Well, but that didn't affect the turnout. What they did, very cleverly, and I'm cheering them on, what they did was affect the Trump White House's expectations. They're the reason why he went out a couple days beforehand and said, "We've had a million people sign up." But they didn't prevent -- they didn't take seats that others could have otherwise taken. They didn't affect the turnout, just the expectations.
AG: Certo, mas isso não afetou o resultado. O que eles fizeram, inteligentemente — e dou-lhes os meus parabéns — foi afetar as expetativas da Casa Branca de Trump. Eles foram a razão por que ele se manifestou uns dias antes e disse: "Temos um milhão de pessoas inscritas." Mas eles não impediram... não ocuparam lugares que outros podiam ter ocupado. Não afetaram o resultado, apenas as expetativas.
CA: OK, let's have our next question here. "Are you concerned the world will rush back to the use of the private car out of fear of using shared public transportation?"
CA: OK, vamos à próxima pergunta. "Preocupa-o que as pessoas voltem à utilização de veículo próprio "com medo de viajarem em transportes públicos?"
AG: Well, that could actually be one of the consequences, absolutely. Now, the trends on mass transit were already inching in the wrong direction because of Uber and Lyft and the ridesharing services, and if autonomy ever reaches the goals that its advocates have hoped for then that may also have a similar effect. But there's no doubt that some people are going to be probably a little more reluctant to take mass transportation until the fear of this pandemic is well and truly gone.
AG: Bom, essa pode realmente ser uma das consequências, sem dúvida. Agora, a tendência do transporte coletivo já estava a avançar na direção errada por causa da Uber, da Lyft e dos serviços partilhados, e se a autonomia vier a atingir os objetivos que os seus defensores esperavam isso também poderá resultar num efeito semelhante. Mas não há dúvidas de que algumas pessoas estão provavelmente mais relutantes em utilizar transportes públicos até o medo da pandemia ter desaparecido.
CA: Yeah. Might need a vaccine on that one.
CA: Pois, somos capazes de precisar de uma vacina para isso.
AG: (Laughs) Yeah.
AG: Pois.
CA: Next question. Sonaar Luthra, thank you for this question from LA. "Given the temperature rise in the Arctic this past week, seems like the rate we are losing our carbon sinks like permafrost or forests is accelerating faster than we predicted. Are our models too focused on human emissions?" Interesting question.
CA: Próxima pergunta. Soonar Luthra, obrigado por esta pergunta, vinda de LA "Devido ao aumento da temperatura no Ártico na última semana, "parece que o ritmo a que perdemos sorvedouros de carbono "como o "permafrost" ou as florestas tem acelerado mais do que o previsto. Estarão os nossos modelos demasiado focados nas emissões humanas?" Uma pergunta interessante.
AG: Well, the models are focused on the factors that have led to these incredible temperature spikes in the north of the Arctic Circle. They were predicted, they have been predicted, and one of the reasons for it is that as the snow and ice cover melts, the sun's incoming rays are no longer reflected back into space at a 90 percent rate, and instead, when they fall on the dark tundra or the dark ocean, they're absorbed at a 90 percent rate. So that's a magnifier of the warming in the Arctic, and this has been predicted. There are a number of other consequences that are also in the models, but some of them may have to be recalibrated.
AG: Bom, os modelos estão focados nos fatores que levaram a estes picos de temperatura impressionantes no norte do Círculo Polar Ártico. Eles foram e têm sido previstos, e uma das razões para isso é que, à medida que a neve e as camadas de gelo derretem, os raios de sol que nos chegam já não são refletidos de volta para o espaço em 90% dos casos. Em vez disso, quando incidem na tundra sombria ou no oceano sombrio. são absorvidos a uma taxa de 90%. Isso intensifica o aquecimento no Ártico, e já tinha sido previsto. Há uma série de outras consequências que constam nesses modelos, mas alguns podem ter de ser reajustados.
The scientists are freshly concerned that the emissions of both CO2 and methane from the thawing tundra could be larger than they had hoped they would be. There's also just been a brand-new study. I won't spend time on this, because it deals with a kind of geeky term called "climate sensitivity," which has been a factor in the models with large error bars because it's so hard to pin down. But the latest evidence indicates, worryingly, that the sensitivity may be greater than they had thought, and we will have an even more daunting task. That shouldn't discourage us. I truly believe that once we cross this tipping point, and I do believe we're doing it now, as I've said, then I think we're going to find a lot of ways to speed up the emissions reductions.
Os cientistas, agora, têm receio de que tanto as emissões de CO2 como as de metano provenientes do degelo da tundra possam ser mais elevadas do que eles esperavam. E acabou de ser realizado um estudo. Não vou perder muito tempo com ele, porque abrange um conceito "geek" chamado "sensibilidade climática", que tem sido um fator nos modelos com grandes margens de erro por ser muito difícil de compreender. Mas as últimas provas indicam, preocupantemente, que a sensibilidade pode ser maior do que pensavam, e teremos uma tarefa ainda mais difícil. Isso não devia desencorajar-nos. Eu acredito que, depois de ultrapassado este ponto crítico — e acho que isso já está a acontecer, como já referi — vamos encontrar muitas formas de acelerar a redução de emissões.
CA: We'll take one more question from the community. Haha. "Geoengineering is making extraordinary progress. Exxon is investing in technology from Global Thermostat that seems promising. What do you think of these air and water carbon capture technologies?" Stephen Petranek.
CA: Vamos responder a mais uma pergunta da comunidade. "A Geoengenharia tem feito progressos extraordinários. "A Exxon está a investir na tecnologia da Global Thermostat "que parece promissora. "O que pensa destas tecnologias de captura de carbono através de ar e água?" Stephen Petranek.
AG: Yeah. Well, you and I have talked about this before, Chris. I've been strongly opposed to conducting an unplanned global experiment that could go wildly wrong, and most are really scared of that approach. However, the term "geoengineering" is a nuanced term that covers a lot. If you want to paint roofs white to reflect more energy from the cityscapes, that's not going to bring a danger of a runaway effect, and there are some other things that are loosely called "geoengineering" like that, which are fine. But the idea of blocking out the sun's rays -- that's insane in my opinion. Turns out plants need sunlight for photosynthesis and solar panels need sunlight for producing electricity from the sun's rays. And the consequences of changing everything we know and pretending that the consequences are going to precisely cancel out the unplanned experiment of global warming that we already have underway, you know, there are glitches in our thinking. One of them is called the "single solution bias," and there are people who just have a hunger to say, "Well, that one solution, we just need to latch on to that and do that, and damn the consequences." Well, it's nuts.
AG: Pois. Bem, tu e eu já discutimos isto, Chris. Tenho-me oposto veementemente contra fazer uma experiência global não planeada que pode correr pessimamente, e a maioria está muito receosa desta abordagem. No entanto, o termo "geoengenharia" é um termo camuflado que esconde muita coisa. Se quiserem pintar os telhados de branco para refletir mais energia nas paisagens urbanas, isso não acarretará um efeito descontrolado perigoso, e há outras coisas como essa a que são chamam genericamente "geoengenharia", e que não têm problema. Mas a ideia de bloquear os raios solares, na minha opinião, é irracional. Acontece que as plantas precisam de luz solar para a fotossíntese e os painéis solares precisam de luz solar para produzirem eletricidade proveniente dos raios solares. E as consequências de alterarmos tudo aquilo que conhecemos e pretendermos que as consequências vão precisamente anular a experiência imprevista do aquecimento global que já está a decorrer, são falhas no pensamento. Uma delas é a "falácia da solução única". Há pessoas que sentem a necessidade de dizer, "Só precisamos de nos agarrar a essa solução e pô-la em prática. "As consequências que vão para o diabo." Isso é de loucos.
CA: But let me push back on this just a little bit. So let's say that we agree that a single solution, all-or-nothing attempt at geoengineering is crazy. But there are scenarios where the world looks at emissions and just sees, in 10 years' time, let's say, that they are just not coming down fast enough and that we are at risk of several other liftoff events where this train will just get away from us, and we will see temperature rises of three, four, five, six, seven degrees, and all of civilization is at risk. Surely, there is an approach to geoengineering that could be modeled, in a way, on the way that we approach medicine.
CA: Mas deixa-me voltar um bocadinho atrás. Digamos que concordamos que é uma loucura uma única solução, uma tentativa de tudo-ou-nada em geoengenharia. Mas há cenários em que o mundo olha para as emissões e vê que, ao fim de 10 anos, suponhamos, a redução não foi suficientemente rápida e que estamos em risco de muitas outras situações em que este comboio que perdemos não esperará por nós, e vamos assistir a subidas de temperatura de três, quatro, cinco, seis, sete graus, e toda a civilização fica em risco. Certamente existe uma abordagem da geoengenharia que poderá ser modelada, de certo modo, conforme abordamos a medicina.
Like, for hundreds of years, we don't really understand the human body, people would try interventions, and some of them would work, and some of them wouldn't. No one says in medicine, "You know, go in and take an all-or-nothing decision on someone's life," but they do say, "Let's try some stuff." If an experiment can be reversible, if it's plausible in the first place, if there's reason to think that it might work, we actually owe it to the future health of humanity to try at least some types of tests to see what could work. So, small tests to see whether, for example, seeding of something in the ocean might create, in a nonthreatening way, carbon sinks. Or maybe, rather than filling the atmosphere with sulfur dioxide, a smaller experiment that was not that big a deal to see whether, cost-effectively, you could reduce the temperature a little bit. Surely, that isn't completely crazy and is at least something we should be thinking about in case these other measures don't work?
Por exemplo, durante centenas de anos, não compreendíamos o corpo humano, realizavam-se intervenções, e algumas resultavam, outras não. Na medicina ninguém diz: "Intervém e toma uma decisão de tudo-ou-nada" sobre a vida de alguém. Dizem antes: "Vamos testar algumas coisas." Se uma experiência pode ser reversível, se é plausível logo de início, se há razões para pensar que vai funcionar, devemos à saúde futura da Humanidade que se façam vários tipos de testes para vermos o que funciona. Então, pequenos testes para vermos se, por exemplo, semear algo no oceano pode criar, de forma não nociva, sorvedouros de carbono. Ou talvez, em vez de se encher a atmosfera de dióxido de enxofre, fazer-se uma experiência em menor escala para ver se, de forma rentável, se podia reduzir um pouco a temperatura. De certeza que isso não é completamente descabido e não será algo que devíamos, no mínimo, ponderar caso as outras medidas não resultem?
AG: Well, there've already been such experiments to seed the ocean to see if that can increase the uptake of CO2. And the experiments were an unmitigated failure, as many predicted they would be. But that, again, is the kind of approach that's very different from putting tinfoil strips in the atmosphere orbiting the Earth. That was the way that solar geoengineering proposal started. Now they're focusing on chalk, so we have chalk dust all over everything. But more serious than that is the fact that it might not be reversible.
AG: Bem, já se fizeram experiências dessas de plantar no oceano para testar se isso aumentava a captação de CO2. Essas experiências acabaram por ser um absoluto fracasso, como muitos previam. Mas, novamente, é o tipo de abordagem que é muito diferente de colocar tiras de papel-de-alumínio na atmosfera a orbitar a Terra. Foi assim que a proposta de geoengenharia solar começou. Agora estão focados no calcário, então temos poeira calcária por todo o lado. Mas, mais grave que isso, é o facto de poder ser irreversível.
CA: But, Al, that's the rhetoric response. The amount of dust that you need to drop by a degree or two wouldn't result in chalk dust over everything. It would be unbelievably -- like, it would be less than the dust that people experience every day, anyway. I mean, I just --
CA: Mas, Al, essa é a resposta retórica. A quantidade de pó que precisamos para baixar um ou dois graus não resultaria em poeira calcária por todo o lado. Seria incrível... Seria menos do que a poeira com que as pessoas lidam diariamente. Quer dizer, eu só...
AG: First of all, I don't know how you do a small experiment in the atmosphere. And secondly, if we were to take that approach, we would have to steadily increase the amount of whatever substance they decided. We'd have to increase it every single year, and if we ever stopped, then there would be a sudden snapback, like "The Picture of Dorian Gray," that old book and movie, where suddenly all of the things caught up with you at once. The fact that anyone is even considering these approaches, Chris, is a measure of a feeling of desperation that some have begun to feel, which I understand, but I don't think it should drive us toward these reckless experiments. And by the way, using your analogy to experimental cancer treatments, for example, you usually get informed consent from the patient.
AG: Primeiro que tudo, eu não sei como se faz uma experiência pequena na atmosfera. E em segundo lugar, se fossemos adotar essa abordagem, teríamos de aumentar continuamente a quantidade da substância que decidissem usar. Teríamos de aumentá-la todos os anos e, se alguma vez parássemos, dar-se-ia um retrocesso repentino, como naquele antigo livro e filme, "O Retrato de Dorian Gray", em que, de repente, acontece tudo mal ao mesmo tempo. O simples facto de haver alguém a considerar estas hipóteses, Chris, só demonstra o sentimento de desespero que algumas pessoas começaram a sentir, que eu compreendo, mas que não nos deve levar ao encontro dessas experiências imprudentes. E, já agora, usando a tua analogia aos tratamentos de cancro experimentais, por exemplo, normalmente obténs o consentimento do paciente.
Getting informed consent from 7.8 billion people who have no voice and no say, who are subject to the potentially catastrophic consequences of this wackadoodle proposal that somebody comes up with to try to rearrange the entire Earth's atmosphere and hope and pretend that it's going to cancel out, the fact that we're putting 152 million tons of heat-trapping, manmade global warming pollution into the sky every day. That's what's really insane. A scientist decades ago compared it this way. He said, if you had two people on a sinking boat and one of them says, "You know, we could probably use some mirrors to signal to shore to get them to build a sophisticated wave-generating machine that will cancel out the rocking of the boat by these guys in the back of the boat." Or you could get them to stop rocking the boat. And that's what we need to do. We need to stop what's causing the crisis.
Conseguir o consentimento consciente de cerca de 7800 milhões de pessoas que não têm voz nem opinião, que estão submetidas às potenciais consequências catastróficas desta ideia tola que alguém se lembra de inventar para tentar reorganizar a atmosfera da Terra na totalidade e esperar e pretender que isso vai anular o facto de emitirmos 152 milhões de toneladas de gases poluidores da atmosfera, criados pelo homem para o céu todos os dias. Isso é que é realmente de loucos. Um cientista há umas décadas fez a seguinte comparação: "Se tivermos duas pessoas num barco que está a afundar-se "e uma delas disser: " 'Olha, se calhar podíamos usar espelhos para fazer sinais para a costa " 'para construírem uma máquina sofisticada " 'para geração de ondas " 'que acabe com o balançar do barco " 'causado pelas pessoas que estão na parte de trás', "ou então podem fazer com que eles deixem de balançar o barco." É isso que tem de ser feito. Temos de parar com o que causa a crise.
CA: Yeah, that's a great story, but if the effort to stop the people rocking in the back of the boat is as complex as the scientific proposal you just outlined, whereas the experiment to stop the waves is actually as simple as telling the people to stop rocking the boat, that story changes. And I think you're right that the issue of informed consent is a really challenging one, but, I mean, no one gave informed consent to do all of the other things we're doing to the atmosphere. And I agree that the moral hazard issue is worrying, that if we became dependent on geoengineering and took away our efforts to do the rest, that would be tragic. It just seems like, I wish it was possible to have a nuanced debate of people saying, you know what, there's multiple dials to a very complex problem. We're going to have to adjust several of them very, very carefully and keep talking to each other. Wouldn't that be a goal to just try and have a more nuanced debate about this, rather than all of that geoengineering can't work?
CA: Sim, essa é uma ótima história mas, se o esforço para os fazer parar de balançar o barco for tão complexo como a proposta científica que descreveste, enquanto que o plano para parar as ondas for tão fácil quanto pedir às pessoas para deixarem de balançar o barco, o caso muda de figura. Eu concordo que essa questão do consentimento é muito problemática, mas ninguém deu consentimento para fazer todas as outras coisas que andamos a fazer à atmosfera. E concordo que o risco moral é preocupante. Se nos tornarmos dependentes da geoengenharia e não nos esforçarmos para o resto, isso será uma tragédia. Eu gostava que fosse possível haver um debate variado de pessoas que dissessem: "Sabem que mais? "Há múltiplos indicadores para um problema muito complexo. Vamos ter de ajustar muitos deles com muito cuidado e continuar a comunicar uns com os outros. Não seria esse o objetivo de tentar ter um debate mais flexível sobre isto, em vez de discutir tudo o que não resulta na geoengenharia?
AG: Well, I've said some of it, you know, the benign forms that I've mentioned, I'm not ruling those out. But blocking the Sun's rays from the Earth, not only do you affect 7.8 billion people, you affect the plants and the animals and the ocean currents and the wind currents and natural processes that we're in danger of disrupting even more. Techno-optimism is something I've engaged in in the past, but to latch on to some brand-new technological solution to rework the entire Earth's natural system because somebody thinks he's clever enough to do it in a way that precisely cancels out the consequences of using the atmosphere as an open sewer for heat-trapping manmade gases. It's much more important to stop using the atmosphere as an open sewer. That's what the problem is.
AG: Bem, eu referi algumas, as boas medidas que mencionei, não as estou a excluir. Mas bloquear os raios solares do planeta Terra, não só afetaria 7800 milhões de pessoas, como afetaria as plantas e os animais e as correntes oceânicas e as correntes eólicas e processos naturais que estamos na iminência de comprometer ainda mais. Otimismo tecnológico é algo que me interessou no passado, mas agarrar-me a uma qualquer solução com base na alta tecnologia para reestabelecer todo o sistema natural da Terra só porque alguém se considera suficientemente esperto para o fazer de forma a anular as consequências de utilizar a atmosfera como um esgoto a céu aberto para os gases com efeito de estufa emitidos pelo Homem? Não. É muito mais importante deixarmos de usar a atmosfera como um esgoto a céu aberto.
CA: All right, well, we'll agree that that is the most important thing, for sure,
É esse o problema.
and speaking of which, do you believe the world needs carbon pricing, and is there any prospect for getting there?
CA: Muito bem, concordamos que isso é o mais importante, sem dúvida, e já que falamos nisso, acreditas que é preciso estipular preços para o carbono, e existe alguma probabilidade de lá chegarmos?
AG: Yes. Yes to both questions. For decades, almost every economist who is asked about the climate crisis says, "Well, we just need to put a price on carbon." And I have certainly been in favor of that approach. But it is daunting. Nevertheless, there are 43 jurisdictions around the world that already have a price on carbon. We're seeing it in Europe. They finally straightened out their carbon pricing mechanism. It's an emissions trading version of it. We have places that have put a tax on carbon. That's the approach the economists prefer. China is beginning to implement its national emissions trading program. California and quite a few other states in the US are already doing it. It can be given back to people in a revenue-neutral way.
AG: Sim. Sim às duas perguntas. Há décadas que quase todos os economistas que respondem a perguntas sobre a crise climática, respondem: "Bem, basta atribuir um preço ao carbono." Eu sou totalmente a favor dessa ideia. Mas é muito complicado. Contudo, há 43 jurisdições no mundo que já têm um preço sobre o carbono. Está a acontecer na Europa. Finalmente esclareceram o mecanismo do preço do carbono. É uma versão da comercialização das emissões. Temos locais que aplicaram uma taxa ao carbono. Esse é o procedimento que os economistas preferem. A China está a começar a implementar o programa nacional de comercialização. A Califórnia e mais alguns estados nos EUA já o estão a fazer. Pode ser devolvido às pessoas sem incidência nas receitas.
But the opposition to it, Chris, which you've noted, is impressive enough that we do have to take other approaches, and I would say most climate activists are now saying, look, let's don't make the best the enemy of the better. There are other ways to do this as well. We need every solution we can rationally employ, including by regulation. And often, when the political difficulty of a proposal becomes too difficult in a market-oriented approach, the fallback is with regulation, and it's been given a bad name, regulation, but many places are doing it. I mentioned phasing out internal combustion engines. That's an example. There are 160 cities in the US that have already by regulation ordered that within a date certain, 100 percent of all their electricity will have to come from renewable sources. And again, the market forces that are driving the cost of renewable energy and sustainability solutions ever downward, that gives us the wind at our back. This is working in our favor.
Mas a oposição a isso, Chris, a que te referiste, é suficientemente impressionante para termos de seguir outros planos, e eu diria que a maioria dos ativistas climáticos agora dizem: "Não digamos que o ótimo é inimigo do bom." Também há outras formas de o fazer. Precisamos de toda e qualquer solução que possamos aplicar racionalmente, incluindo através de regulamentação. Muitas vezes, quando a oposição política a uma ideia se torna demasiado difícil, numa abordagem orientada para o mercado, o retrocesso é na regulamentação, e dá-se-lhe um nome negativo: regulamentação, mas em muitos sítios já está a ser aplicada. A eliminação progressiva dos motores de combustão interna é um exemplo disso. Há 160 cidades nos EUA que já determinaram, com regulamentação, que, a partir de uma data específica, 100% de toda a eletricidade terá de ser proveniente de recursos renováveis. E novamente, as forças do mercado que regulam os custos da energia renovável e as soluções sustentáveis sempre mais baratas, dão-nos força para continuar. Isso joga a nosso favor.
CA: I mean, the pushback on carbon pricing often goes further from parts of the environmental movement, which is to a pushback on the role of business in general. Business is actually -- well, capitalism -- is blamed for the climate crisis because of unrelenting growth, to the point where many people don't trust business to be part of the solution. The only way to go forward is to regulate, to force businesses to do the right thing. Do you think that business has to be part of the solution?
CA: Ou seja, o retrocesso no estabelecimento de preços do carbono avança frequentemente graças a fações do movimento ambiental, que constituem uma resistência ao papel da indústria, em geral. Na verdade, a indústria — bom, o capitalismo — é responsabilizada pela crise climática devido ao crescimento incessante, ao ponto de muita gente não acreditar que a indústria possa fazer parte da solução. A única maneira de avançarmos é a regulamentação, obrigar a indústria a fazer o correto. Pensas que a solução terá de passar pelas empresas?
AG: Well, definitely, because the allocation of capital needed to solve this crisis is greater than what governments can handle. And businesses are beginning, many businesses are beginning to play a very constructive role. They're getting a demand that they do so from their customers, from their investors, from their boards, from their executive teams, from their families. And by the way, the rising generation is demanding a brighter future, and when CEOs interview potential new hires, they find that the new hires are interviewing them. They want to make a nice income, but they want to be able to tell their family and friends and peers that they're doing something more than just making money. One illustration of how this new generation is changing, Chris: there are 65 colleges in the US right now where the College Young Republican Clubs have joined together to jointly demand that the Republican National Committee change its policy on climate, lest they lose that entire generation. This is a global phenomenon. The Greta Generation is now leading this in so many ways, and if you look at the polling, again, the vast majority of young Republicans are demanding a change on climate policy. This is really a movement that is building still.
AG: Absolutamente, porque a canalização de capital necessária para resolver esta crise é maior do que a que os governos conseguem aguentar. E as empresas estão a começar, muitas empresas começam a ter um papel muito construtivo. Está a ser-lhes exigido que o façam pelos seus clientes, pelos seus investidores, pelas suas administrações, pelas suas equipas executivas, pelas suas famílias. E já agora, a geração atual está a exigir um futuro próspero, e quando os CEOs entrevistam potenciais candidatos, descobrem que, afinal, os candidatos é que os estão a entrevistar. Querem receber um bom salário, mas querem poder dizer às suas famílias e amigos e colegas que estão a fazer mais alguma coisa do que apenas a ganhar dinheiro. Uma ilustração de como esta geração está a mudar, Chris: de momento existem 65 universidades nos EUA onde os Clubes de Jovens Republicanos Universitários se uniram para em conjunto exigirem ao Comité Nacional Republicano que mudasse a sua política ambiental, para não perderem toda uma geração. Isto é um fenómeno global. A Geração Greta está agora a comandar de tantas formas e, se olhares para as sondagens, novamente, a vasta maioria de jovens Republicanos pedem uma mudança na política ambiental. Isto é um verdadeiro movimento que está a desenvolver-se.
CA: I was going to ask you about that, because one of the most painful things over the last 20 years has just been how climate has been politicized, certainly in the US. You've probably felt yourself at the heart of that a lot of the time, with people attacking you personally in the most merciless, and unfair ways, often. Do you really see signs that that might be changing, led by the next generation?
CA: Ia falar-te disso, porque uma das coisas mais penosas dos últimos 20 anos tem sido o modo como o ambiente tem sido politizado, particularmente, nos EUA. Provavelmente sentiste-te assim no meio disso durante muito tempo, com pessoas a atacarem-te pessoalmente das formas mais cruéis e frequentemente injustas. Vês mesmo sinais de que isso pode estar a mudar, com a liderança da próxima geração?
AG: Yeah, there's no question about it. I don't want to rely on polls too much. I've mentioned them already. But there was a new one that came out that looked at the wavering Trump supporters, those who supported him strongly in the past and want to do so again. The number one issue, surprisingly to some, that is giving them pause, is the craziness of President Trump and his administration on climate. We're seeing big majorities of the Republican Party overall saying that they're ready to start exploring some real solutions to the climate crisis. I think that we're really getting there, no question about it.
AG: Sim, sem dúvida alguma. Eu não quero guiar-me demasiado pelas sondagens. Já falei delas. Mas houve uma que foi divulgada que se baseou nos apoiantes vacilantes de Trump, aqueles que o apoiavam fortemente no passado e querem voltar a fazê-lo. O principal motivo, para surpresa de alguns, que os está a fazer hesitar, é a insanidade de Trump e da sua administração quanto ao clima. Estamos a assistir a grandes maiorias do Partido Republicano afirmarem que estão prontos para explorar verdadeiras soluções para a crise climática. Eu penso que estamos a caminhar para lá, sem dúvida.
CA: I mean, you've been the figurehead for raising this issue, and you happen to be a Democrat. Is there anything that you can personally do to -- I don't know -- to open the tent, to welcome people, to try and say, "This is beyond politics, dear friends"?
CA: Tens sido o representante no levantamento deste problema, e és Democrata. Há alguma coisa que pessoalmente possas fazer para abrir a porta, receber as pessoas, tentar dizer: "Isto vai além da política, meus amigos"?
AG: Yeah. Well, I've tried all of those things, and maybe it's made a little positive difference. I've worked with the Republicans extensively. And, you know, well after I left the White House, I had Newt Gingrich and Pat Robertson and other prominent Republicans appear on national TV ads with me saying we've got to solve the climate crisis. But the petroleum industry has really doubled down enforcing discipline within the Republican Party. I mean, look at the attacks they've launched against the Pope when he came out with his encyclical and was demonized, not by all for sure, but there were hawks in the anti-climate movement who immediately started training their guns on Pope Francis, and there are many other examples. They enforce discipline and try to make it a partisan issue, even as Democrats reach out to try to make it bipartisan. I totally agree with you that it should not be a partisan issue. It didn't use to be, but it's been artificially weaponized as an issue.
AG: Sim. Bom, eu já tentei tudo isso antes, e talvez tenha feito uma pequena diferença positiva. Trabalhei extensivamente com Republicanos. E, sabes, logo após ter saído da Casa Branca, tinha Newt Gingrich e Pat Robertson e outros Republicanos importantes a aparecer em anúncios de TV comigo a dizerem que tínhamos de resolver a crise climática. Mas a indústria petrolífera redobrou de esforços e restabeleceu a disciplina dentro do Partido Republicano. Repara nos ataques que lançaram ao Papa quando ele surgiu com a sua encíclica e foi severamente criticado, não por todos certamente. Estavam lá militaristas do movimento anti-ambiente que, de imediato, apontaram as armas ao Papa Francisco, e há muitos mais exemplos. Eles impõem disciplina e tentam fazer disso um assunto partidário, mesmo quando os Democratas se chegam à frente para tentar torná-lo bipartidário. Concordo totalmente contigo em como não devia ser um assunto partidário. Antigamente não era mas tem sido artificialmente armado como tal.
CA: I mean, the CEOs of oil companies also have kids who are talking to them. It feels like some of them are moving and are trying to invest and trying to find ways of being part of the future. Do you see signs of that?
CA: Quer dizer, os CEOs de empresas petrolíferas também têm filhos que falam com eles. Parece que alguns deles se estão a mexer e a tentar investir e encontrar formas de fazerem parte do futuro. Vês sinais disso?
AG: Yeah. I think that business leaders, including in the oil and gas companies, are hearing from their families. They're hearing from their friends. They're hearing from their employees. And, by the way, we've seen in the tech industry some mass walkouts by employees who are demanding that some of the tech companies do more and get serious. I'm so proud of Apple. Forgive me for parenthetically praising Apple. You know, I'm on the board, but I'm such a big fan of Tim Cook and my colleagues at Apple. It's an example of a tech company that's really doing fantastic things. And there's some others as well. There are others in many industries. But the pressures on the oil and gas companies are quite extraordinary. You know, BP just wrote down 12 and a half billion dollars' worth of oil and gas assets and said that they're never going to see the light of day. Two-thirds of the fossil fuels that have already been discovered cannot be burned and will not be burned. And so that's a big economic risk to the global economy, like the subprime mortgage crisis. We've got 22 trillion dollars of subprime carbon assets, and just yesterday, there was a major report that the fracking industry in the US is seeing now a wave of bankruptcies because the price of the fracked gas and oil has fallen below levels that make them economic.
AG: Sim. Penso que os líderes empresariais, incluindo empresas de petróleo e gás, estão a dar ouvidos às suas famílias. Estão a dar ouvidos aos seus amigos. Estão a dar ouvidos aos seus funcionários. E, por acaso, vimos na indústria tecnológica algumas demissões em massa por parte dos funcionários que exigem que algumas das empresas de tecnologia ajam mais e levem isto a sério. Tenho imenso orgulho na Apple. Perdoa-me por, entre parênteses, elogiar a Apple. Sabes, eu sou suspeito, mas sou grande fã do Tim Cook e dos meus colegas na Apple. É um exemplo de uma empresa de tecnologia que está realmente a fazer coisas fantásticas. E há outras também. Há várias em muitas indústrias. Mas a pressão sobre as empresas petrolíferas e de gás é, de facto, extraordinária. A BP reduziu deliberadamente 12 500 milhões de dólares em ativos de petróleo e gás e disse que eles nunca verão a luz do dia. Dois terços dos combustíveis fósseis que já foram descobertos não podem ser queimados nem serão queimados. Isso representa um grande risco económico para a economia global, como a crise hipotecária de alto risco. Temos 22 biliões de dólares em recursos de carbono de alto risco e ainda ontem saiu um relatório importante sobre o fraturamento hidráulica nos EUA que está a atravessar uma maré de insolvências porque o preço do petróleo e do gás fraturado desceu até níveis abaixo do que os torna económicos.
CA: Is the shorthand of what's happened there that electric cars and electric technologies and solar and so forth have helped drive down the price of oil to the point where huge amounts of the reserves just can't be developed profitably?
CA: Será que podemos resumir o que aconteceu dizendo que os carros e as tecnologias elétricas e solares, etc., ajudaram a baixar o preço do petróleo ao ponto de uma enorme quantidade de reservas já não poderem ser exploradas lucrativamente?
AG: Yes, that's it. That's mainly it. The projections for energy sources in the next several years uniformly predict that electricity from wind and solar is going to continue to plummet in price, and therefore using gas or coal to make steam to turn the turbines is just not going to be economical. Similarly, the electrification of the transportation sector is having the same effect. Some are also looking at the trend in national, regional and local governance. I mentioned this before, but they're predicting a very different energy future. But let me come back, Chris, because we talked about business leaders.
AG: Sim, é isso mesmo. É essencialmente isso. As projeções para as fontes de energia nos próximos anos preveem unanimemente que a eletricidade proveniente do vento e do sol continuará a apresentar reduções de preço, e, consequentemente, usar gás ou carvão para criar vapor para rodar as turbinas não será económico. Do mesmo modo, a eletrificação do setor dos transportes está a ter o mesmo efeito. Alguns estão também a olhar para tendência dos governos locais, regionais e nacionais. Já mencionei isto antes, mas eles estão a prever um futuro energético muito diferente. Mas deixa-me voltar atrás, Chris, porque falámos sobre líderes de negócio.
I think you were getting in a question a moment ago about capitalism itself, and I do want to say a word on that, because there are a lot of people who say maybe capitalism is the basic problem. I think the current form of capitalism we have is desperately in need of reform. The short-term outlook is often mentioned, but the way we measure what is of value to us is also at the heart of the crisis of modern capitalism. Now, capitalism is at the base of every successful economy, and it balances supply and demand, unlocks a higher fraction of the human potential, and it's not going anywhere, but it needs to be reformed, because the way we measure what's valuable now ignores so-called negative externalities like pollution.
Creio que estavas há pouco a iniciar uma questão sobre o capitalismo, e eu quero falar sobre isso, porque há muita gente que diz que o capitalismo é talvez o principal problema. Eu penso que o capitalismo atual precisa urgentemente de uma melhoria. A perspetiva a curto prazo é mencionada várias vezes mas a forma como avaliamos aquilo que para nós é valioso é também o motor da crise do capitalismo moderno. O capitalismo está na base de qualquer economia bem sucedida, e equilibra a oferta e a procura, desbloqueia uma grande fração do potencial humano, e não irá a lado nenhum, mas precisa de ser melhorado, pois a forma como medimos o que agora é valioso ignora as chamadas consequências negativas como a poluição.
It also ignores positive externalities like investments in education and health care, mental health care, family services. It ignores the depletion of resources like groundwater and topsoil and the web of living species. And it ignores the distribution of incomes and net worths, so when GDP goes up, people cheer, two percent, three percent -- wow! -- four percent, and they think, "Great!" But it's accompanied by vast increases in pollution, chronic underinvestment in public goods, the depletion of irreplaceable natural resources, and the worst inequality crisis we've seen in more than a hundred years that is threatening the future of both capitalism and democracy. So we have to change it. We have to reform it.
E ignora também consequências positivas como investimentos no ensino e nos cuidados de saúde, nos cuidados de saúde mental, nos serviços de apoio à família. Ignora a escassez de recursos como os aquíferos e os solos férteis e a rede de espécies vivas. E ignora a distribuição de receita e património líquido. Por isso, quando o PIB cresce, as pessoas festejam, 2%, 3%, 4%, e pensam: "Excelente!" Mas isso vem acompanhado de vastos aumentos da poluição, de défice crónico no investimento de bens públicos, de esgotamento de recursos naturais insubstituíveis, e da pior crise de desigualdade a que assistimos em mais de cem anos que ameaça o futuro do capitalismo e da democracia. Por isso temos de mudar isso. Temos de reformar isso.
CA: So reform capitalism, but don't throw it out. We're going to need it as a tool as we go forward if we're to solve this.
CA: Portanto, reformar o capitalismo mas não o deitar fora. Vamos precisar dele como ferramenta à medida que avançarmos se quisermos resolver isto.
AG: Yeah, I think that's right, and just one other point: the worst environmental abuses in the last hundred years have been in jurisdictions that experimented during the 20th century with the alternatives to capitalism on the left and right.
AG: Sim, acho que é isso, e um último ponto: os piores excessos ambientais dos últimos cem anos aconteceram em jurisdições que fizeram experiências ao longo do século XX com alternativas ao capitalismo de esquerda e de direita.
CA: Interesting. All right. Two last community questions quickly. Chadburn Blomquist: "As you are reading the tea leaves of the impact of the current pandemic, what do you think in regard to our response to combatting climate change will be the most impactful lesson learned?"
CA: Interessante. Muito bem. Últimas duas perguntas da comunidade, rapidamente. Chadburn Blomquist: "Enquanto aguardamos uma previsão do impacto da atual pandemia, "e considerando a nossa resposta ao combate à alteração climática, "qual pensa que será a lição de maior impacto a retirar?"
AG: Boy, that's a very thoughtful question, and I wish my answer could rise to the same level on short notice. I would say first, don't ignore the scientists. When there is virtual unanimity among the scientific and medical experts, pay attention. Don't let some politician dissuade you. I think President Trump is slowly learning that's it's kind of difficult to gaslight a virus. He tried to gaslight the virus in Tulsa. It didn't come off very well, and tragically, he decided to recklessly roll the dice a month ago and ignore the recommendations for people to wear masks and to socially distance and to do the other things, and I think that lesson is beginning to take hold in a much stronger way. But beyond that, Chris, I think that this period of time has been characterized by one of the most profound opportunities for people to rethink the patterns of their lives and to consider whether or not we can't do a lot of things better and differently. And I think that this rising generation I mentioned before has been even more profoundly affected by this interlude, which I hope ends soon, but I hope the lessons endure. I expect they will.
AG: Bem, essa pergunta é muito profunda, e gostava que a minha resposta estivesse ao mesmo nível. Eu diria que, primeiro, não ignorar os cientistas. Quando existe praticamente unanimidade entre cientistas e médicos especialistas, prestem atenção. Não se deixem dissuadir por qualquer político. Acho que o presidente Trump tem vindo a aprender lentamente que é complicado ignorar um vírus. Ele tentou ignorar o vírus em Tulsa. Não correu muito bem, e tragicamente, há um mês ele decidiu arriscar imprudentemente e ignorar as recomendações de utilização de máscaras e de distanciamento social e as outras coisas. Acho que essa lição começa a tomar uma posição muito mais firme. Mas para além disso, Chris, penso que este período tem sido caracterizado por uma das oportunidades mais profundas para as pessoas repensarem os seus hábitos de vida e considerarem se podemos ou não fazer melhor numa série de coisas e de forma diferente. E acho que a nova geração de que falei antes tem sido ainda mais profundamente afetada por este intervalo, que espero que termine em breve, mas espero que as lições prevaleçam. E suponho que vão.
CA: Yeah, it's amazing how many things you can do without emitting carbon, that we've been forced to do. Let's have one more question here. Frank Hennessy: "Are you encouraged by the ability of people to quickly adapt to the new normal due to COVID-19 as evidence that people can and will change their habits to respond to climate change?"
CA: Sim, é incrível a quantidade de coisas que se podem fazer sem emissão de carbono, e que temos sido forçados a fazer. Vamos só a mais uma pergunta. Frank Hennessy: "Sente-se animado pela capacidade das pessoas "de se adaptarem ao novo normal devido à COVID-19 "demonstrando que conseguem e vão mudar os seus hábitos "para combaterem a alteração climáticas?
AG: Yes, but I think we have to keep in mind that there is a crisis within this crisis. The impact on the African American community, which I mentioned before, on the Latinx community, Indigenous peoples. The highest infection rate is in the Navajo Nation right now. So some of these questions appear differently to those who are really getting the brunt of this crisis, and it is unacceptable that we allow this to continue. It feels one way to you and me and perhaps to many in our audience today, but for low-income communities of color, it's an entirely different crisis, and we owe it to them and to all of us to get busy and to start using the best science and solve this pandemic. You know the phrase "pandemic economics." Somebody said, the first principle of pandemic economics is take care of the pandemic, and we're not doing that yet. We're seeing the president try to goose the economy for his reelection, never mind the prediction of tens of thousands of additional American deaths, and that is just unforgivable in my opinion.
AG: Sim, mas temos de manter em mente que há uma crise dentro desta crise. O impacto na comunidade afro-americana, que mencionei anteriormente, ou na comunidade latino-americana, nos povos indígenas. A taxa mais elevada de infeção atualmente é na Nação Navajo. Por isso, algumas destas questões parecem distintas das que estão realmente a sentir o embate desta crise e é inaceitável permitirmos que isto continue. Para mim e para ti parecem-nos de uma maneira e, provavelmente, para muitos dos que estão aqui a assistir, mas para comunidades de cor de baixos rendimentos, a crise é completamente diferente, e devemos-lhes e a todos nós deitar mãos à obra e começar a usar a melhor ciência e solucionar esta pandemia. Conheces a expressão "economia pandémica"? Alguém disse que, o primeiro princípio da economia pandémica é tratar da pandemia, e ainda não estamos a fazer isso. Estamos a assistir ao presidente a tentar brincar com a economia, para a sua reeleição, desprezando a previsão de dezenas de milhares de mortes de americanos. Na minha opinião, isso é imperdoável.
CA: Thank you, Frank. So Al, you, along with others in the community played a key role in encouraging TED to launch this initiative called "Countdown." Thank you for that, and I guess this conversation is continuing among many of us. If you're interested in climate, watching this, check out the Countdown website, countdown.ted.com, and be part of 10/10/2020, when we are trying to put out an alert to the world that climate can't wait, that it really matters, and there's going to be some amazing content free to the world on that day. Thank you, Al, for your inspiration and support in doing that. I wonder whether you could end today's session just by painting us a picture, like how might things roll out over the next decade or so? Just tell us whether there is still a story of hope here.
CA: Obrigado, Frank. Então, Al, tu e outros na comunidade representaram um papel fundamental a incentivar a TED a lançar a iniciativa a que chamámos "Countdown" Obrigado por isso, e suponho que esta conversa vai continuar entre muitos de nós. Se tiverem ficado interessados pelo ambiente, depois de verem isto, visitem o "website" do Countdown, countdown.ted.com, e façam parte do 10/10/2020, dia em que tentaremos enviar um alerta a todo o mundo em como o ambiente não pode esperar, que realmente importa, e teremos muito conteúdo incrível gratuito para o mundo nesse dia. Obrigado, Al, pela inspiração e apoio neste projeto. Estava a pensar que podias terminar a sessão de hoje deixando-nos uma perspetiva de como as coisas poderão desenvolver-se ao longo da próxima década. Diz-nos se ainda existe ou não uma réstia de esperança.
AG: I'd be glad to. I've got to get one plug in. I'll make it brief. July 18 through July 26, The Climate Reality Project is having a global training. We've already had 8,000 people register. You can go to climatereality.com. Now, a bright future. It begins with all of the kinds of efforts that you've thrown yourself into in organizing Countdown. Chris, you and your team have been amazing to work with, and I'm so excited about the Countdown project. TED has an unparalleled ability to spread ideas that are worth spreading, to raise consciousness, to enlighten people around the world, and it's needed for climate and the solutions to the climate crisis like it's never been needed before, and I just want to thank you for what you personally are doing to organize this fantastic Countdown program.
AG: Com todo o gosto. Tenho de fazer aqui uma referência. Serei breve. De 18 de julho a 26 de julho, O Projeto de Realidade Climática fará uma formação global. Já temos 8000 inscritos. Podem ir a climatereality.com. Agora, um futuro próspero começa com todos os tipos de esforços, que tu próprio fizeste para organizar o Countdown. Chris, tu e a tua equipa têm sido fantásticos enquanto colegas de trabalho e estou extremamente entusiasmado com o projeto Countdown. A TED tem uma capacidade inigualável para propagar ideias que valem a pena, para consciencializar, para instruir pessoas de todo o mundo, e isso é necessário para o ambiente e para as soluções para a crise climática como nunca foi antes, e quero agradecer-te pelo que pessoalmente estás a fazer para organizar este fantástico programa Countdown.
CA: Thank you. And the world? Are we going to do this? Do you think that humanity is going to pull this off and that our grandchildren are going to have beautiful lives where they can celebrate nature and not spend every day in fear of the next tornado or tsunami?
CA: Obrigado. E o mundo? Vamos fazer isto? Acham que a humanidade vai conseguir dar volta a isto e que os nossos netos vão ter vidas maravilhosas onde poderão celebrar a Natureza em vez de passarem os dias com medo do próximo furação ou tsunami?
AG: I am optimistic that we will do it, but the answer is in our hands. We have seen dark times in periods of the past, and we have risen to meet the challenge. We have limitations of our long evolutionary heritage and elements of our culture, but we also have the ability to transcend our limitations, and when the chips are down, and when survival is at stake and when our children and future generations are at stake, we're capable of more than we sometimes allow ourselves to think we can do. This is such a time. I believe we will rise to the occasion, and we will create a bright, clean, prosperous, just and fair future. I believe it with all my heart.
AG: Estou otimista em que o vamos fazer, mas a resposta está nas nossas mãos. Tivemos tempos obscuros no passado, e estivemos à altura do desafio. Temos as limitações da nossa herança evolutiva e de elementos da nossa cultura, mas também temos a capacidade de transcender as nossas limitações, e quando baixamos a guarda, e a sobrevivência está em risco e as crianças e as gerações futuras estão em risco, somos capazes de mais do que aquilo que alguma vez pensámos. Este é um desses momentos. Eu acredito que estaremos à altura, e que criaremos um futuro limpo, próspero, justo e equilibrado. Acredito nisso com todo o meu coração.
CA: Al Gore, thank you for your life of work, for all you've done to elevate this issue and for spending this time with us now. Thank you.
CA: Al Gore, obrigado pela tua vida de trabalho, por evidenciares este problema e por passares este tempo connosco. Obrigado.
AG: Back at you. Thank you.
AG: A ti também. Obrigado